Depois de assistir ao vídeo da
palestra de Geraldo Rufino, empresário conhecido como “catador de sonhos”,
passei a olhar de forma ainda mais crítica para as atitudes de muitas pessoas
ao redor, no que tange a alguns dos valores mais importantes para o convívio em
harmonia consigo próprio e com os outros.
Rufino é um empresário brasileiro
conhecido no Brasil e exterior por sua empresa de desmanche de caminhões, muito
bem sucedida em vários aspectos, que iniciou catando e reciclando latinhas.
Viajando pelo mundo a passeio ou eventualmente palestrando, ele afirma, considerando
os problemas de outros países, “o Brasil é o melhor país do mundo e o problema
dos brasileiros é a “falta de gratidão” e a “terceirização” dos problemas”. Disposto
a entrevistas, palestras e diálogos francos, o empresário entende que o
brasileiro médio “agradece pouco, lamenta muito e terceiriza a culpa” pelos
insucessos. Peço que os amigos leitores façam uma avaliação do que veem e ouvem
ao seu redor, nas suas casas, na vizinhança, no trabalho, nas entidades. Para
mim, olhando “de fora” de algumas situações, é impressionante e lamentável
ouvir as reclamações e argumentos de pessoas que receberam bastante e por
qualquer motivo ignoram tudo isso, esquecendo também do seu poder pessoal, limitando
sua ação às culpas aos outros e até à Deus.
Voltando ao ex-catador, ele afirma
que “Pobreza vem do pensamento. É um estado de espírito, porque a condição
material você pode mudar”. Ele é mineiro, tem 59 anos e acompanhando os pais e
sete irmãos, quando ainda criança mudou para a favela do Sapê, na zona oeste de
São Paulo. Rufino classifica a favela como um lugar “cheio de empreendedores e
trabalhadores”, lembrando dos pais e dos vizinhos. Ouvindo o empresário,
percebe-se a diferença que faz a postura dos pais na construção da mentalidade
empreendedora e responsável dos filhos: “Mamãe sempre me ensinou que,
independentemente da condição, quem deve estar disposto a mudar é você. Se
tiver disposição de trabalhar, neste País, só passa fome quem quiser”. O
empresário diz que já era otimista desde os tempos da pobreza. “Minha vida não
é boa porque arrumei alguns trocados. Ela é boa lá de trás”. Trazendo um ditado
popular para retratar a situação dos brasileiros, ele lembra que “olham para as
fezes e esquecem do cavalo” e dá uma opinião otimista sobre o futuro “Nosso
cavalo (Brasil) está prontinho, arreado, selado, fortíssimo e gigante”.
A fala do “catador de sonhos” é
realmente motivadora para pobres, ricos, trabalhadores, empresários,
professores e estudantes, afirmando que o primeiro passo para aqueles que
querem começar um negócio e não possuem capital é arrumar um emprego.
“Empreender é um jeito de pensar. Tem que empreender no CNPJ do outro. Se já
começar pensado em CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), não vai crescer.
Você tem 24 horas por dia e só quer trabalhar oito?”, desafiou o empresário,
alegando que a igualdade “se busca através a produtividade”. No vídeo
disponível na internet Geraldo Rufino também criticou a visão estigmatizada
sobre os afrodescendentes, como ele, dizendo que muitas medidas acabam fazendo
muitas pessoas acreditarem que são vítimas, dificultando a crença na sua
própria força e atitudes positivas.
Para o empresário, o governo deve “parar
de atrapalhar” o cidadão, reduzindo a burocracia e fortalecendo o
empreendedorismo. No entanto, ele não atribui à classe política a má situação
do país, dizendo que “É culpa nossa, da omissão dos que se dizem bons”. Rufino
diz que apoiará candidatos a cargos públicos que tentarem “levar às periferias
noções de motivação e empreendedorismo”, dizendo que “o brasileiro só precisa
de trabalho, o resto sabemos fazer.”
O espaço é curto para mencionar a
trajetória de vida deste brasileiro que como tantos outros, e muitos dos
leitores, iniciaram com muito pouco, mas assumiram o protagonismo da sua vida, tendo
atitudes para encarar os problemas como seus e sendo gratos pelo que tem e o
que conseguiram ao longo da caminhada. Entendo que precisamos estimular mais
pessoas ao nosso redor a pensar desta maneira e podemos começar com as nossas
casas, empresas e entidades.
Um abraço e até a
próxima!
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