quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Gigantes que caem

                Jim Collins, professor e pesquisador escreveu há anos atrás um livro muito conhecido chamado “Empresas feitas para durar”, que assim como muitos colegas, utilizo em aulas e trabalhos. Nesta obra o pesquisador apresenta características em comum as empresas com mais de 100 anos de atividades e sendo consideradas de escala mundial. A experiência destas organizações deixam lições muito importantes neste livro, que sigo recomendando. Todavia, em que pese a qualidade da pesquisa e as verdades dos fatos apresentados, nos últimos anos Collins se viu obrigado a lançar uma obra que entendo como complementar a primeira, que é “Porque os gigantes caem”. Ocorre que muitas empresas centenárias, gigantes, que haviam sido alvo do livro anterior, entraram em decadência e sucumbiram. Era preciso uma nova e profunda pesquisa para responder porque organizações e pessoas muito experientes, grandes, tradicionais, consolidadas também podem entrar em grandes dificuldades e fechar as portas, ou sair do mercado, tornando-se irrelevantes.
                As pesquisas apontaram que são 5 as fases que levam gigantes a cairem, sendo elas:
1-                  Excesso de confiança originado pelo sucesso – é quando o sucesso leva a arrogância, pois  situação parece tão boa que deixa-se de dar atenção a dicas, comentários, pessoas que foram importantes no passado recente. É aquela fase em que um cliente, um colaborador reclama e ninguém dá importância, ou ainda, quando cada vez mais gente acha que é hora de mudar, mas os gestores, a organização, ficam tão arrogantes, que passam a agir como se eles soubessem e pudessem tudo e os demais não soubessem mais nada.  
2-                  Busca indisciplinada pelo crescimento – ocorre quando as pessoas se empolgam com o crescimento e focam toda a energia no que os leva mais rapidamente ao topo, ignorando outros pontos que poderão ser importantes quando o crescimento não for tão vertiginoso. Nesta fase deixam-se pontos chaves em aberto, que neste momento parecem não ter muita importância, mas no futuro poderiam ser a salvação.  
3-                  Negação do risco – é a fase em que familiares, amigos, assessores dão alguns sinais procurando avisar, orientar, mas não são entendidos e quando o são, correm o risco de ser mal intepretados, ou ignorados. Falta de inovação, ou falta de controles, com decisões tomadas de forma precipitada e sem maiores análises são erros bem comuns nesta fase. Considerando que tudo está dando certo, é mais difícil imaginar que algo pode dar errado e quando a arrogância atrapalha, é mais difícil ver os sinais mais evidentes.
4-                  Corrida pela salvação – em geral, quando o sucesso leva a arrogância, o fracasso chega, mas com a negação do risco, os grandes se dão conta muito tarde, da realidade da situação e então iniciam aquela busca desesperada por alternativas. É neste momento que quem ainda não tinha a certeza do problema passa a entender e tudo fica mais difícil. Chega a falta de confiança externa, o crédito não vem, os volumes de receita reduzem, os relacionamentos não são tão fiéis quanto se pensou e a pouca energia restante tende a ser gasta em muitas ações diferentes sem resultados positivos.
5-                  Irrelevância ou morte – é constatação da decadência, quando restam apenas as memórias dos bons tempos, sendo para as organizações o período de grandes passivos sem que o patrimônio cubra e para as pessoas a fase em que as glórias do passado não servem para sustentar o nível de consumo e qualidade e vida desejados.
                Se você não estiver em nenhuma destas fases, mas está tendo sucesso, cuidado com a negação do risco e também muita atenção para não tornar-se ou não ser visto como arrogante, o que é relativamente comum. Se você ainda está em busca do sucesso, procure ter uma caminhada mais tranquila, que permita aprender com as dificuldades e ter humildade para que atos arrogantes, inconsequentes nunca atrapalhem suas ações e relacionamentos.
                Sugiro para a reflexão questões como: Que fase da vida pessoal e profissional você está? Quais mudanças você fez nos últimos 2 anos? Como está gerindo esta fase e planejando as próximas fases da sua vida pessoal e profissional?
               

                Um abraço e até a próxima.

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Atraindo coisas boas

                Acredito que muitos os amigos leitores já leram ou ouviram algo a respeito da chamada Lei da Atração, principalmente pela ampla divulgação do livro “O segredo”, de Rhonda Byrne. Independente de gostar ou não do livro, do que ele propõe, ou de crer ou não nos efeitos da Lei da Atração, convido os amigos leitores para refletirem no que estão atraindo para si a cada momento.
                É certo que tanto pessoal, quanto profissionalmente há períodos de alta e de baixa, mesmo na vida de quem os outros só vêem felicidade e prosperidade. É inegável que vivemos uma grave crise econômica e política que domina os noticiários de rádio, TV, jornais, revistas, assim como os comentários ao nosso redor. Todavia, temos que seguir em frente, pois é aqui que queremos viver com nossas famílias, nossos negócios e nossos sonhos.
                Na semana passada acompanhei a inauguração da 6ª nova e grande loja de pneus, assessórios e serviços de uma empresa familiar e chamava a atenção de todos o entusiasmo dos membros da família com o negócio, que possui 25 anos de atividade. Ouvi quando um convidado perguntou à gerente e filha do casal proprietário da empresa “A crise ainda não chegou por aqui?”, ao que ela respondeu “A crise chegou aqui, claro, e por este motivo que estamos trabalhando bem mais do que antes!”. Entrei na conversa cumprimentando pela resposta e a postura da família que investiu em prédios, equipamentos, empregou mais gente, justamente em momentos em que a maioria se retrai. Segundo a família, em outros momentos de baixa da economia, eles também aproveitaram para estruturar novas lojas e ampliar a rede de distribuição, pois nos momentos de mercado aquecido estão muito ocupados em atender o volume de clientes e não conseguem dar a atenção devida a abertura de novas filiais e novos serviços. Além disso, ressaltaram que em momentos de recessão é mais fácil negociar, conseguir fornecedores de equipamentos e serviços, do que quando se está em pleno emprego e pleno uso da capacidade dos prestadores de serviços e fornecedores de equipamentos.
                Estas e outras histórias que tenho certeza de que os amigos também ouvem, fazem pensar sobre o que cada um de nós está atraindo para nossas vidas e nossos negócios. Muitos estudiosos de física quântica tem afirmado que o pensamento é responsável pela criação do que está ao nosso redor. O que estamos pensando agora cria nossa vida futura, através de nossos pensamentos. Aquilo em que mais pensamos, falamos, nos concentramos, irá se manifestar meses ou anos a frente como a nossa vida. Nós criamos a nossa vida, colhendo o que semeamos. O que atraímos com nossos pensamentos, comentários, conversas, concentração, leituras, companhias, ações é o tipo de semente que plantamos, mesmo que por vezes só nos damos conta no momento da colheita.
                A chamada Lei da Atração, é uma lei natural que reflete e traz de volta aquilo em que estamos concentrando nossos pensamentos. Estar consciente disso possibilita que eu e você tenhamos como mudar a cada circunstância e acontecimento de nossas vidas, mudando a maneira de pensarmos. A nossa vida está em nossas mãos para darmos a ela o rumo que quisermos. Com crise ou com prosperidade, cada um de nós decide o que vai fazer com a vida, com a profissão, com os relacionamentos e com os negócios. Ficar lamentando o que ocorreu, o que está ocorrendo, o que não tínhamos e não temos mais, só vai nos trazer mais fontes de lamentações. Se quisermos resultados diferentes no futuro, temos que plantar hoje sementes diferentes, começando pelos nossos pensamentos, palavras e ações.

                Desejando ótimos pensamentos a todos, um abraço e até a próxima.

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Convivendo bem com a pressão

Cometer erros e sofrer pressão, já sabem os experientes e de bom senso, que é inevitável. Um dos segredos para seguir em frente superando os erros e suportando a pressão é permanecer calmo. Todavia, conforme um estudo da Harvard University, a maioria das pessoas tenta ficar calma da maneira errada.
Quando se percebe que um grande erro foi cometido, como um erro de digitação que derrubou todo um projeto ou relatório, o esquecimento de uma importante reunião que não foi anotada na agenda, um erro de cálculo, um equívoco no orçamento e tantas dificuldades que surgem quando não poderiam, de maneiras diferentes, cada um do seu jeito experimenta medo, pânico e incerteza sobre o que fazer. Quem abraça o desafio de uma crise fica animado com a dificuldade e consegue melhores resultados do que quem coloca todo o esforço para permanecer calmo. Segundo o coordenador do estudo de Harvard, professor Allison Wood Brook, as pessoas têm grande desejo de ficarem calmas, entendendo que é a melhor maneira de controlar a ansiedade, mas isso não é somente difícil, como também por vezes pode ser inefetivo. O estudo mostra que a maioria de nós quando se sente ansioso e tenta se acalmar, pensa no que poderia dar errado e apenas alguns se animam na busca de soluções, pensando nas coisas que podem dar certo.
Para Brook, não se descompor diante dos erros e da pressão, permanecer focado e efetivo é algo para prepararmos a nossa mente, onde o medo, a ansiedade e a animação ocorrem. Quem pode dominar uma crise, é capaz de canalizar suas emoções para o comportamento que deseja, transformando ansiedade em energia para a busca de soluções.
Claro que cometer um erro é constrangedor, seja pela sua frustração, perda de tempo, ou pela repercussão diante dos colegas, dos seus líderes e subordinados. Você passa a pensar no que os próximos relatórios sobre a sua avaliação vão apontar sobre esta situação e o que mais pode ocorrer. Há gente vai mais fundo pensando se o erro vai ocasionar a sua rescisão, perda da casa, carro ou qualquer outra catástrofe que piore a ansiedade e afasta do foco real. É importante se perguntar qual o pior resultado real que pode gerar este erro e no que ele vai importar daqui cinco anos. Pergunte-se também se este foi o pior fato que te ocorreu até hoje e ainda, sobre colegas e outras pessoas que cometeram erros graves e hoje estão bem. Erros lendários geralmente têm pouco efeito no longo prazo e em bons empregados, pois um erro não define uma pessoa, nem um profissional. Também é preciso lembrar que as pessoas não são muito focadas e que o seu problema dificilmente será o centro de todos os acontecimentos. Os líderes, os subordinados e os colegas terão pouco tempo para pensar no problema causado e se você se focar na solução, a recuperação será mais rápida do que você pensa neste momento.
Depois de prevenir-se do medo e do pânico é preciso se concentrar no que realmente ocorreu, quais as possíveis repercussões, qual o tempo para evitar, quais situações causam os maiores problemas, quem precisa ser envolvido, como reduzir os danos, anotando detalhadamente estas situações, para agir em cada uma delas com a atenção merecida. É preciso saber que quem fica animado pelos desafios de voltar das cinzas melhora a performance incrivelmente.
Outro estudo, da TalentSmart que entrevistou mais de um milhão de pessoas, mostra que 90% dos melhores funcionários são pessoas que conseguem controlar suas emoções em situações de estresse, permanecendo calmos e no controle da situação. Está comprovado que a habilidade de gerenciar as emoções e mesmo diante de muita pressão permanecer calmo para tomar as melhores decisões e agir corretamente, impacta diretamente na performance dos profissionais.
Um abraço e até a próxima!

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

A natureza de cada um

            Há semanas venho pensando numa parábola que ouvi há pouco mais de 10 anos quando buscava na família e nos amigos, conselhos sobre como superar momentos que para mim, eram de muitas dificuldades. Um deles me propôs uma leitura que lembro vez por outra e em especial, a poucos dias aconselhando uma pessoa próxima que sofreu um ataque de gente que perdeu a noção no uso do poder que busca e recebe. É a parábola de um mestre do oriente que enquanto andava com seus discípulos viu uma cobra que estava prestes a morrer queimada, decidindo instintivamente tirá-la do fogo para salvá-la e aliviar o sofrimento daquele ser, mas quando o fez, a cobra o picou. Pela reação de dor, o mestre acabou soltando o animal que foi novamente ao fogo. Mesmo com muita dor o mestre tentou evitar novamente que ela se queimasse e antes que pudesse pegá-la, a cobra o picou pela segunda vez. Logo alguns discípulos vieram auxiliar o mestre, que antes de deixá-los amenizar a dor das suas feridas pegou um galho comprido e tirou a cobra para longe do fogo. Um dos observadores perguntou ao mestre se a atitude não seria teimosia, afirmando que todas as vezes que tentasse tirar a cobra do fogo ela iria picá-lo. O mestre então teria reunido a todos para explicar que “às vezes é preciso ter mais cuidado e ser precavido, mas nunca mude a sua natureza se alguém te faz algum mal. Assim como é da natureza da cobra picar, isto não pode mudar a minha, que é ajudar.”
                A falta de honestidade, de lealdade, a traição, a violência, a injustiça e muitas vezes a ingratidão, ao nosso redor nos causa muita indignação, dor e incompreensão sobre as atitudes dos outros. Todavia, embora seja muito difícil, é preciso compreender que as atitudes que se revelam corriqueiras são da natureza de algumas pessoas e a sua reação a estas atitudes não deveriam ser na mesma lógica delas, se não for coerente com a sua natureza. Se você é do bem, da paz, tem e deseja continuar tendo uma vida digna da qual pode se orgulhar e honrar a sua família e amigos, mudar sua essência para reagir a alguém ou algo que te prejudicou, pode mudar também o rumo das boas coisas que você construiu e está consolidando.
                A quem sente a necessidade de reagir contra alguém que fez algo negativo, aconselho a vencer os obstáculos mais difíceis, surpreender fazendo muito melhor do que se esperava de você. Fazendo o sucesso mais esplendoroso que se consegue, é possível atingir e até desnortear alguém que eventualmente tentava te prejudicar. O sucesso é um conjunto de pequenos esforços repetidos, com pequenas conquistas que vão se somando e sendo cada vez mais reconhecidos.
                Quando me vejo diante destas situações, procuro me lembrar de uma frase deixada por Charles Chaplin, ator, diretor e escritor britânico, que também recomendo aos amigos e leitores: lute com determinação, abrace a vida com paixão, perca com classe e vença com ousadia!
                Um abraço e até a próxima.

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Buscando resultados

            Sempre que oriento profissionais, sendo das minhas equipes ou não, procuro sugerir que ao entrar na organização procurem ter muito claro a resposta para duas perguntas que devem focar seu trabalho: “Como se ganha dinheiro neste negócio?” E “Como se perde dinheiro neste negócio?”. As respostas encontradas darão muitos dos caminhos que devem ser percorridos em busca dos resultados que esta organização precisa do seu trabalho. Dentre as funções para as quais foi contratado, é fundamental saber como você pode contribuir com o aumento do faturamento e com a redução dos custos.
                O foco no esforço precisa ser substituído pelo foco nos resultados, pois de pouco adianta chegar cansado ao final do dia, estressado ao fim da semana, se os resultados para a organização foram pífios. É tão pouco produtivo ter profissionais que se cansam muito, gerando poucos resultados, quanto é pouco estratégico ter profissionais que custam pouco, gerando poucos resultados. Os custos de pessoal, assim como outros, não têm que ser altos, nem baixos, eles tem que valer a pena.
                Assim, precisamos nos avaliar e desejar sermos avaliados numa organização pela capacidade de gerar resultados com o trabalho que desenvolvemos. Para colocar mais foco nos resultados, seguem algumas observações importantes aos profissionais que nos acompanham:
- Adaptação – os estudos de evolução de Darwin se adaptam bem à vida profissional mostrando que sobrevive e se desenvolve mais, não o mais forte, nem o mais rápido e sim aquele que melhor se adapta ao ambiente conforme as mudanças que forem ocorrendo. Um mundo em constante mutação exige adaptação rápida as novas situações, o que pode ser um diferencial fundamental para focar em resultados, ao invés de gastar energias para destacar, por exemplo, o que era melhor antes das mudanças;
- Resiliência – precisa-se desenvolver a capacidade de superar com serenidade as dificuldades que aparecem, absorvendo impactos e seguindo em frente com firmeza e objetividade. Quando sofrem pressões quanto ao tempo, resultados, mudanças rápidas e cobranças, os profissionais precisam digerir mais facilmente os insucessos passageiros e continuar focando seus objetivos com todo o entusiasmo;
- Foco em resultados – quando alguém lhe pede para trabalhar duro não está pedindo para sofrer sem causa e sim para compreender as metas e a necessidade de cumpri-las no menor prazo possível, gerando resultados melhores;
- Qualidade no trabalho em grupo e individual – a capacidade de trabalhar em grupo é cada vez mais valorizada, pois é sabido que grupos de pessoas com diferentes visões e experiências geram mais condições de chegar a um resultado melhor. Também existem momentos em que é preciso decidir e agir sozinho para uma decisão rápida ou o fechamento de um bom negócio e é preciso desenvolver a autoconfiança para tomar a melhor decisão;
- Boa escuta e percepção – um bom ouvinte consegue mais e melhores informações, aumentando as chances de obter bons resultados. Saber a hora de perguntar para que o outro lado exponha mais e melhor seus pontos de vista, facilita a elaboração de estratégias para melhores negócios;
- Bom relacionamento interpessoal - para alcançar os objetivos, as metas, é preciso contar com o melhor das pessoas, que são fundamentais para o sucesso de qualquer negócio. Escolher os indivíduos certos para desempenhar cada função é responsabilidade do líder, que deve contar com a percepção apurada para lidar com várias equipes ao mesmo tempo e todos os dias;
- Visão de futuro – um bom profissional não fica apenas preocupado com as metas do momento, mas também como fará para atingir as metas do ano que vem e daqui a 2, 3, 4 anos. A reflexão sobre o que é preciso fazer hoje para aumentar o sucesso nos próximos anos deve ser uma inquietação constante na mente dos bons profissionais.
                É sabido que para a grande maioria, o topo da carreira é difícil de ser atingido, mas aqueles que procuram integrar as práticas descritas, têm m
ais chances de alcançarem o lugar que desejam e de permanecerem lá por muito tempo.
                Um abraço e até a próxima.
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