Depois de 2 anos
seguidos de PIB negativo, o que nunca havia ocorrido na história do Brasil, gerando
a pior recessão desde o impacto mundial da crise de 1930, vivemos o início de
um ano de retomada. Com a queda da inflação, a redução das taxas de juros, a
significativa melhora da taxa de câmbio, com o Real se valorizando frente ao dólar
e outras moedas, mais estabilidade política, mais confiança dos consumidores e
dos investidores, 2017 iniciou mostrando que podemos ter mais esperanças de que
mesmo havendo muito a ser feito, o país vai reencontrando o caminho para a
plena evolução do ambiente de negócios.
Uma pesquisa com 746 das maiores
empresas do país, de vários segmentos, feita pela Deloitte, uma das maiores
empresas de auditoria e consultoria do planeta, mostra que o emprego deve
ganhar fôlego em 2017 e já é possível ver esta realidade em estatísticas
locais. A busca por profissionais qualificados é a tônica das primeiras levas
de contratações, onde 40% dos entrevistados também admitem substituir parte do
quadro atual por mão de obra mais qualificada. 38% das empresas afirmam que vão
aumentar e 53% que vão manter o volume de investimentos em treinamento e
qualificação das suas equipes. A pesquisa também mostra que o lançamento de
novos produtos e serviços e a substituição de máquinas e equipamentos, após um
período de contenções, devem ser o foco dos aportes financeiros que estavam represados,
visando para melhorar a gestão operacional.
As empresas devem priorizar a
gestão financeira, mantendo foco na geração de resultados e na melhoria da
produtividade, com previsão de aumento de receitas e de investimentos a
realizar, considerando como maiores impactos a retomada econômica, a variação
cambial e o preço do petróleo.
A pesquisa publicada na revista
Mundo Corporativo, mostra ainda que 56% das empresas entrevistadas afirma que
vai crescer mais de 10% em 2017. Os principais setores em retomada, ou seja,
que estiveram em baixa ou cresceram pouco em 2015 e 16 e que crescerão mais de
10% em 2017 serão por ordem: infraestrutura, construção civil e bens de
consumo. Já os principais setores em ascensão, ou seja, que já cresceram em
torno de 10% em 2016 e em 2017 devem crescer mais 10% sobre o ano anterior são
por ordem: os serviços financeiros, a tecnologia, saúde e farmacêuticos.
Os lançamentos de novos produtos
e serviços, a substituição de máquinas e equipamentos são as prioridades de
investimentos das empresas para 2017. “Com um cenário político mais estável e a
esperada aplicação das reformas estruturais, o Brasil voltará a ser um destino
atraente para investimentos. Vai entrar muito dinheiro de fora.” Diz, José
Cláudio Securato, presidente do IBEF - Instituto Brasileiro dos Executivos de
Finanças.
Pelo que se lê, há grandes
volumes de recursos, segundo alguns economistas “um excesso de liquidez” no
mundo e as economias emergentes não conseguem absorver. Por este motivo, é
possível acreditar que a medida em que as reformas estruturais comecem a ser
aprovadas, que a estabilidade política volte e que aumente a segurança
jurídica, o Brasil possa atrair uma fatia maior destes recursos. “Os
ativos brasileiros estão com um preço mais realista, do que a três anos atrás.
Para os investidores que pensam em médio e longo prazos, somos um mercado muito
atrativo. Há boas oportunidades para investimentos nos setores de saúde,
educação, tecnologia e infraestrutura.” (Eduardo Martins, sócio da Deloitte no
Brasil).
Edemir
Pinto, Presidente da BM&FBovespa prevê um ano de retomada de investimento e
abertura de capital de mais de 50 empresas brasileiras. Ainda segundo Securato,
do IBEF, as fusões e aquisições também devem ser retomadas com negócios de
grande porte em maior volume do que nos últimos anos.
Temos muito trabalho pela frente
para recuperar nosso país, mas quando a expectativa é positiva, o entusiasmo
aumenta e a missão fica mais fácil de ser cumprida.
Um abraço e até a próxima!
Nenhum comentário:
Postar um comentário