terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Brasil obtém bons resultados na criação de empresas

Na semana passada cometei alguns incentivos à criação de empresas no Brasil a partir de iniciativas públicas, facilitando a criação e o desenvolvimento das micro-empresas, além das atividades de incentivo e orientação por parte de algumas instituições universitárias e associativas. Estas iniciativas, embora necessitem mais qualidade e volume, mostram bons resultados nos últimos anos.
O índice de empresas recém criadas, chamadas de startups, cresceu mais rapidamente no Brasil do que na China e na Índia no período que vai de 2006 a 2010, conforme pesquisa da UHY, uma rede de consultorias com sede em Londres. Pelo estudo, o número de startups no Brasil aumentou em média 7,2% por ano entre 2006 e 2010. Este estudo mostra um ranking com 19 países onde a rede de consultorias atua. Pelo ranking, o Brasil está em 4º lugar, atrás da Rússia, com um aumento anual invejável de 25,6%, da França com exemplares 21,5% de crescimento e até da pequena Estônia com 9,1% de aumento anual na criação de micro-empresas.
Em 2010, foram registradas mais de 617 mil empresas iniciantes no Brasil, contra 467 mil em 2006. Os setores onde o crescimento foi maior, de acordo com o estudo, foram os de serviços e de agricultura familiar. Setores que acredito muito, admiro e considero chaves na agregação de valor dos produtos primários e da mão-de-obra.
Entendo que a criação de micro-empresas e pequenas empresas é um dos indicadores mais evidentes da sustentação econômica de um lugar. Uma evidência é de que os piores resultados neste período ficam com a Espanha, que teve queda de 14,6% no índice, seguida da Irlanda (-7,6%), Estados Unidos (-6,7%) e Japão (-6,2%).
Um alerta importante para o Brasil é que mesmo com o resultado positivo a partir de 2006, o estudo indica que tivemos queda no número de startups entre 2009 e 2010. Nos últimos dois anos pesquisados, o crescimento brasileiro reduziu em 0,7%. As economias com maior aumento no número de empresas iniciantes entre 2009 e 2010 foram Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, com impressionantes, 53,1%, Rússia com não menos admiráveis 22% e China com 20,8%.
Outros dados importantes da pesquisa mostram ainda que somando as economias dos quatro integrantes do BRIC ( Brasil, Rússia, Índia e China) criaram 18% mais novos negócios por ano entre 2006 e 2010, contra 0,4% dos demais países. Já entre 2009 e 2010, a criação de startups entre Brasil, Rússia, Índia e China cresceu 18%, contra 3,3% dos outros países. Entendo que este é um dos principais motivos pelo qual nossas lideranças precisam se mobilizar para aumentar incentivos e orientações para a criação de novas empresas.
Os principais entraves para criação de empresas, conforme o presidente da rede UHY, John Wolfgang, vem dos governos, que deixam passar oportunidades importantes para fazer mais para encorajar o surgimento de startups. Segundo ele, 'Muitos dos entrevistados em nosso estudo destacaram altos impostos e complexa regulamentação trabalhista como barreiras ao crescimento para pequenas empresas', afirma. Quanto ao Brasil, o superintendente da rede UHY, Paulo Moreira, da Moreira Auditores, afirma que o principal dado é a queda na 'mortalidade' das empresas recém-abertas. Em entrevista a BBC Brasil ele disse que 'O Brasil tem criado uma série de facilitadores para as microempresas, como o sistema de tributação Simples e a possibilidade de parcelar o pagamento de impostos. Isso faz com que as empresas consigam durar mais tempo'. No Brasil, os pesquisadores destacam outros entraves importantes, sendo o principal deles o excesso de agentes reguladores, que impõem fiscalizações descabidas e exageradas, criando uma burocracia desnecessária para os empreendedores e que muitas vezes existem somente no Brasil.

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