Temos passado por muitos
municípios da região falando sobre o desenvolvimento da economia local, o
impacto de cada setor na agregação de valor, na renda e nos empregos. Nestes
momentos sempre fica sempre muito evidente o quando a indústria contribui com os
indicadores locais. A pergunta que surge seguidamente é como fazer o setor
industrial se desenvolver mais. Este desafio não é somente dos municípios, ou
da região, pois o Brasil como um todo tem um desenvolvimento médio com baixo
profissionalismo, baixa competitividade, baixa produtividade e baixa agregação
de valor, que no meu entendimento são consequências de baixos investimentos em
inovação e qualificação profissional.
Algumas poucas empresas do setor
industrial se dispõe a realizar investimentos adequados em pesquisa,
desenvolvimento e qualificação de pessoal e nestas os resultados são muito
distintos e visíveis. Boas parcerias entre as fábricas e as instituições de
ensino técnico e superior fazem muita diferença. As políticas públicas adotadas
na última década no âmbito federal incentivaram a formação privada em EaD, cuja
grande maioria possui níveis de qualidade abaixo da crítica e a criação de instituições
públicas federais que canabalizaram a iniciativa comunitária desestruturaram o
que se construiu ao longo de muitos anos. Com a falta de recursos para dar
conta dos elefantes brancos criados, lamentavelmente vê-se a deterioração de
importantes patrimônios públicos, ou seja, desestruturaram parte da iniciativa
comunitária existente e para piorar não foram capazes de gerar uma alternativa,
deixando a sociedade pior assistida do que estava antes. A desmobilização do
ensino profissionalizante de nível técnico no Brasil é um desastre a olhos vistos,
gerando grandes perdas ao setor produtivo pela falta de mão de obra qualificada
principalmente para as indústrias.
As pessoas que vivem nesta
grande região são conhecidas por serem pessoas do bem, com valores pessoais
importantes e cultura onde o trabalho e a vida íntegra está no centro da
formação pessoal e profissional. As principais instituições formadoras ainda são
as comunitárias, portanto comprometidas com capacidade de formação tecnológica
de alta qualidade, aliada a formação humanística e cidadã. O que faz uma
indústria aumentar o valor agregado é a tecnologia, o que só é possível com
profissionais bem formados. Não se conhece nenhum país ou região do mundo que
tenha se desenvolvido sem tecnologia e esta só é possível com investimento dos poderes
públicos, das empresas e das próprias pessoas de cada local em formação de
qualidade.
Não percebo ações efetivas dos
poderes públicos para a criação, expansão ou atração de indústria e tampouco propostas
dos candidatos que se apresentaram nestas eleições. Existem algumas poucas
iniciativas isoladas de municípios, mas pelas suas condições e capacidades, em
baixa escala. Estas poucas iniciativas em grande parte são focadas em
infraestrutura como terrenos e eventualmente prédios, todavia, o que faz uma
indústria, como qualquer outra empresa desenvolver-se é uma boa gestão e notadamente,
faltam iniciativas para qualificar a gestão do setor industrial. Os governos
que tiverem responsabilidade para desenvolver o setor industrial devem analisar
melhor ações como no interior do Estado de São Paulo e principalmente em
regiões fora do país, onde as políticas de incentivo a indústria estão ligadas
a formação de profissionais e apoio tecnológico. Aos mais céticos recomendo
comparar os indicadores de desenvolvimento econômico do Estado de São Paulo com
os indicadores médios do Brasil nos últimos 15 anos. Quem quiser investir um
pouco mais de tempo, sugiro analisar o desenvolvimento industrial do Estado de
São Paulo comparado com o desenvolvimento industrial brasileiro no mesmo período e ainda, os incentivos às instituições formadoras, comunitárias,
privadas e estaduais na criação e melhoria de cursos técnicos e superiores
focados em tecnologia.
As comunidades locais e
regionais devem encontrar formas cooperadas de desenvolver a infraestrutura
regional, bem como o empreendedorismo entre os mais jovens e a inovação nas
organizações de um modo geral, mas especialmente nas indústrias que tem maior
potencial de agregação de valor adicionado gerando mais renda e qualidade de
vida.
Um abraço e até a próxima!
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