O fundamento
maior da nossa sociedade é a liberdade, se ramificando em aspectos que vão do
econômico ao comportamental. Todavia, por um determinado prisma, esta
liberdade, ou o mundo livre, está mais na teoria do que na prática.
Em termos
econômicos especialmente no Brasil, sempre fomos e seguimos dominados pelo
Estado, sendo um dos países do mundo com menores indicadores de liberdade na
economia, finanças, empreendimentos. Quanto aos costumes, na prática somos
reprodutores da ordem vigente em diversos aspectos. Viver em sociedade requer
regras comportamentais e econômicas a fim de manter o convívio social dentro de
certos limites, o que torna a liberdade ilimitada impossível, uma utopia, considerando
que em quase tudo há contrapontos e limitações.
O que pretendo refletir
com os leitores, é que apesar de termos pontos limitadores econômicos, sociais,
ambientais e comportamentais, eles são amplos o suficiente para mentalidades
mais abertas a pensamentos e ações além do que estamos habituados. Digo isso
por que é comum vermos nas escolas, universidades, empresas, associações, na
igreja e na política, pessoas agindo como escravos do pensamento alheio, dos
conceitos que consideram imutáveis, das convenções e dos padrões criados num
determinado tempo.
O que se percebe é a forte tendência para a acomodação de muitas
pessoas, na condição econômica, social e
comportamental. Temos uma parte da sociedade que reluta para sair da sua
condição social mesmo sendo muito precária, pois implica em mudanças de
hábitos, de costumes, de rotinas. São mentes fechadas nos limites criados parte
pela sociedade, mas também em boa parte por suas próprias crenças que as fazem
sentir incapacitadas para ampliar pensamentos e ações. Uma das perguntas mais
importantes a fazer é: Quanto cada um está disposto a enfrentar dificuldades
para ampliar a liberdade econômica e comportamental?
Precisamos de mais mentes abertas e assim também auxiliar mais
pessoas à abrir a mente para novas formas de ver a própria vida, a vida ao seu
redor e a sociedade. Mentes que permitam às pessoas ousar mais, romper
paradigmas, desafiar o “sempre foi assim”, experimentar situações diferentes e
ver a si e aos outros de formas diferentes. A filósofa e economista Rosa
Luxemburgo dizia que “Quem não se movimenta, não sente as correntes que o
prendem”. Abre mais a mente aquele se movimenta, corre, gesticula, fala.
A conhecida frase de Albert Einstein “uma mente que se abre
jamais volta ao tamanho original” pode ser dita em outras palavras, como a
mente que se liberta de velhos hábitos, conceitos limitadores, costumes que a
escravizam, não aceitará retornar à prisão. Por mais condições adversas que
muitos estejam passando é preciso lembrar que a autonomia é individual, interna,
dependendo somente da pessoa, independente das questões que a cercam, do
ambiente externo. Superar medos, timidez, rancores, preguiça, negativismo
depende de autonomia, que é individual. Muitas pessoas com estas dificuldades têm
a prisão dentro de si mesmas, não ao seu redor. Aquela frase popular “a chave
que prende é a mesma que liberta” segue valendo.
Nossa sociedade terá mais oportunidade de mudar para melhor, com
mais mentes abertas. Assim, precisamos ajudar a quem está próximo, incentivando
e instigando os novos jeitos de olhar o mundo e produzir novos conceitos para
si e para o outros. Umas das piores prisões é uma mente fechada. Mas é um esforço
individual e diário abrir a mente e mantê-la aberta. No caso das organizações,
o esforço precisa ser coletivo e cooperativo, para ampliar os horizontes com
novos conceitos e contextos.
Mente aberta, gente! Um abraço e até a próxima!
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