O início da
fase de maior sucesso entre profissionais e gestores de vendas normalmente se
dá quando a pessoa passa a entender e consegue aplicar com convicção o conceito
de que as pessoas decidem pelos seus próprios motivos, não pelos motivos do
vendedor, do gestor, do líder ou da empresa. Um exemplo disso é o fato de que
as pessoas adoram comprar, mas não gostam que vendam para elas. É fácil
perceber isso nas expressões das pessoas próximas quando estão satisfeitas com
suas decisões e dizem “vejam o que eu comprei” ou “vejam o que eu fiz”,
enquanto um insatisfeito diz “me venderam tal coisa”, ou “fizeram tal coisa
comigo”.
É preciso que
tanto os líderes de equipes, assim como os profissionais de vendas entendam os
motivos pelos quais as pessoas compram uma ideia, uma proposta, um produto.
Porque compram, o que compram, de quem compram e quando compram é a informação
primordial para um planejamento de equipe e também de vendas, quando é o caso. Saber
porquê as pessoas decidem e como decidem é mais valioso do que saber como falar,
como convencer, como vender! Os motivos para decidir, levam ao coração da decisão
e aos desejos das pessoas para agirem. Entender os motivos de cada pessoa
também auxilia na identificação daquilo que faz com que as orientações, a
argumentação, as informações funcionem com alguns e não funcione com outros.
Saber as
necessidades da outra pessoa permite entender qual é a importância da situação
para a pessoa, as prioridades, a urgência, as decisões anteriores, como obter
mais participação e adesão, dentre outros. Entender como a pessoa vai usar,
praticar, desenvolver a ideia, a proposta, ou o produto que passamos ou
vendemos deve dirigir as açoes de quem busca o sucesso nas relações com as outras
pessoas. Relações de trabalho melhores, vendas melhores, liderança e
participação em equipes com melhor desempenho passam por entender que as
pessoas decidem pelos seus próprios motivos, e não os motivos de quem está
querendo vender a ideia, ou o produto.
Uma gerente
de contas de uma instituição em que sou cliente me aborda seguidamente
oferecendo serviços nos quais não vejo qualquer benefício para mim. Para
piorar, a tréplica da proposta fecha com “...para ajudar a cumprir minhas metas,
professor...” O amigo leitor já passou por isso? O desejo é a parte emocional de
qualquer processo de adesão de ideias, ou de vendas. Quando a oferta só
beneficia quem está oferecendo, tem poucas chances de funcionar. Todavia, quanto
mais a pessoa deseja algo, maior é a probabilidade dele encontrar um meio de ter,
ou fazer aquilo.
O desejo de ter/fazer
é similar às necessidades, porém, com mais orgulho, que é a posse, e a
satisfação. Todos querem o melhor, mas considerando que nem todos estão
dispostos ou não podem, pagar pelo melhor, quem entender bem como as pessoas
decidem, aderem, compram, tem sucesso e prospera, vai ter melhor desempenho nos
negócios. O desejo de resolver problemas é o fator primário na decisão de
urgência, então, quanto mais alguém acreditar que aquela é a solução de um
problema que ela tem, ou evita um problema que ela teria, ou ainda, que trará
alguma vantagem pessoal, mais rapidamente ocorrerá a adesão.
Grande parte
de nossas decisões são emocionais, mas buscamos justificar o que fazemos, de maneira
racional. Quando precisamos vender uma ideia, vender um produto, criar adesão,
propagar uma situação, precisamos entender como aquilo pode beneficiar direta
ou indiretamente quem deve aderir e a partir daí agir de acordo com os motivos
do interlocutor. Ambos sairão ganhando e o processo tende a ser mais exitoso
para todos.
Um abraço e
até a próxima!
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