Vivemos dias ricos em mudanças que vão desde
as coisas que nos rodeiam até o modo de pensar e ver as relações com as pessoas
e com o ambiente. Ao longo da história podemos ver claramente a evolução da
sociedade agrícola com o poder oriundo da posse de terras e produção primária,
para a sociedade industrial com mais acesso a produtos transformados e domínio
do capital, seguida pela sociedade da informação com domínio do conhecimento,
onde estamos hoje.
Os
estudos e até as especulações sobre como será a próxima era marcante da
sociedade gera diferentes perspectivas e uma delas é a constatação de que
entramos na era do compartilhamento. Se ela vai se consolidar como uma das grandes
eras da sociedade só o tempo dirá, mas é fato que há um volume crescente de
iniciativas geradoras de trabalho e renda com colaboração e compartilhamento,
atingindo cifras astronômicas. O compartilhamento de caronas de carro, que
ficou mais conhecido e ganhou muito mais adeptos, depois das polêmicas geradas
com as organizações de taxistas é um dos movimentos mais fortes desta era, mas
não foi o primeiro e de longe será o último negócio que envolve
compartilhamento de bens, com grande envolvimento de parceiros e usuários em
todo o mundo. O compartilhamento de vagas de garagem/estacionamento, de roupas
de festa, de quartos, de livros, máquinas, carros, aeronaves, são os mais
frequentes de uma lista enorme de serviços que está se espalhando pelo planeta.
Esse
cenário criou uma nova realidade que amplia em muito o conceito de que ser, é
mais importante do que ter. É certo que uma motivação importante é o fato de
que os proprietários possam ter uma importante fonte de receita com a
ociosidade dos seus bens, mas a economia do compartilhamento gera uma cadeia de
oportunidades e transforma o relacionamento e o conceito de clientes e
fornecedores, redesenhando os modelos corporativos.
A
era do compartilhamento estimula o acesso, em detrimento da posse, permitindo
que o usuário tenha segurança, praticidade, conforto, confiança, sem custos
fixos e o proprietário tenha mais renda com a melhor utilização do que possui.
As empresas neste caso, são responsáveis por apenas criar e manter plataformas
virtuais que conectam todos os envolvidos no processo, como os usuários e os
parceiros que se dispõe a compartilhar seus recursos.
A
era do compartilhamento poderá reduzir sensivelmente a exploração de recursos
naturais e o consequente impacto ambiental, pela redução da necessidade de
produção de bens duráveis, considerando que o tempo ocioso de imóveis, veículos
e máquinas será utilizado por quem talvez fosse comprar bens como estes. Os
detentores dos recursos poderão investir em imóveis, veículos e máquinas mais
novos, mais econômicos, com mais qualidade, com a renda que tiverem, assim como
os usuários que não necessitarão investir para acessar determinados bens, terão
uma melhor qualidade de vida, com acesso a mais coisas e recursos para investir
em outras necessidades.
O
compartilhamento e o foco na comunidade, onde mais pessoas possam ser atendidas
em suas necessidades, com menor impacto ambiental, promove o acesso e o “ser”,
propondo uma alternativa ao “ter”, permitindo mais experiências, satisfação de
necessidades, através de uma economia colaborativa, onde muitos saem ganhando.
Ainda
veremos muito compartilhamento e alguns deles podem ter a minha e a sua
participação. Um abraço e até a próxima!
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