A virada do ano, o fim de um ciclo para o início de
outro, quando bem utilizada é uma excelente oportunidade para rever decisões
pessoais, planejamento, convicções e responsabilidades. O tempo vai passando, a
maturidade vai aumentando e as responsabilidades também.
A maturidade e a responsabilidade aumentam com o
avanço da idade, sim, mas de um determinado nível em diante, não
necessariamente se desenvolvem de forma harmônica. Culpar a outro e a si mesmo
é uma evidência de falta de maturidade, que nem sempre se percebe e está
intimamente ligada ao nível de responsabilidade desenvolvido.
Conforme vamos crescendo, perdemos conforto e segurança, mas ganha-se mais liberdade. O
passar dos anos exige pegar nas rédeas da própria vida seja para sustentar as
necessidades básicas, ou laços emocionais, saúde, negócios e outros. A maneira
como cada qual aprende e administra o crescimento e o amadurecimento faz muita
diferença para encontrar a solução e não os culpados. Tomar decisões envolve as
incertezas e o medo de errar, e é por este motivo, a insegurança, segundo os
especialistas, que tende-se a procurar motivações externas que justifiquem os
erros, gerando então, a culpa. Parece que a frustração exige um culpado.
Cada um pode analisar seu nível de maturidade diante de situações que exigem
algum nível de responsabilidade, diante dos obstáculos do caminho, como algo
que não fez, uma chamada de atenção dos pais, ou dos superiores no trabalho, ou
um feed back de parceiros ou amigos. Sem refletir, deixando-se levar pelas
emoções, a culpa é uma espécie de neon, que de repente se acende e parece fácil
transferir a responsabilidade.
Culpar alguém ou a nós mesmos pelo que acontece, evidencia
a concentração nas emoções e atitudes negativas, com uma invasão de raiva e
frustração, tristeza ou rancor, que paralisa e deixa infeliz. No entanto, quem
supera as emoções negativas e segue em frente, percebe que, em vez de procurar
um culpado, há atitudes muito mais úteis e produtivas a fazer, como tomar
medidas que contribuam com a mudança de situação. Procurando soluções, evidenciamos
a nós mesmos uma mensagem de que, se algo der errado, buscaremos uma solução.
“Vamos nos preocupar mais em ser pais do nosso
futuro do que filhos do nosso passado.” – (Miguel de Unamuno, escritor e
filósofo espanhol). É natural se responsabilizar por um resultado que
não foi bem o que era esperado. Detectar as falhas e buscar a correção para obter
o resultado desejado na próxima vez é o mais produtivo e saudável a fazer. Martirizar-se
por isso não contribui para a produtividade e nem para a saúde física e mental.
Reconhecer as falhas para fazer ajustes é o jeito mais fácil, mais racional e
mais inteligente de não repetir o fracasso. Todavia, nutrir sentimentos de
culpa é uma autopunição psicológica que não vai contribuir com nada.
Culpar-se é uma forma de se punir, atribuir a culpa
a terceiros é uma forma de se isentar do resultado negativo e, tanto uma quanto
a outra são meios de nutrir sentimentos negativos que, enquanto perdurarem, não
permitirão que se conserte o que deu errado. “Não há nenhum problema tão terrível que você não
pode adicionar um pouco de culpa e torná-lo ainda pior.” (Bill Watterson,
escritor e cartunista, estadunidense, autor de tirinhas como Calvin).
As emoções negativas são inevitáveis, mas quem
procura soluções ao invés de culpados, percebe que elas são reflexos do passado
e devemos continuar avançando, corrigindo rumos, em busca dos objetivos.
Este texto está baseado na
tradução e adaptação do conteúdo do site http://lamenteemeravigliosa.it
e o intuito de trazer um trecho para cá, foi propor uma mudança de sintonia
para aceitar que erros acontecem e que toda e qualquer ação está sujeita a
falhas. Para que as emoções mudem é preciso parar de culpar os outros e a si
mesmo, focando a busca por soluções.
Desejo um Próspero 2020 a todos os amigos leitores!
Nenhum comentário:
Postar um comentário