Vivemos num país
em que as crises vão e vem, mudando apenas os motivos, como efeitos climáticos,
ou política. As crises têm maior ou menor impacto nas organizações empresariais
ou não, públicas, privadas ou comunitárias de acordo como as lideranças
conduzem o processo entre as crises e durante as crises.
A forma como as
lideranças estruturam a organização durante seus melhores momentos para enfrentar
a próxima crise, como um bom fundo de reserva, investimentos em projetos
perenes de aumento e garantia de receitas, planejamento, organização e
controles, é determinante para o bom andamento da organização diante de
qualquer situação externa. Uma boa leitura de como e quando este momento vai
chegar também auxilia muito para decidir como agir nas etapas que se seguirão.
Pode-se culpar os
governos municipal, estadual e federal ou a economia do planeta sobre as
decisões mal conduzidas, políticas equivocadas, prioridades mal definidas.
Estas situações têm gerado sem dúvidas, dificuldades para que as organizações
brasileiras independente da sua natureza, se desenvolvam em nível mundial, a
ponto de muita gente dizer que um governo que não atrapalha, já ajuda muito no
desenvolvimento. Todavia, os governantes não podem ser culpados por uma série
de situações que só podem ser resolvidas por quem está à frente das
organizações, responsável pelas decisões.
Construir um
fundo de reserva para ser utilizado em momentos de dificuldades para bancar os
custos fixos como a folha de pagamento e manutenção, evitando a necessidade de
financiamentos de capital de giro, que tem sabidamente custos mais altos é algo
da maior importância. O crédito deve ser aquela opção estratégica utilizada para
investimentos que claramente vão gerar resultados e que por sua vez vão
contribuir com o desenvolvimento e a solidez da organização a médio e longo
prazos.
Quando os
prenúncios são de crise política, deve-se ter clareza de que os programas
governamentais não podem ser pilares da sustentação da organização. É preciso
evitar que a vantagem competitiva de uma organização seja ancorada em políticas
de um governo, que no Brasil, sabe-se que não são perenes e não possuem
garantia de continuidade. Estas políticas devem ser aproveitadas considerando uma
situação passageira para que com os resultados sejam construídos outros pilares
de outras forças da economia, como parcerias empresariais e sólidos acordos de cooperação
institucional.
A análise da
ociosidade das operações deve ser feita constantemente, para que sejam tomadas decisões
de base evitando que a ociosidade seja gerada. Efetuar pequenos cortes em
pontos específicos de maneira mais frequente gera bem menos traumas, transtornos,
insatisfações e dificuldades do que fazer grandes cortes quando as crises
afetam a saúde da organização. Além disso, grandes cortes envolvem altos custos
imediatos e para quem já tem dificuldade de caixa, os efeitos podem ser tão
traumáticos quanto a repercussão e o abalo na imagem institucional e de seus
líderes. Utilizar o período de menos movimento no setor para
direcionar parte dos esforços na revisão do planejamento dos próximos 5 anos,
fazer pesquisas de mercado e perspectivas de negócios para os próximos 3 a 5
anos, elaborar projetos e implementar ações de maior envergadura que precisam
de maior tempo para gerar resultados é a agenda positiva que as lideranças
precisam fomentar nas suas organizações, em paralelo as preocupações com os
controles.
A arrogância dos
tempos de bonança, onde muitas vezes colhem-se os frutos do que foi plantado
por outros e há mais tempo é uma das origens das decisões equivocadas pela
falta de capacidade de ver o contexto. Colocar a culpa nos resultados
desagradáveis em fatores externos, ou nos outros é a saída de quem nitidamente
falhou na capacidade de liderar e gerir. A humildade, as boas relações e a
cooperação interna e externa estão presentes no dia a dia de lideranças que
levam suas organizações sem sobressaltos para o desenvolvimento contínuo e a
prosperidade de quem está ao seu redor.
Um abraço e até a próxima!
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