Ainda repercute forte e diariamente os desdobramentos da absurda
adulteração do leite, descoberta pela ação do ministério público, que revelou a
fraude de alguns transportadores e o frágil controle de recebimento de
matéria-prima por parte de algumas indústrias. Enquanto pipocam na imprensa
notícias dos desdobramentos, o consumidor defende-se como pode, evitando
consumir as marcas denunciadas. Mesmo que tenha se divulgado que os lotes testados
e nos quais se identificou ureia e formol foram retirados do mercado, o
consumidor segue desconfiado, pois não somente é impossível memorizar número
dos lotes testados e denunciados, como é natural se perder a confiança nas
marcas envolvidas e até na própria cadeia de derivados do leite.
É sabido que a confiança é à base de um relacionamento duradouro e no
caso, uma vez rompido o elo de confiança do consumidor com as suas marcas de
leite, que é um dos produtos que muitas pessoas atribuem em parte a sua saúde, as
empresas envolvidas terão reflexos como aumento da fiscalização e vendas
menores, durante um bom tempo. Já é visível nos pontos de venda que os produtos
das marcas envolvidas, principalmente o leite fluido, acumulam-se nas prateiras
e o efeito deverá se prolongar enquanto o tema permanecer vivo nas discussões das
rodas de conversa e na mídia.
O mais provável é que 1 ou 2 das fábricas envolvidas sejam vendidas para
empresas de maior porte e principalmente melhores condições de controle de
qualidade, tendo as marcas originais extintas e que outras 2 ou 3 empresas se
mantenham, mas troquem o nome das marcas, também extinguindo as marcas
anteriores, estratégia já adotada por outras empresas do setor, quando tiveram problemas
semelhantes e de menor repercussão. Para estes, dependendo do abalo sofrido na
imagem da marca, o custo para reconquistar a confiança do consumidor pode ser maior
do que construir, promover e conquistar a confiança sobre uma nova marca, livre
de escândalos. Apenas 1 ou talvez 2 marcas envolvidas na fraude tem estrutura e
boa tecnologia de gestão para suportar e superar a crise mantendo as marcas ancoradas
na história e na tradição, e para fazer de forma ágil e eficiente, investimentos
para aumentar a garantia da qualidade, e principalmente conseguindo mostrar ao
consumidor que a marca voltará a ser plenamente confiável.
A situação deve servir de alerta para gestores de organizações de todos
os ramos de atividade, pois a marca é o conceito que se cria na mente do
consumidor e este conceito é que sustentará as comparações na hora da tomada de
decisão, dando ou não o aval para escolher por esta ou aquela marca e pagar
mais ou menos pelos benefícios oferecidos. Tanto para quem está consolidando a
marca, quanto para quem já tem a marca consolidada, um escândalo que abala a
confiança do consumidor nos produtos é por muitas vezes fatal, como será para algumas
destas marcas de leite e por isso, investir continuamente em fatores que
garantam a qualidade do que chega ao consumidor é fundamental para a
sobrevivência e o desenvolvimento da marca. Até onde se sabe, a fraude ocorre
nos transportadores, todavia, o compromisso com o consumidor é sempre da marca
que ele escolhe. Por isso, de peças de veículos, a vestuário, equipamentos,
alimentos e bebidas, a ligação é sempre do consumidor com a marca e o que esta
promete para ele. No caso do leite, muitas destas marcas prometiam o menor
preço, mas nem por isso o consumidor perdoa uma marca que trai a sua confiança.
Um abraço a todos
e até a próxima semana!
Boa tarde Marcelo! Tudo bem?
ResponderExcluirGostei bastante do Gestão Negócios e Cia, trabalho com produção de conteúdo e gostaria de lhe fazer uma proposta. Você tem um email para contato direto? Obrigada! Abs,