Uma das mudanças mais prováveis
em relação ao trabalho e estudo do foco e esforço para fugir da exploração da
mão de obra barata, que coloca em risco a saúde, a integridade e a vida,
daqueles que tem pouca instrução, para o esforço em evitar que um contingente
de pessoas que deixa de estudar fique irrelevante e seja ignorada pelos meios
produtivos e econômicos. Nas próximas décadas um número cada vez maior de
pessoas sem instrução e qualificação profissional, corre grande risco de ficar
fora dos interesses por mão de obra, que já não será necessária em tanto volume
e portanto sem produzir renda para si e para suas famílias.
Com o processo acelerado
de automação de atividades insalubres, perigosas, repetitivas, pesadas,
desgastantes, a redução do volume de vagas para mão de obra com baixa instrução
é inevitável. Sem trabalho, este público tende a depender mais de programas
sociais governamentais e filantropia. Ou seja, o risco dos que tem pouca
instrução, sem competências específicas, ao invés de ser “explorados pelos
poderosos” está sendo substituído pelo risco da irrelevância, desconsideração e
ignorância pelos novos sistemas produtivos. Precisamos de uma grande
mobilização para reverter os índices de evasão do ensino fundamental e
médio, além de incentivar a educação profissional de nível técnico e superior
qualificados, não somente para terem diplomas, mas terem mais condições de
contribuir com a tecnologia e inovação no setor produtivo e estarem inclusos de
forma mais completa na sociedade.
O
ensino superior está mudando de um modelo disciplinar, para um modelo por
competências, também em função dos desafios impostos pelo cenário de mudanças. Destaca-se
também, que a diferença da renda e qualidade de vida de quem tem ensino
superior, para quem não tem, segue aumentando. Embora no Brasil, a diferença
salarial seja em média 4 vezes maior de quem tem ensino superior para os
demais, segundo o IBGE, o professor Luis Alcoforado, da Universidade de Coimbra
(Portugal) afirma que em todo o planeta “as pessoas que têm curso de graduação
têm, a longo prazo, maiores retornos financeiros, além de ficarem menos tempo
desempregadas. Alcoforado diz ainda que “Se nós, na Europa, temos metas
ambiciosas para aumentar a frequência dos jovens neste nível de ensino é porque
acreditamos que este investimento tornará a sociedade mais democrática, mais
justa, melhor”.
A
formação superior num curso e instituição de qualidade faz ainda mais diferença
na vida das mulheres, influenciando decisivamente
na empregabilidade.
A inserção no mercado
de trabalho das profissionais com formação superior chega a 82%, taxa muito
superior à observada entre as mulheres que têm apenas o ensino fundamental
completo, que é 45%. Entre os homens, essa diferença também se observa, porém,
numa proporção um pouco diferente, pois os indicadores são de 89% e 76%,
respectivamente. (OCDE, 2019)
Apesar
estar crescendo nos últimos 20 anos o número de pessoas entre 25 e 34 anos com ensino
superior, o Brasil ainda tem a menor proporção de pessoas diplomadas entre
todos os países da América Latina. Em média, no continente, para cada ano a
mais de estudo, as pessoas têm um incremento de 10% na renda. Por esse motivo,
o ensino superior continua sendo o principal mecanismo de mobilidade social, de
acordo Francisco Marmolejo, do Banco Mundial. O especialista ainda afirma que
“As pessoas com estudos superiores também valorizam mais a democracia, a saúde,
o meio ambiente. Além disso, também são mais tolerantes. É o melhor
investimento que uma família, uma sociedade pode fazer”.
Precisamos
que mais gente entenda isso em nossas comunidades!
Um abraço e até a próxima!
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