Fala-se e escreve-se muito sobre
motivação e há muito tempo. No dia a dia das organizações, provavelmente não
passe um dia sem que os líderes pensem na motivação ou falta dela, pensando em
alguns integrantes de seu grupo de trabalho. Estando na condição de líderes ou de
liderados, temos a motivação dentre nossas preocupações pessoais. Cada um de
nós tem construída a sua própria tese sobre como motivar as pessoas.
Mesmo com muitos acertos e
aprendizados a duras penas ao longo de décadas de experiências, tentativas, muitas
lideranças, equipes e organizações seguem tendo dificuldades quanto à motivação.
E é possível que você e eu também tenhamos, por mais ou menos vezes, dificuldades
de motivação. A primeira dificuldade é que ninguém consegue se motivar para
tudo o tempo todo. A segunda dificuldade é que há muitas respostas possíveis
para “como motivar minha equipe”.
Daniel H. Pink, autor de quatro
best-sellers da área de negócios, afirma em seu novo livro, “Motivação 3.0 -
Drive” que não é possível obter engajamento da equipe procurando por
obediência. Esta premissa causou furor nos EUA onde o livro foi lançado, com sucesso
instantâneo de vendas, sendo best seller nas listas de indicações mais
importantes daquele país, tendo sido lançado no Brasil, pela editora Sextante.
Neste livro, Daniel reconstrói a história dos estudos e práticas no universo da
motivação e conduz o leitor para uma análise mais profunda sobre o assunto,
classificando como “Motivação 3.0”, aquela baseada em autonomia, prazer e
propósito.
Ao longo da história, observa-se
primeiramente a “motivação 1.0”, primitiva, que move as pessoas pela
sobrevivência, que é instintiva: se não tem o que comer, você vai dar um jeito
de conseguir comida; se começa a chover forte, você procura um abrigo seguro e
assim por diante. O autor classifica como “motivação 2.0” aquela clássica,
industrial, assentada no padrão “punição e recompensa”, abraçada pelo mercado
durante décadas e que, ainda funciona de maneira tácita ou explícita, em vários
ambientes. Considerando todas as mudanças da realidade e do mundo do trabalho é
muito evidente que os anseios das pessoas mudaram e que a forma de motivá-las
também precisa mudar. Ou seja, o problema está no fato de muitas organizações seguirem
tentando motivar homens e mulheres do século XXI com estímulos de um mundo que quase
não existe mais.
Quando as pessoas se deparam com os
ganhos e as perdas decorrentes da forma como se executa uma tarefa, a liderança
só pode esperar obediência ou desobediência. Conforme Daniel Pink, neste caso o
colaborador é motivado por consequências e não por causas, ou seja, venderá
mais para obter uma comissão maior, ou venderá mais para não ser substituído
por alguém com melhor desempenho, assim como venderá mais para ser promovido, ou
venderá mais para não ser transferido para a filial que ninguém quer. É bem
mais difícil conquistar o engajamento, ter aquele discurso empolgante,
emocionante e bonito, de vivenciar os valores da organização, tratando tudo como
recompensa e punição.
“É preciso resistir à tentação de
controlar as pessoas – e, em vez disso, fazer todo o possível para despertar a
adormecida autonomia que temos enraizada em nós”, afirma Pink, que considera a
“motivação 3.0” aquela que alcança o engajamento pleno. Em qualquer
organização, para o trabalho, lazer, ou voluntariado, as pessoas vão se engajar
quando se sentirem parte da solução, parte do negócio. Nos modelos de motivação
com punições e recompensas as pessoas muitas vezes se sentem tratadas como
custos, ou seja, como problemas, e não como parte do negócio e das soluções.
Para obtermos melhores resultados na busca por estimular nossas
equipes ações de engajamento são fundamentais. Como obter engajamento será uma
resposta que cada líder e cada equipe devem buscar, mas é certo que quanto mais
pessoas conseguirmos auxiliar alinhamento dos objetivos pessoais aos propósitos da
organização e fazê-la perceber-se como parte da solução dos problemas, mais
motivação teremos na equipe.
Um abraço e até a próxima!
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