A partir da divulgação de dados sobre o aumento no percentual de micro e pequenas empresas que vão à falência no Brasil, a Revista Gestão de Negócios (SP) tive a honra de participar de uma entrevista a cerca do tema, que circulará na próxima edição. Antecipo para os amigos leitores, alguns pontos da entrevista, na coluna desta semana.
O Brasil registra os maiores índices de
pessoas com iniciativa empreendedora, porém, a longevidade e a qualidade dos
empreendimentos ainda estão muito longe de ser destaque. Os motivos de
falências mais frequentes estão ligados à falta de planejamento, tanto antes de
iniciar o negócio, quanto ao longo da vida da organização. O foco no curto
prazo leva a empresa a erros importantes e não permite antever fatos que
poderão mudar o comportamento do consumidor nos seus desejos ou nos seus
orçamentos. A ausência de uma cultura de inovação, num mercado onde os clientes
estão cada vez mais ávidos por novidades, pode ser determinante para a
decadência de uma empresa, principalmente de pequeno porte.
Um empreendimento que inicia com um bom
plano de negócio mostrando quais as condições para a viabilidade mercadológica,
técnica, legal, financeira, ambiental, tem efetivamente, muito mais
longevidade. Mesmo para quem tem poucos recursos para investir, é muito mais
inteligente utilizar uma parte para custear pesquisas e estudos, avaliando a
viabilidade, do que gastar tudo e mais um tanto, aventurando-se num negócio que
não foi planejado.
Com o negócio andando, é fundamental manter
bons controles de estoques, de serviços prestados, mas especialmente sobre o
movimento financeiro, que é crucial para a sobrevivência da empresa. É sabido
que muitas micro e pequenas empresas vão à falência porque seus proprietários
misturam finanças da empresa, com as finanças pessoais e isso é fatal em
qualquer atividade. O modo como os gestores lidam com o dinheiro é decisivo
para o sucesso ou fracasso da empresa. Os resultados financeiros devem ser entendidos
como resultados, portanto consequência do que foi feito. Gerindo bem a
produção, a prestação de serviços, a entrega, o atendimento para o cliente, o
dinheiro virá e aí é preciso que ele seja bem controlado e investido no lugar
certo, no momento certo, para que se multiplique. Ser conservador em relação
aos financiamentos também é extremamente importante e um bom plano de negócios
deve identificar tempo de retorno do capital investido, bem como a viabilidade
das diferentes atividades. Financiamentos para capital de giro, como estoques,
recursos para folha de pagamento, 13º, devem ser evitados ao máximo. Atualmente
há linhas de crédito mais acessíveis para investimentos em instalações,
mobiliário, equipamentos, veículos e utensílios para empresas de diversos
portes. O empresário deve portanto, reservar seu capital próprio para
necessidades de capital de giro, buscando nas instituições financeiras, linhas
de crédito adequadas para investimentos fixos, que possuem taxas reduzidas e
com prazos alongados.
A matéria é longa e o assunto também, então
seguimos na próxima semana. Um abraço a todos e o desejo de ótimos negócios!
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