Seguindo na série
sobre desenvolvimento local, especialmente sobre questões relacionadas a
alternativas para o comércio de bens e serviços, recebi questionamentos de
leitores a respeito do envelhecimento da população da região e alternativas
para mais jovens ficarem em seus municípios.
É certo que temos
em nossas casas, em nossas empresas e entidades problemas pontuais e imediatos
para resolver e quase não sobra tempo para pensar no futuro. No entanto, precisamos
lembrar que resolvendo hoje problemas importantes do futuro, a tendência é
passarmos a ter menos problemas urgentes, com o passar do tempo. Como serão os
nossos negócios e municípios em 2030? Vejam que não é tão distante e quase
todos estaremos por aqui. Em 12 anos dá para fazer muita coisa, assim como
muitas coisas podem mudar ao nosso redor neste tempo. Algumas situações porém,
demoram muito para mudar e uma delas é a evolução das faixas etárias da
população. As taxas de natalidade estão entre os fatores mais difíceis de
reverter em qualquer parte do planeta, justamente por ser uma decisão
absolutamente individual, que interfere decisivamente na vida das comunidades. Com
menos filhos por famílias, jovens que seguem saindo para estudar ou trabalhar e
não voltam mais, e os adultos vivendo cada vez mais, tem-se um envelhecimento
médio da população muito mais rápido nesta região do que no resto do Estado e
do Brasil. As projeções do IBGE e da ONU para o Brasil de 2050, impressionam
muito pelo baixo número de crianças, a redução do número de pessoas em idade
economicamente ativa e o elevado número de pessoas com mais de 65 anos. Os
municípios do noroeste do RS e SC tem, em média, 5 anos a mais de
envelhecimento em relação ao restante do país.
Para quem é
profissional liberal, empresário, executivo, é certo que muita coisa vai mudar,
assim como é certo de que clientes e prospects
vão se concentrar em faixas etárias cada vez mais altas. Para quem é
gestor de serviços públicos, precisa preparar as estruturas permanentes agora,
para um atendimento cada vez maior para quem tem mais idade, evitando também a
ociosidade no futuro próximo, de estruturas e equipes dedicadas ao atendimento
de crianças.
Como estamos
preparando nossos negócios para estas situações inevitáveis? Como nosso
município está se preparando para esta realidade, que já tem sinais claros em vários
casos e se acentuando a cada ano mais?
Sabemos que
algumas ações, especialmente as de maior porte e as estratégicas, podem levar
uma ou mais décadas para terem efeito completo. Por isso, convido a cada leitor
para pensar sobre planejamento do seu negócio considerando este contexto, assim
como, o que está planejado para seu município nos próximos 12 a 30 anos. Vejam
que neste prazo mais longo, as soluções nunca virão deste ou daquele presidente
de ACI, deste ou daquele Prefeito, desta ou aquela gestão de entidade, ou
administração pública. As soluções não estão em planos de governo, e sim em
planos de município, de Estado, onde independente de quem for líder, ou qual
for a ideologia, o executivo siga os planos que definidos coletivamente.
É certo que muita
coisa vai mudar, temos poucas certezas, mas uma convicção é de que não será
pensando individualmente que pessoas, empresas e entidades vão encontrar
soluções para o desenvolvimento local. Temos fartura de exemplos a não serem
seguidos, que alguns insistem em seguir e até engajam no discurso. Precisamos
inicialmente desenvolver uma maior consciência de cooperação, mais ações
coletivas, para em seguida entender os fatores que mais influenciam o
desenvolvimento de nossos negócios e nossas comunidades neste momento. Na
sequencia precisamos planejar ações que sejam capazes de perpassar gestões de
entidades, empresas e municípios, independente das ideologias.
Um abraço e até a
próxima!
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