A todo o momento se lê e ouve que tudo está mudando.
Alguns se surpreendendo com a mudança, outros admirando, outros aproveitando,
outros ainda se perdendo por causa das mudanças. Há por outro lado, os que
estão fazendo as mudanças e não são poucos. Embora, em muitos discursos, textos
e palestras possa parecer que mudança é algo dos tempos atuais, pode-se ver na
frase de Heráclito (cerca de 540-470 a.C), "Tudo muda
exceto a própria mudança.” uma orientação fundamental para as pessoas que
seguiam seus pensamentos, e ainda muito atual.
Que tudo vai mudar, é a única
certeza que temos, todavia, a história da humanidade mostra que sempre haverá
os que não querem mudar. Pior que isso, parece que se desejam resultados
diferentes, mas não se aceitam as mudanças necessárias para que os resultados
sejam efetivados. Claro que há quem deseja apenas os resultados que o beneficiam,
sem avaliar consequências para os outros e os efeitos colaterais.
No livro Miopia Corporativa, de
Richard Tedlow, é possível ler: "A negação diante
da mudança, típica característica de nosso modo de agir, é muito comum,
sobretudo em empresas de trajetória bem-sucedida. Quando estamos satisfeitos e
felizes, é tentador organizar nossa percepção da realidade de maneira que as
condições que nos levaram a ela pareçam parte natural da ordem do mundo". Tedlow,
baseado em seus estudos, e em outros autores e pesquisas, mostra que é natural
para os seres humanos negarem a mudança, entendendo que quando as condições
atuais são consideradas satisfatórias pelo indivíduo, tende-se a rejeitar as
propostas de algo diferente do que está vigente.
Em boa parte das vezes a dificuldade em assumir
riscos que são inerentes de qualquer mudança é que gera a dificuldade em
aceitar a mudança, assim como a dificuldade em propor as mudanças necessárias.
Racionalmente é preciso mudar para sobreviver, todavia, a busca da necessidade
de segurança aumenta a tendência de manter tudo como está. As espécies que
sobreviveram ao longo das eras são aquelas que melhor se adaptaram, assim como
as empresas que alcançam 50 ou 100 anos são notadamente aquelas que melhor se
adaptaram as mudanças ou as que criaram as mudanças em diferentes épocas. Os
profissionais que admiramos por suas carreiras longas e promissoras são também
aqueles que melhor se adaptaram ou criaram as mudanças ao longo do tempo. Todavia,
parece que é mais difícil mudar para quem é bem sucedido, tanto profissionais
quanto empresas. A prosperidade traz acomodação e com ela, a resistência a
mudança, elevando justamente o risco de sucumbir diante de mudanças do
ambiente. Gerar mudanças depois que as dificuldades se instalaram exige mais
energia, planejamento e velocidade. Contudo, só é possível adaptar-se e/ou
criar mudanças, adaptando a forma de pensar e agir.
Toda a mudança requer algum esforço, tolerância e
disposição para deixar o conforto e assumir determinados riscos. Acompanhar as tendências
e mudar constantemente proporciona melhores condições de evolução para
empresas, sociedades e profissionais. Aguardar fatos importantes e
contundentes, para só então proporcionar grandes mudanças exige grandes
esforços, causando impactos de igual proporção, na vida de muitas pessoas.
Acompanhar as mudanças e mais do que isso, ser
protagonista de mudanças não só gera esperanças nos outros, como renova as energias
de quem está próximo, mas sobretudo, amplia o legado de quem proporciona as
mudanças.
Um abraço e até a próxima!
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