Há um tempo especulava-se quando
seria anunciado o fim da pandemia, e até hoje há quem pergunte “Quando é que
pandemia vai acabar?”. Depois do anúncio da OMS e pesquisadores de que a COVID
19 deve ficar circulando entre nós como estão hoje o H1N1, outros tipos de
influenza, e também a zika, a chicungunha, a dengue, a hepatite, e outros vírus,
já sabemos que não haverá “anúncio do fim” da COVID 19. O que cabe refletir
então, é “até quando a pandemia será manchete?”.
HIV rendeu muita manchete há 20
anos, já fez muitas fortunas, ainda rende alguma manchete e propulsiona as
ações dos laboratórios e centros de pesquisas quando anunciam um novo
tratamento. Cada vez que um laboratório de classe mundial consegue uma manchete
sobre uma etapa da pesquisa sobre a vacina para a COVID 19, as ações disparam
nas bolsas de valores. Evidentemente, sabe-se que o anuncio de uma vacina
segura gerará pressões gigantescas para compras governamentais em volumes nunca
antes comercializados, considerando o desejo da maioria dos 7 bilhões de
habitantes do planeta. Qualquer que seja o preço, multiplicado por alguns
bilhões de doses que precisam ser repetidas a cada ano, deixará obviamente
muita gente bilionária. Embora já se sabe que muita gente em países pobres vão
ficar sem vacina, como já ocorre com outras doenças, é certo que países em
desenvolvimento ficarão mais pobres para imunizar suas populações anualmente.
Uma vacina com estas características é um negócio incrivelmente lucrativo.
O distanciamento social
oportunizou um aumento das mega fortunas dos negócios de tecnologia da
informação, numa velocidade e consistência como nunca antes haviam vivido. Só a
riqueza dos controladores de Amazon, Facebook, Instagram, Whatsapp, Zoom,
Skype, Spotify e Teams aumentou 19% nestes últimos meses. Estes negócios puxam
a frente de um grupo numeroso dos novos bilionários a partir da pandemia. A
agência Reuters apresentou estudos mostrando que desde que iniciou o
distanciamento social nos EUA, a riqueza das pessoas mais abastadas do país
aumentou mais de US$ 565 bilhões, enquanto 41,6 milhões de pessoas pediram
auxílio desemprego. O Mercado Livre e outros tantos market places são outros
exemplos de empresas faturando muito com os desdobramentos da pandemia.
Que as empresas de tecnologia da
informação tem capacidade de fazer mais bilionários em tempos de fatura ou de
crise, a gente já sabia. O que não estava claro, era o potencial muito maior em
valor, escala e apelo social, dos negócios envolvendo medicamentos, o que
inclui vacinas. Potencial que vai ficando cada vez maior com o tamanho do
envolvimento e foco quase que total, de tantos políticos, mídias, organizações
sociais, oportunizando audiência quase que ininterrupta há quase meio ano. Segundo
a Reuters, o presidente e o diretor Clínico da Moderna, fabricante de
medicamentos desconhecida até antes da pandemia já embolsaram quase 100 milhões
dólares nos últimos meses, somente pelos anúncios dos testes de vacinas que
estariam fazendo. Outra evidência é que a manchete do único teste de vacina da
COVID 19 que o laboratório Pfizer realizou, conseguiu impulsionar bolsas de
valores em várias partes do planeta.
As estatísticas econômicas
mundiais mostram que as escolhas dos governos a título de conter a pandemia, em
poucos meses já aumentaram significativamente a diferença entre os países mais
ricos e os países mais pobres, e muito significativamente a diferença entre os
bilionários e os miseráveis do planeta. Os canais de TV há muitos anos não
tinham tanta audiência, com tanta gente em casa e com programação tão barata
como as reprises. E o desejo de todo e qualquer patrocinador é de audiência a
custo baixo.
Com
estas considerações, tenho a impressão de que as muitas fortunas que estão se
criando ou aumentando neste período, vão querer manter a pandemia em manchete
por muito tempo.
Um
abraço e até a próxima!
Bom dia! De fato, enquanto muitos morrem, outros tantos poucos enriquecem. No entanto, me parece que a economia precisa se ressignificar e, isto não acontece sem crises. Tenho observado que, toda vez que um fenômeno mundial avassala a humanidade, novas possibilidades aparecem. Claro, sempre à duras penas...Abraço.
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