Havia um tempo,
recente para os padrões da humanidade, em que depois de uma boa formação,
acompanhar o jornal, o noticiário do rádio e eventualmente revistas
especializadas era suficiente para manter-se razoavelmente informado sobre a
vida, a política, a economia, a profissão e os negócios. Com o aumento
significativo do número de jornais e revistas, físicos e on line, canais de
televisão abertos ou por assinatura, email, e redes sociais com circulação de
conteúdo, há infinitamente mais o que acompanhar do que a atenção humana permite.
Os veículos de
comunicação em seus meios tradicionais e digitais sabem que há público para
todo o tipo de informação e conteúdo e por isso, ampliam a captação, produção e
oferta de opções para seus públicos. Para os públicos, o desafio é desenvolver
a capacidade de selecionar o que, quando e onde ler, ouvir ou assistir. Os
meios para acompanhar informações e atualizar-se em conteúdos, estão cada vez
mais variados, mas o desafio é selecionar os temas em que vamos dedicar nossa atenção
e tempo. Numa fila de espera, numa viagem, no intervalo do trabalho, ou antes
de dormir, pode-se ler, ouvir ou assistir conteúdos relevantes em qualquer
lugar, a partir do smarphone, tablete ou notebook por exemplo.
Um tempo atrás,
quem dizia que éramos reféns do que os veículos de mídia publicavam, até tinha
onde sustentar sua tese. Hoje, com a multiplicidade de veículos impressos,
canais de áudio e vídeo todas as tendências possíveis tem espaço para produzir,
veicular e consumir informação e conteúdo. Pode-se escolher livremente o quê,
quando e onde ver, ouvir ou assistir o que quisermos. O acesso não é mais
desculpa ou argumento para estar desinformado sobre qualquer assunto. Hoje somos
nós os responsáveis pela informação, notícia, conteúdo, conceitos e opiniões
que acessamos, da mesma forma, que também somos os responsáveis pela propagação
de determinadas notícias, opiniões e conteúdos compartilhados nos meios que
temos disponíveis.
Os temas nos
quais colocamos maior atenção tem mais impacto em nossa vida e de quem está ao
nosso redor, como nossa família e colaboradores. Observe que muitas pessoas que
gastam mais tempo assistindo e acompanhando noticiários, documentários e filmes
sobre crimes e violência, tendem a serem mais inseguros, terem mais medos, e
até protegerem muito mais a casa, por exemplo, mesmo vivendo em locais de baixo
risco. Aqueles que acompanham mais novelas e futebol, tendem a ter estes como
principais assuntos em conversas com família e amigos. Quem acompanha mais as
mídias com foco em tragédias, crimes e desastres, também tende a ser mais
pessimista com o futuro da sociedade do que aqueles que escolhem acompanhar as
informações e conteúdos sobre as pesquisas, inovações, novos produtos, empreendimentos,
descobertas, ou ainda, viagens inesquecíveis, belos lugares, bons exemplos,
boas ações e outros.
Nossas ações, nossos
argumentos e assuntos em momentos formais e informais são determinados por
aquilo que escolhemos colocar mais atenção. Quem deseja entender melhor os
negócios, a gestão, as práticas de sucesso em vendas, assim como quem deseja
tomar melhores decisões sobre a economia, vida pessoal e profissional precisa
escolher cada vez melhor as suas mídias e os canais que oferecem as informações
e o conteúdo de interesse. Assim como o seu corpo é definido pelo que você
come, bebe e se movimenta, sua mente é determinada pelo que recebe de
informação e conteúdo, e como você processa o conjunto.
Escrevo
considerando o aumento da dificuldade em selecionar mídias e conteúdos
relevantes aos nossos propósitos e com a intenção de indicar aos amigos uma
reflexão sobre onde estão focando a sua atenção. Vejo amigos, familiares,
estudantes, colegas, pessoas próximas que poderiam mudar os assuntos que dão o
foco da sua atenção para serem mais criativos, mais inovadores, mais prósperos,
mais eficientes e mais felizes. Espero contribuir com alguns.
Um abraço e até a
próxima!
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