Além do agronegócio que amenizou os impactos
da crise econômica brasileira em várias regiões, outros setores começam a dar
sinais positivos de que o país está iniciando um novo ciclo de crescimento. Estamos
levando mais tempo do que gostaríamos mas certamente mais importante do que
lamentar o que perdemos e o que deixamos de ganhar, são as lições que deveriam
ser aprendidas.
Quem
aproveitou os dois anos de recessão para fazer o indispensável, como se
reorganizar, o popular colocar a “casa em ordem” desenvolvendo programas de gestão
pela qualidade, implantando rotinas, otimizando a produção, revisando custos e
contratos, fazendo planejamento estratégico, qualificando o pessoal, dentre
outros, está vendo agora com muito mais clareza o que fazer, como e para onde
ir.
Os
ajustes de pessoal, de fornecedores e até de clientes foram inevitáveis e em
vários casos, indesejáveis, o que em alguns setores ainda segue ocorrendo.
Nestes momentos, ser indispensável é o que garante a posição, tanto para empregados,
quanto para fornecedores e até clientes.
Entregar bons resultados parece ser a receita
para ser indispensável, mas na verdade, não é tudo! Os resultados precisam ser
de qualidade e sustentáveis a longo prazo. Com frequência quem foca em
resultados de curto prazo sem compromisso com as consequências ou efeitos
colaterais no futuro, aumenta o risco de passivos para a organização.
Ser pró-ativo, ou seja, agir sem que seja
necessário ser mandado é outro requisito importante para ser indispensável.
Para isso, é preciso ter uma visão aguçada do que precisa ser feito e estar
disposto a sair da zona de conforto assumindo e aceitando tarefas mesmo que não
são do seu total domínio ou que não esteja na descrição das suas atividades.
Independente do cargo ou da função que
exercem, profissionais e fornecedores indispensáveis são capazes de ligar os
pontos, solucionar problemas e trazer novas propostas. Geralmente são pessoas
criativas, que estão um passo à frente da maior parte da população.
O trabalho coletivo é cada vez mais valorizado pelas melhores organizações,
que consideram indispensáveis aqueles que sabem dar feedback, transmitir
conhecimentos e valorizar todos com quem trabalha. Quem não está em cargos de
liderança, pode agir desta maneira explorando a capacidade de gerar vínculos que
contribuem para um ambiente corporativo amigável. Essa capacidade de gerar
vínculos é fundamental para os bons profissionais influenciarem os outros, sem
manipulá-los.
Aquela
metáfora antiga, de “ter brilho no olhar” ainda vale para quem quer ser
indispensável. Tem gente que não
brilha por quase nada, mas tem gente que brilha quando recebe um desafio novo,
quando tem algo a aprender e são estes que os líderes gostam de ter por perto.
Outro dia quando falei isso numa palestra, uma pessoa perguntou: “O que está
por trás de olhos brilhantes diante de novos desafios profissionais?” - Paixão
pelo que faz, respondi, pois sempre faremos muito bem aquilo que amamos fazer.
Para quem foi dispensado ou está temerário
disso, é importante lembrar que caminhamos cada vez mais forte para um mundo
com mais trabalho, mas com menos emprego. A tendência já vem se consolidando há
décadas e a cada ano que passa há um número menor de grandes empregadores e em
contrapartida um número cada vez maior de pessoas auto-empregadas e equipes
pouco numerosas fazendo negócios gigantes e impressionantes.
Finalizando, sustentar-se como
empregado, fornecedor, ou outra posição começa por realmente gostar do que faz,
traduzido em tomar iniciativa, dispensar o conforto e assumir riscos,
influenciar positivamente as pessoas e contribuir para um ambiente motivador no
trabalho.
Um abraço e até a próxima!
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