Só quem atua no varejo sabe o quanto é desafiadora esta atividade empresarial. A percepção aumenta ainda mais porque muita gente inicia suas atividades imaginando que é fácil locar um ponto, prepará-lo e colocar mercadorias à disposição das pessoas. Dentre os muitos desafios está a atenção no comportamento do consumidor.
Na nova classe
média por exemplo, tanto o homem quanto a mulher trabalham, sendo ela, ao mesmo
tempo mãe e profissional, vê seu smartphone como uma ferramenta para economizar
tempo e dinheiro, tudo com estilo e elegância. As empresas que não prestarem
atenção nestas peculiaridades serão ultrapassadas por outras mais atentas, na
opinião de Paco Underhill, especialista em comportamento do consumidor e autor
do best-seller “Vamos às Compras” traduzido em 27 idiomas, obra que recomendo.
Todos sabemos o quanto a tecnologia vem contribuindo para o
desenvolvimento do varejo nos últimos anos, mas estimular a experiência do
consumidor tem se mostrado uma das ações mais eficientes na decisão de compra. É
preciso lembrar que cada ambiente é único, permitindo experiências únicas e por
isso, todos os elementos deste ambiente devem ser analisados, podendo ser utilizados
para garantir a melhor interação entre os produtos oferecidos e os clientes.
“Quem compra no centro de Salvador, na Bahia, encontra músicos percussionistas
e isso faz parte da experiência do consumidor, mesmo com o calor forte e as
ruas um pouco sujas. É algo mais humano”, comenta Paco Underhill, antropólogo
norte-americano, em entrevista a blog Mundo do Marketing.
Underhill diz na entrevista que as cidades
brasileiras não estão abrindo novos shoppings para servir a novas marcas, mas
para roubar as marcas de outros. É muita concorrência e o país também
enfrenta um sério problema de transporte público, dificultando a ida a estes
estabelecimentos. Assim, para o pesquisador, o futuro de qualquer centro comercial,
grande ou pequeno depende de uma melhor mobilidade urbana. Outro desafio citado
pelo autor é “as Classes A e B estão fazendo suas compras fora do Brasil. Se
quero uma bolsa da Gucci, ela acaba sendo mais barata em Miami, nos Estados
Unidos, do que em São Paulo. Isso é um dos desafios para as lojas brasileiras.”
Para atender melhor o novo perfil do consumidor, é preciso reconhecer
que ele vê o seu smartphone como uma ferramenta e se importa com a maneira como
este afeta sua qualidade de vida. O novo consumidor precisa economizar tempo,
dinheiro e, ao mesmo tempo, busca fazer isso com estilo e elegância. Para Underhill,
a tecnologia faz parte da solução no longo prazo, mas, no marketing de varejo, ela
deve gerir melhor a cadeia de suprimentos. É a tecnologia que não vemos que
permite preços mais baixos e frutas e vegetais frescos chegando ao mercado
rapidamente.
O comportamento do consumidor mudou tanto nos últimos anos, que em
muitos casos se inverteram os tipos de produtos que cada gênero tinha maior
influência na decisão de compra. As mulheres estão decidindo desde carros a produtos
eletrônicos, o que algum tempo atrás eram deixados para os homens resolverem.
Enquanto isso, os homens estão decidindo e assumindo compras da linha
gastronômica e fazendo muitas compras de família. O comportamento das
diferentes gerações também modificaram bastante as relações do varejo e por
tudo isso e muito mais, o lojista independente do ramo de atividade não pode
mais seguir atendendo e compreendendo todos da mesma forma.
Para finalizar, é preciso destacar a importância de ter informações
atualizadas sobre os clientes e também sobre os não clientes para tomar
decisões que possam qualificar seus resultados. Todavia, tão importante quanto
obter os dados é saber como analisar, para que as respostas possam fundamentar
decisões seguras, em busca dos resultados esperados.
Um abraço e até a próxima semana!
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