Nas 2 semanas anteriores escrevi
sobre VUCA, relembrando que é uma sigla de 4 expressões em inglês, quais sejam,
volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade. Alguns perguntaram: e
agora, com a pandemia, qual destas está mais intensa?
Me parece que com todas as
decisões governamentais a partir da pandemia e suas consequências tem-se a
volatilidade, a incerteza, a complexidade e a ambiguidade intensificadas e ocorrendo
ao mesmo tempo sobre as mesmas situações. Quem tem a solução? - Me refiro a
solução real, não palpite, ou indignação com as decisões e encaminhamentos.
Para cada proposição, análise, estudo, pesquisa, há um conjunto de
contestações... é a ambiguidade!
Se ninguém esta acertando, é
porque deve ser difícil mesmo. Tem município que fecha, tem município que abre
parcialmente, tem estados que fecham mais, outros menos... e parecem todos
inseguros diante da guerra de informações e das incertezas sobre as mudanças na
velocidade de contágio... é a incerteza! Hospitais demitindo profissionais da
saúde por não terem atividade; municípios desativando os hospitais de campanha
que não foram usados; médicos, dentistas, fisioterapeutas, e outros com
consultórios vazios, enquanto a TV enfatiza que o sistema de saúde entrará em
colapso nos próximos dias.
É uma crise na saúde difícil de entender, junto com uma crise
econômica até bem fácil de entender. Crise que já deixou e pode deixar muito
mais gente doente pela simples falta do básico. Nas crises de saúde ouviam-se
médicos e demais profissionais da saúde, assim como nas crises econômicas,
ouviam-se os economistas e profissionais do setor. Nesta crise, no entanto, há
fartura de gente “atirando pedras”. Quem falar em salvar, sejam negócios,
vidas, empregos ou saúde leva “pedradas”. Agendar data para alguma atividade...
pedrada. Alguém sugere “vamos sair da inércia”... lá vem as pedras... Tal
lugar, ou tal liderança acertou... pedradas; e se falar que errou... o mesmo!
A incerteza só não é maior do que o ímpeto dos que quererem ser
protagonistas numa hora imprópria, quando o melhor para eles e para os outros
seria ficar um pouco nos bastidores. Para o bem de todos, deveriam deixar o
protagonismo do momento para quem gera solução, não mais confusão. Naquilo em
que a incerteza é grande não adianta buscar culpados, inimigos, vilões. Se cada
um de nós tem incertezas sobre o que é melhor a fazer em nossas casas e
empresas, é certo que as lideranças públicas também têm, e ainda mais, agravado
pelo emaranhado de legislações e normas que muitas vezes dificulta ações mais
assertivas e precisas.
O que penso que devemos fazer? -
Primeiramente, abaixar as “armas”, largar as “pedras” e colocar foco nas
soluções. Na sequencia, entendo que temos que sair da inércia! Há tantas oportunidades
surgindo, com tantos cenários possíveis, que são muito poucos se apresentando
para “encarar”, construir e desenvolver. Este tipo de ação depende muito mais,
ou quase que exclusivamente das atitudes das pessoas.
Neste momento precisamos de mais
gente com atitude para ajudar a tirar outros da inércia. Mais gente com foco em
soluções, que consigam ser mais ouvidos, do que aqueles que trazem problemas
dia e noite, um dia após o outro. Precisamos mais gente em condições de
mobilizar uma retomada, com novos hábitos, com novas ideias, em condições de
conviver com um mundo onde quase tudo é volátil, incerto, complexo e ambíguo.
O “normal” não vai voltar e é
por isso que precisamos de gente que consiga viver, conviver, liderar,
empreender, trabalhar, mesmo com tantas mudanças ocorrendo ao mesmo tempo, com
tanta complexidade e incerteza. Vamos
lá?
Um abraço e até a próxima!
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