domingo, 27 de dezembro de 2020

Os planos para 2021


        “Ninguém poderá construir em teu lugar as pontes que precisarás para atravessar o rio da vida – ninguém, exceto tu, só tu.” A frase é Friedrich Nietche, filósofo alemão do século 19 e a compartilho para quem está refletindo sobre seus planos para 2021.

Inicio sugerindo que os planos de 2021 incluam formas de compartilhar com os outros o que você sabe e experimentou, pois o conhecimento é o único tesouro que quanto mais dividimos, mais se multiplica e mais ficamos ricos.

        "As 10 leis do crescimento por toda a vida.”, livro de Dan Sullivan e Catherine Nomura, da Ed. Best Seller, já tem mais de 10 anos de sua publicação no Brasil, mas suas lições valem para toda a vida e compartilho algumas das principais ideias para o planejamento de 2021:

- Aja para que seu futuro seja sempre maior do que o seu passado;

- Faça com que seu aprendizado seja sempre maior do que a sua experiência. Com o aprendizado você acelera e aprimora em muito aquilo que a experiência talvez leve muito tempo para lhe dar;

- Procure contribuir sempre mais do que a eventual recompensa. Sem esperar recompensa, a sua contribuição além de ser mais sincera, será livre, será percebida com um valor superior e gerará mais prosperidade e credibilidade;

- Faça com que o seu propósito seja maior do que o dinheiro ou as recompensas que poderão vir de retorno das atividades remuneradas;

- Busque uma performance melhor e maior do que os aplausos que você recebe. Isso lhe deve proporcionar maior motivação para ir em frente e enfrentar novos desafios;

- A sua gratidão deverá ser sempre maior do que o sucesso que você venha a obter. Ser grato faz bem para nós mesmos, para os que nos rodeiam, além de contribuir muito à marca pessoal que você deixa por onde passa;

- Escolha desenvolver atividades onde o seu prazer possa ser maior do que o seu esforço. As atividades feitas com prazer têm resultados muito maiores do que aquelas em que fica a percepção de que o esforço foi inútil ou além da conta;

- Qualifique-se para que a sua confiança seja sempre maior do que o seu conforto ao realizar algo. Confiança em si lhe dá poder pessoal para fazer muito e a confiança dos outros em você lhe dará relacionamentos mais honestos, duradouros e saudáveis;

- Prepare-se para que as suas perguntas sejam sempre maiores do que as respostas que você poderá obter com elas.

Espero que estas ideias estimulem a leitura da obra completa, que é sintética, de fácil leitura e entendimento e de custo bem baixo. É preciso planejar 2021 para ser e fazer melhor nas dimensões pessoal e profissional, pois ninguém poderá atravessar o rio da vida por nós. Esta é a nossa condição humana e necessária para o crescimento de nossas vidas, nossas famílias e nossos negócios.

Desejo um Ano Novo de muita paz, saúde, sucesso e prosperidade!

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

O que priorizar em 2021



        Inovação e estratégias de mercado são os maiores agregadores de valor para produtos e negócios de qualquer área e em qualquer lugar do mundo. Quem entende que seus produtos e negócios precisam gerar mais valor precisa estimular estes 2 aspectos. Observar o que os outros estão fazendo, especialmente em outros setores, pode ser um excelente caminho.

        A revista Forbes é conhecida pelas informações sobre economia e negócios, além de diversos rankings, como as maiores fortunas, as maiores empresas, ou listas dos maiores destaques do setor, também incentiva a inovação com a lista anual das empresas mais inovadoras de cada setor. Na edição 81 publicada em 30 de outubro de 2020 pode-se ver a lista atualizada das empresas mais inovadoras do Brasil. Observar o que estas empresas estão fazendo pode ser uma luz para quem está planejando 2021.

        No ano em que a economia brasileira encolheu entre 4 e 5%, segundo as estimativas, as empresas que mais cresceram e ganharam destaque em inovação, foram as que melhor entenderam e principalmente as que reagiram mais rapidamente as mudanças de pensamento e comportamento do cliente e da sociedade em meio a pandemia. Claro que uma grande empresa não muda do dia para a noite sem ter uma boa preparação. Como é que elas se adaptaram e aproveitaram as mudanças tão rapidamente? – Organizações que já tem uma cultura de inovação, flexíveis, tolerantes a mudança, com estímulos a criatividade e a iniciativa dos seus colaboradores desenvolvem uma capacidade bem acima da média, para se adaptar e superar dificuldades. Conceitos como transformação digital, indústria 4.0, customização, flexibilização estão no dia a dia de quem desenvolve esta capacidade.

        As pessoas que estão em busca destes novos caminhos devem olhar para outros setores, pois os insights mais importantes vêm de lá. Em busca de inovação e desenvolvimento, um caminho perigoso é tentar seguir ou imitar o que os concorrentes mais comuns já fizeram, mesmo que pareça mais fácil, mais barato e mais rápido. Além dos clientes, fornecedores e formadores de opinião passar a ver a empresa como uma imitadora e dependente dos concorrentes, pode mudar e ainda ficar atrasada sobre o que realmente precisa ser feito.
   
        Tem muita gente falando em digitalização e na importância de investir em tecnologia, mas além deste esforço depender de uma medida certa, as novas tecnologias devem fazer parte de um conjunto e não de esforços isolados e únicos. A sobrevivência de muitas empresas em 2020 se deve a digitalização, mas muita gente fez isso e o fez para sobreviver, não exatamente de forma planejada, e nestas situações, pode-se perder dinheiro e negócios. O que você vai fazer de diferente em 2021 e como vai preparar 2022 ao longo do próximo ano?

        Com os rankings, balanços, perspectivas de um novo ano que deve ser bem melhor do que 2020, histórias de superação, cases de sucesso, surge um clima mais inspirador e motivador para o planejamento de 2021 e isso é ótimo! Todavia, antes de investir ou seguir investindo em tecnologia, automação, modernização, novos equipamentos, máquinas, sites, softwares, aplicativos, é fundamental entender que quem alimenta e faz movimentar tudo isso são as pessoas da equipe.

        As empresas que estão no topo das listas de mais inovadoras, maiores destaques disto ou daquilo, tem sempre no início das histórias os investimentos em pessoas, construção e qualificação de equipes. Se você quer “virar o jogo” ou “manter o time ganhando” agregar valor, inovar, digitalizar, automatizar, começar a levar os seus negócios para o mundo 4.0, comece com as pessoas, incluindo você mesmo.

        Desejo ótimos negócios e até a próxima!

domingo, 13 de dezembro de 2020

Oportunidade para as pequenas

       As crises aceleram tendências que já haviam iniciado antes delas. A pandemia CODID 19 tem acelerado várias tendências, especialmente considerando a abrangência global e o tempo. Algumas das tendências aceleradas pela pandemia estão fortemente ligadas aos hábitos de alimentação, o que impacta em muitos setores econômicos, numa das áreas mais importantes para a vida humana e para o desenvolvimento econômico e social.

    O recolhimento às casas, muito mais tempo junto ao grupo familiar, restaurantes com restrições, afazeres domésticos, trabalho, lazer, quase tudo em casa, são fatores que estimularam novos hábitos alimentares. A pandemia portanto está fazendo com que o setor de alimentos e bebidas como um todo, tenha oportunidade de atender novos hábitos dos consumidores.

    Comidas e bebidas reconfortantes em sabor, temperatura, consistência, preparação e ingredientes, mais saudáveis, feitas com mais tempo, mais atenção, mais cuidado são um novo conceito para todo o setor de alimentos, onde no meu entender, as pequenas fábricas, bem como o pequeno comércio e prestadores de serviços têm melhores condições de competir considerando a flexibilidade para trabalhar com pequenas quantidades e atender customizada, ou personalizadamente. A produção, a preparação, a entrega ou o serviço de forma a atender um rol cada vez maior de hábitos, preferências e gostos é bem mais difícil para empresas de médio e grande porte, sendo que a “produção sob medida” é uma clara oportunidade para os pequenos negócios.

    Esta produção em baixa escala, “sob medida” é uma forma de inclusão e estímulo a diversidade, que tanto precisamos, impactando tanto quem produz, quanto quem consome. Já há um grande número de estudiosos reconhecendo que mesmo havendo mercado para as grandes fábricas que produzem o mesmo alimento para o mundo inteiro, o crescimento dos pequenos negócios que atendem segmentos e nichos é visível e se tornará cada vez maior a partir dos hábitos surgidos ou reforçados com a pandemia.

    É possível que as grandes marcas, as multinacionais de alimentos, que já viram este mercado, em parte também tentem atendê-lo, porém, creio que a oportunidade é muito maior e mais fácil de ser aproveitada pelos pequenos negócios.

    Alimentos e bebidas em frações diferentes do convencional, ou que podem ser escolhidas pelo consumidor, assim como temperos, condimentos, ingredientes diferentes do padrão e que podem ser escolhidos a cada compra, ou pedido, bem como horários, formas de consumir, de servir, de entregar que podem ser escolhidas pelas pessoas devem seguir crescendo na preferência de um número cada vez maior de pessoas e gerando valor para quem oferecer.

    Como é que o seu negócio, da família e dos amigos pode aproveitar esta oportunidade? De diversas maneiras certamente, desde que entregue diferenciais como flexibilidade, conveniência, customização, personalização, com muitas possibilidades de interação do consumidor em cada compra. Estes são alguns dos diferenciais onde os pequenos negócios podem levar vantagem sobre os médios e grandes. Aproveitem!  

    Desejo ótimos negócios e até a próxima!

quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

Vendas de fim de ano

 


Chegamos novamente na melhor época para o varejo e insisto em lembrar que a concorrência está cada vez mais forte, tanto em opções físicas quanto digitais. Admiramos muitos acertos, bom gosto, novidades, mas também percebemos os erros, ou desatenções nesta fase tão esperada.

Cada um de nós poderia fazer uma lista daqueles pontos que nos fazem comprar mais, voltar sempre, ou então, não mais voltar e ainda alertar os amigos. Com base em Raul Candeloro, editor da Revista Venda Mais, listo alguns pontos a serem observados pelos lojistas, buscando a melhor preparação para a época em que uns buscam boas vendas e outros, a satisfação de desejos.

- Faça um bom planejamento para aproveitar todas as muitas oportunidades que o Natal oferece, lembrando que as famílias se preparam cada vez mais cedo;

- Envolva TODA a sua equipe na busca pelo aproveitamento das oportunidades;

- Defina claramente as metas de vendas para o Natal e Ano Novo, inclusive com metas específicas por linha de produtos, por profissional, por loja, etc.;

- Procure criar campanhas promocionais com bens e serviços adicionais que agreguem valor percebido e lucratividade;

- Se nas campanhas for possível acrescentar prêmios que gerem experimentação de novos produtos, você ainda aproveita para gerar mais possibilidades de vendas e propagação sobre o que você oferece;

- Crie campanhas internas estimulando a equipe comercial e as equipes de apoio. Não esqueça do pessoal que é chave do processo e nem todos percebem;

- Estimule a antecipação de compras por parte de clientes, utilizando a criatividade da sua equipe para criar diversas ações. Com isso você pode se antecipar a concorrência e ainda reduzir o acúmulo de clientes no mesmo período, o que sempre dificulta o bom atendimento;

- Utilize as mídias sociais e pesquisas por e-mail para detectar rapidamente o que vai vender mais e certifique-se de que a falta de produtos não vai atrapalhar o melhor aproveitamento desta época;

- Seja ágil e esteja preparado em termos operacionais, logística e treine o pessoal para receber um fluxo maior de clientes, telefonemas, mensagens, e-mails, pedidos, reclamações, etc.;

- Crie e distribua para os clientes mais fiéis e com maior potencial, vale-compras ou vale-desconto para estimular compras futuras e recompras. Sabendo que uma parte dos clientes só compra da sua loja neste período, não perca o melhor momento para estimular o aumento da frequência deles no próximo ano;

- Dê e faça ofertas especiais e tratamento “VIP” a quem JÁ É cliente, pois eles esperam ser tratados de forma especial, principalmente neste momento em que há um acúmulo de clientes na empresa e muitos deles eventuais;

- Cadastre os clientes novos para contatos futuros e pós-venda. É preciso investir um pouco de tempo de sua equipe agora, para colher depois, então, o cadastro precisa ter informações corretas e completas para os futuros contatos;

- Prepare a equipe para fazer o pós-venda e construir relacionamentos. Será fundamental para melhorar o desempenho nos meses seguintes, onde normalmente reduz o movimento;

- Alinhe-se a uma causa social (responsabilidade social), mas atenção, a uma (não a várias) para dar foco e que a sua contribuição traga resultados para a causa e para a sua marca.

Finalizando, tendo este check-list como referência, você pode acelerar os preparativos para os negócios do fim de ano. Como está sua lista de ações práticas e objetivas para aproveitar melhor as oportunidades de vendas no Natal? Se a lista estiver grande, priorize, convide a sua equipe e mãos a obra!

                Desejo ótimas vendas e até a próxima!

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

Vem aí o mundo BANI

 


Tem muita gente buscando a expressão que melhor define o espírito desta época.  Hoje trago a luz deste espaço o que vem sendo chamado mundo BANI, uma sigla que originalmente vem do inglês: Brittle = Frágil, Anxious = Ansioso, Nonlinear = Não linear e Incomprehensible = Incompreensível, mas que pode ser FANI para os brasileiros gravarem melhor.

Estes conceitos e siglas ajudam a refletir e decidir pelas posturas pessoais e empresariais para os próximos meses e anos. O mundo caótico, instável, já é assim percebido há algum tempo, especialmente por aqueles que estão nas posições de frente de várias organizações. Tentar controlar, interpretar ou evitar estas condições parece impossível, então o diferencial competitivo que os profissionais e empresas devem buscar é saber e se preparar para reagir a tudo o que acontece da melhor maneira. Como sempre, alguns ficarão estagnados “a espera de um milagre” ou melhor, esperando um bom modelo surgir, seja de um fornecedor, ou concorrente, enquanto outros, seguirão se movimentando, talvez se transformando no exemplo a ser seguido por alguém.

Quem está no jogo, se movimentando o tempo todo tem mais potencial para acertar as melhores jogadas (ou surfar a melhor onda). O consultor, palestrante e escritor brasileiro Alberto Roitman estuda o assunto e tem boas publicações a respeito de como utilizar o BANI a seu favor, começando por esquecer os modelos pré-concebidos como “receita de bolo” para crescer na carreira, fazer sucesso, ou se dar bem na vida.

Ficou muito claro que o mundo e tudo o que há nele é frágil. Vírus, ataque hacker, incêndio numa estação elétrica, avião batendo numa torre, ataque terrorista, dentre outros mostram que não há segurança alguma na forma como vivemos e que tudo pode mudar de uma hora para outra. Portanto, ter mais de um plano para nossa vida é questão de sobrevivência. Se perder o emprego, ou a empresa, ou o casamento, ou a casa, ou o carro, se ficar doente, ou tantas outras perdas, quais são seus planos? É preciso estar consciente de que não há mais garantias e tudo pode mudar em segundos.

Precisamos tomar decisões muito mais rápido! Não deveríamos admitir mais aquela frase recorrente e que atrasa tudo na vida: “Vamos dar uma pensada nisso”. Falta alguma variável para decidir agora? Vamos decidir com o que se tem, afinal, muita coisa pode mudar e o tempo joga contra, pois a vida é assim. Não dá para esperar para tomar grandes decisões, pois se errar é preciso ser rápido na correção e na repetição da operação ajustada.

Precisamos aprender a abrir várias janelas ao mesmo tempo e nos manter atentos ao ambiente. Não é possível atuar de maneira estruturada em um mundo desestruturado. É importante começar vários projetos ao mesmo tempo e ao longo do caminho, desistir de alguns, parar outros, incluir outros, como uma metamorfose ambulante. Efetividade precisa ser mais forte que a lógica da governança.

Tentamos encontrar lógica em tudo, mas a certeza é possível sobre um número cada vez menor de assuntos. Ao mesmo tempo é difícil explicar os porquês diante de tantas variáveis incontroláveis e o risco passa a estar presente em todas as decisões. É preciso que todos na família e nas organizações saibam assumir que tomaremos decisões com margens de erro cada vez maiores.

Quem na sua família e quantos na sua organização estão prontos para o mundo BANI? O cliente não é propriedade da empresa, nem dos gerentes, pois ele é e sempre foi dele mesmo e é ele quem vem ditando um grande número de mudanças principalmente por aderir a algumas e não aderir a outras propostas que surgem. Vivemos na verdade uma revolução de comportamentos, que impulsiona uma revolução tecnológica. Como melhor reagir a cada uma é o novo segredo do sucesso.

Um abraço e até a próxima.

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Passadas as eleições

 


Encerrado o período eleitoral, o melhor a fazer é avaliar detalhadamente as razões dos resultados obtidos, sejam eles positivos ou negativos. A avaliação dos resultados é fundamental para a vida que segue em frente e para tantas pessoas que são impactadas pelas posturas e decisões das lideranças políticas. Saber os motivos do que funcionou e do que não funcionou é fundamental para os próximos passos de cada um e cada uma, vitorioso ou não, de cada grupo e no conjunto da comunidade. Nos municípios em que todas as forças políticas conseguem ter esta postura, é mais provável que tenham melhores condições de superar as dificuldades e desenvolver.

As comunidades que conseguem superar a passionalidade que toma conta de muitas pessoas ao longo do período de campanha eleitoral também têm melhores condições de autodesenvolvimento, por conseguir superar mais rapidamente os desagastes naturalmente deixados após as disputas eleitorais. Limitando as disputas mais acirradas ao período de campanha eleitoral, as comunidades geralmente conseguem concentrar melhor as forças de suas lideranças e da maior parte dos campos ideológicos para desenvolver o município nas diversas áreas. Desde 2016 o período de campanha eleitoral reduziu de 90 para 45 dias. Os municípios que mantiveram as disputas eleitorais neste período, parecem ter tido mais tempo e mais gente buscando soluções para os muitos problemas, atração de recursos, mobilização de investimentos, obras, projetos, ações que melhoram a vida em comunidade.

Passadas as eleições, espera-se que os eleitos tenham interesse e capacidade para unir a comunidade em torno dos desafios a serem superados e das prioridades a serem atendidas. Esta prática exige maturidade de todos os atores do cenário político, vencidos e vencedores. Certamente há maus exemplos ao longo da história do município ou dos vizinhos, sem falar do mau exemplo que tem vindo da esfera federal brasileira, cuja sensação é de que a campanha eleitoral segue ininterrupta ano após ano, acirrando diferenças, estimulando disputas destrutivas, provocando um antagonismo nas mais diversas áreas. Esta postura negativa, vai colocando em segundo plano as ações mais importantes para as melhorias que o País precisa.

Maturidade política e ideológica se percebe nas falas e nas atitudes daqueles que conseguem promover as suas ideias e os candidatos que as representam, sem precisar ofender e atacar os adversários e quem mais não concordar com elas.

Passadas as eleições municipais, a começar pelos cidadãos, passando pelos candidatos eleitos, aos não eleitos, até os atuais detentores dos cargos, as comunidades que conseguirem a partir de agora uma melhor convergência de atitudes na busca de soluções para seus problemas e para o melhor aproveitamento das oportunidades serão as realmente vencedoras.

Harmonia e estabilidade permitem melhores condições, não somente para o desenvolvimento pessoal, como também das organizações e das comunidades. Esta lição precisa ser aprendida por mais pessoas, e principalmente pelas lideranças, que inspiram os comportamentos de toda a comunidade. Certamente os eleitos, reconhecidos pelo voto e processo democrático têm a maior responsabilidade por chamar e inspirar a convergência de energias, propósito e forças, mas é preciso resiliência, reciprocidade, maturidade e principalmente, a demonstração de amor verdadeiro por sua comunidade, independente do resultado da eleição.   

Desejando que todos possam concentrar as suas melhores energias para uma vida melhor em nossas comunidades, deixo um abraço e até a próxima.

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

Motivos para comprar

 


Está chegando o melhor momento do ano para o comércio e para os profissionais de vendas. Aproveito para relembrar alguns pontos já abordados neste espaço em anos anteriores, como a necessidade de saber que o cliente compra pelos seus próprios motivos, não pelos motivos de quem quer vender. Embora seja óbvio, na realidade parece que muitos profissionais não tem este conceito tão claro.

Seja por falta de qualificação, ou por falha na orientação, muitas pessoas que atuam em vendas gastam energia apresentando os argumentos pelos quais o cliente deveria comprar o que ele quer vender. O certo a fazer é descobrir os motivos pelos quais o cliente compraria o que se quer vender.

A maioria das pessoas adora comprar coisas que lhes dá satisfação, porém, não gostam que algo lhes seja vendido. Este entendimento fica mais evidente nas expressões diferentes quando clientes satisfeitos e insatisfeitos se referem ao que compraram. “Veja o que me venderam...” é fala comum entre os insatisfeitos, enquanto “Veja o que eu comprei...” é mais frequente entre os que estão satisfeitos.

Os motivos pelos quais eu ou você queremos comprar alguma coisa, são infinitamente mais importantes para ocorrer uma venda do que as técnicas ou habilidades do profissional. Saber o “por que” os clientes compram é mais importante do que “como vender”. Serão necessários menos esforços e técnicas de vendas, se o profissional sabe bem o que vende, depois de considerar as necessidades e os desejos do cliente. Os profissionais de vendas mais bem sucedidos focam suas preocupações e energia na solução do problema, da necessidade ou do desejo que identificou no cliente, ao invés da necessidade de vender.

Quando o profissional entende os motivos do cliente para comprar, as habilidades irão levá-lo ao coração da venda e aos desejos do cliente agir em busca da satisfação. O vendedor pode identificar o motivo da compra fazendo perguntas sobre os históricos de compras, experiências com aquele tipo de produto, conhecimentos prévios, outros produtos já adquiridos, usados e admirados pelo cliente. Mantendo o foco nas questões corretas, o profissional de vendas deverá ouvir atentamente as histórias que começarão a ser reveladas a partir das perguntas baseadas no motivo. Sempre que perguntado sobre a experiência a respeito, o cliente conta uma história. Suas histórias contém dicas importantes sobre o que eles gostam ou não e sobre como estabelecer um verdadeiro relacionamento. As experiências passadas pelos clientes levarão a histórias boas e ruins. O trabalho do vendedor é ouvir atentamente para entender, nunca interromper e no final da história, fazer mais perguntas. Quanto mais perguntas fizer, mais informações serão reveladas e o profissional de vendas entenderá mais motivos para o cliente comprar.

As necessidades também dizem muito sobre a urgência em comprar, e por isso, é muito  importante entender usos, soluções, e outros que o cliente terá a partir do fechamento do negócio, eles usarão e lucrarão com o que você está vendendo. O desejo é a parte emocional do processo de vendas. Quanto mais o cliente deseja aquilo, mais ele encontrará um meio de possuir. O desejo de possuir gera um efeito similar às necessidades, só que com mais orgulho do cliente. O orgulho de posse é melhor do que o sentimento de necessidade. Todos querem ter o melhor, daquilo que gostam, só que nem todos estão dispostos a pagar pelo melhor e é o vendedor que vai criar a diferença.

As paixões são as maiores formadoras de emoção. As compras são feitas emocionalmente, em seguida justificadas logicamente. Quanto mais forem reveladas as paixões do cliente, mais ele estará disposto a compartilhá-las, e maior a probabilidade da venda ser realizada. A melhor parte sobre descobrir as “razões para comprar” do cliente é que isto irá diferenciar este profissional de vendas dentre os demais, lhe dando muito mais chance para fechar a venda.

Ótimas vendas, um abraço e até a próxima!

sexta-feira, 6 de novembro de 2020

Em quem votar agora



    Nos próximos dias escolheremos novos integrantes dos poderes executivo e legislativo dos nossos municípios. Àqueles que ainda estão pensando sobre a melhor escolha, seguem algumas reflexões.

    Nos meses que antecedem as eleições as promessas e propostas são fartas, não é mesmo? Inclusive algumas que os desavisados não se dão conta de que não pertencem ao poder ou a esfera do pretendente proponente. Temos lido e ouvido historicamente não somente propostas, mas ações que aumentam as despesas dos municípios, enquanto pouco ou nada ouve-se, nem percebe-se sobre o aumento da receita própria e poupança para investimentos com receita própria. Sabendo que nos Estados e na Federação ocorre o mesmo, uma das primeiras reflexões que trago aos leitores é sobre a origem dos recursos para bancar as despesas e os investimentos prometidos.

    Segundo o TCU, 1 em cada 3 municípios do Brasil não gera receita própria sequer para pagar os salários de prefeitos e vereadores, dependendo totalmente de repasses do Estado e da Federação. Há uma cultura irresponsável, no meu entender, ao aumentar as despesas em cada administração e legislatura, com poucos ou nenhum projeto de longo prazo como poupança, fundos de investimento, recuperando condições de investimentos no futuro.

    Para outro ponto de reflexão, parto do entendimento de que com mais empregos, quase tudo se resolve num município, assim como por outro lado, quanto menos empregos e renda, mais necessidade de assistência social, remédios, atenção básica na saúde, segurança e dificuldades com educação. Por este motivo, entendo que as melhores propostas para ampliar as oportunidades de emprego e renda do município, devem receber o voto de quem é comprometido com a sua própria dignidade, também com o futuro dos filhos, dos netos, e da comunidade ao seu redor.

    Emprego e renda reduzem a dependência, aumentam a dignidade, a autoestima, a disposição das pessoas em cuidar de si, cuidar dos outros e do lugar onde mora. Quem tem vínculo empregatício, ou é autônomo, empreendedor tendo a aprimorar os seus estudos e também de quem está próximo, mantendo-se na atividade e tendendo a valorizar os estudos de companheiros, filhos, netos. Mais emprego e renda aumentam o poder de compra que aliado a uma boa estrutura produtiva, um bom comércio local potencializa o aumento da arrecadação, permitindo assim, melhores condições para a comunidade. Claro que para aqueles políticos que nenhum lugar deveria ter, quanto mais pessoas dependentes de assistência social, saúde, educação e serviços públicos, melhor, oportunizando a manipulação das necessidades e dos direitos.

    As vagas de emprego para quem está apenas com o ensino fundamental vão ficando escassas, além de mal remuneradas, assim como trabalhos informais, muitas vezes anti ergonômicos, perigosos e insalubres, pois conforme a economia vai se formalizando e a sociedade vai tomando consciência da importância do trabalho saudável e seguro, vão sendo substituídos por equipamentos e tecnologia.

    Em setembro o IBGE informou que o Brasil tem 13,7% da população desempregada, enquanto as empresas informam números gigantescos de vagas não preenchidas por falta de requisitos técnicos, idiomas e outras habilidades. O SINE por sua vez, informa que 63% das vagas anunciadas não são preenchidas por falta de requisitos básicos ensino médio concluído, enquanto o censo escolar indica que 4 em cada 10 jovens de 19 anos, não completa o ensino médio.

    Com este quadro, entendo que aumentar o emprego e a renda nos municípios é bem mais complexo do que incentivar a abertura de vagas de trabalho, pois em boa parte as vagas já existem e não são preenchidas. Todavia, mais empregos e mais renda diminuem as demandas e a necessidade de recursos de assistência social, saúde, educação, segurança e em várias outras frentes!  

    Pense nisso antes de votar!

    Um abraço a todos e até a próxima!

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Multiplica o salário por 5,7



   Com alguma frequência aparecem propostas mirabolantes, milagrosas, mágicas, para multiplicar a renda. Quem se dispõe a ler conteúdos como neste espaço já sabe que os recursos não se multiplicam nem fácil, nem rapidamente. Uma das formas mais seguras de multiplicar a renda exige um tanto de esforço, pois inúmeras pesquisas mostram que aumentando o número de anos de estudo, aumenta proporcionalmente a renda.

Ter um ensino superior de qualidade é o grande diferencial para aproveitar as muitas oportunidades que surgem, inclusive para percebê-las. Além disso, conforme mostra o estudo publicado pelo professor e pesquisador Sergio Firpo, do Insper, os profissionais com nível superior têm ganhos de até 5,7 vezes mais do que trabalhadores com menores níveis de escolaridade. Essa diferença salarial é também consequência dos efeitos das crises econômicas típicas do Brasil. Os números que deram suporte ao estudo foram extraídos da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) e tiveram como base o rendimento mensal habitual do trabalho principal dos brasileiros.

     Quanto maior a escolaridade, melhores são as oportunidades de renda. Se por um lado há um grande número de desempregados no Brasil, por outro lado há um grande número de vagas de trabalho não preenchidas, que se avoluma a cada pequeno aumento das atividades produtivas, como agora na retomada da economia. Uma das barreiras para maior agregação de valor a produção nacional é a falta de profissionais qualificados. 

        Outra situação tão importante quanto o nível de renda, é a recolocação dos profissionais, quando perdem a vaga, pois as pesquisas baseadas no CAGED (cadastro geral do emprego no Brasil) mostram que quanto maior a escolaridade, mais rápida é a recolocação. Também é fato conhecido, que os candidatos menos escolarizados enfrentam um número cada vez mais restrito de vagas, e/ou com maiores dificuldades em relação a ergonomia, segurança, insalubridade, e a periculosidade. As pesquisas indicam que no ano passado a ocupação dos trabalhadores sem instrução ou com menos de um ano de ensino recuou em torno de 20%, em relação ao ano anterior, enquanto que entre os brasileiros que concluíram o ensino médio, a ocupação cresceu 2% ano e, para os trabalhadores com ensino superior, o avanço foi de 5,3%. 

      Estamos na véspera das eleições municipais e é muito importante entender o que os candidatos propõe em seus planos de governo para aumentar os anos de estudo e os níveis de escolaridade da população. Mais do que em outros momentos, a cada 4 anos este é o período em que mais pessoas estão preocupadas com propostas de aumento de emprego e renda no local onde moram. A literatura mostra há muito tempo que uma das maneiras mais efetivas de aumentar os níveis de emprego e especialmente de renda nos municípios é estimular o aumento do nível médio de escolaridade da população. Talvez alguém esteja pensando que não viu muitos candidatos fazendo propostas neste sentido e evidentemente um grande número de eleitores não tem estas informações e por este motivo, não gera esta demanda em pesquisas de percepções, de intenções de voto, e nem protesta pela falta destes incentivos. Por outro lado, boas lideranças comunitárias, pessoas realmente preocupadas com o melhor por seu município devem primeiramente entender o que faz o seu município desenvolver e na sequencia desenvolver propostas que façam o bem para a comunidade, mesmo que seus eleitores não tenham informações para gerar estas demandas.

     Voltando a provocação do título, há muita gente atrás da multiplicação máxima de sua renda, com minimização dos seus esforços. Precisamos auxiliar que mais gente entenda que uma forma segura de aumentar a renda é estudar mais e que o nível médio de renda da população, sua capacidade de consumo é diretamente proporcional ao nível médio de escolaridade.

        Um abraço a todos e até a próxima!

sábado, 24 de outubro de 2020

Tendências do “pós” pandemia


        

        Num ano “normal” as organizações estariam planejando 2021. Neste ano, com um nível de incertezas e volatilidade ainda maior, os planos terão que ser escritos com mais pontos de flexibilidade. O CEO e os consultores do “Ideia sustentável” publicaram nesta semana uma série de tendências baseadas nos resultados de seus estudos. As tendências indicam que as organizações precisam seguir alguns parâmetros no pós pandemia, para serem mais valorizadas por clientes, colaboradores, investidores, parceiros e sociedade.

        Um novo lema recorrente entre as empresas que vem ganhando destaque e posições nos mais diversos rankings é “Propósito antes do lucro”. É tido como uma atitude que tende a redefinir o capitalismo, compartilhando o resultado com todos os públicos de interesse. Uma tendência que ficou muito clara durante a pandemia é a necessidade das relações empáticas em empresas. Cuidar das pessoas e das diferenças entre elas é uma prática que veio para ficar entre os que vão prosperar no futuro próximo.

        Menos competição e mais cooperação para resultados positivos compartilhados, deve ser a motivação das grandes e mais efetivas parcerias. Além de perceber claramente o quanto a cooperação gera mais resultado, a pandemia serviu para aumentar a noção de interdependência, que é a base do entendimento do conceito de sustentabilidade. Estará em alta o consumo consciente, com mais pessoas escolhendo marcas a partir do compromisso daquelas que buscam a solução de problemas. Em outras palavras, aumenta a noção de que prosperidade é bom se for para todo mundo.

        Quase todos já sabem que mais transparência gera mais confiança, e vem aí a hipertransparência. Tendência de alta para as ações e responsabilidade social das empresas e entidades, aplicativos e outros iniciativas para estimular o consumo consciente, comunicação de causas sociais e ambientais como definidora de posicionamento mental das marcas.

        Muita gente que estuda o assunto projeta como tendência cada vez mais empresas se unirem para juntar recursos e esforços atacando questões estruturais do Brasil. Vimos durante a pandemia que as empresas têm capacidade de levantar recursos volumosos e agir rapidamente para o enfrentamento de uma doença. Podemos todos olhar para os resultados e ver como o investimento social privado tem potencial para gerar soluções estruturantes. 

        Os negócios devem ser parte da solução e não parte do problema. A pandemia trouxe uma sensibilidade maior para grandes fenômenos que podem prejudicar a existência humana na Terra. Tendência de alta para a manutenção das florestas em pé, precificação de recursos naturais, armazenamento de energia, desmaterialização e circuito fechado, eletrificação das frotas de transporte urbano, arquitetura e construções sustentáveis.

        Nos últimos 20 anos vários rankings de reputação de marcas de empresas e instituições se formaram no mundo e foram se sofisticando. Nos próximos anos, a reputação deve estar cada vez mais sustentada em valor compartilhado. Assim, veremos cada vez mais as empresas e instituições atuando em causas de interesse público.

        Vamos ver ascender um novo tipo de liderança, aquela orientada por valores. Esta tendência não é exatamente motivada pelo que a pandemia acelerou, mas pela chegada da geração dos “millenials” ao poder, tanto como investidores, gestores, decisores e consumidores. Esta geração tem uma ideia mental de empresas com as quais querem se relacionar, seja como investidores, gestores ou consumidores e terão a preferência deles as propostas que evidenciarem ser mais sustentáveis. 

        Estas tendências fazem pensar nos planos e projetos dos nossos negócios, não é mesmo? Espero que a reflexão contribua para que você, sua empresa, seus negócios aproveitem o melhor das tendências do pós pandemia.

        Um abraço e até a próxima!

sexta-feira, 16 de outubro de 2020

Atitudes de quem venceu na pandemia

 


Dificilmente alguém que viveu este ano vai esquecer 2020. Certamente também será marcado como o ano que mais desafiou dirigentes de empresas e instituições, extrapolando seus limites. Pressões de todas as formas ao mesmo tempo e a disrupção em cadeias tradicionais de produção e de consumo abalaram convicções, negócios, aprendizados, com níveis de incerteza nas alturas.

Na coluna de Reinaldo Fiorini na Exame on line, ele comenta uma pesquisa sobre as atitudes dos dirigentes das empresas com melhores resultados durante a pandemia e destaco a seguir alguns pontos para que os amigos possam refletir sobre as organizações em que atuam.

3 pontos que considerei fundamental na análise são: 1) As organizações que estão vencendo na crise têm sido mais rápidas em decisões imediatas e ao mesmo tempo desencadeando ações de longo prazo. 2) Como em qualquer crise, nesta também é fundamental mostrar coragem e visão de futuro. 3) Aprendemos em outras crises que, mesmo diante das mesmas adversidades, nem todas as empresas sofrem e nem da mesma maneira.

A questão-chave é: quais ações decisivas são tomadas pelos líderes de organizações que entregam melhores resultados em momentos difíceis? Fiorini apresenta resultados onde verifica-se que as organizações que reagiram melhor à graves crises, têm ao menos cinco ações em comum: 1) racionalizam suas despesas para manter a saúde financeira e a capacidade de fazer investimentos; 2) aumentam sua produtividade rapidamente, inclusive durante a crise; 3) pensam no longo prazo na hora de tomar decisões; 4) desenvolvem uma agenda proativa de fusões e aquisições; e 5) ajustam seu modelo de negócios à nova realidade (por exemplo, construindo uma nova unidade) — o que deve ser particularmente importante no momento atual.

Destaco aos amigos leitores a necessidade de agilidade, pois quase todos os casos de sucesso estudados nesta ou outras pesquisas mostram que vence quem tem sido ágil, nas decisões e nas ações. Esta recomendação faz mais sentido ainda para quem considera que é cada vez mais difícil prever com precisão como vão se comportar seus clientes em três anos ou mesmo em três meses. Por este motivo, é preciso priorizar as ações e a experimentação e desenvolver múltiplos cenários para a tomada de decisão de forma mais rápida. As organizações maiores devem montar equipes dedicadas à adaptação dinâmica diante do desenrolar da crise.

O colunista Reinaldo lembra que as organizações com melhores resultados em 2020 tornaram-se mais flexíveis para aprender e ajustar seus planos de acordo com mudanças no contexto e ainda compreenderam que “é desnecessário esperar que todos os processos e sistemas sejam plenamente testados antes de agir, aprendendo a construir e ajustar estruturas e entregas de forma mais orgânica e flexível.”

Se você está pensando em como fazer isso na sua organização, vai identificar logo que essa forma de trabalhar tem implicações na estrutura das organizações. Reuniões frequentes e rápidas com a participação de todos os líderes passam a ser necessárias, mas isso fica mais fácil com equipes menores e menos níveis hierárquicos. Claro que os líderes de cada função ou negócio precisarão manter uma rotina semelhante por algum tempo ainda, até que todos tenham aprendido a ser mais ágeis e mudem os hábitos para que esta seja a forma permanente de trabalhar.

Novamente é muito importante refletir sobre o negócio que você atua, e desta vez as perguntas mais relevantes são: “qual deve ser a profundidade e a duração da crise para o seu setor” e “qual é a disrupção em seu modelo de negócios?” “Basta revitalizar a operação existente ou é preciso criar um novo modelo de negócios?”.

Evidentemente cada grupo e liderança deverá encontrar essas respostas, reforçando que o mais importante é agir!

Um abraço e até a próxima!

sexta-feira, 9 de outubro de 2020

Lembre dos seus professores

 


Na próxima semana, o dia 15 de outubro é dedicado aos professores e com o texto de hoje quero estimular as suas lembranças sobre eles.

O que penso, escrevo, falo, ensino, aprendo, faço e deixo de fazer tem forte influência dos muitos professores que tive e tenho. Foram elas e eles que influenciaram a escolha da minha carreira, pois me constituí professor admirando a dedicação de cada um deles/as para que novos/as cidadãos/as pudessem sonhar juntos e trabalhar para deixar um mundo melhor do que recebemos.

Meus pais não concluíram o ensino médio, mas sempre valorizaram e priorizaram os poucos recursos que tinham para que minha irmã e eu tivéssemos a melhor formação escolar. Minha irmã tem uns 4 anos menos que eu e quando ela passou para as séries iniciais os nossos pais compraram um pequeno quadro de giz para que eu a ajudasse com os temas de casa, brincando de aulas. Não demorou para que na companhia de vizinhas e prima, brincar de escola na garagem de nossa casa, passasse a ser uma das brincadeiras prediletas. Coincidência ou não, eu, minha irmã, minha prima, 2 vizinhas fizemos magistério e começamos a carreira docente com cerca de 18 anos. Eu e minha irmã fizemos estágio do magistério na escola municipal Germano Dockhorn, no município de Três de Maio, RS, um espaço historicamente bem cuidado por todas as gestões e a comunidade do entorno. Algumas de minhas lembranças frequentes como professor vem deste tempo, onde dentre outras atividades, jogava futebol com os meninos no recreio. Logo depois montei uma empresa para completar a renda e pagar a faculdade, enquanto atuei no magistério estadual, em cursos técnicos de nível médio e após concluir a especialização, iniciei a docência no ensino superior em 1º de março de 1996. Constituindo a segunda empresa, foquei somente na docência no ensino superior e 24,5 anos depois contabilizo o trabalho na graduação em 5 instituições e na condição de convidado em cursos de Especialização e MBA em 16 instituições do RS, SC e PR. Com isso, muitas das redes de relacionamento que tenho, dos livros, artigos, pesquisas, textos, se devem ao fato de ser professor.

O que as famílias, pais e responsáveis estão dispostos a abrir mão em favor da educação, do ensino, da formação de seus filhos faz uma enorme diferença. Algumas pessoas parecem esquecer isso quando se pronunciam atribuindo tanta responsabilidade e até culpa à escolas, professores e professoras. Sabemos que aprende-se pelo amor ou pela dor. A vida ensina pela dor, mas quem é professor, dedica a carreira e passa a vida acreditando e professando no aprendizado pelo amor.

No estágio atual da sociedade, sem um bom nível de estudos, há cada vez menos espaço para trabalho digno, saudável, ergonômico, e desejável. O aumento da escolaridade média da população, é a forma mais segura, racional e perene de aumento e distribuição de renda que pode-se desenvolver. O ensino de qualidade fez os recursos financeiros e patrimoniais trocarem de mãos ao longo da história nos mais diferentes locais e culturas. Mas é preciso lembrar que um ensino de qualidade só é possível com professores respeitados e bem cuidados pela sociedade.

Quem está lendo este texto pode lembrar de quem o alfabetizou. Quem pensou na distribuição de renda e renda média, pode lembrar de quem ensinou sociologia, economia e se faz pensar dá para lembrar dos professores de filosofia. Quem encontrou os erros ortográficos, de acentuação, concordância pode lembrar dos seus professores de português e outros que tentaram contribuir. Aos profissionais das mais diversas áreas, nível técnico ou superior, em início de carreira, ou bem experiente, pode lembrar que a base para seguir aprendendo foi formada por professores, que você gostou e dos outros também, pois todos deixaram uma contribuição importante para ser quem você é.

Lembre dos seus professores, sempre!

Um abraço e até a próxima!

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...