sexta-feira, 18 de junho de 2021

Investimentos e novos negócios no Brasil

 


                A ideia de um novo negócio está se tornando realidade para muito mais gente no Brasil, com a criação de mais de 1 startup por dia, é o que revelam vários estudos dos quais alguns destaco por aqui. O Portal do Empreendedor, acesso oficial para realizar ativação e baixas de empresas, mostra que em 2020 o país teve o maior número de empreendedores de sua história e segue crescendo em 2021.

Startup é o termo que ficou mundialmente conhecido para se referir as empresas nascentes inovadoras e com potencial para crescimento rápido. Os dados da Radar Agtech Brasil, um estudo realizado pela Embrapa em parceria com a SP Ventures e a Homo Ludens Research and Consulting e com apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento é outro que mostra que o número de startups cresceu 40% em 2020 e que destas, quase 2 mil foi no setor agropecuário.

Quem ainda não o fez, sugiro atenção às notícias sobre a economia local, nos veículos da sua microrregião, onde é possível verificar pelo menos parcialmente o grande número de novos negócios e especialmente o grande volume de investimentos sendo anunciados, alguns com grande impacto na economia local. Muito investimento que estava represado em função das incertezas geradas por todo o conjunto de situações da pandemia começa a ser executado agora e conforme se sabe, o investimento de um ou dois encoraja o investimento de mais alguns e desencadeia muitos outros, formando um movimento cada vez mais forte.

                A falta de produtos, especialmente para componentes e insumos para indústria e serviços, revelou que o Brasil tem muitas oportunidades para novos negócios, mesmo em atividades já existentes e que carecem de mais volume e diversificação de produtos, inovação em distribuição, atendimento, conveniência, amplitude geográfica de atuação, dentre outros.

                O incentivo das instituições de ensino, especialmente das comunitárias, falando mais sobre o assunto e incluindo disciplinas de empreendedorismo, assim como o apoio das incubadoras de base tecnológica, a ação de muitas entidades, as diversas ações governamentais e até o desemprego são pontos que estimularam mais a criação de novos negócios. Os hackathoons/desafios de inovação e empreendedorismo e as startup weekends são formas muito envolventes, eficientes e até divertidas de estimular o empreendedorismo nas comunidades, prospectar e criar negócios inovadores. Na FAHOR, por exemplo, temos o hackathoon como uma disciplina obrigatória para todos os estudantes de todos os cursos de graduação para que estes tenham a experiência de criar e desenvolver um negócio inovador. Outras muitas instituições no país, estão estimulando seus estudantes e comunidades de diferentes formas. Um exemplo é a iniciativa do Sicredi Noroeste RS, integrando as comemorações dos seus 75 anos, com apoio técnico da FAHOR e SETREM e participação dos 12 municípios da área de ação da cooperativa, com o desafio de “soluções inovadoras para a economia local”, que está estimulando a criação de negócios colaborativos e cooperativos que envolvam as atividades existentes na economia microrregional. Outros bons exemplos estão ocorrendo com estímulo das ações do INOVA RS, com os setores produtivos de foco do programa em cada região. Na Noroeste Missões, onde estou envolvido, por exemplo, já ocorreu um hackathoon com foco no setor de energia e estão previstos pelo menos outros dois ainda para este ano, com foco no setor agropecuário e na indústria eletrometalmecânica. Movimentos como estes estão ocorrendo em várias regiões do Brasil envolvendo o que chamamos de quádrupla hélice de desenvolvimento, com o setor empresarial, a comunidade, o ensino e o setor público agindo de forma integrada. As instituições comunitárias de ensino superior, com justiça, tem colocado cada vez mais holofotes sobre os líderes empreendedores e profissionais que se encorajam, investem e desenvolvem novos produtos e novos negócios estimulando a economia, empregos, tecnologia e sustentabilidade. Este movimento gera esperanças de um futuro mais próspero e mais distribuído, com mais trabalho e mais qualidade de vida.

Para termos mais empreendedores, e por opção, não tanto por necessidade, é preciso iniciar em casa, com estímulos mais positivos e diversos, que propiciem a participação em atividades deste meio, além do convívio e de estímulos para conhecer com bons exemplos de empreendedores e negócios.   

                Um abraço e até a próxima!

quarta-feira, 16 de junho de 2021

Reféns do que plantamos

 


A ideia é antiga e está escrita de diferentes formas, dependendo da filosofia, religião ou época. O fato é que a vida de cada um de nós é resultado direto ou indireto do que se fez e do que se deixou de fazer no curto, médio ou longo prazos, e por este motivo, geração após geração tenta-se aprender que se colhe o que se planta.

Ações conduzem a resultados, o que quase todos sabem, mas poucos entendem que os pensamentos conduzem as ações, e que os pensamentos são originados nos sentimentos. Em outras palavras, a vida de cada um de nós é muito mais impactada pelos nossos sentimentos do que imaginamos. Quando olhamos para trás, muitas lembranças fazem sentir arrependimento, por decisões equivocadas que geraram resultados ou efeitos que diferentes do que se gostaria. Todavia, o conjunto de variáveis é tão grande, que torna impossível avaliar com alguma precisão os resultados possíveis e a cadeia de acontecimentos, se as decisões fossem outras e outros fossem os caminhos seguidos, pois eles são muitos e o mais importante é ter objetivos bem claros.   

O dia a dia é cheio de negociações, concessões, decisões, que independente de pequenas ou grandes, vão moldando a vida. Estudar, trabalhar, curtir melhor as alegrias da vida, assim como a forma como nos relacionamos com quem encontramos durante a caminhada, representam um conjunto comparável a uma plantação feita ao longo da vida, que vai permitindo, e em alguns casos obrigando, colheitas dos resultados que determinam o que consegue da vida.

Responsabilizar entidades, concorrentes, colegas, adversários, governos, pelos resultados indesejáveis da vida pessoal, ou profissional, da instituição ou da empresa que dirigem, alivia a responsabilidade de muita gente, até de gestores, reduzindo sensivelmente a culpa, o arrependimento, mas não gera aprendizado para si, nem para os sucessores. Colhem melhores frutos aqueles que não perdem tempo reclamando do azar, que não ficam com pena de si mesmos e que não culpam os outros pelos efeitos indesejáveis de sua vida. Quem corre atrás de metas e objetivos bem definidos e preferencialmente coletivos, acordando todos os dias sabendo o quer e o que precisa fazer, vai colher frutos como aquele que planta corretamente e cuida bem de todas as etapas do cultivo.

Quem conquista e ganha antes de gastar, quem procura fazer uma diferença positiva onde estiver e para as pessoas ao seu redor, assim como quem sabe amar a quem lhe dá amor, vai colher melhores frutos como aquele que sabe plantar e cultivar uma boa cultura. Aquele que sabe cultivar boas relações, que procura descobrir novas formas de resolver antigos problemas, que consegue compartilhar o que tem de bom a sua volta, cuida bem do corpo e da mente, investe no seu desenvolvimento pessoal e profissional, consegue viver mais feliz e proporcionar melhores condições de gerar felicidade ao seu redor.

Cada situação vivida requer um nível de superação, quando superar o ímpeto da transferência da responsabilidade do que não se deseja, para outros é uma das necessidades mais importantes para uma vida melhor e com melhores efeitos no que se faz ou deixa-se de fazer. Cabe avaliar algumas vezes ao dia o que está sendo plantado e cultivado no caminho, ao redor e ao longo da vida. Martinho Lutero escreveu que se soubesse que teria apenas um dia de vida, imediatamente plantaria uma macieira, quando se referia a importância de se deixar um legado, que pode ser aproveitado por outros.

As marcas, os legados deixados em diferentes pessoas com quem se convive e lugares que se passa, independente do tempo, são frutos deixados para outros seguirem colhendo o que se plantou e cultivou. As relações, as repercussões dos feitos, das ideias, das pequenas e das grandes realizações repercutem como as colheitas, que por vezes são frustradas, e por vezes surpreendem de tão fartas. Assim, convido os amigos para avaliar melhor o que plantam, cultivam em suas palavras, ações e reações, em todos os momentos da vida.

Um abraço e até a próxima!

segunda-feira, 7 de junho de 2021

Não espalhe medo e caos!

 


           Vivemos em momentos e ambientes cada vez mais complexos e por motivos diferentes, a vida de cada um de nós e o restante do mundo seguirão se complexificando. É certo que ambientes complexos trazem problemas, mas é preciso que mais gente preste mais atenção nas oportunidades que surgem. O que ninguém, assim como nenhuma organização, comunidade ou país precisa, é de gente espalhando medo, caos e confusão.

           Quando a aflição com os problemas, ou a ansiedade com as oportunidades afetam a vida pessoal e profissional, não deve haver dúvidas em procurar ajuda para agir rapidamente, antes de um desgaste maior. Nas equipes, se houver problemas de gestão, o foco deve ser na solução, não nos culpados, pois todos esperam de um gestor, de um proprietário, ou executivo de um negócio, atitudes de liderança e decisões. Se eventualmente uma liderança, por algum motivo espalha medo, ou confusão, o resultado é a perda de direção, fragilidade, incerteza e insegurança.

           Precisamos de mais gente focada nas soluções! Quem espalha medo e caos é indesejado e por isso, totalmente dispensável de equipes, grupos e companhias. Ocupar espaço em reuniões, encontros, lives, redes sociais, para lamentar, reclamar, estimular o medo e passar a ideia de caos só gera reações negativas no ambiente interno ou externo. Nestes casos, os melhores talentos começam a buscar outras opções e a desmotivação vai corroendo o que funciona bem. De nada adianta esperar de outros, as soluções que somente uma boa liderança tem poder para despertar. É preciso que tanto as lideranças quanto os membros da equipe assumam seus papeis e caminhem juntos rumo a uma nova fase. Quem mantém relações ruins, acomodando-se nas reclamações sobre os outros, ao invés de desacomodar-se e agir, deve rever suas posições e opções para permanecer nas equipes. Muitas vezes o maior motivo dos problemas das organizações está na liderança omissa, procrastinadora, desorganizada, que não está qualificada para a complexidade das suas atividades e para enfrentar o momento da organização, do setor ou da economia.

É possível verificar muitas vezes que os que se queixam dos outros, relatam problemas muitas vezes vagos, ou incoerentes, enquanto outros têm razão, mas não estão dispostos a dar as contrapartidas ou agir conforme seu discurso. Conversar periodicamente com as pessoas faz uma grande diferença. Diálogos tranquilos e respeitosos onde todos possam apresentar suas ideias e opiniões sem receio de ironias, retaliações, no momento ou em comentários posteriores. As falas do líder e de quem mais se manifesta devem ser transparentes, diretas e objetivas deixando claro o que se espera da equipe e de cada um. Seriedade e positivismo são palavras-chave para agir coletiva, ou individualmente e a boa lembrança da última reunião pode ser uma oportunidade para buscar soluções, gerar comprometimento e ainda, garantir a participação.

Pessoas bem preparadas com trabalho alinhado cuidarão melhor e de mais detalhes oportunizando melhores resultados. Todavia, não dá para confundir a necessidade da equipe aprender, com a necessidade de motivação. A qualificação profissional tem a função de ensinar a fazer melhor e a motivação deve auxiliar a terem mais vontade de fazer. As duas atividades são fundamentais em qualquer organização e por isso, são necessários espaços e momentos adequados.

                Um abraço e até a próxima!

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