Experimentamos a primeira eleição em nível
estadual e federal com tempo mais curto de companhas e propaganda eleitoral bem
mais restrita. Desde os primeiros movimentos da eleição para Presidente, também
percebeu-se as diferentes articulações na tentativa de polarização entre duas
forças. É uma estratégia tradicional e quase infalível, quando bem desenvolvida,
e graças a ela, quem está no 2º turno chegou lá.
Várias surpresas importantes surgiram ao
longo dos últimos 2 a 3 meses e esta eleição com ponto culminante no dia 7 de
outubro quebrou paradigmas importantes. Há anos se falava na necessidade de
renovação do poder legislativo, o que se esperava em 2014, mas só ocorreu
agora, em 2018, tirando cargos eletivos de muitos nomes tradicionais, velhos
caciques e clãs, alguns mais herdeiros dos poderes da família do que da população.
Foi uma renovação parcial, é verdade, mas uma boa amostra de que parte da população
não aceita mais ser representada por protagonistas de falcatruas diversas.
Creio que a concretização nas urnas, da esperança de renovação e da decisão de
retirar os cargos eletivos de quem faz uso indevido é o ponto mais positivo
deste primeiro turno da eleição.
O ponto negativo desta eleição ao meu ver, é a
continuidade e o acirramento do discurso de divisão do país. Ao apresentar
documentos, fotos, filmes, depoimentos, gravações telefônicas a justiça e a
imprensa escancarou a crise moral existente no meio partidário, o que levou a
crise política, que por sua vez levou a todo o país para a crise econômica. As
reformas, a reconstrução do país, as ações para o desenvolvimento econômico e
social, o conjunto que pode recuperar empregos, aumentar a geração de renda e
consequentemente tributos e assim oferecer melhores condições a população, só
pode ser alcançado com mobilização. Dias atrás respondi a uma daquelas enquetes
“o que eu faria pelo país se fosse Presidente” que articularia um mutirão,
distribuindo para as mais diversas lideranças políticas, sindicais,
associativas, empresariais responsabilidades e tarefas de acordo com suas
principais habilidades e competências para juntos e finalmente organizarmos e
aproveitarmos as melhores potencialidades para desenvolver o Brasil e
proporcionar uma vida melhor para nossa gente. É uma utopia, claro, mas que
tenho certeza, a maioria dos leitores se identifica. Imagino que mesmo de
formas diferentes, quem racionaliza pensando no bem do país também desejaria.
Por que não surge alguém, um grupo, com
capacidade de gerar uma mobilização nacional, construir mutirões de trabalho em
busca do desenvolvimento? No meu ponto de vista estamos longe disso ocorrer,
porque para alcançar o poder é mais fácil dividir, aliado ao fato de que a
maior parte da população e seus representantes partidários ainda mantem o
modelo mental em que é preciso “matar” o outro, quem se posiciona diferente, ao
invés de discutir, argumentar, ajustar e buscar com agilidade o melhor
entendimento e as melhores soluções.
Divisão
do país é tudo o que não precisamos, mas infelizmente, seguimos vendo nos
diversos meios e com mais veemência e acirramento “nós contra eles”, “eles
contra nós”, “contra as reformas”, “a favor
das reformas”; “anti” estes ou “anti” aqueles, além das discussões sobre
religiões e credos, gênero, ideologia, o que é ou não delinquência, dentre
outros. Todavia, o país com problemas muitíssimo complexos e seu povo
esperançoso de ações efetivas é relegado a condição de torcidas adversárias. A
quem interessa tanta divisão? A quem interessa vizinhos, amigos, colegas,
divididos brigando pelas opiniões, ao invés de discutindo e comprometendo-se
com propostas e soluções?
Respeito
é o que precisamos antes de tudo! Se união, mobilização, racionalidade está difícil
neste momento, vamos iniciar pelo Respeito!
Um abraço e até a próxima!
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