A
rápida adaptação às novas rotinas de distanciamento social, ocorreu principalmente
porque fomos forçados e não havia muita outra saída. Numa situação normal,
demoraríamos muito mais para mudar tantos hábitos e rotinas, não é mesmo? Além da
urgência, a adaptação também foi rápida porque o improviso parecia mais
coerente com os prazos curtos anunciados para o distanciamento, de 20 de março
a 6 de abril, depois até 15 de abril, depois até 30 de abril, depois ...(?). Todavia,
o retorno ao que conhecíamos por normalidade não poderá ser tão rápido, nem tão
improvisado, pois há um trabalho imenso e muito consistente a fazer no retorno.
Quando
as pessoas voltarem a frequentar espaços de maior circulação de pessoas, depois
do fim das restrições, as empresas que investirem em estratégias para engajar
os clientes de modo profundo, criando ambientes que deixem a sensação de estar
em casa, vão ganhar mais clientes e parceiros. Esta é uma tendência citada por
vários pesquisadores. É um ponto especial de atenção para bares, restaurantes,
cafeterias, academias, ambientes de coworking, instituições de ensino, mas
também escritórios, que devem repensar e reorganizar seus espaços para também reduzir
a aglomeração e facilitar o acesso a produtos de higiene, como álcool em gel.
O
estudioso de futurismo Rohit Bhatgava aponta que uma das tendências para o
setor de lancherias e restaurantes é um número cada vez maior daqueles que só
atendem com delivery/tele entrega, e ainda, venda de comida pronta para aquecer
ou descongelar em casa. Dentre outros, Rohit entende que devemos nos preparar
para novas ondas de pandemia num futuro próximo e os diferentes setores devem
ficar atentos as mudanças nos modelos de negócios, sendo que os serviços de
entrega vão continuar em alta, podendo ser tornar a principal fonte de receita
em muitos casos.
Artistas
e produtores culturais passaram a apostar em shows e espetáculos on line, assim
como vem aumentando as opções de passeios virtuais a parques e museus. Estas
novas possibilidades, que demandam novos comportamentos, deve evoluir para mais
experiências culturais imersivas, que tentam conectar o real com o virtual a
partir do uso de tecnologias que já estão nas mãos e nas casas das pessoas.
Contudo, as experiências imersivas devem ampliar muito com a popularização da realidade
aumentada e virtual, assistentes virtuais e máquinas inteligentes. A Gartner
consultoria internacional em futurismo afirma que as experiências imersivas estão
entre as principais tendências da tecnologia. Estes exemplos para a área
cultural, se estenderão a outros setores como esportes, viagens a varejo e
muitos outros, possivelmente muitos negócios em que os leitores estão
envolvidos. Sugiro olharem logo para estas possibilidades e repensar seus
negócios, seu trabalhos, antes que outros o façam.
O trabalho domiciliar, trabalho remoto, ou home
office já era uma realidade para muita gente da área da
publicidade e propaganda, designers, arquitetos, desenvolvedores de sistemas, freelancers,
profissionais liberais e inclusive
algumas áreas de servidores públicos. Essa modalidade de trabalho vai crescer muito
mais, para mais setores e mais trabalhadores. Além de evitar muitas pessoas
juntas nos espaços de trabalho, esta modalidade evita a aglomeração em ônibus e
metrôs, especialmente em horários de pico. Por trabalhar parcialmente em casa e
evitar transporte coletivo, outra tendência que se acelera é morar próximo do
trabalho.
A quantidade de lives anunciadas
cresce de forma impressionante a cada semana, e agora passam a ser vistas como
oportunidades de negócios por muita gente. As
vendas pela internet passaram a ser uma excelente opção para lojas que até
então tinham o local físico como única opção. Logo veremos uma integração de
lives com venda on line, combinada com ações nos pontos de venda.
Vínhamos em transformação acelerada e agora, com
esta mudança rápida de direção, ajustes de rotas são inevitáveis para não
seguir no caminho errado, ou não tombar. Atualizar conhecimentos e conceitos, é uma questão
de sobrevivência, além de ser prazeroso para muita gente. Lembrem-se que nas
crises o dinheiro troca de mãos mais rápido. Enquanto falta emprego, renda,
espaço para alguns, outros ganham mercado. Em que lado você quer ficar?
Desejando
uma boa reinvenção a todos os leitores, deixo um abraço!
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