terça-feira, 30 de junho de 2020

Quais as suas prioridades?


     Neste mundo VUCA, abordado no texto da semana passada, cada vez mais volátil, mais incerto, mais complexo e mais ambíguo, que toma energia e ocupa os pensamentos, um dos desafios é como estabelecer as prioridades pessoais e profissionais?
   O que era seguro, parece agora evaporar ou escorrer por entre os dedos. Muitas certezas não existem mais, ou são contestadas diante de fatos e números que mudaram rapidamente. O que era simples, não exigia muita avaliação ou escolha, agora exige reaprendizado ou até um esforço para desaprender e aprender diferente. E para completar a VUCA, parece que quase tudo tem mais de um sentido, gerando muitas dúvidas e permitindo diferentes interpretações.
    É cada vez mais difícil saber o que é certo e seguro, porém não é isso que impede as pessoas de prosperar e fazer sucesso, o que também mudou, fragmentou, deixando em parte de ser herança, patrimônio, para ser cada vez mais distribuído entre aqueles que consegue transformar conhecimento em renda, de uma forma como nunca se registrou na história da humanidade. O que leva as pessoas para uma vida melhor, ou impede o seu desenvolvimento continua sendo as atitudes das pessoas. Falar ou pensar “não tenho sorte”, “não tenho tempo”, “não tenho dinheiro”, “não tenho experiência”, “sou velho demais”, “sou muito novo para isso”, “amanhã eu faço”, dentre outras expressões nefastas para o desenvolvimento pessoal, continuam sendo desculpas para não fazer o que deveria para uma vida melhor para si e para os seus.
   A renda limitada tem relação muitas vezes com o fato de ter uma única fonte de renda. A boa notícia é que estamos num momento de muitas oportunidades para novos negócios com pequenas estruturas que resolvem problemas específicos. Sobre a limitação da renda, ainda é preciso lembrar as pessoas que se perde dinheiro comprando coisas que não precisa, participando de jogos de azar, integrando ciclos sociais falidos, comprando tudo parcelado, entre outras atitudes que fazem até quem está em boas faixas de renda se desorganizar financeiramente. Outra atitude que destaco como altamente prejudicial à vida das pessoas é esperar que o governo mude sua a vida. Muitos governos ao longo das décadas têm caracterizado por atrapalhar bem mais do que auxiliar a vida das pessoas. Sem entrar em polêmicas, foco no fato de cobrar impostos maiores que a metade de tudo o que se produz, e não ter contrapartida em prestação de serviços ou infraestrutura adequada e ainda, sequer conseguir pagar os salários dos servidores. Tirar dinheiro da população e ainda não dar o mínimo de suporte, já é para mim uma amostra suficiente de que o governo não muda para melhor a vida de ninguém, a não ser de alguns ocupantes de alguns cargos. Esperar que o governo melhore a sua vida é uma atitude que atrapalha por paralisar muita gente.
     Quem será bem sucedido dá sinais, até mesmo desde cedo, embora não há idade para mudar de atitude. Me refiro aos seguintes sinais:
a) tem grandes objetivos e sabe que pensar pequeno e pensar grande dá o mesmo serviço e gasta o mesmo tempo;
b) começa pequeno, mas pensa grande e longe;
c) é decidido/a e é persistente;
d) fala sobre ideias e não sobre pessoas;
e) não tem medo de errar e está sempre preparado/a;  
f) é pontual, é esforçado/a e tem energia;
g) é apaixonado/a pelo que faz e trabalha duro;
h) tem ética profissional e atitudes positivas;
i) está sempre preparado/a;
j) tem linguagem corporal confiante.
   Independente da volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade deste mundo, são as atitudes de cada um de nós que propiciam os resultados que colhemos ao longo da vida. Se não foi bom, ou não está bom no momento, temos de agora para frente, para mudar as atitudes diante da vida dos desafios, para colher frutos melhores.
     Um abraço e até a próxima!

segunda-feira, 22 de junho de 2020

O mundo VUCA


     Um dos termos mais falados no meio dos negócios atualmente é VUCA. Tem até alguma similaridade com “muvuca” que pelo dicionário significa “aglomeração ruidosa de pessoas, em áreas públicas, bares etc., agito”. Todavia, VUCA é a sigla, ou acrônimo das palavras em inglês Volatility, Uncertainty, Complexity e Ambiguity, que em português significam: volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade, respectivamente. O conceito foi empregado pelo U.S Army War College na década de 90 para explicar o mundo no cenário pós-Guerra Fria.
    A Guerra fria que durou de 1947 até 1991, com a dissolução da União Soviética, dividiu o mundo em 2 blocos, Ocidente e Oriente. Até então o mundo parecia muito simples, mas a partir de então, tudo mudou muito rápido, complexificando as relações exteriores, a política, a economia, a tecnologia, saúde, educação, alimentação, segurança, e muito mais. Para explicar e atuar neste cenário com muita volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade, os estudiosos estabeleceram o conceito de mundo VUCA.


     Este cenário altamente complexo que vivemos a partir dos anos 90 e vamos continuar vivendo cada vez mais intensamente, traz desafios nunca antes imaginados e que necessitam de superação. A complexificação que está por todos os lados, podendo começar pela comida e bebida, lembrando de quantos tipos de hambúrgueres, cervejas, cafés, você tem acesso hoje e nem conhecia há anos atrás, passando pelos veículos, tecnologias de comunicação, plataformas de serviços, tratamentos de saúde e assim por diante. VUCA é o cenário cada vez mais complexo provocado pelo avanço da tecnologia e das exigências dos consumidores e compradores organizacionais.
     Esta alta complexidade enfrentada por todos, especialmente por aqueles que precisam dirigir negócios e outras organizações na era digital oportuniza o surgimento de tecnologias disruptivas e novos modelos de negócios. Este mundo é um “prato cheio” para quem gosta de movimento intenso e  inovação, mas é uma tortura para quem tem dificuldade de mudar.
     Compreender cada um dos termos (volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade) e saber interpretar como eles se aplicam no contexto da sua organização, dos parceiros, dos clientes e dos concorrentes é muito importante para definir planos e agir para minimizar os efeitos do mundo VUCA. Somente assim será possível que as organizações mais tradicionais prosperem mesmo diante de situações aparentemente desfavoráveis para o seu crescimento.
     Volatilidade é a característica que faz parecer que algumas coisas que pareciam certas, escorrem por “entre os dedos” e outras “evaporem”. O volume e a velocidade das mudanças são mais difíceis de acompanhar. Para minimizar estes efeitos, é preciso investir tempo e dinheiro numa melhor visão do que está por vir e se preparar para os possíveis cenários.
     Incerteza é o aumento da dificuldade de prever resultados futuros, mesmo quando as análises são baseadas em dados presentes. A imprevisibilidade é o elemento mais importante na viabilização da aplicação e funcionamento de novas soluções. Para minimizar a incerteza, é preciso investir na melhora do entendimento dos negócios e dos comportamentos futuros dos públicos.
     Complexidade por tantos fatores, mas aqui principalmente por aqueles que dificultam a capacidade de agir. Conectividade, interdependência, a natureza interconectada e interdependente aumenta a dificuldade para desenhar cenários de decisões em ambientes complexos. Para amenizar a complexidade é preciso cada vez mais clareza, transparência e identificação de tudo o que faz a diferença no seu negócio.
     Ambiguidade é a falta de clareza e concretitude do mundo atual, aumentando a dificuldade para encontrar as relações de causa e efeito na análise dos fatos, dados e acontecimentos determinantes. Em outras palavras, cada fato tem pelo menos 2 verdades, reduzindo a capacidade de encontrar soluções, dada a percepção de que tudo tem 2 lados e enquanto minimizam um risco, aumenta o outro. Para superar a ambiguidade, é preciso mais agilidade na tomada de decisões.
   Que possamos superar o mundo VUCA, com visão, entendimento, clareza e agilidade.
       Um abraço e até a próxima!


terça-feira, 16 de junho de 2020

Para onde vai o dinheiro


           Nas últimas semanas temos ocupado este espaço com informações e principalmente ideias para vender e movimentar os negócios. Quem perdeu algum destes textos, ou quer reler, compartilhar, pode acessar www.gestaonegociosecia.blogspot.com e ver todos textos, separados por assuntos e datas. Relembro que para receber toda a semana um texto novo, basta informar o seu email.
O dinheiro troca de mãos mais rápido nas crises! Relembro a frase do início do texto da semana passada para ajudar na reflexão sobre a geração de emprego e renda, sempre importante, mas mais do que nunca neste momento. Ao mesmo tempo em que muita gente perdeu renda e emprego, é muito importante saber que outros estão ganhando dinheiro, claro que muitas vezes em atividades diferentes. Trazer esta discussão é uma contribuição para mostrar oportunidades que podem ser aproveitadas por aqueles que querem e precisam estimular a renda da família ou de seus negócios.
O SEBRAE vem realizando semanalmente pesquisas com empresários de micro e pequenos negócios e no último relatório é possível constatar situações e percepções bem diferentes, como o fato de que 19% dos pequenos negócios declararem que o faturamento aumentou durante abril e maio de 2020, sendo que 9% afirma que o movimento se manteve estável. Os demais (72%) registraram queda de faturamento, sendo a maior parte destes, do comércio e serviços. Os dados servem para constatar que tanto grandes, quando micro e pequenas empresas conseguem aproveitar as crises para vender mais, se “reinventar” e captar parte do dinheiro que troca de mãos. 
Comentar e repercutir fatos ruins, tragédias, mortes, acidentes de grandes proporções notadamente dá muito mais repercussão do que os fatos positivos não é mesmo? Neste período de farta notícia ruim, encontramos gente que se incomoda quando falamos de fatos ou números ou fatos positivos. É intrigante, não é? Bem... vamos em frente, pois apesar de uma grande massa preferir focar sempre no que é ruim, tem grupos criando soluções, aproveitando as oportunidades e ganhando o dinheiro que vai deixando de entrar em alguns negócios, para ser gasto ou investido em outros. Em toda a parte há quem fica no sofá se apavorando com as tragédias, se encolhendo cada vez mais, enquanto outros aproveitam o momento para captar o dinheiro, que não está circulando em outros meios e com a tecnologia, fazem isso inclusive, sentado no sofá, porém, projetando, fazendo algo produtivo, sem o foco na política e nas más notícias.
Os jogos digitais estão em alta, na faixa de 25 a 60% de aumento de procura, mas também é verdade que as buscas por mesas de sinuca aumentaram em 300%, de jogos de tabuleiro 101% e quebra-cabeças 98%, conforme o Google Trends Brasil. Dentre outros muitos dados que podem ser encontrados nesta fonte, pode-se destacar que muitas pessoas passaram a se interessar mais por atividades físicas, com aumento de 100% nas buscas por acessórios. Este hábito está fazendo surgir o negócio de aluguel de equipamentos como esteiras, alteres e outros equipamentos e acessórios para exercícios físicos em casa.
Determinadas linhas de materiais de construção, acessórios para a casa e jardins também mantiveram ou aumentaram o movimento neste período, como efeito de mais atenção para a casa. A casa ou apartamento passou a acumular trabalho, estudo, laser, convivência, o que gera muitas oportunidades de negócios, pois certamente, muitas empresas, independente do tamanho, têm bens duráveis, de consumo ou serviços para vender, oferecendo conforto, entretenimento, organização, trabalho, estudo, lazer, limpeza, higiene, jardim, de casas, prédios e apartamentos.  É o seu caso? Então veja como melhor expor, apresentar, divulgar, estes produtos, gerando interesse e despertando o desejo das pessoas. Muita gente está buscando “o que fazer” de diferentes formas, tempo e níveis. Se você precisa vender, isso ficará mais fácil apresentando ideias, sugestões, propostas, que podem ser tanto para o que já apresentamos neste texto, ou nos anteriores, quanto naquilo que pode ser relacionado a formas de renda extra em casa, ou na linha do “faça você mesmo”, envolvendo artesanato e também pequenos consertos, praticidade e outros. 
               Um abraço, e até a próxima!

sexta-feira, 5 de junho de 2020

O que está vendendo agora?


                Durante as crises, o dinheiro troca de mãos mais rápido! Isso mesmo, não evapora, não é queimado, nem rasgado ou descartado, evidentemente, mas sai dos bolsos de alguns e vai para as contas de outros. É uma constatação de todas as crises e nesta especialmente prolongada, e em pleno uso de vasto volume de tecnologia da informação, é possível ver mais claramente para onde vai o dinheiro.
             A população mudou seus hábitos diários e isso impactou o consumo, sendo que algumas fontes permitem identificar e quantificar estas mudanças. Para uma grande quantidade de consumidores e famílias que tiveram a renda preservada, mas não podem viajar, ou passear pela cidade, nem ir a parques, cinemas, shoppings, shows, bailes, feiras, a realidade é de busca por atividades que substituam suas rotinas anteriores. Como vender para eles? É preciso dar ideias que ocupem o tempo e envolvam a família, preferencialmente. A seguir, traço algumas observações e informações oriundas de estudos como o relatório do BTG Pactual e outras, baseadas em fontes como Decode, SEMrush, Google Trends, dentre outras.
Algumas corporações mundiais estão vendendo produtos e serviços como nunca sequer imaginavam.  Por exemplo, o leitor de ebooks Kindle aumentou as vendas em 80% no Brasil, nestes primeiros meses de 2020. Estima-se que entre fevereiro e março 40% da população brasileira acessou o Youtube, com tempo médio de permanência calculado em 35min. Os aplicativos de música Deezer e Spotify foram baixados em 6 milhões de dispositivos. A Netflix aumentou em 29% o volume de downloads, e 65% o volume de buscas entre março e abril, enquanto a Globo Play teve um aumento de 68%, frente aos 96% da Prime Video. Os aplicativos para atividade física aumentaram incrivelmente, sendo que os 3 maiores (BTFIT, Nike e Adidas training) registraram aumentos médios de 291% nas buscas entre fevereiro e março.
Pesos (halteres) e elásticos tiveram aumento de procura em 100%, sendo que o interesse por colchonetes de atividade física teve 82% de aumento e aluguel de esteiras, impressionantes 572%, neste período da pandemia. A busca por preços e opção de conjuntos de home theater cresceu 160% e consoles de videogame, 60%. Todavia, os jogos e entretenimentos tradicionais viram revitalizar muito as buscas, tendo aumento de 300% na busca por mesas de sinuca, 101% nos jogos de tabuleiro, 98% quebra-cabeças e 70% as mesas de ping pong. Você tem alguns destes produtos para vender ou alugar? Já colocou na vitrine física? Caprichou nas fotos e detalhes das redes sociais da loja?
Os produtos que se caracterizam pelo cuidado com a pele tiveram aumento de procura em 66% do dia 18 de março, até 30 de abril. Nem preciso dizer aqui que os recordistas em buscas são álcool gel e máscaras de diferentes tipos. Outra informação já esperada é o aumento de vendas das farmácias e drogarias em 12%. Neste setor se destacam os ansiolíticos, com aumento de 50% na procura.
Na cozinha, especialmente, mas para todas as áreas de casa se observa aumentos consideráveis de buscas. Pesquisas por receitas gourmets, especialmente aquelas que podem ser curtidas em família aumentaram significativamente. Ingredientes gourmets estão em alta e devem ser priorizados na exposição física e virtual para quem quer vender mais. A procura por vinhos, por exemplo, aumentou 15%, de acessórios 38% e outras informações sobre vinhos 60%.
A busca por informações sobre alimentos que “aumentam a imunidade” cresceu 130% a partir de 12 de março deste ano.  A busca por lava-louças aumentou 170%, enquanto que mini forno elétrico aumentou 150%, liquidificador +80%, batedeira +40% e fogão +32%. Sua empresa tem alguns destes produtos para vender? Como você e sua empresa estão apresentando estes produtos aos clientes nas redes sociais, nas vitrines físicas, ou na exposição interna?
Muitos outros produtos e serviços passaram a ser mais procurados, mais vendidos, muitas vezes em substituição àqueles que tiveram as atividades impedidas por diferentes razões. Semana que vem continuamos apresentando oportunidades de negócios na pandemia. Vamos em frente com criatividade e fé!         
               Um abraço, desejando dias melhores!

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