Há tanta desesperança nos comentários pós noticiários que chegamos
a temer pelo futuro. Infelizmente vivemos um momento em que “notícia ruim” não
falta, mas também é verdade que notícia boa não vira manchete facilmente. As
vidas e os feitos da maioria, que é do bem, segue chamando menos atenção, pois é
pacata e raramente dá manchete ou “viraliza” em comentários e compartilhamentos.
As notícias de violência, terrorismo e corrupção realmente nos
deixam desnorteados e nos perguntando se chegamos ao “fundo do poço”, mas passam-se
alguns dias e descobrimos que no fundo do poço tem um alçapão. Se focarmos
somente nos atos e fatos nas minorias que fazem malefícios, corremos o risco de
paralizarmos. Para mais gente agir melhor, tenho convicção de que precisamos
lembrar mais e de todas as formas, dos atos e fatos da maioria que é do bem.
A maioria das pessoas, inclusive os brasileiros (contrariando comentários
preconceituosos) não fura a fila, não
depreda patrimônio, respeita os direitos do próximo, não passa em sinal
fechado, é cordial, não é violento, não comete fraudes, não rouba, paga seus
compromissos pontualmente, é sensível aos pedidos de auxílio, colabora com suas
comunidades e quer deixar filhos melhores para o mundo.
Para cada terrorista disposto a matar quem não tem os mesmos
hábitos que o grupo dele, há dezenas de pessoas para auxiliar sobreviventes e
familiares das vítimas. Para cada político que desvia milhões de reais para
criar uma fortuna maior do que a do bandido do outro partido, reduzindo
recursos da saúde, da educação, da infra-estrutura, há dezenas de pessoas se mobilizando
para doações de sangue, campanhas de arrecação de fundos, alimentos e materiais
de limpeza, grupos doando equipamentos e recursos para manutenção, famílias
fazendo mutirões de construção e reforma. Para cada estudante que cola na
prova, copia textos de outros dizendo que são seus, há muitos outros querendo
fazer mais do que o mínimo necessário para ser aprovado, fazendo mais do que a
média e querendo ser alguém melhor para o mundo. Para cada servidor público tem
má vontade pra atender, procrastina, pede ou aceita propina, não tem senso de
economicidade, há muito mais servidores querendo solucionar problemas da
população. Para cada empregado que não faz o que foi contratado para fazer, não
tem produtividade, trabalhando contra a empresa e/ou o empregador, há muitos
outros dedicados e gratos com o espaço e a oportunidade que tem. Para cada
ladrão existem muitas pessoas que encontram e devolvem objetos perdidos sem
violar o que encontraram. Para cada pessoa com o hábito de jogar lixo na rua há
mais gente fazendo mutirões para limpar rios, nascentes, arrecadar lixo
eletrônico, fazer campanha do agasalho, fazer companhia e contar histórias em
hospitais e asilos. Para cada grupo disposto a depredar prédios, ônibus e
equipamentos, pixar, riscar, quebrar, destruir o que é dos outros para
extravasar seu instinto violento, deixando necessitados sem atendimento, há um
grupo disposto a fazer mutirão para limpar, recuperar e repintar. Para cada
grupo planejando e arrecadando recursos para invadir, destruir, corromper,
ganhar o poder a qualquer custo, há milhares de pessoas nos templos pedindo
perdão por seus atos e proteção divina para dias melhores.
Os do bem são maioria, mas seus atos e fatos não viram notícia!
Será que poderíamos começar por nós? Conseguiríamos criar neste
veículo de comunicação uma seção para destacar atos e fatos “do bem” e maior do
que a seção policial? Teríamos mais dificuldades ou facilidades? Depois de convencer
o comitê editorial, a dificuldade seria encontrar conteúdo, ou patrocínio para
esta nova seção? Se promover o bem não fizer parte de nossa missão, o que seria
mais importante? Gente do bem, busca fazer o bem, não busca notoriedade! Porém,
sabemos que os exemplos e os hábitos da maioria arrastam multidões. Os
terroristas, os ladrões, os corruptos, os que destroem o limitado patrimônio de
uso público, por sua vez, sempre buscam notoriedade, seja individualmente ou em
grupo. Vamos focar nossas atenções, nossos comentários, nossas manchetes,
nossos conceitos em que tipo de atos e fatos?
Eu acredito e testemunho a minha volta, que os do bem são maioria!
Um abraço, força, fé e até a próxima!
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