segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Vale a pena participar de Feiras?


       
        Quantas vezes você e sua equipe avaliaram adequadamente se vale a pena participar da Feira/Exposição do seu município e/ou da região? A ideia de hoje é fazer uma reflexão para auxiliar na decisão de ir e como participar, pois as Feiras de 2019 vem aí!
     Levar seus produtos, sejam eles bens de consumo, bens duráveis ou serviços para perto do público é uma excelente oportunidade para encontrar os consumidores que vão no evento, mas não frequentam seu estabelecimento, conhecendo pouco o que se pode oferecer a ele. A participação em Feiras e outros eventos além de ajudar na divulgação da marca da empresa e dos produtos e também de quem trabalha na empresa, possibilita a atualização sobre o que os concorrentes estão apresentando ao mercado. Também são muitas as empresas que veem nas feiras a oportunidade de economia com os custos de manter uma loja física na cidade onde ocorre a Feira/Exposição.
Como aproveitar ao máximo a participação em Feiras e eventos, onde e quando participar?
A primeira resposta a ser buscada antes da decisão de participar do evento é qual o objetivo da presença da empresa na Feira. Depois, se a Feira e seu público tem potencial para o que a empresa objetiva. Em seguida, se a empresa está disposta a investir os recursos físicos, financeiros e humanos necessários para alcançar o objetivo e tentar aproveitar ao máximo, o potencial do evento. Ao andar pelas ruas e corredores das Feiras percebe-se a diferença de propósito de cada empresa participante e como cada uma se preparou para alcançar seu objetivo em cada feira.
A principal diferença entre expor os produtos numa loja física e numa feira é a disponibilidade do espaço. No ponto comercial próprio, o espaço e a estrutura para exposição da mercadoria já foram pensadas de forma mais completa, pela experiência, tempo, espaço, enquanto que nas feiras, é preciso adaptar-se ao que os organizadores oferecem. É preciso verificar antes de assinar o contrato de participação, vários detalhes que por vezes são vistos somente dias antes do evento iniciar, como por exemplo, se a identidade da empresa pode ser minimamente preservada. Também é importante investir no visual merchandising, como iluminação direcionada, displays para suporte de produtos com alturas diferentes, tecidos e materiais que valorizem os objetos, além de aromas e sons, quando possível, que atraem maior atenção do público transeunte do evento.
Nas feiras é possível estar mais próximo dos clientes que a empresa deseja, falar dos produtos com mais detalhes, mais tempo e mais informalmente, pois em geral o público está a passeio no evento.
Utilizar adequadamente as redes sociais e investir na divulgação da participação da empresa na Feira, dizendo que estará lá, de que forma e quais os atrativos, auxilia bastante. Muitas empresas que participam regularmente de feiras relatam que o primeiro contato com muitos clientes, hoje fiéis, se deu numa feira. Para quem vai expor pela primeira vez numa Feira é importante conversar com os expositores que já conhecem o local e participaram de eventos anteriores, tanto com os que fizeram bons negócios, quanto os que não alcançaram os objetivos.
Levar novidades, produtos que fogem do convencional que pode ser facilmente comprado em outros locais ao longo do ano é uma das dicas mais importantes. Para quem tem loja física na cidade, ou próxima da feira, deixar cartão de visita, material impresso e um atrativo para visitar pessoalmente é muito importante e amplia o efeito da Feira sobre o negócio, com possibilidades de aumentar os resultados.
Participar da Feira do seu município pode gerar ainda mais vantagens, considerando a possibilidade de se apresentar de uma forma um pouco diferente do que vem fazendo, principalmente para aqueles que moram no município ou na região, tem potencial, mas ainda não são clientes, ou ainda não conhecem todos os produtos que a empresa oferece.
Um abraço e até a próxima!

sábado, 16 de fevereiro de 2019

Indicadores do seu mercado


Na semana passada compartilhamos alguns números relacionados a população, salário médio, população ocupada e população que vive com menos de ½ salário mínimo, comparando diferentes municípios em que tenho a satisfação de semanalmente apresentar algumas ideias através destes textos.
Pela repercussão, foi possível perceber que parte dos indicadores oficiais dos municípios são desconhecidos para quem tem negócios, dirige ou contribui com entidades diversas. Pior que desconhecer é quando os conceitos utilizados são bem diferentes da realidade. Antes de afirmações, opiniões, conselhos, analisar números bem fundamentados é no mínimo prudente. Tomar decisões de investimentos, negócios, bem como ter iniciativas de entidades e políticas públicas sem conhecer de forma razoável os indicadores socioeconômicos da área geográfica de atuação é como fazer uma viagem sem conhecer a estrada não olhar o mapa. Muitas vezes os números anunciados para o País, ou mesmo para o Estado, relacionados a desemprego, renda, índice de preços, distribuição econômica dos setores, não correspondem exatamente aos indicadores locais. A média do País ou do Estado, nem sempre é representativa do local ou mesmo do que é regional e por isso recomendo sempre uma análise de indicadores da área de atuação de cada negócio.
Salário médio por exemplo é um excelente indicador para analisar o poder de compra da população. Ao escolher onde colocar uma nova filial, ou lançar uma nova linha de produtos, é muito importante comparar os indicadores destes locais, identificando qual das opções tem maior salário médio, por exemplo. Todavia, dependendo do tipo de negócio, é preciso analisar outros indicadores, sendo que um deles é a fatia dos que vivem com menos de ½ salário mínimo. Negócios que dependem de uma população de maior renda precisam relacionar a parcela da população ocupada, com o salário médio e com o tamanho da população, retirando da conta, a população de baixa renda e sem ocupação. Os dirigentes de negócios mais populares podem perceber oportunidades nos locais com maior volume de população com baixa renda, correlacionando fatia da população que vive com menos de ½ salário mínimo, com o total da população.
População ocupada é um indicador da maior relevância ao meu ver. No quadro comparativo apresentado na semana passada é possível perceber que metade dos municípios comparados, tem menos de 30% da população ocupada e apenas 2 alcançam 40% neste indicador. Muitas pessoas se surpreendem ao ver esta informação sobre o local onde vivem, pois imaginam equivocadamente que a maioria da população tem alguma ocupação, sendo que aqueles que alcançam 1/3 já são considerados acima da média. Comparando os indicadores dos diferentes municípios é possível verificar que quanto maior a população ocupada, menor a parcela que vive com menos de ½ salário mínimo por mês, ou seja, menos de R$ 500,00. Fica mais fácil entender o alto índice desta população, quando se sabe que é alto o número de casais onde 1 é aposentado com 1 salário mínimo e o outro não tem atividade remunerada, somado ao alto número de famílias que vive dos programas de transferência de renda. A disparidade de renda da população pode ser percebida quando compara-se o salário médio de alguns municípios e a fatia da população que vive com menos de ½ salário mínimo. Esta disparidade não é um bom indicador social, muito menos econômico e todas as entidades deveriam ter metas para contribuir com a redução destes indicadores. 
Aumentar o índice de pessoas ocupadas no município deve ser tarefa de todas as forças locais, iniciativa privada, poderes públicos, instituições de ensino, entidades associativas e voluntariado. Com uma parcela maior de pessoas ocupadas, tende-se a reduzir os índices de pessoas com baixa renda, tendendo aumentar a renda média, reduz-se o número de pessoas dependendo de programas sociais, aumenta-se o poder de compra, aumenta a arrecadação de tributos, há mais capacidade de investimento do município, dentre outros benefícios.
Com uma fatia maior de pessoas ocupadas, é possível fazer toda a economia local melhorar. Isto só é possível com uma grande cooperação no município. Quem está disposto a contribuir?
Um abraço e até a próxima!

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

O município em números


O local onde vivemos é muito mais do que números, claro, mas indicadores sintetizados em formato de números, sejam eles absolutos ou relativos, permitem comparar, ajudam a entender e podem dar um suporte mais consistente a tomadas de decisões diversas.
A coleta de informações pelos organismos de pesquisa e estatística brasileiros ainda é pequena diante do muito que se pode fazer e se faz em países mais desenvolvidos. Todavia, com o acesso a informação do pouco que se tem, boa parte é público e fácil de compreender. Aplicativos como IBGE e sites como IBGE Cidades têm estatísticas e indicadores básicos de cada município brasileiro e podem gerar bons objetos de análise.
O número absoluto e o percentual de pessoas ocupadas, o salário médio dos trabalhadores formais, o percentual das receitas do município com origem externa, o IDHM, o percentual de pessoas que vive com menos de ½ salário mínimo, são informações fáceis de encontrar, mas que pouca gente sabe ou considera para decisões de negócios, ou políticas públicas.
Trago aqui uma pequena amostra de algumas destas informações comparativas relacionadas aos municípios onde circulam os jornais em que tenho a satisfação de contribuir.

Município
População (2018)
Salário médio
População Ocupada
% da pop. c/ renda menor que ½ s.m.
Caibí-SC
6.167
2,2
23,1
27
Dr. Maurício Cardoso-RS
4.639
2,3
13
32,8
Frederico Westphalen-RS
31.120
2,2
34,5
28
Horizontina-RS
19.267
3,5
34,1
25,7
Ijuí-RS
83.173
2,6
32,3
28,3
Itapiranga-SC
16.736
2
42,2
23,5
Palmitos-SC
16.182
2,4
25,2
27,8
Panambi-RS
43.170
2,9
35,2
26,9
Santa Rosa-RS
72.919
2,4
35,2
27,1
Santo Ângelo-RS
77.620
2,3
25,8
29
Santo Antônio das Missões-RS
10.305
2
10,5
36,7
São Lourenço do Oeste-SC
23.857
2,3
40,7
25,9
São Luiz Gonzaga-RS
33.668
2
19,3
32,8
São Miguel do Oeste-SC
40.090
2,4
37,3
23,8
Seberi-RS
10.788
2
25,6
35,1
Três de Maio-RS
23.938
2,2
30,3
27,2
Tucunduva-RS
5.713
2,1
19
28,8

Fonte: IBGE Cidades (https://cidades.ibge.gov.br)             

A população ocupada compreende todas as pessoas que declararam no Censo do IBGE ter algum tipo de trabalho seja auxiliando a família, sendo empregado formal ou mesmo informal, trabalhador autônomo, agricultor e empreendedor. Neste quesito destacam-se positivamente os municípios de Itapiranga, São Lourenço do Oeste, São Miguel do Oeste (SC).
        A massa salarial do município dividida pelo número de trabalhadores formais gera o salário médio e neste quesito destacam-se Horizontina e Panambi (RS). Por outro lado, na fatia da população que vive com menos de ½ mínimo destaca-se positivamente na comparação Itapiranga e São Miguel do Oeste (SC).
O espaço é pouco para assuntos de tamanha importância, mas nas próximas semanas voltamos ao tema! Um abraço e até a próxima!

terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

O futuro do trabalho


O mundo do trabalho está mudando e não é novidade, nem nunca foi porque vem mudando ao longo dos séculos. A evolução da sociedade depende de mudanças econômicas e por consequência, do mundo do trabalho. O que precisamos entender melhor é como este mundo está mudando.
Muitas profissões que existiam há algumas décadas, deixaram de existir como ascensorista ou datilógrafo, outras reduziram muito como sapateiro, costureira e alfaiate, enquanto outras se reinventam e ressurgem como a barbearia, a cervejaria, mas surgem muitas outras que nem eram imaginadas até que surgissem os primeiros profissionais. Por exemplo, há poucos anos não se sabia o que é um webdesigner, gestor de mídias sociais, programador de robôs, desenvolvedor de aplicativos, blogueiro, youtuber, dentre muitos outras que vemos surgir.
Quanto aos vínculos, eu acredito num futuro breve com muito mais trabalho, mas não exatamente com muito emprego, ou seja, muito mais gente trabalhando de forma autônoma, de suas casas ou de espaços de co-working para várias empresas ou organizações.
A chamada 4ª revolução industrial está transformando o mundo do trabalho mais rapidamente fazendo surgir atividades novas a todo o momento. Poucas certezas absolutas podem ser apontadas, sendo que a primeira é que muita coisa vai continuar mudando rapidamente, e que o processo de aprendizagem das pessoas e das organizações deverá durar por toda a existência. Quanto melhor as pessoas e organizações compreenderem estes pontos, mais bem sucedidas serão.
A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) tem uma projeção de que, até 2030, daqui a 11 anos, 65% os estudantes do ensino fundamental de hoje terão atividades profissionais que ainda não foram criadas. O Fórum Econômico Mundial, por exemplo, elaborou uma lista de dez aptidões que deverão ser mais valorizadas na próxima década: capacidade para solucionar problemas difíceis, criatividade, flexibilidade, gestão de pessoas, inteligência emocional, negociação, pensamento crítico, serviço comunitário, tomada de decisão com responsabilidade e trabalho em grupo. Já o McKinsey Global Institute emitiu um relatório dizendo que o grande desafio, é a transição de trabalho numa escala mais significativa, de hoje até 2030, do que a mudança da era agrícola para a era industrial.
Robôs, algoritmos e inteligência artificial aplicadas aos mais diferentes negócios estão aumentando a produtividade e melhorando vidas, trabalho, serviços, produtos. Vivemos a maior transformação do mundo do trabalho já ocorrida na história, segundo estes estudos. As economias emergentes como o Brasil irão demandar mais estudo, criatividade, sociabilidade e mais conhecimento. A demanda por inovação e dinamismo econômico será cada vez maior. Os estudos sobre o futuro do trabalho destacam funções como prestadores de serviços diversos em saúde, engenheiros, cientistas, educadores, profissionais criativos (arte e entretenimento), entre outros.
Que o futuro é desafiador, não há dúvidas. O mundo do trabalho demandará cada vez mais  conhecimento, e a boa notícia é de que nunca tivemos tanto acesso a informação, estudos e a diferentes formas de conhecimento. A virada na carreira passa longe de lamentar pelas mudanças do mundo do trabalho, sendo preciso aprender sempre, usar a tecnologia a favor, e todas as inovações criadas nestes últimos anos. Ao invés de reclamar das novas ondas, é preciso lembrar que muitas ondas já passaram e quem melhor surfa nelas, melhor constrói o seu futuro e o sucesso pessoal e profissional desejado.
Um abraço e até a próxima!
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