A cultura que foi o
principal motivador para abrir fronteiras, foi decisiva para criar cidades,
desenvolver indústrias de máquinas e equipamentos e algumas indústrias de
transformação gerando grandes e complexas cadeias produtivas. Conforme dados da
FAO e USDA, a soja responde por 56% da área cultivada do Brasil, que é hoje de
58,5 milhões de hectares. O crescimento segue sendo importante, sendo 3,5% maior
desta para a última safra e acumulando 7,7% nos últimos 10 anos no Brasil. No mesmo
período o Paraguai teve um crescimento de 9,2% e na Argentina, 10,5%, mostrando
que o avanço da soja há muito não tem mais fronteiras.
O preço da soja tem
determinado muitos negócios e observa-se uma correlação forte entre os valores
recebidos pelos produtores e a cotação do dólar, frente ao real. Desta maneira,
gerir a comercialização in natura do grão exige alto conhecimento da dinâmica
cambial dos mercados interno e externo. Uma das questões pouco comentadas é a queda
constante que se observa nos preços da soja ao longo dos últimos 90 anos, que está
atualmente estimada pelo Bureau of
Labor Statistics, Bloomberg, Itaú, é de 20,59%, enquanto a área produzida tem aumento de 17%. Uma análise
histórica desde 1926, deixa claro que a cadeia da soja auxiliou muito a nossa
economia, mas para continuar sendo este pilar importante necessita que os
produtores, a sociedade, os governos se ajam de forma mais rápida incrementando
a cadeia com vistas ao aumento do valor agregado, frente aos mercados em cada
vez maior competição.
Há muito de nossas
vidas e de nossos negócios atrelados a cadeia da soja e exatamente por isso
deveríamos entender melhor como evolui ao longo dos anos e desde que surgiu
como negócio de grande escala. A medida em que aumenta a oferta do produto no
mercado os preços vão caindo e ainda, vão surgindo produtos que direta ou
indiretamente substituem a soja como ela é utilizada atualmente, o que faz com
que os preços caiam mais do que o aumento da produtividade consegue
compensar.
Com os sinais de
esgotamento do modelo cada vez mais forte, a necessidade de profissionalizar a
cadeia da soja, reduzindo custos, aumentando a produtividade, agregando valor
ao produto torna-se ainda maior. Desenvolver as indústrias de transformação da
soja numa ampla e variada linha, não só é pertinente, como necessário para a
prosperidade das regiões que são dependentes da soja.
Somos a 9ª maior
economia do planeta, mas representamos apenas 3% de tudo o que se produz no planeta.
Temos a 25ª posição na participação do comércio exterior, representando apenas 1,2
a 1,4% do comércio internacional e isso é resultado de políticas públicas que
fecham o país para acordos comerciais internacionais.
Poderíamos ter ganhos muito maiores se
conseguíssemos ter uma gestão pública melhor, capaz de realmente entender que o
setor produtivo é que gera os tributos que são capazes de sustentar todo o
restante. Melhores condições logísticas de escoamento da produção, como
ferrovias, hidrovias, mais e melhores estradas reduziriam em muito o chamado
custo Brasil, mudando muito os resultados para toda a cadeia produtiva da soja.
A capacidade de armazenamento estimada em 1/3 do que se produz, gera perdas de
produto, de qualidade, ainda mais custos de transportes e retira quaisquer
condições de aguardar um bom momento no mercado internacional.
Assim como outras
tantas áreas de nosso país, a cadeia da soja precisa e merece um novo ciclo de
inovação para continuar sendo um dos pilares da nossa economia.
Um abraço e até a
próxima!
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