sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Repensar a estrutura dos municípios


São muitos os desafios do Executivo e Congresso que elegeremos em outubro próximo. No meu entender, os mais importantes são aqueles que precisam aprimorar as estruturas constituídas a partir de situações que não se repetirão no futuro e outras que se apresentam como tendências. Já refletimos neste espaço sobre a necessidade das reformas da Previdência, Fiscal, Tributária e principalmente política. Hoje procuro em rápidas palavras, lembrar a importância de reformar a estrutura da governança e a distribuição de tributos entre os entes federados, especialmente, onde vivemos, que são os municípios.
Um estudo da FIRJAN – Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro mostra que um em cada três municípios brasileiros não gera tributos sequer para pagar o salário de prefeitos, vereadores e secretários. O problema atinge 1.872 municípios que dependem das transferências de Estados e da União para bancar o custo crescente da máquina pública. Dos 5.570 municípios brasileiros, 3.056 não atendem aos critérios previstos em lei para piso populacional. Na maioria dos municípios com menos de 20 mil habitantes, mais de 90% da receita vem de transferências da União e dos Estados.
A Constituição de 1988 facilitou a criação de novos municípios, e também definiu a estrutura de divisão de tributos. Depois de 30 anos com este modelo, há dados suficientes para todos saberem o tamanho do problema. No Congresso, há alguns anos tramita um projeto de lei que permite a criação de mais 400 novos municípios.
O Rio Grande do Sul é o Estado que tem a maior proporção de municípios que não conseguem gerar receita para bancar a própria máquina administrativa, sendo 56,74% do total, seguido de Minas Gerais, Piauí e em 4º lugar, Santa Catarina com 50,16% dos municípios nesta situação. Em muitos municípios o custo da máquina pública equivale e em outros, ultrapassa as despesas com a educação.
Antes de esperar pelo próximo Presidente, Governador, Deputados, é possível fazer reformas nos próprios municípios, buscando alternativas para reduzir o custo das Administrações, tanto no que tange ao número de servidores, folha de pagamento de ativos e inativos, quanto a infraestrutura predial e equipamentos de serviços municipais eficientes e qualificados. Aumentar a eficiência, melhorando processos, tendo profissionais qualificados e profissionalizados, fazendo mais e melhor com menos recursos, como se faz em tantas empresas e instituições é o mais fácil e mais próximo a fazer no âmbito do município.
No âmbito federal e estadual, a criação de novos municípios deveria ser repensada, considerando aspectos como volume de população, infraestrutura, capacidade de geração de tributos e principalmente o potencial de desenvolvimento. De outra parte, desenvolver alternativas para encaminhar aos municípios que não conseguem se sustentar, pelo menos um plano de longo prazo para anexação de alguns, busca pela auto-sustenção de outros, reduzindo o número de municípios nesta situação, já faz parte das recomendações de vários tribunais de contas dos Estados. No Paraná, por exemplo, tem iniciativas sensibilizando autoridades e população pela anexação de municípios.
Outro desafio, e pelo que se vê na postura dos políticos, o mais difícil, embora seria o mais lógico, é o enfrentamento do fato de que as pessoas residem nos municípios e é aqui que precisam dos recursos, sendo que os tributos vão para a União, que depois devolve um pouco, ao invés de ter o caminho contrário. Por último, mas não menos importante sabe-se que a qualidade de vida nas cidades de médio porte é indiscutivelmente melhor, do que nas megacidades. Portanto, evitar a migração para as grandes cidades é uma política que vale um bom investimento, que em parte pode ser o auxílio na manutenção de muitas das cidades pequenas.
O tema não é simples e por isso mesmo, deveríamos entender o que os candidatos nas eleições de outubro propõe a respeito!  
Um abraço e até a próxima!

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

A especialização do varejo


A medida que o mercado consumidor evolui, impõe desafios como a Indústria 4.0 e se complexifica, a especialização do varejo avança. Nossos pais e avós citam em suas histórias os armazéns, onde havia quase que de tudo o que tinha na época para vender. Com o passar dos anos, as novas empresas para terem espaço, precisavam ser mais focadas, sendo algumas em alimentos e bebidas, outras em vestuário, outras em utensílios, materiais de construção, móveis e mais tarde as lojas segmentadas por gênero, por idade, área geográfica, comportamento do cliente, dentre outros.
O varejo segue se especializando, pois as novas empresas para terem espaço em mercados segmentados, criam negócios bem focados e assim vai se consolidando o novo varejo. As grandes empresas vão terceirizando uma parcela expressiva de sua produção para concentrarem sua atenção, energia e investimentos na linha de frente, no mercado e nos clientes. Com isso, o varejo ganha novos contornos e uma definição melhor de como deverá se reordenar as empresas que quiserem estar no futuro.
Os produtos industrializados de alimentação, higiene, beleza e muitos complementos ainda ficarão reservados para os super ou hipermercados. Nos outros segmentos deverão se fortalecer empresas já existentes e surgir novas, oferecendo satisfação de necessidades específicas, de duas formas, sendo uma delas através de opções como elegância e vestuário para homens, mulheres, crianças, decoração, produtos de beleza, cama, mesa, banho, artigos de festas, automóveis, construção e a outras através de lojas exclusivas de uma única marca, focada em todos os seus leais seguidores.
De uma forma ou outra, a especialização do varejo é decisiva e essencial para o sucesso. No momento em que aumenta a concorrência, muitas vezes genérica, de porta em porte e pela internet, mais do que nunca, quem sabe trabalhar no “cada macaco no seu galho” vai se fortalecer. Com isso é preciso deixar de querer pular para o galho do próximo, para não fragilizar ou perder a consolidação da sua especialidade.
A especialização do varejo tem razão na evolução do comportamento do consumidor que mais do que comprar, quer se relacionar com empresas e prestadores de serviços em que reconhecem autoridade e competência e que sejam capazes de proporcionar uma encantadora e memorável experiência de compra. Estabelecimentos comerciais que se revelem preparados para construir e estabelecer um vínculo emocional com seus clientes já tem e terão cada vez mais a preferência do consumidor com poder de compra. Por esta razão é que as chamadas lojas conceito se multiplicam, que diferentes fabricantes voltam a investir em lojas próprias e exclusivas, que muitos varejistas passam a investir em pontos de vendas confortáveis, climatizados, adequados a oferecer algo desejado e surpreendente aos seus clientes, ainda que na companhia de outras empresas.
O consumidor mudou e o varejo vai mostrando que assimila, reconhece e responde a estas mudanças, passando por uma renovação das mais importantes. Como a sua empresa e sua equipe esta acompanhando este movimento?
Um abraço e até a próxima!

sexta-feira, 17 de agosto de 2018

E aí candidato?


Chegou a campanha eleitoral e muitos temas vem a tona, com discussões que se afloram em diferentes campos. Alguns temas mais periféricos, outros mais centrais, quase todos de alguma forma representando os diferentes segmentos e correntes de pensamento da população que agora pode escolher novos representantes.
Mais do que nunca, fica claro que precisamos de melhores representantes, mais comprometidos com o que é preciso fazer. Os resultados da economia são sempre consequência de decisões e ações, então, mais especificamente as propostas em relação as finanças públicas e ao desenvolvimento de negócios precisam ser temas centrais nestas eleições. Por este motivo, as entidades empresariais como FEDERASUL, ACIs e outras estão propondo uma pauta para as lideranças comunitárias, associativas e empresariais desenvolvê-la sempre que houver oportunidade de diálogo com os candidatos. A burocracia, a carga tributária, a infraestrutura, o tamanho do Estado, empresas estatais, ajuste fiscal e previdência são temas centrais que impactam diretamente nos negócios e estes na economia. Um candidato realmente comprometido com o futuro do Estado e do País, precisa ter uma posição clara sobre estes pontos.
A posição dos candidatos ao legislativo é tão ou mais importante do que do executivo pois da Assembleia, da Câmara e do Senado é que partirão propostas, assim como aprovação, alteração ou rejeição de propostas. A dívida pública aumentou muito nos últimos anos e tem afetado diretamente todos os tipos de investimentos. Quais as propostas do candidato que visitou a tua comunidade sobre este ponto? Temos tido menos de 3% das receitas correntes líquidas para investimentos. São estas receitas que podem ir para ampliação das estruturas de apoio a saúde, educação, estradas, segurança. O que os candidatos propõe sobre a distribuição do orçamento público?
A cada ano aumenta o comprometimento de tudo o que se arrecada em tributos com a  folha de pagamento dos servidores públicos, restando cada vez menos recursos e dificultando inclusive os compromissos com a própria folha. Para piorar muito esta situação, algo que é pouco divulgado é quando aumenta ano a ano o gasto total com servidores inativos e pensionistas, consequentemente reduzindo o que sobra para os servidores ativos. Não é a toa que há anos os economistas fazem alertas sobre a situação que é insustentável. Olhando os números, só voto em alguém que tenha uma proposta clara e confiável para encaminhar a situação que é das mais graves!
Considerando que os gastos com pessoal já ultrapassaram em muito o patamar do suportável pelas contas públicas, o que o candidato pretende propor para manter o Estado e o País funcionando? Considerando ainda que a carga tributária em vários casos é a maior do mundo e causa comprovada por estudos internacionais de falta de competitividade do Estado e do país, o que o candidato pretende propor para aumentar a atratividade de novos empreendimentos e a manutenção dos atuais?
O orçamento com educação pública tem uma proporção similar em relação ao PIB de países desenvolvidos e onde alcançaram índices exemplares de desenvolvimento social. Os baixos índices da educação brasileira devem-se mais a má utilização de recursos, má gestão, do que falta de dinheiro. O esforço se perde, não revertendo em qualidade na educação e nem acesso a quem precisa. Só vou considerar voto em candidatos que tiverem propostas claras para estes pontos. O que seu candidato propõe a respeito?
Um abraço e até a próxima!

sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Um lugar legal


Temos visto que não somente para comer, encontrar os amigos, visitar, mas também para trabalhar, comprar roupas, calçados, decoração, móveis, veículos, fazer exames, cursos, tratamentos, as pessoas querem frequentar e indicam um lugar legal. É algo muito simples e faz parte da linguagem do dia a dia, mas por vezes tornar o lugar mais legal, fica ignorado. O local de trabalho, ou um negócio é apenas um local. O que torna um lugar legal é o conjunto. Ou conseguimos apontar um único elemento naqueles locais que consideramos legais.
Pode até ser possível construir uma cultura legal num lugar feio, sujo e desorganizado, mas me parece muito difícil. A cultura é construída num ambiente emocional e por isso, o reconhecimento das pessoas é fundamental. Lugares feios, desarrumados e sujos não contribuem em nada com o reconhecimento de empregados, nem de clientes. Será difícil estimular uma cultura de aproximação e cuidados com colaboradores? Não vejo tantas dificuldades, quanto vejo falta de disposição, falta de importância e de priorização neste aspecto. Coisas simples fazem as pessoas gostarem de onde estão. O aniversário do colaborador (quase) sempre é lembrado pelos colegas, até porque sempre tem alguém que faz um cartaz e põe no mural com o aniversário de todos. Mas e o aniversário de tempo de serviço na empresa? E o tempo e o aniversário do cliente na empresa? Um abraço com um cartão de agradecimentos por estar na empresa há X anos geralmente causa uma surpresa bem legal. E é claro que dá para fazer muito mais para mostrar a importância da pessoa naquele grupo. Noivou, casou, teve filhos, está de casa nova, teve uma conquista num trabalho voluntário ou esporte? Que tal receber uma lembrança da empresa e dos colegas de trabalho?
Cuidar das pessoas que estão conosco na mesma luta é muito importante para ter mais força nas batalhas. O cuidado começa na mesa do diretor principal e deve alcançar e retornar dos pontos mais distantes na hierarquia da organização. Precisamos lembrar dos aniversários, das conquistas, mas também das aflições, das dores e das angustias dos colegas. Muitas vezes ouvir, já é uma boa contribuição. Outras vezes precisa uma mobilização do grupo para apoiar o colega.
Não é possível ser um lugar legal sem alguma diversão. Crie mais algumas atividades divertidas para a equipe participar. Vejam se o ambiente de trabalho poderia ser mais descontraído. Quando os gestores mostram seu lado divertido toda organização respira mais aliviada. Muitas empresas fazem suas confraternizações com comida e o “poder da comida” sempre ajuda a aumentar o senso de comunidade, o clima organizacional e sentimento de camaradagem. Pessoas que gostam de onde trabalham, e se divertem lá, vivem muito melhor com suas famílias. Sabe-se que envolver as famílias dos colaboradores impacta positivamente na produtividade. Quanto mais a organização envolve as famílias, mais rica fica a vida dos colaboradores com seus companheiros e filhos. Será que dá para fazer um dia da família para seus clientes também? Pense nisso, e envolva mais colaboradores no projeto e execução talvez possa sair algo bem legal!
A cultura de um lugar legal não pode simplesmente ser determinada pelos dirigentes. É preciso envolvimento e trabalho de todos, lembrando que na maioria das vezes as melhores são ações simples.
Um abraço e até a próxima!

sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Onde foi que eu errei?


Quantas vezes nos fazemos esta pergunta? E quantas vezes ouvimos esta frase de pessoas próximas? Esta questão é o primeiro passo importante para corrigir a rota. A partir do momento em que entendemos que algo está errado e começamos a refletir sobre quais as variáveis precisam ser alteradas, as chances de corrigir os rumos para as novas oportunidades aumentam muito.
Naquela lista de desejos que ainda não se concretizaram e das ações que não deram certo, eleja as prioridades, esqueça o que os outros deveriam ter feito, e pergunte-se o que você deveria ter feito para obter resultados mais favoráveis. No que você deveria parar de acreditar e no que você deveria acreditar mais para ver os problemas de outros ângulos?
Construímos muitas crenças a partir de momentos marcantes em nossas vidas e sabemos que nossas crenças limitam nosso comportamento. Muitos destes momentos tendem a não se repetir e por isso, parte destas crenças não valem mais e precisam ser esquecidas, para não atrapalharem nosso rumo.  Nunca esqueça de que para ter resultados melhores, é fundamental rever parte daquilo em que se acredita.
Ao buscar resolver problemas, sejam eles simples ou complexos, precisamos encontrar o equilíbrio na simplicidade, na regularidade e na disciplina, 3 palavras corriqueiras que podem determinar o resultado de nossa busca pela solução dos problemas.
     É com aquilo que conseguimos saber, fazer e agir, que vamos resolver os problemas. Só saber mais não resolve! É preciso saber fazer e ter atitude para colocar em prática aquilo que sabemos. É melhor começar com o que é mais simples, proporcionar regularidade, ter disciplina para manter o rumo, para só então começar a complexificar.
        Claro que estamos partindo de um pressuposto que se sabe o que se quer. Quem ainda não chegou lá, precisa dar um passo atrás e definir bem o rumo que deseja para sua vida. Definir bem os rumos da sua vida evitam desperdícios dos 4 recursos mais importantes da nossa vida que são tempo, energia, capital e relacionamentos. Á medida em que conseguimos determinar o rumo, podemos canalizar estes 4 recursos para potencializar o alcance dos resultados.
       Nosso modo de pensar e agir determinam quase tudo o que tivemos e o que temos ao longo das fases da vida. Deste modo, para mudar o que não gostamos em nossa vida, é preciso antes mudar o modelo mental, ou seja, o ângulo pelo qual analisamos a situação e tomamos decisões sejam elas pequenas ou grandes. Por vezes acreditamos que nos falta capacidade e por isso nos desencorajamos de enfrentar grandes desafios. Na verdade, quanto mais atitudes para enfrentar desafios, mais oportunidades se abrem e nos tornamos mais preparados para os próximos desafios.
Todos temos os recursos básicos como tempo, energia, capital e relacionamentos. O que é mais determinante para o alcance de nossos objetivos é onde mais investimos estes recursos básicos. Para quem está pensando por onde começar, reforço a importância do trinômio simplicidade, regularidade e disciplina.
Em frente!
Um abraço e até a próxima!

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