Um tema que não me canso de tratar, escrever, pesquisar, falar, é sobre a valorização dos negócios locais e o faço desde que era estudante. Volto ao tema hoje e voltarei muitas vezes pois entendo que é preciso um esforço extra de todos os segmentos para valorização dos negócios locais, que são importantíssimos para a economia e a qualidade de vida de cada local em que vivemos.
Por algum motivo bem difícil de entender, autoridades públicas vêm tomando decisões que aumentaram em muito as dificuldades dos negócios locais. Quando entra 1 ou 2 clientes em alguns estabelecimentos locais é uma alegria para os poucos atendentes, muitas vezes membros da família. Estranhamente a situação é considerada perigosa por autoridades e parte da mídia, mesmo vendo as aglomerações em frente a repartições públicas, a volta dos campeonatos estaduais e brasileiro de futebol. A propósito, as permissões ao futebol e os impedimentos das aulas presenciais nas faculdades dão uma boa dimensão das escolhas dos governantes e da tolerância da sociedade. O futebol, assim como as tragédias sempre renderam muita audiência, que por sua vez rendem sempre patrocínios polpudos. Já a educação rende melhores profissionais, mais produtividade, mais tecnologia, mais renda, portanto independentes economicamente e com mais capacidade de questionar o que está ocorrendo, e claro que visivelmente incomoda alguns governantes.
Os negócios locais normalmente empregam pessoas que moram próximo, atendem melhor, confiam e tem a confiança dos clientes, dificilmente tem casos de adição de insumos não recomendados e de descartes mal efetuados, pois a vizinhança está sempre “de olho”.
Melhorias nas ruas, limpeza, podas, jardinagem, coleta de lixo, iluminação, saúde, segurança, precisam dos tributos embutidos nas compras de produtos e serviços de empresas do seu município. As compras feitas em outras cidades e nos grandes market places da internet geram tributos para os municípios de origem destas empresas. As vagas de emprego, desejadas e necessárias para amigos e familiares são geradas com o aumento do volume de compras nas empresas locais.
Mais pessoas com emprego aliviam a pressão sobre a ação social, também sobre os postos de saúde, em função dos convênios, das ações das próprias empresas, além do aumento da autoestima, do nível de educação e profissionalização, uma vez que para trabalhar, é preciso se manter atualizado e com a mente saudável. Um emprego próximo de casa reduz a necessidade de transporte público, a poluição, a manutenção de ruas, vagas de estacionamento, dentre outros.
Vem as eleições municipais e creio que o foco dos debates deverá ser sobre as propostas para o desenvolvimento dos negócios locais. Quais candidatos têm as melhores propostas e condições de efetivá-las, para fazer prosperar as empresas locais, e assim aumentar o número de vagas de emprego, o nível de renda dos moradores e a arrecadação própria. Se estiveres “por fora” dos debates eleitorais, assim que lhe pedirem apoio e voto, você, sua família, amigos, colegas terão oportunidade para perguntar aos candidatos a prefeito e a vereador sobre suas propostas para a valorização das empresas locais, geração de emprego, renda e tributos.
Claro que é preciso que todos aqueles que decidem pelos negócios locais entendam que não serão valorizados se não fizerem algo por eles mesmos. Com atitudes mais profissionais e pró ativas qualificar o atendimento, aumentar ainda mais a conveniência, qualificar os produtos e serviços, oferecer condições do cliente ver, escolher e solicitar produtos e serviços sem sair de casa e em horários mais ampliados, mesmo que more perto, são formas de melhorar a sustentabilidade do negócio.
A valorização dos negócios locais tem um impacto muito maior do que a maioria imagina. A mudança de comportamento e hábitos de compra serão decisivos para a qualidade de vida e estrutura de serviços a nossa volta. É preciso falar mais sobre isso com mais pessoas e em mais locais. Vamos lá?
Um abraço e até a próxima!
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