Lembram quando o discurso vigente era trabalhar para superar
subdesenvolvimento? O Presidente dizia na TV que tínhamos que “apertar o cinto”
e meu pai falava que já não havia “mais furos no cinto para apertar”.
Descobrimos agora que há uma situação bem pior do que o subdesenvolvimento, que
é a recessão com PIB negativo por 2 anos consecutivos, o que nunca antes na
história deste país havia ocorrido. Dizem que sempre há o que piorar e
assistimos a destruição das bases econômicas com passividade, e pior que isso é
assistir passividade de quem teria que pelo menos tentar algo para salvar o
país. Sinceramente, tenho grande dificuldade de entender como é que tanta gente
com tanto poder consegue assistir ao país que em que nasceram, cresceram, cuja
população lhes deu o comando da nação, se deteriorar sem nada fazer, ao longo
de tanto tempo.
Errar todos erramos, proteger nossos grupos é sempre o primeiro instinto, mas é inacreditável ver tanta gente que possui os cargos, as condições e os comandos necessários sequer tentar implementar medidas que pudessem evitar tamanha insegurança jurídica, fechamento de empresas, desemprego, perda de poder de compra e manutenção pela inflação, dentre outras dificuldades.
Errar todos erramos, proteger nossos grupos é sempre o primeiro instinto, mas é inacreditável ver tanta gente que possui os cargos, as condições e os comandos necessários sequer tentar implementar medidas que pudessem evitar tamanha insegurança jurídica, fechamento de empresas, desemprego, perda de poder de compra e manutenção pela inflação, dentre outras dificuldades.
Mais do que em
qualquer outro momento na história precisaremos de todas as forças para gerar
renda, empregos e principalmente tributos para pagar um pouco da impagável
dívida pública que se construiu com argumentos comoventes e ações deficientes. Ainda
que nós que não temos os cargos, o poder e o comando não podendo fazer muitas coisas
grandiosas, precisamos conseguir fazer coisas pequenas ao nosso alcance, de
forma grandiosa.
É fácil entender que
o país só pode investir recursos em infra-estrutura e direitos sociais, se
arrecadar mais. O que parece muito difícil de se entender é que a arrecadação não
tem outra fonte que não justamente do setor produtivo, que tem sido destruído nos
últimos anos. Um dos principais pilares para a reestruturação da economia de
nosso país e estados é a reconstrução do setor industrial. O agronegócio, que
amenizou o desemprego e a queda de vendas de varejo em algumas regiões,
especialmente ao nosso redor, tem sido a base das exportações brasileiras.
Todavia, pela falta de plantas industriais pequenas ou grandes, com capacidade
de transformar a soja, o milho, o leite, a carne, das quais nossos municípios e
regiões são grandes exportadores, seguimos vendendo commodities para comprar
produtos de alto valor agregado de outras regiões e de outros países. Vejam o
caso inusitado, do Rio Grande do Sul, com o 3º maior volume de produção de
soja, possui atualmente uma única planta industrial completa para transformar o
grão em óleo (!!) e somente outras duas (!!) plantas que exclusivamente refinam
e em baixo volume no contexto.
Não acredito que
tenhamos a curto prazo governantes com capacidade de fazer esta mudança, que embora
pareça simples, exige visão de negócios e coragem. No entanto, não vejo como
recuperar o país sem desonerar a produção de bens de consumo e bens duráveis de
maior valor agregado. Uma ação em larga escala para incentivar a agregação
interna de valor reduziria a necessidade de importação, reduziria custos
internos de transporte das commodities que enchem os caminhões e as estradas
rumo aos portos e aumentaria a receita exportando produtos de maior valor.
Nas áreas em que os
governos não conseguem e em algumas em que não deveriam atuar, precisamos de
governantes capazes de articular, regular, incentivar, organizar. Para termos governos
assim precisamos primeiro, de cidadãos conscientes de que não há geração
espontânea de recursos quaisquer que sejam e de eleitores com melhor
entendimento do papel dos seus governantes.
Um abraço e até a
próxima!
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