A procura da felicidade dá nome a um filme famoso e
marcante, mas é também algo presente em cada um de nós ao longo da vida. A
pergunta que sempre vem é “O que devo fazer?”, enquanto que os grandes
filósofos como Aristóteles propunham a pergunta “Como devo ser?”.
Além dos filósofos gregos que influenciam o ocidente,
as filosofias orientais também pregam a importância do equilíbrio. A proposta de Aristóteles para ser feliz, é alcançar
um estado de equilíbrio emocional e paz interior no qual a felicidade
naturalmente floresce. Ele dizia que felicidade é o resultado de um modo de
vida e um modo de ser, que surge quando somos capazes de desenvolver nosso
potencial como pessoa e construir um sólido “eu”. Nesta linha, a felicidade não
estaria nem na abstinência, privação e repressão, nem nos excessos como prazer
a todo o momento e a qualquer custo, que geram no final um vazio existencial.
“A virtude é uma posição intermediária entre dois vícios, um por excesso e o
outro por padrão”, escreveu Aristóteles.
Para alcançar o equilíbrio que leva mais próximo da
felicidade, no livro Nicomachean Ethics
Aristóteles sugere aproveitar todas as oportunidades que surgem para ter
atitudes, tomar decisões e desenvolver comportamentos com 10 virtudes para
guiar nossas vidas:
1. Controle – ter capacidade de
controlar os impulsos e o temperamento. A pessoa paciente não fica muito
zangada, mas também não deixa de ficar com raiva quando tem razões para isso.
2. Atitude – condições de
enfrentar perigos por estar ciente dos riscos e tomar as precauções
necessárias, sem covardia, nem imprudência. Deve-se evitar os correr riscos
desnecessários, com atitude para enfrentar os riscos necessários para desenvolver.
3. Tolerância – é o ponto intermediário entre o excesso de perdão e a intransigência. Para ser feliz é
fundamental perdoar, porém, longe de tolerar tudo, ignorando seus direitos,
liberdades e respeito.
4. Generosidade – o equilíbrio entre o egoísmo, a mesquinhez e a prodigalidade, a benevolência, ao ajudar os
outros, gera felicidade.
5. Modéstia – o ponto mediano entre não se valorizar suficiente e um ego excessivo contribui com a
felicidade. Ter auto-estima elevada pelas conquistas feitas mas nunca pensar
que é o centro do universo, ou seja, reconhecer erros e virtudes, assumindo as
responsabilidades correspondentes, mas não mais do que isso.
6. Verdade - é a virtude da
honestidade, que Aristóteles coloca em um ponto justo entre a falta de tato
para dizer a verdade e uma mentira habitual. Trata-se de avaliar o alcance e o
poder das palavras dizendo o que é necessário, nem mais nem menos.
7. Graça – é a média entre ser um palhaço e ser tão
hostil a ponto de ser rude, sabendo ser, para que outros gostem do que fazemos.
8. Relacionamento – séculos antes da
neurociência ficar evidente e orientar a escolha de amigos, pois acabamos nos
assemelhando com aqueles que estão mais próximos e que mais admiramos, Aristóteles advertia em seus escritos que ser sociável demais
com muitas pessoas é tão ruim, quanto ser incapaz de fazer amigos. O filósofo
acreditava que deveríamos escolher amigos com cuidado e atenção e então cultivar
esses relacionamentos para se desenvolverem.
9. Decoro – é o ponto
intermediário entre a timidez e a falta de vergonha, pois é preciso respeitar a
si mesmo, sem medo de cometer erros, mas nunca passando sobre os outros para
obter qualquer vantagem. Para ser feliz também é preciso estar ciente de que
todos merecem ser tratados com respeito, exigindo o mesmo respeito para si.
10. Justiça – tomando e apoiando decisões mais justas para
todos, lidando de forma justa com os
outros, um ponto médio entre o egoísmo e o total desinteresse, também contribui
para a felicidade.
O
equilíbrio é portanto, o caminho para a felicidade, observando que são muitas
as virtudes nas quais precisamos de maior equilíbrio em nossas vidas, para que
então surja a felicidade.
Sejamos
felizes! Um abraço e até a próxima!
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