“Apenas
o otimismo honra o ser humano. O pessimismo aproxima-se muitas vezes da inação,
da imobilidade, e nossa história é a negação do pessimismo.” Mário Sérgio
Cortella
Numa entrevista para a HSM Management, o admirado pensador
Mário Sérgio Cortella, provoca os leitores com questões existenciais e
filosóficas como “ter” e “ser”, que geram angústias e afligem muitos executivos,
incluindo situações como a demissão e a aposentadoria. Outro estudioso, Jean
Bartoli relembra que o fato de que atualmente a inserção social se dá por meio
da vida profissional. A questão que se põe é que cabe a cada um de nós olhar a
profissão como um meio ou um fim.
Para muitas pessoas a vida familiar
é que é fundamental, enquanto a vida profissional serve de sustento da família
e do indivíduo, o que não é impeditivo para ser um profissional honrado, digno
e eficiente, não mudando nada em termos de desempenho.
Os estudiosos acreditam que a angústia que aflige os
executivos no momento de um desligamento está associada ao sentimento de
pertencimento a um grupo cada vez mais forte na sociedade, especialmente, na
ocidental. O desligamento de uma organização seja por demissão, transferência
ou aposentadoria obrigam a pessoa a retornar para a sua estrutura individual, o
que principalmente para aqueles que priorizam a vida profissional é mais
difícil. A pessoa sente que perde, por exemplo, um sobrenome corporativo, que
na maioria das vezes, dá uma identidade mais ampla.
A recomendação é para superarmos
pelo menos três desafios:
1- Excesso
de informações e escassez de tempo – é preciso discernimento para a escolha das
atividades prioritárias e eliminar as tarefas desnecessárias. Para isso é
preciso disciplina, foco e concentração;
2- Pessimismo
sobre a situação econômica – visões otimistas ou pessimistas podem alimentar
círculos virtuosos ou viciosos na economia das organizações. O otimismo por sua
vez não pode ser ingênuo, portanto, precisamos de um otimismo crítico, para
sermos realmente construtivos;
3- Ética
e valores – se a grande questão da economia é como vamos sobreviver, a grande
questão da ética é como vamos conviver e as duas são fundamentais para
responder como vamos viver. Os princípios éticos não são imutáveis, pois
precisam ser postos dentro dos devidos contextos. A ética é sempre de uma
comunidade, de um coletivo e de um
tempo, conforme defendem estudiosos como Cortella.
O combate ao utilitarismo e o
produtivismo da sociedade ocidental é feito por vários grupos, referindo-se aos
momentos de trabalho e também de lazer. A visão mais hedonista da vida vai
ganhando espaço neste combate. Para o grupo que prefere aproveitar a vida sem
compromissos coletivos, tendo apenas o compromisso consigo mesmo e com o próprio
prazer, o que pode-se entender como hedonismo maléfico, possivelmente haverá
mais dificuldades de convívio social, na contemporaneidade.
Já para o hedonismo mais positivo, que recusa o trabalho
como um fim em si mesmo, o que vale é o que é essencial para a vida, como a
amorosidade, afetividade, sexualidade e religiosidade. Produtividade,
rentabilidade, lucratividade e a ideia de competitividade são fundamentais, mas
não essenciais nesta linha de pensamento. O fundamental é aquilo que ajuda a
chegar no essencial.
Com este breve reflexão, espero que você possa ser e ter
para alcançar o essencial! Até a próxima!
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