Na semana
passada compartilhamos alguns números relacionados a população, salário médio,
população ocupada e população que vive com menos de ½ salário mínimo,
comparando diferentes municípios em que tenho a satisfação de semanalmente
apresentar algumas ideias através destes textos.
Pela
repercussão, foi possível perceber que parte dos indicadores oficiais dos
municípios são desconhecidos para quem tem negócios, dirige ou contribui com
entidades diversas. Pior que desconhecer é quando os conceitos utilizados são bem
diferentes da realidade. Antes de afirmações, opiniões, conselhos, analisar
números bem fundamentados é no mínimo prudente. Tomar decisões de
investimentos, negócios, bem como ter iniciativas de entidades e políticas
públicas sem conhecer de forma razoável os indicadores socioeconômicos da área
geográfica de atuação é como fazer uma viagem sem conhecer a estrada não olhar
o mapa. Muitas vezes os números anunciados para o País, ou mesmo para o Estado,
relacionados a desemprego, renda, índice de preços, distribuição econômica dos
setores, não correspondem exatamente aos indicadores locais. A média do País ou
do Estado, nem sempre é representativa do local ou mesmo do que é regional e
por isso recomendo sempre uma análise de indicadores da área de atuação de cada
negócio.
Salário
médio por exemplo é um excelente indicador para analisar o poder de compra da
população. Ao escolher onde colocar uma nova filial, ou lançar uma nova linha
de produtos, é muito importante comparar os indicadores destes locais,
identificando qual das opções tem maior salário médio, por exemplo. Todavia,
dependendo do tipo de negócio, é preciso analisar outros indicadores, sendo que
um deles é a fatia dos que vivem com menos de ½ salário mínimo. Negócios que
dependem de uma população de maior renda precisam relacionar a parcela da
população ocupada, com o salário médio e com o tamanho da população, retirando da
conta, a população de baixa renda e sem ocupação. Os dirigentes de negócios mais
populares podem perceber oportunidades nos locais com maior volume de população
com baixa renda, correlacionando fatia da população que vive com menos de ½
salário mínimo, com o total da população.
População
ocupada é um indicador da maior relevância ao meu ver. No quadro comparativo apresentado
na semana passada é possível perceber que metade dos municípios comparados, tem
menos de 30% da população ocupada e apenas 2 alcançam 40% neste indicador. Muitas
pessoas se surpreendem ao ver esta informação sobre o local onde vivem, pois
imaginam equivocadamente que a maioria da população tem alguma ocupação, sendo
que aqueles que alcançam 1/3 já são considerados acima da média. Comparando os
indicadores dos diferentes municípios é possível verificar que quanto maior a
população ocupada, menor a parcela que vive com menos de ½ salário mínimo por
mês, ou seja, menos de R$ 500,00. Fica mais fácil entender o alto índice desta
população, quando se sabe que é alto o número de casais onde 1 é aposentado com
1 salário mínimo e o outro não tem atividade remunerada, somado ao alto número
de famílias que vive dos programas de transferência de renda. A disparidade de
renda da população pode ser percebida quando compara-se o salário médio de
alguns municípios e a fatia da população que vive com menos de ½ salário mínimo.
Esta disparidade não é um bom indicador social, muito menos econômico e todas
as entidades deveriam ter metas para contribuir com a redução destes
indicadores.
Aumentar o
índice de pessoas ocupadas no município deve ser tarefa de todas as forças locais,
iniciativa privada, poderes públicos, instituições de ensino, entidades
associativas e voluntariado. Com uma parcela maior de pessoas ocupadas,
tende-se a reduzir os índices de pessoas com baixa renda, tendendo aumentar a
renda média, reduz-se o número de pessoas dependendo de programas sociais,
aumenta-se o poder de compra, aumenta a arrecadação de tributos, há mais
capacidade de investimento do município, dentre outros benefícios.
Com uma
fatia maior de pessoas ocupadas, é possível fazer toda a economia local
melhorar. Isto só é possível com uma grande cooperação no município. Quem está
disposto a contribuir?
Um
abraço e até a próxima!
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