segunda-feira, 25 de março de 2019

Só potencial não basta!


        Sempre que vejo um negócio com potencial encerrando atividades, fico entristecido e pensando porque os responsáveis não fizeram o que deveriam. É preciso lembrar que os negócios com potencial também “quebram”, pois além do potencial, é preciso planejamento, praticidade, dedicação, qualificação, assertividade e agilidade.
         Quando um negócio tem grande potencial de mercado mas seus gestores agem somente no curto prazo, sem planejamento adequado, sem gerenciamento de custos e de crescimento de mercado, abrem-se as portas para um mundo de dificuldades. Ter potencial não basta quando não se sabe onde se quer chegar. Quais os resultados desejados e os indicadores de produção, de rentabilidade e o que precisa ser feito para chegar nos objetivos de longo prazo é fundamental. Um negócio que só reage quando ocorre algo diferente, mesmo com potencial, esperando que os fatos aconteçam para somente depois decidir o que fazer, não tem muito futuro, ou seja, um negócio que não tem planejamento, tem grandes volumes de ações não planejadas em andamento e uma pilha de ações planejadas a espera de "tempo" para ser implementadas. Ainda, é importante lembrar que um planejamento sem execução não contribui em nada com o aproveitamento do potencial do negócio.
Os negócios com potencial de mercado e com dificuldades de se manter, muitas vezes tem uma complexidade maior do que deveriam, para serem eficazes no que se propõe. Vistos, formulários, processos extremamente burocráticos, com muitas conferências e decisões que demoram mais do que precisariam, não levam a lugar algum e ainda podem ajudar a quebrar um negócio.
Dentre os principais motivos da inviabilização de um negócio com potencial está a falta de qualificação profissional. Executivos que delegam tarefas a quem não tem competência para executá-las, com a desculpa de que os melhores são caros, na verdade tem medo de ouvir que estão errados. Quem comete este erro mantém pessoas com baixa competência, que aceita tudo o que o chefe manda, mas não produzem, nem resolvem o que precisa. São gestores que utilizam a parábola da janela e do espelho: se der certo olham no espelho, mas se der errado, olham pela janela.
Com frequência me impressiono com a quantidade de vezes que ouço de empresários, gerentes, executivos, coordenadores, expressões como "estou muito ocupado" ou "estou trabalhando demais" ou outra neste sentido. Quando a pessoa se dá conta de que está nesta situação, isto deveria ser um alerta importante, pois é fato que quem cuida muito do operacional, não administra o negócio. Quando alguém tenta fazer os dois, a gestão do negócio sempre sai prejudicada e pode levar a inviabilização. A evidência mais clara é que aqueles que estão sempre muito ocupados para planejar e organizar, encontram tempo para corrigir os erros, depois que as consequências aparecem. Na verdade passam a maior parte do seu tempo corrigindo problemas que não haveriam, se tivessem dedicado tempo para uma boa gestão do negócio e dos processos, deixando o operacional para a equipe. Estes são gestores que preferem passar a maior parte do tempo “apagando incêndios” do que algum tempo planejando, criando estratégias para vender mais, ampliar o mercado, buscar novos negócios, treinamento para si e para a equipe, dentre outros.
         Negócios que quebram mesmo tendo potencial geralmente também tem o vício da procrastinação, ou popularmente “empurram com a barriga”, ou seja, sabem dos problemas dos seus negócios, mas ao invés de fazer o que tem que ser feito, preferem acreditar que seus problemas se resolvem somente com livros, cursos e palestras de motivação e auto-ajuda, ou ainda pior, preferem acreditar em sorte, azar, olho gordo, e afins. Enquanto isso vão sendo proteladas decisões sobre dívidas, bancos, fornecedores, impostos, aumento de vendas, novos produtos, e quando decidem fazer alguma coisa já é tarde demais.
         Aqueles que se acham pequenos deuses do seu negócio, e entendem que somente os empregados precisam aprender, que os outros é que precisam de ajuda, que repetem desculpas como "falar é fácil eu quero ver é no dia a dia", podem ter um grande potencial na mão, que mesmo assim, entrarão em dificuldades. Quem tem um negócio com potencial precisa buscar novos mercados, qualificar-se e à sua equipe constantemente, melhorar o atendimento ao cliente e simplificar os processos internos, antes que seja tarde.
         Um abraço e até a próxima!

sábado, 16 de março de 2019

Para liderar melhor


       
       
      Quem está numa posição de liderança e quer se manter sendo reconhecido como bom no que faz, deve-se perguntar com frequência, o que fazer para liderar melhor. Os que buscam uma posição de liderança devem preparar-se cada dia mais, pois o tema é muito estudado atualmente, especialmente considerando que a função vem se complexificando ao longo dos tempos.
    Nos grandes líderes da atualidade características como compaixão e transparência estão entre as mais presentes. Tempos atrás, estas características seriam sinônimo de despreparo, mas o mundo corporativo mudou e, agora, empatia e cumplicidade são atributos reconhecidos entre os líderes que mais conseguem engajar suas equipes. Além destas, outras características vem sendo apontadas como sinais de quem está preparado para ser um líder nestes novos tempos, reduzindo o estresse da equipe, mantendo um bom clima de trabalho, aumentando a produtividade e a competitividade.
Aproximar-se facilmente com outras pessoas é uma caraterística das mais importantes para um bom líder. Deixando exposta a sua humanidade demonstrando que como outra pessoa, também comete erros, o líder também mostra autenticidade, se aproxima e consegue manter um diálogo transparente com os membros de suas equipes.
Dividir tarefas, méritos e responsabilidades é outra característica presente entre os bons líderes. Envolver o máximo de pessoas em nos projetos demonstra confiança, além de possibilitar que os membros da equipe se sintam à vontade para exercitar sua criatividade.
Empatia, que significa colocar-se no lugar do outro é a melhor forma de auxiliar um colaborador a produzir mais, entendendo o que passa na vida dela. A compaixão do líder lhe facilita saber o quão sobrecarregada está sua equipe. O livro em formato de ebook The Oxford Handbook of Compassion Science mostra que gestores com empatia em suas empresas entregam resultados melhores, porque contam com integrantes mais satisfeitos com o trabalho.
Transparência na organização reduz o número de empregados estressados com o trabalho. Além do aumento da confiança, o principal motivo da transparência melhorar o clima de trabalho é que a equipe entende o motivo da cobrança. Por isso, é recomendável que os líderes busquem o máximo de transparência e honestidade com os membros da sua equipe. Manter segredos é uma forma de se distanciar daqueles que correm ao seu lado para o negócio dar certo.
Acreditar no potencial da sua equipe é outra característica presente nos grandes líderes. Este tipo de ação possibilita que os membros da equipe encontrem seu propósito ao fazer parte da organização.
Nesta breve reflexão é possível verificar que embora a complexidade para liderar equipes vem sendo ampliada, as características necessárias para exercer a função não são um mistério, nem habilidades inatas, ou ainda, propriedades de pessoas eminentes. Digo isso justamente porque embora é um desafio importante, para liderar são necessárias características que podem ser aprendidas, desenvolvidas e aprimoradas ao longo da vida. Com seu aprimoramento o líder terá ao seu lado pessoas mais felizes, mais fortes, mais produtivas e mais competitivas e manterá um time do qual poderá se orgulhar dos resultados coletivos.
Um abraço e até a próxima!

sexta-feira, 8 de março de 2019

Conselhos de Aristóteles


A procura da felicidade dá nome a um filme famoso e marcante, mas é também algo presente em cada um de nós ao longo da vida. A pergunta que sempre vem é “O que devo fazer?”, enquanto que os grandes filósofos como Aristóteles propunham a pergunta “Como devo ser?”.
Além dos filósofos gregos que influenciam o ocidente, as filosofias orientais também pregam a importância do equilíbrio.  A proposta de Aristóteles para ser feliz, é alcançar um estado de equilíbrio emocional e paz interior no qual a felicidade naturalmente floresce. Ele dizia que felicidade é o resultado de um modo de vida e um modo de ser, que surge quando somos capazes de desenvolver nosso potencial como pessoa e construir um sólido “eu”. Nesta linha, a felicidade não estaria nem na abstinência, privação e repressão, nem nos excessos como prazer a todo o momento e a qualquer custo, que geram no final um vazio existencial. “A virtude é uma posição intermediária entre dois vícios, um por excesso e o outro por padrão”, escreveu Aristóteles.
Para alcançar o equilíbrio que leva mais próximo da felicidade, no livro Nicomachean Ethics Aristóteles sugere aproveitar todas as oportunidades que surgem para ter atitudes, tomar decisões e desenvolver comportamentos com 10 virtudes para guiar nossas vidas:
1. Controle – ter capacidade de controlar os impulsos e o temperamento. A pessoa paciente não fica muito zangada, mas também não deixa de ficar com raiva quando tem razões para isso.
2. Atitude – condições de enfrentar perigos por estar ciente dos riscos e tomar as precauções necessárias, sem covardia, nem imprudência. Deve-se evitar os correr riscos desnecessários, com atitude para enfrentar os riscos necessários para desenvolver.
3. Tolerância – é o ponto intermediário entre o excesso de perdão e a intransigência. Para ser feliz é fundamental perdoar, porém, longe de tolerar tudo, ignorando seus direitos, liberdades e respeito.
4. Generosidade – o equilíbrio entre o egoísmo, a mesquinhez e a prodigalidade, a benevolência, ao ajudar os outros, gera felicidade.
5. Modéstia – o ponto mediano entre não se valorizar suficiente e um ego excessivo contribui com a felicidade. Ter auto-estima elevada pelas conquistas feitas mas nunca pensar que é o centro do universo, ou seja, reconhecer erros e virtudes, assumindo as responsabilidades correspondentes, mas não mais do que isso.
6. Verdade - é a virtude da honestidade, que Aristóteles coloca em um ponto justo entre a falta de tato para dizer a verdade e uma mentira habitual. Trata-se de avaliar o alcance e o poder das palavras dizendo o que é necessário, nem mais nem menos.
7Graça – é a média entre ser um palhaço e ser tão hostil a ponto de ser rude, sabendo ser, para que outros gostem do que fazemos.
8. Relacionamento – séculos antes da neurociência ficar evidente e orientar a escolha de amigos, pois acabamos nos assemelhando com aqueles que estão mais próximos e que mais admiramos, Aristóteles advertia em seus escritos que ser sociável demais com muitas pessoas é tão ruim, quanto ser incapaz de fazer amigos. O filósofo acreditava que deveríamos escolher amigos com cuidado e atenção e então cultivar esses relacionamentos para se desenvolverem.
9. Decoro – é o ponto intermediário entre a timidez e a falta de vergonha, pois é preciso respeitar a si mesmo, sem medo de cometer erros, mas nunca passando sobre os outros para obter qualquer vantagem. Para ser feliz também é preciso estar ciente de que todos merecem ser tratados com respeito, exigindo o mesmo respeito para si.
10. Justiça – tomando e apoiando decisões mais justas para todos, lidando de forma justa com os outros, um ponto médio entre o egoísmo e o total desinteresse, também contribui para a felicidade.
      O equilíbrio é portanto, o caminho para a felicidade, observando que são muitas as virtudes nas quais precisamos de maior equilíbrio em nossas vidas, para que então surja a felicidade.
Sejamos felizes! Um abraço e até a próxima!

sábado, 2 de março de 2019

Chegou o Marketing 4.0


Desde o lançamento no final de 2016 causa repercussão entre os especialistas o livro Marketing 4.0 assinado por aquele que é considerado o pai do marketing moderno Philip Kotler, juntamente com Hermawan Kartajaya e Iwan Setiawan. O tema e o termo, porém, ainda não está tão difundido entre as empresas e profissionais e por isso, compartilho um pouco desta tendência com os leitores.
Precisamos lembrar que o Marketing 1.0 é focado no produto, seja ele bem de consumo, bem durável ou serviço, enaltecendo qualidade, marca, benefícios diretos e outros fatores focados na racionalidade do público alvo. O Marketing 2.0 além da valorização dos produtos é focado nos aspectos emocionais do consumidor, procurando entender melhor seu comportamento e atender melhor seus desejos e necessidades. O Marketing 3.0 por sua vez além das razões e das emoções do público alvo, foca nos aspectos espirituais dos diversos segmentos, destacando os valores da empresa e suas propostas, envolvendo questões como compromisso social, ambiental, trabalhista, tributária, segurança, dentre outras.
Considerando os aspectos racionais, emocionais e espirituais do público alvo, o Marketing 4.0 propõe a adaptação dos negócios e produtos para a fase atual da era digital, com a consolidação do comportamento global de corrida a internet sempre que surge alguma dúvida ou problema. A internet tornou o mundo mais inclusivo, contribuindo dentre outros aspectos para um ambiente mais amplo, mais diversificado e mais colaborativo. Como os seus negócios estão presentes neste contexto? A colaboração externa proporcionada pelas ações das pessoas e organizações na internet é tão grande e intensa que há muita dificuldade de medir o volume, os impactos e o valor.
conectividade que há poucos anos se dava pessoalmente, ou de forma limitada pelas mídias tradicionais, mudou de fato a história do marketing, e por isso o destaque desta fase como Marketing 4.0. O comportamento das pessoas mudou de forma muito significativa, porém, tão natural e coletivamente que alguns empresários e profissionais não se deram conta. É notório que cada vez mais pessoas fazem pesquisas antes de ir as compras, assim como é comportamento comum demonstrado em diversas pesquisas o volume de acessos em sites de vendas logo após um comercial de rádio ou TV. Outro comportamento que cresce intensamente é a busca por mais informações na internet após uma matéria na TV, rádio ou jornal, assim como cresce exponencialmente o uso dos smartphones dentro das lojas físicas, pesquisando e pedindo opinião a outros consumidores momentos antes de comprar o produto. Estes são alguns dos muitos motivos pelos quais se deve aliar a mídia tradicional, os pontos de venda físicos, com as mídias digitais.
A ampliação em níveis sem precedentes das comunicações entre consumidores que antes colhiam as opiniões de amigos, colegas e familiares antes das compras, passando a consultar os fóruns de consumidores com opiniões e pareceres sobre praticamente tudo. Criar estratégias para valorizar a empresa e seus produtos na opinião das pessoas que participam destes fóruns é fundamental, visando construir uma base de proteção e confiança, com fãs online que se tornarão verdadeiros advogados da marca.
A conectividade nos negócios avança em níveis impressionantes e quem ainda não foi muito efetivo nestas ações, recomendo que se apresse e priorize tempo e recursos neste sentido. A participação dos clientes/consumidores nos processos de criação de produtos, pesquisa, promoção e venda é altamente estratégico. O Marketing 4.0 não veio substituir as fases anteriores e sim ampliar o conceito tradicional, pois ambos precisam coexistir e exercer seus papéis na jornada de compra, vendendo mais e engajando os clientes em prol da defesa da marca. A fidelidade não é só quem compra sempre com você, mas também quem defende e recomenda sua marca, mesmo que não esteja consumindo no momento.
Finalizando, é importante lembrar que o Marketing 4.0 é uma combinação do marketing online e offline (físico) entre empresas e seus públicos alvo.
Um abraço e até a próxima!

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