segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

O que está por vir II

 


Todos os anos a tradicional revista semanal The Economist ouve especialistas em diversas áreas e publica um resumo de como eles veem o próximo ano e os seguintes. Na semana anterior a edição de aniversário do AU, apresentei alguns trechos neste espaço e nesta semana completo o compartilhamento, com interpretação.

O varejo seguirá crescendo, porém, é lógico entender que será cada vez mais híbrido, ou seja, quem ainda não é online também terá operações online e quem é só virtual tende a ter alguma experiência física a oferecer ao cliente. Mais competidores entrarão no varejo, inclusive alguns com grande capilaridade como Facebook, Instagram, Tik-Tok, YouTube, motivados pelo sucesso da Amazon. As lojas físicas se manterão e se desenvolverão, dependendo da capacidade de oferecer experiências diferentes, showrooms, praticidade, conveniência.

As mudanças climáticas voltarão ao debate com tal intensidade que em alguns casos pode lembrar os antagonismos sobre a pandemia. As grandes empresas seguirão se transformando fortemente e a inteligência artificial terá cada vez mais aplicação no entendimento do mercado e na operação. A bicicleta segue com tendência de alta não só como lazer e esporte, mas como meio de transporte, com mais cidades adaptadas.

Novos modelos de informações e notícias por assinatura com mais transparência, menos vieses, ajudarão a disponibilizar conteúdo sem tantas notícias falsas e distorcidas pelas ideologias. Credibilidade e transparência serão pontos cruciais para pessoas vincularem carreiras e investimentos em organizações e empresas de diversos setores. As pessoas visivelmente estão com dificuldade de conviver com tanta informação disponível, cansando, atrapalhando e até desinformando. Devem surgir sistemas com capacidade para selecionar o que as pessoas querem receber e serão valorizados por isso.

A saúde mental receberá bem mais atenção, sendo um tema mais recorrente, devendo surgir grandes plataformas para auxiliar as pessoas no enfrentamento de situações de agressividade, solidão e angústia que vivenciam durante o isolamento. Um dos grandes custos que 2020/21 deixará é a dificuldade das pessoas trabalhar em equipe, aumentando as crises de liderança, que serão mais comuns nos próximos tempos.

Os grandes problemas como educação, saúde, energia, segurança, política, ganham destaque e aumentam o número de soluções desenvolvidas por empresas de tecnologia. Uma parte maior dos grandes capitais será investida para enfrentar os grandes problemas globais. Empreendedorismo social é outro tema importante e que terá melhora significativa nos resultados financeiros.

Os apelos natural e saudável serão cada vez mais valorizados e a alimentação será, para um número cada vez maior de pessoas, uma forma de experiência e interação com a diversidade.  Produzir a própria comida, harmonizar, meditar e se exercitar, passa a ser parte deste tipo de experiência. Consumo local, real, saudável deverá ser o “novo luxo” e em nosso meio há muita oportunidade para negócios pequenos e médios aproveitarem esta onda. Produtos suntuosos tendem a perder valor e justificativa para um número cada vez maior de pessoas. A reciclagem voltará muito mais forte, com novas tecnologias, depois da pandemia que está gerando um volume que parece incontrolável de descartáveis e desperdício.

É inevitável que as pessoas pensem num novo começo no pós-pandemia. Depois de urgências que não puderam ser atendidas, de viagens programadas que não ocorreram, de objetivos não alcançados, de mudanças que estavam previstas para o futuro e tiveram que ser feitas de um dia para o outro, é inevitável repensar objetivos pessoais, de trabalho, saúde, dinheiro e espirituais. Mais pessoas passam a ver novas oportunidades para satisfazer desejos, angústias e mudanças de pensamento. Alguns comportamentos pessoais estão sendo transformados de forma a não voltar mais ao que eram.

A inovação, a tecnologia, o pensamento natural e lateral que já vinham ganhando espaço antes da pandemia devem ser mais protagonistas neste e nos próximos anos. Espero que este exercício de futurologia possa ajudar a refletir sobre o que vem por aí.

Um abraço e até a próxima!

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

O que está por vir

 


A conhecida publicação “The Economist" coletou pesquisas de mais de 50 especialistas para indicar o que está por vir em 2021 e seguintes. Compartilho hoje e na próxima semana alguns destes pontos, na minha interpretação.

Há cada vez mais pessoas dando fortes sinais de querem e precisam voltar a viver em comunidades, se divertir, trabalhar e agir em grupos. O trabalho, porém, em muitas funções, seguirá remoto e por vários motivos, dentre eles, pelas horas de trânsito, preparação de ambientes, viagens e hospedagens em função do trabalho. Estas são algumas ações que ficarão e  mudam de forma muito significativa as práticas que se viviam antes da pandemia. Mudanças nos ambientes e estruturas das casas, das empresas, assim como ambientes virtuais e soluções para gestão de informações seguirão recebendo investimentos e demandas.

       Com o passar dos anos veremos mudanças na arquitetura das casas, sendo mais tecnológicas e considerando o espaço para o trabalho. As estruturas das empresas também terão mudanças para considerar o apoio às posições de trabalho em casa. Esta tendência que é forte e já pode ser percebida de diferentes formas, tende a mudar a preferência do local de moradia, que muitas vezes era definida pela proximidade física do trabalho, já que este aspecto deixa de ser importante para um número cada vez maior de pessoas.

A produtividade vai depender mais dos indicadores de resultados, com índices controlados por plataformas especializadas em produtividade, do que do acompanhamento dos líderes. A contratação de pessoal será repensada, desde os acordos sobre dias e horários de trabalho, até onde mora o/a profissional. Tende haver cada vez menos diferença entre contratar pessoal local, nacional, ou estrangeiro, pois cada vez mais gente terá alcance global. A concorrência pelos bons profissionais tende a acirrar e a ultrapassar mais rápido as fronteiras.

Todas as atividades repetitivas tendem a ser automatizadas, bem como os negócios repetitivos tendem a se tornar virtuais e por assinatura, abrangendo um número cada vez maior de ramos que vão desde a espiritualidade, terapias, entretenimento, alimentação, bebidas, transporte, serviços dos mais diversos e o que os empreendedores e clientes puderem imaginar.

       As atrações turísticas naturais tendem a ser mais apreciadas do que nunca e o turismo para entretenimento se fortalecerá a partir do segundo semestre de 2021, cada vez mais incrementado de tecnologia desde a promoção, aquisição, operação, experiências. Locais antes considerados remotos, experiências autênticas, porém, com mais assistência e acompanhamento, tendem a atrair mais turistas, lembrando que a interação será a base do entretenimento do futuro. 

     Os dados pessoais tenderão a receber cada vez mais atenção e as plataformas tendem a mudar. Antes as pessoas não se importavam em trocar seus dados e seu tempo por alguns serviços, mas de agora em diante, as pessoas tendem a preferir pagar, do que doar seu tempo e dados. As grandes marcas precisarão se valer da sua credibilidade, pois tudo pode ser copiado ou replicado, exceto o prestígio.

Na área da saúde passaremos a ver cada vez mais consultas e outros serviços adaptados ao digital e remoto. Os “testes rápidos” de Covid seguirão por um bom tempo até que as pessoas se sintam seguras e abre mercado para outros testes rápidos de outras doenças. É provável que as pessoas fiquem menos doentes com vírus, bactérias e outras doenças que podem ser evitadas com o aumento dos hábitos de maior higiene das mãos, do próprio corpo, dos alimentos, das roupas e calçados, das casas, escolas, ambientes de atendimento e de trabalho.

       As pessoas tendem a agir mais em função da economia pessoal, aprender mais, ensinar os filhos e gerar novas formas de transações comerciais. A mudança de hábitos de consumo que já é notória tende a manter a troca de roupas e calçados mais “sociais/elegante” por itens mais casuais. Menos gastos com atividades sociais como bailes, festas, shows, viagens, permitirão mais gastos com eletrônicos, jardins, decoração, móveis, entretenimento, ensino.

     A pesquisa segue prospectando outros setores e o assunto deve chamar a atenção de muita gente e por isto, na semana que vem seguimos com este assunto.

       Um abraço e até lá!

terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

Transformações

 


Uma das expressões mais utilizadas nos últimos tempos e em diversos meios, nos campos pessoal, profissional e empresarial é transformação. A sensação que fica é que têm-se mais capacidade para falar, desejar, imaginar as transformações, do que capacidade e energia para realizá-las.

Pessoas e organizações com maior capacidade para transformar vem atraindo mentes brilhantes, recursos abundantes e valorizando profissionais, negócios e os locais onde geram impacto. Claro que mais cedo ou mais tarde serão copiados, e devem saber disso. Ao implantar práticas inovadoras, transformadoras na sua vida pessoal, profissional e organizacional é preciso saber que em algum tempo virão cópias e até melhorias apresentadas pelos concorrentes, e portanto é preciso aumentar a atenção e estabelecer a inovação como vantagem competitiva, ou seja, quando for copiado, já deve ter outra inovação para lançar.

Praticamente todos os acontecimentos de impacto nacional e mundial inesperados de que tem-se registros foram seguidos de períodos muito importantes de poderosas transformações. As grandes transformações ocorridas nos períodos pós-guerra são exemplos seguidamente lembrados ao analisar consumo, tecnologia, segurança, dentre outros. Em nosso país, a longa crise econômica surgida em 2015 acelerou negócios disruptivos e fez surgir startups de negócios bilionários que chamam a atenção do mundo da inovação e tecnologia como Nubank, Ebanx, Loggi, Gympass, 99, Garupa e muitos outros. Após uma crise financeira mundial nunca antes vista, como a de 2008, o mundo viu acelerar e surgir negócios incrivelmente disruptivos, que inspiram e impactam muitos negócios e pessoas no planeta como Uber, Arbnb, Waze, Tesla, Spotify, Netflix, Youtube, dentre outras que estão mudando os negócios como conhecíamos até então.

Havia quem pensasse que era para poucos, ou apenas para países desenvolvidos, ou só para capitais, e hoje temos negócios inovadores e disruptivos nos mais diversos locais do mundo, incluindo os rincões do Brasil. Claro que tem sido necessário desfazer modelos mentais que sempre querem mostrar que isto ou aquilo nunca funcionará por aqui, que não dará certo por uma lista de dificuldades algumas vezes imaginárias. Com a criatividade dos brasileiros, aliada a capacidade de superar dificuldades poderíamos ter muito mais, não fossem as ideias enferrujadas e muitas vezes fixas em velhas verdades que não tem mais consistência atualmente e no futuro próximo.

                Com tudo o que viveu-se em 2020 e 2021 pode-se esperar um nível muito elevado de transformações nos hábitos das pessoas quanto as suas vidas, casas, trabalho, renda, lazer, consumo, investimentos, relacionamentos. Com a economia reaquecendo, mais lenta do que gostaríamos, porém consistente, as transformações dos hábitos das pessoas e por consequência dos negócios, da concorrência, vai ganhar cada vez mais força.

                Pense nos consumidores que gostaram da conveniência de comprar, fazer pedidos, pagar e receber em 2 ou 3 toques sem precisar trocar de roupa, sair de casa, procurar estacionamento, se proteger do sol, ou da chuva, esperar em fila e as vezes até enfrentar mau atendimento e não encontrar o que procura. Pense também nos trabalhadores que montaram um espaço de trabalho confortável e eficiente em casa e estão gostando de produzir sem precisar ficar o dia todo fora de casa, pegar trânsito, gastar combustível, etc. e nas empresas que se deram conta de que isso pode ser mais produtivo e econômico. Possivelmente as compras de bens duráveis, de consumo, ou serviços, bem como trabalhar sem sair de casa será feito por bem mais pessoas e bem mais frequentemente, do que antes da pandemia, mesmo depois de completada a imunização das populações.

                A reflexão que sugiro hoje é para o fato de que muitos sinais mostram o que será acelerado no pós-pandemia, o que deveria fazer quem ainda não está focado na transformação dos negócios e até da carreira, deve se preparar para isso. As transformações precisam ser feitas, e quem já começou está na melhor condição, pois quem procrastina, muitas vezes precisa fazer tudo de forma urgente e os resultados tendem a não ser tão bons. O melhor momento para acelerar a transformação é agora. Vamos em frente!

Um abraço e até a próxima!

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...