Em 4 meses escolheremos os
prefeitos e vereadores que administrarão nossos municípios até 2020. Por hora
as notícias são de bastidores e muitas articulações seguem sendo feitas em cada
localidade, até que daqui algumas semanas saberemos quais são as opções que o
eleitor terá para definir a quem serão entregues os destinos da administração
pública mais próxima e mais presente onde vivemos.
Dias atrás, caminhando na rua
um amigo repórter falava sobre eleições quando me encontrou e sem que eu
pudesse refletir muito sobre o assunto, sugeriu que eu opinasse a respeito das
eleições e da administração pública. A verdade é que até falamos bastante, mas
pensamos e fazemos pouco para uma administração pública melhor. É preciso repensarmos
o entendimento de administração pública, que me parece que precisa ser muito
mais articuladora das forças da sociedade, do que “fazedora” de obras e muito
menos entregadora de bens e serviços. Quando se entende que a administração
pública precisa ser a provedora de patrimônio, bens e serviços para um conjunto
cada vez maior e mais variado de necessidades, ficam evidentes alguns vícios de
origem. Todavia, esta infelizmente, é a tônica da nossa sociedade, tendo
consequência a necessidade de onerar cada vez mais a quem produz para sustentar
o que muitas vezes torna-se insustentável.
Precisaríamos de lideranças
públicas com habilidades de articulação capaz de mobilizar as forças da
sociedade para planejarmos o futuro das comunidades para daqui a 50 anos. O que
você, os grupos que você participa, sua empresa, as entidades locais querem e
precisam do município em que vivem, para daqui 20, 30, 40 anos? O que deve ser
feito a cada ano, em cada setor da sociedade para se chegar lá? Seria o plano
estratégico municipal, com objetivos claros para cada área do município. Um
plano pensado de forma profissional, com objetivos claros sobre o que oferecer
para a comunidade, de onde virão os recursos e as responsabilidades de quem vai
transformar os objetivos em ações.
As comunidades que tem um bom
plano de longo prazo, que sabem o que querem e o que precisam para 2020, 2030,
2040, não devem ter dificuldades para escolher seus candidatos a candidato.
Cada grupo político deveria escolher entre os seus integrantes, qual o melhor candidato
do momento para liderar a comunidade rumo ao projeto de futuro que todos
escolheram.
A disputa das eleições deveria
ser sobre a melhor forma com que cada grupo político pretende administrar o plano
de futuro escolhido por todos, que ao longo dos anos desencadeará resultados de
desenvolvimento em todas as áreas. Há cada 4 anos, avaliando os resultados
obtidos em busca da visão de futuro da comunidade, muda-se ou mantém-se a
metodologia, trocando ou não o grupo gestor do plano escolhido por todos.
Entendo que as comunidades que
tem muita dificuldade para se desenvolver são aquelas que não conseguiram
articular-se entre si para definir o que desejam para o seu futuro e por isso
escolhem candidatos e elegem líderes atribuindo a eles expectativas que muitas
vezes não são capazes de atender. A expectativa aliás, é elevada pelos próprios
candidatos em campanha, que pela necessidade de obter votos e o desejo de
vencer, prometem resultados que mesmo querendo muito, não sabem se vão e nem como
vão atender.
Por estas e outras entendo que
precisamos mudar a forma de entender e de praticar administração pública,
começando por entender que todos somos parte dela e que só vamos conseguir
decidir bem o candidato quando tivermos um bom projeto futuro para nossos
municípios e a partir dele, escolher quem reúne as melhores condições de
liderar a todos rumo aos grandes objetivos escolhidos de forma coletiva.
Precisamos melhorar em muito a
administração pública em todas as instâncias do país e as eleições municipais
estão aí para darmos a melhor contribuição no que está mais próximo de nós. Desejando
que Deus ilumine a todos em suas escolhas, deixo um abraço e até a próxima!
Nenhum comentário:
Postar um comentário