quinta-feira, 27 de abril de 2023

Determinação e genialidade

 


            A inovação finalmente está na pauta de um grande número de organizações e é cada vez mais comentada de diversas formas e também por isso, tendo ações efetivas e mais diretas em várias áreas. O estímulo à criatividade e o desafio do aprimoramento da inteligência dos envolvidos são alguns dos pontos chave.

          Sabe-se há um bom tempo que o QI (Quociente de Inteligência) não é garantia de um trabalho de sucesso, pois há mais fatores que influenciam a criatividade do que a inteligência. "Criatividade não é um talento. É uma forma de agir", disse o ator John Cleese. Para um ambiente mais criativo, a colaboração e o livre pensamento são condições básicas.

Matérias da revista Inc. e da revista Época Negócios mostram que gênios reconhecidos pela sua criatividade são capazes de reunir elementos aparentemente contraditórios de uma forma incomum e não esperada. A análise mostra que apesar de cada um ter seu estilo e seu método, Wolfgang Amadeus Mozart, Albert Einstein e Pablo Picasso, tinham algumas características semelhantes para expressar a criatividade em suas respectivas artes. Mais do que inteligência e criatividade, ao estudar suas biografias fica claro que eles tinham muita determinação para alcançar o domínio de suas áreas, o que fez toda a diferença na vida e na obra de cada um.

O nível de determinação tem sido classificado como mais importante do que talento em muitas pesquisas a respeito do sucesso pessoal e profissional. Há efetivamente mais gente muito talentosa, mas parte delas não é capaz de ter a determinação necessária para superar os obstáculos, se aperfeiçoar com frequência, por exemplo, não conseguindo transformar o talento em sucesso numa carreira. E neste caso, os determinados avançam mais do que os mais talentosos.  

Pessoas muitíssimo criativas podem ter uma grande motivação, o que evidencia que apenas talento não é o suficiente. Os gênios, do passado e do presente podem ser analisados e reconhecidos pela perseverança, concentração e foco absoluto naquilo que eles querem fazer de melhor. Dedicação em um nível fora do comum é pré-requisito para conquistar o status de gênio numa arte, ofício, trabalho. Einstein, por exemplo, tinha uma inteligência altíssima, mas ele realmente amava e era obcecado em buscar a sua teoria da relatividade. Ele estava sempre curioso e disposto a estudar ideias novas e radicais.

É preciso ter a coragem suficiente para abraçar o desconhecido, estimulando novos caminhos de seus pensamentos. A disposição para arriscar-se, saindo da zona do conforto ou do jeito que sempre se pensou e se fez as coisas, fazem um bem enorme à criatividade. Só é possível explorar todo o potencial pessoal abraçando o risco associado ao fazer coisas diferentes, inovando. Ninguém conseguirá atingir o ápice de uma carreira sem tolerar e lidar com o desconhecido. A história mostra que os gênios criativos arriscavam mais para obter melhores resultados.

Na análise feita nas matérias citadas, gênios de sucesso como Einstein, Mozart e Picasso valorizaram seus processos de trabalho, tanto quanto os resultados, pois viam os obstáculos como oportunidades para conseguir progredir mais a cada dia. Eles direcionam a insatisfação para aprender, criar, inventar e fazer algo além. Numa entrevista famosa Einstein disse "Eu não tenho nenhum talento especial. Sou apenas alguém profundamente curioso." Outra expressão que revela o quanto o sucesso de um gênio depende de sua determinação é o texto de Mozart a um amigo: “As pessoas pensam que a arte é algo que vem fácil a mim. Mas eu garanto a você, meu caro amigo, que não há ninguém mais devotado e que dedica tanto tempo a uma composição quanto eu. Não deve haver um mestre famoso que eu não tenha estudado minuciosamente diversas e diversas vezes".

Determinação, criatividade, curiosidade são componentes da inovação que precisam acompanhar a inteligência para gerarem sucesso.

Um abraço e até a próxima!

domingo, 23 de abril de 2023

Um lugar legal

 


Temos visto que as pessoas querem um lugar legal não somente para comer, encontrar os amigos, visitar, mas também para trabalhar, comprar, tratar da saúde, despedir-se de entes queridos, passear, comemorar, etc. “Um lugar legal” tornou-se uma expressão bastante corriqueira, usada no dia-a-dia e por isso pode parecer mais simples do que é, na verdade.

Por ser tão valorizado pelas pessoas, tornar o lugar mais legal deveria estar nos planos de muitos gestores desde negócios a entidades. Neste sentido é fundamental entender que o local de trabalho, ou de negócio é apenas um local, um espaço, um endereço físico, sendo que o que torna um lugar legal é o conjunto. Convido os amigos leitores a lembrar dos lugares que estão gravados como “legais” na sua memória. – Você consegue apontar um único elemento que torna este lugar legal?

É muito mais difícil gerar a memória de um lugar legal a partir de um ambiente feio, sujo e desorganizado, não é mesmo? A cultura para tornar um lugar mais legal é construída num ambiente emocional, que mexe no comportamento das pessoas e por isso, o reconhecimento de quem convive com o local é fundamental. Lugares feios, desarrumados e sujos não contribuem em nada com o reconhecimento de empregados, nem de clientes.

Ao meu ver há mais falta de disposição, de priorização e de dar importância para criar uma boa atmosfera nos locais para colaboradores e clientes, do que dificuldades para estimular uma cultura de aproximação e cuidados com colaboradores e clientes. Muitas vezes, as coisas simples é que fazem as pessoas gostarem do lugar, gerando sensação de aconchego. O aniversário do colaborador (quase) sempre é lembrado pelos colegas, até porque sempre tem alguém que prepara e coloca a informação no mural com o aniversário de todos. Mas e o aniversário de tempo de serviço na empresa? E o tempo e o aniversário do cliente na empresa? - Um abraço com um cartão de agradecimentos por estar na empresa há X anos geralmente causa uma surpresa bem legal. E é claro que dá para fazer muito mais para mostrar a importância da pessoa naquele grupo. Noivou, casou, teve filhos, mudou-se de casa, teve uma conquista num trabalho voluntário ou no esporte? – Se os mais próximos, colegas de trabalho, fornecedores, clientes inclusive, fizerem algo para lembrar, certamente vai se criando a ideia de um local mais legal.

Cuidar das pessoas que estão conosco na mesma luta é muito importante para ter mais força nas batalhas. O cuidado começa na mesa do diretor principal e deve alcançar e retornar dos pontos mais distantes na hierarquia da organização. É preciso lembrar não só dos aniversários, mas também das conquistas, e ainda das aflições e das dores dos colegas. Muitas vezes, ouvir já é uma boa contribuição, um presente, na verdade. Outras vezes precisa uma pequena mobilização do grupo para apoiar o colega.

Não é possível ser um lugar legal sem alguma diversão. Criar mais algumas atividades divertidas para a equipe participar não deve ser difícil e tem muita ideia simples e de baixo custo na internet. Quando os gestores mostram seu lado divertido toda organização respira mais aliviada. Muitas empresas fazem suas confraternizações com comida e o “poder da comida” sempre ajuda a aumentar a sensação de vida em comunidade, melhorar o clima organizacional e sentimento de camaradagem. Pessoas que gostam de onde trabalham, e se divertem lá, vivem muito melhor com suas famílias. Sabe-se que envolver as famílias dos colaboradores impacta positivamente na produtividade. Quanto mais a organização envolve as famílias, mais rica fica a vida dos colaboradores com seus companheiros e filhos. Será que dá para fazer um dia da família para seus clientes também? Pense nisso, e envolva mais colaboradores no projeto e execução. Pode sair algo bem legal!

A cultura de um lugar legal não pode simplesmente ser determinada, ou imposta pelos dirigentes, para receber o selo X ou Y. É preciso uma atmosfera que gere um sentimento coletivo, que envolva o trabalho de todos, lembrando que na maioria das vezes as melhores ações são as mais simples.

Um abraço e até a próxima!

sexta-feira, 14 de abril de 2023

Boas companhias e bons negócios

 


Apesar de vivermos dias de mudanças rápidas, inovações de todo o tipo, mudanças organizacionais de toda a ordem, é preciso lembrar que há muitas lições que não mudam e quem já viveu bastante pode dar bons conselhos, se a experiência gerou aprendizado.

        Uma das lições amplamente escrita ao longo da história por diferentes pensadores é a de que ninguém é totalmente bom, nem totalmente ruim e sobre esta, hoje destaco a máxima de Jackewriter “Ninguém é totalmente bom ou ruim, o que acontece é que se entregam ao que parece ser mais atraente”. Dito de outra forma, uma lição que não muda com o passar dos anos é que frequentemente aparece por perto de nós pessoas que alimentam seu espírito do que é ruim, que se sentem fortes quando conseguem gerar discórdia. São pessoas que podem ser percebidas reclamando, apontando o dedo para os outros, acham que tudo deveria ser do seu jeito, vendo o lado ruim em tudo e sem perceber a sua própria condição.

Para vencer na vida e nos negócios, a primeira batalha a ser vencida todos os dias é a da negatividade. E para isso é preciso parar de andar com gente negativa, evitar a participação em atividades com gente que se alimenta do que é ruim, deixar de assistir, comentar e compartilhar notícias ruins, ou seja, deixar de focar em problemas.

Cercar-se de vencedores e focar em soluções são outras das lições que não mudam com o passar do tempo. Quem não gosta de conviver com pessoas criativas, que buscam soluções com serenidade e confiança? Pessoas que irradiam energia positiva estimulam outras a também seguir em frente, com força e fé.

A gratidão é um sentimento poderoso, que pode fazer muita diferença, mas só para aqueles que alimentam seu espírito com coisas positivas e valorizam o lado bom das situações. Ser grato é reconhecer o que existe de bom na vida, inclusive os aprendizados vindos do que não está bom, e a base a partir da qual pode-se desenvolver mais realizações.

O ambiente externo, com pessoas, elementos da natureza e lugares diferentes tem mais influência em nossas vidas do que podemos imaginar. Outra lição que não muda com o passar do tempo é que conviver com outros ambientes pode gerar excelentes estímulos para retomar a energia positiva quando as coisas não parecem muito bem.

A solidão é um superpoder que poucos podem manipular. Ganhar em silêncio deixa os adversários pensar que está perdendo e esta é outra lição que não muda com o passar do tempo.

Perde-se muitos daqueles considerados amigos quando se leva a vida e os objetivos mais a sério. Amigos mesmo, são poucos, e as lições que não mudam indicam que são difíceis de encontrar e precisam ser preservados com atenção, reencontros e ações de confiança e acolhida.

Parece que a sociedade está disfuncional, pois alguns fatos são inegáveis, mas isso não quer dizer que você e eu precisamos seguir na mesma direção da “manada” e aliás, muita gente não segue a manada, e alguns nem tomam conhecimento. Quanto antes esta lição ficar entendida, melhor será o futuro.

Que Deus nos permita manter a gratidão elevada, reconhecendo o que foi feito e aprendido até aqui, como lições para avançarmos fortes e confiantes no futuro.

Um abraço e até a semana que vem!

 

quinta-feira, 6 de abril de 2023

Humildade e confiança

 


                Há tantas receitas de como liderar, gerenciar, desenvolver equipes, algumas mais filosóficas, outras mais teóricas, outras mais práticas, de diferentes tendências, que somente lendo, ouvido e praticando bastante, me parece possível criar conceitos e práticas próprias adequadas. De tudo o que já li, ouvi, pratiquei e percebi, entendo que além dos aspectos mais técnicos, a humildade e a confiança na dose correta, devem estar presentes quando se deseja uma boa relação com os outros, seja numa equipe de trabalho, ou nas relações pessoais.

                A humildade parece tão presente em algumas pessoas, até em excesso, as vezes, enquanto em outras, parece faltar o mínimo para ver o seu redor com mais clareza e tomar ações mais assertivas inclusive com os que o cercam. A falta de humildade cria dificuldades para aprender e se desenvolver, sem falar nas dificuldades em lidar com os outros. Nas falas, nas atitudes, nas respostas e nos atendimentos, um espaço para ser mais humilde abre tantas oportunidades que se muitos pudesse se ver, repensariam imediatamente seu modo de agir. É preciso tratar bem as outras pessoas e em especial os que estão ao nosso redor e a melhor escolha diante de problemas é ser amável com as pessoas e áspero com os problemas.

                Reconhecer seus erros e desculpar os erros dos outros é sobretudo respeitar o próximo. Ser cordial e sorrir faz bem para quem está perto, mas é melhor ainda para quem é capaz destas atitudes. Ajudar alguém todos os dias, fazendo exatamente o que gostaríamos que fizessem por nós em momentos de dificuldade, é uma rotina que faz um bem incalculável e se um dia precisar, será muito bom ter mais gente por perto, que pensa e age desta forma. Estas são situações que não dependem das condições financeiras das pessoas, nem do seu nível de instrução, mas dependem dos valores pessoais de cada um.

                Muitas correntes de pensamento e filosofia dizem que um sinal de sabedoria é quando a pessoa se satisfaz em saber dos seus próprios feitos, sem a necessidade de promoção pessoal para os outros e pelos outros. Por isso, aqueles a quem se atribui sabedoria falam pouco, ouvem muito, falam menos de si, para ouvir os outros e entender melhor o mundo ao seu redor. Uma postura mais humilde, mais simples, transforma para melhor a vida pessoal e profissional.

                A humildade também contribui com a confiança, que é fundamental para criação de vínculos, manutenção e desenvolvimento das relações. Ser e parecer confiável necessita de investimento em atitudes, ações e escolhas que por vezes exigem mais energia, mais atenção e até desapego. Uma análise mais focada na qualidade da confiança entre pessoas, empresas, organizações, estados e países, demonstra que este aspecto por vezes esquecido, está muito mais ligado ao desenvolvimento e a prosperidade, do que se imagina.

                Fechando a reflexão desta semana, trago uma frase pouco conhecida, de autoria de Viegas, La Mote, Carneiro e Lorenzon (1999), que poderia ser lido com frequencia, por aqueles que desejam uma melhor relação com os outros, com mais humildade e mais confiança: “Que eu possa ver com clareza, que eu tenha coragem de crescer, que eu aprenda para servir e que eu cure pelo amor.”

                Neste tempo em que somos convidados a refletir sobre a paixão de Cristo, a necessidade de renovação da vida, os relacionamentos, os vínculos, a humildade deste grande líder e a confiança do povo cristão em Deus, são lições que precisamos reviver de tempos em tempos, quando podemos aproveitar para convidar familiares, amigos e colegas para conversar, refletir e ter presente os valores da vida em comunidades.

   Um abraço e até a semana que vem!

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