terça-feira, 25 de junho de 2019

De quem você depende?


Convivemos com muita gente que parece ter muito potencial, mas não se desenvolve por acreditar que “os outros” a estão prejudicando e não a deixam crescer. Desenvolver a si mesmo implica em romper amarras e saber que as barreiras internas como o medo, a timidez, a preguiça, a vergonha, desculpas, falta de ânimo, baixa estima é que atrapalham verdadeiramente a realização dos seus sonhos.
Marco Aurélio Ferreira Viana em sua extensa obra afirma que para o autodesenvolvimento o indivíduo deve assumir a responsabilidade por sua evolução, através da busca pessoal por recursos e condições que lhe permitam reconhecer que hoje está “melhor” (em qualquer aspecto) que ontem, e ter a certeza de que, amanhã, estará melhor que hoje. Quando pensamos nos recursos para promover este autodesenvolvimento, estamos fundamentalmente considerando a educação e qualquer outra ação, que venha a contribuir para que o indivíduo gerencie a si mesmo!
No contexto das organizações, este tema assumiu uma grande importância, pois o autodesenvolvimento tornou-se uma das mais importantes competências para o profissional do século XXI e dele dependerá o sucesso das pessoas e consequentemente das organizações. Só as organizações que tiverem pessoas que estejam absolutamente conscientes e focadas em seu autodesenvolvimento, serão capazes de responder rapidamente a mudanças tão aceleradas, adaptar-se à nova realidade tecnológica, e superarem os desafios, que garantam, mais do que a sobrevivência, o sucesso organizacional.
A reflexão de hoje não serve apenas para a gestão da carreira, embora, este ponto ganha cada vez mais importância. Peter Drucker, destaca em sua obra “Os desafios para o século XXI” que gerenciar a si mesmo é colocar-se onde você possa fazer sua maior contribuição à sociedade, aprendendo a se desenvolver constantemente, mantendo-se mentalmente ativo e aprendendo como e quando mudar.
Sabe-se que as pessoas que conhecem bem a si mesmas, tem um bom senso de auto-observação, conseguem analisar as melhorias necessárias às suas capacidades, condutas, atitudes e alinhá-las as exigências do seu trabalho, de profissões de interesse e do mercado, obtém maiores possibilidades de realização na carreira e na vida pessoal, pois encontram alternativas adequadas ao seu perfil e adaptando-se mais facilmente às mudanças trazidas pelas novas tecnologias.
O trabalho ganha cada vez mais significado nas vidas de muitas pessoas, que irão trabalhar por necessidade ou por satisfação, por 50 anos ou mais, sendo que cada vez mais gente passa a encarar o trabalho como fonte de satisfação e realização, buscando atividades que deem significado à sua vida e que estejam compatíveis com seus valores e sua visão de futuro.
O que é sucesso para um, pode não ser para outro, tendo em vista essencialmente os valores e a forma de entender a vida, são muito particulares e por este motivo, prefiro falar em sonhos e realizações. E são diversos os pesquisadores e pensadores, de diferentes correntes que afirmam que a realização dos sonhos dependem da pessoa assumir a direção de sua própria vida, conhecendo seus limites, tentando superá-los, sem culpar os outros ou situações externas por aquilo que não gosta ou não sair como deseja.
Daniel Goleman, dos best-sellers Inteligência Emocional/Múltiplas inteligências identificou em suas pesquisas que 90% das diferenças entre executivos de desempenho excepcional e os de desempenho médio, estão relacionadas aos fatores relacionados à inteligência emocional e não às habilidades cognitivas e competências técnicas adquiridas na escola e universidade. Entender que a motivação não vem dos outros e ter capacidade de automotivação, conseguir escolher e fazer o que gosta estão entre os fatores mais importantes para a realização profissional e pessoal.
Quanto às empresas, que são integrações de seres humanos, não há como não estabelecer uma correlação direta entre o sucesso pessoal/profissional e o sucesso da organização, mas sabe-se que pessoas felizes são mais produtivas, e vice-versa, gerando ambientes mais positivos e melhores resultados para todos.
Um abraço e até a próxima!

segunda-feira, 17 de junho de 2019

De onde sai a nova riqueza


Na semana que passou tive a satisfação de participar e contribuir na organização e coordenação de um dos maiores eventos de inovação e empreendedorismo que do sul do Brasil. No Seminário de Inovação e Empreendedorismo, na 5ª edição, e a Semana Internacional de Engenharias e Economia, na 9ª edição, promovidos pela FAHOR, com apoio da Federasul, Ventiur Aceleradora, ACIs e Administrações municipais de 8 municípios do Noroeste do Rio Grande do Sul, além de diversos patrocinadores, estiveram 37 palestrantes, com 27 palestras, 3 painéis com debates, 80 artigos científicos sendo apresentados, 3 visitas técnicas a fábricas inovadoras, 5 startups expondo seus produtos inovadores, finalizando com um hackathon para soluções inovadoras para propriedades de menos de 100ha, em 4 dias de programação. Ao ouvir, ver, conviver, e conversar muito com painelistas, palestrantes, pesquisadores e participantes que estão na ponta deste processo de fomento a inovação e novos negócios, reforço um entendimento de que a nova riqueza está saindo das incubadoras, dos ambientes de inovação e empreendedorismo, das faculdades e universidades, dos espaços de estudos e garagens das casas de estudantes universitários.
É notório que muitas das inovações que tem surgido são de startups, normalmente de jovens que trabalham nos laboratórios das suas faculdades, no espaço de estudos ou nas garagens de suas casas, e não de grandes corporações. Claro que estas também têm investindo forte e inovando seus produtos e negócios para se manter no mercado, mas há muitos anos contribuindo com a organização de incubadoras, estimulando novos negócios inovadores, ainda me impressiono com o volume de novos e bons negócios surgindo nos diversos segmentos da economia, partindo dos ambientes de inovação, geralmente ligados as faculdades e universidades. Nos locais em que o ensino técnico e superior está focado em práticas inovadoras, os estudantes tem estímulo para empreender, estrutura de apoio, vínculo com investidores, com aceleradoras, e quando estes estão articulados com empresas maiores e melhor estruturadas, os resultados são visíveis e empolgam ainda mais.
 A grande revolução na comunicação entre pessoas, em escala mundial, não foi feita pelas grandes indústrias de entretenimento e comunicação, mas, sim, por jovens que criaram e lançaram ao mercado soluções como o Google, Facebook, Instagram, WhatsApp, UBER, AirBnB, dentre outras. As grandes mudanças nos hábitos de compra de bens e serviços não foram conduzidas pelas grandes fabricantes e sim, pelos revolucionários sites e aplicativos de compras e fidelização. Os talentos estão em todas as partes do planeta, basta gerar estímulo e apoio. Por este motivo é que os países que souberam acolher, estimular, organizar e financiar incubadoras de startups, levam mais vantagem, deixando novamente para traz aqueles que dificultaram o empreendedorismo, tem grandes barreiras em leis trabalhistas e tributam o consumo ao invés da renda.
O esforço que alguns lugares tem feito pela inovação e pelo empreendedorismo é admirável e chama a atenção até fora do país. Este esforço poderia gerar ainda mais resultados para a sociedade, se as lideranças públicas conseguissem pensar mais no futuro do que nos seus egos, nos resquícios da última, ou nas possibilidades da próxima eleição. Flexibilizar regras trabalhistas e simplificar a tributação é fundamental para termos mais condições para estes negócios crescerem no Brasil.
Os estímulos a inovação e ao empreendedorismo precisam iniciar em casa, com famílias estimulando seus entes a pensar em trabalho criativo e inovador, ao invés de um emprego tradicional e seguro. A educação básica pode melhorar a qualidade e ser mais estimulante as crianças e aos jovens, se realizar vínculos e estímulos a partir da economia criativa. Com isso, certamente teremos mais jovens chegando as faculdades com mentes mais abertas para a inovação e mais interesse pelo empreendedorismo, pelo trabalho criativo e inovador. Em ambientes de aprendizagem que propiciam o contato e a relação próxima com empresas, com incubadoras e aceleradoras de negócios inovadores teremos sem dúvidas, novas gerações mais inovadoras e mais empreendedoras.
Inovadores e empreendedores não precisam se preocupar com emprego, pois terão trabalho na economia criativa, que tem foco em fazer um mundo melhor e muito mais responsável com a qualidade de vida para as pessoas. O que você pode fazer na sua casa, na sua empresa, na sua escola com estas premissas?
Um abraço e até a próxima!

sexta-feira, 7 de junho de 2019

Hábitos para ser inovador e criativo


Uma boa parte dos profissionais que eu convivo desejam ser mais inovadores e mais criativos, ou estão buscando algo com potencial de impactar mais pessoas em seus negócios. Em geral nos admiramos de como o pessoal do Google e demais empresas ícones do Vale do Silício conseguem produzir tantas coisas legais, inovadoras, simples e por tudo isso, altamente lucrativas. Compartilho aqui alguns hábitos diários para um profissional ser tão inovador quanto o pessoal do Google e outras empresas que crescem exponencialmente, identificados e sugeridos pela equipe da Start se, empresa brasileira que se propõe a desenvolver a inovação e o empreendedorismo entre os brasileiros. 
Esses hábitos devem ajudar a ter ideias ou se tornar muito mais criativo, ágil e inovador do que nunca.  Muita gente fala sobre inovação, mas na hora de fazer as coisas acontecerem, na ordem de prioridades, as inovações ficam para depois.  Inovação deve ser uma prioridade diária e é o primeiro passo! Outra dica é conversar ou frequentar lugares com pessoas de opiniões, formações e ideologias diferentes das suas. Este hábito nos deixa mais criativo, mais inovador e com muito mais argumentos para discussões e troca de ideias. Conhecer e conversar com pessoas diferentes, muitas vezes propicia uma ideia ou parceria inovadora capaz de dar o insight tão esperado. 
Como fazer o que você já faz de uma forma rápida e melhor para solucionar um problema real? Você vai ver que muitas vezes não precisará pensar em nada mirabolante para se tornar inovador.  O foco é pensar no que você pode fazer de diferente com as ferramentas que você já possui. Você tem alguma habilidade que pode ser usada para solucionar problemas de outras pessoas?  Pensar nisso várias vezes por dia, é a segunda dica de hábito.
Fique de olho em pessoas inovadoras e se aproxime muito delas. Inovação e criatividade são coisas difíceis de ensinar, ainda mais quando muitas vezes ao longo da vida se foi ensinado a realizar tarefas mecânicas e repetitivas diariamente.  Pessoas inovadoras sempre acabam influenciando as outras, fazendo elas verem problemas e oportunidades sob um prisma diferente.  
Quer criar soluções inovadoras? Olhe sempre para todos os lados e veja o que estão fazendo de diferente. Em seguida, tente fazer algo ainda mais diferente. Por que não podemos ser os primeiros a fazer algo assim?
Quanto vale uma boa ideia? - Uma ideia não aplicada é igual a zero! Por isso, cada vez mais as organizações que crescem rapidamente investem em inovação ou setores com este foco, para ter no seu dia a dia novas e melhores formas de sobreviver e se desenvolver no mercado. Mostre sua ideia para pessoas inovadoras e criativas e converse abertamente sobre ela. Colha os feedbacks e transforme a conversa num grande brainstorm e não precisa de uma reunião para isso. Uma pausa para um café, uma conversa de corredor ou até mesmo um almoço ou happy hour são bons momentos para conversas assim.
Beber da fonte, na prática, ao vivo é melhor! Embora ler, assistir palestras, fazer cursos seja fundamental, vez por outra é muito importante uma visita, uma vivência a espaços inovadores, que gerarão uma experiência muito mais rica como pessoa e profissional, para entender e aplicar esses conhecimentos dentro do seu próprio contexto ou mercado.  As mentes mais criativas do mundo, são pessoas que tem ideias para fazer do mundo um lugar melhor e com isso, geram satisfação pessoal, ganham notoriedade e prosperidade. Converse com pessoas e visite empresas inovadoras, que isto vai ficar cada vez mais claro para você.
Por último, habitue-se a resolver 1 problema de muitas formas diferentes. Não se conforme e não admita apenas 1 resposta, ou 1 solução. Procure várias possibilidades de solução, e só depois escolha uma, mas habitue-se a ter várias possibilidades presentes. Busque também identificar quais ferramentas seriam necessárias para você solucionar esse problema e que ainda não existem. Pense nas coisas mais “doidas” e não convencionais. Muitas vezes dessas ideias absurdas e “fora da caixa” brotará a semente da inovação para aquele problema de difícil solução.
Para finalizar, é preciso estar convencido que estas dicas, ideias, sugestões só se tornarão hábitos se você começar a praticá-los diariamente. Portanto, mãos à obra!
Um abraço e até a próxima!

sábado, 1 de junho de 2019

Desafios da comunicação empresarial


       
       A comunicação é sabidamente uma das maiores dificuldades quando em se tratando de grupos, sejam eles de amigos, família, confrarias, e organizações. A comunicação empresarial é possivelmente um dos maiores desafios a ser enfrentado no que tange a organização, produtividade e clima organizacional. O texto de hoje é um “grão de areia no deserto” dada a complexidade do tema, mas uma tentativa de contribuir com o dia a dia dos leitores.
Embora reconhecidas como fatores de desgaste emocional e físico, a competitividade, o enxugamento das equipes, dentre outros gera necessidades de jornadas extremamente exaustivas, alcançando os limites do suportável para gestores, executivos e empresários. Há pesquisas que estudam o número de horas de trabalho de executivos, mostrando que as jornadas destes profissionais no Brasil têm sido em média de 70 horas por semana, bem maiores do que em países desenvolvidos. Neste cenário, o excesso impede que o indivíduo consiga cuidar de si mesmo, o que muitas vezes se reflete na dificuldade de comunicação com os setores e grupos da organização que dirige.
Muitas vezes a evidência de fragilidades emocionais e físicas impactam negativamente na comunicação empresarial. Nas pesquisas a respeito, é analisado o nível de stress dos executivos e no ranking mundial, os executivos brasileiros têm ficado em 2º lugar, atrás do Egito, como os mais estressados, o que certamente prejudica a produtividade, a criatividade, os relacionamentos e também, uma boa comunicação com seus pares e suas equipes.
Sob forte tensão, qualquer pessoa é levada a ter uma percepção alterada dos acontecimentos. Dependendo do nível de stress, pode-se acreditar que a realidade é melhor ou é pior do que de fato se apresenta. O corpo das pessoas envolvidas, dos colaboradores, começa a dar sinais que podem se transformar em doenças se o clima ruim se mantiver por muito tempo. A competição externa e interna tem limites, que quando ultrapassado, faz com que a mesma deixe de contribuir como estímulo, motivação, tornando-se um freio, quando quase todos passam a se proteger, se fechar e não vão adiante para não perder ou ser questionado.
A comunicação interna é altamente impactada por este clima interno, ao mesmo tempo que quando bem utilizada contribui decisivamente para a melhora do clima organizacional, para a eficiência operacional e para o alinhamento estratégico. Assim, é muito importante que todos os integrantes de uma organização, ou grupos entendam a importância de uma boa comunicação, se comprometam e se engajem com as melhores práticas.
       Realizar reuniões periódicas dos setores e também entre todos os gestores da organização é elementar, mas para quem não utiliza esta prática, é aquele óbvio que precisa ser feito. É preciso lembrar sempre que os elogios e os atos de reconhecimento devem ser públicos, normalmente em reuniões, ao passo que as correções e eventuais repreensões, devem ser individuais. Se as reuniões serão semanais, quinzenais, mensais, vai depender do volume de informações e tomadas de decisões em grupo que a organização tiver. É muito importante lembrar que os encontros presenciais, as reuniões, sempre engajam mais e melhor, e os tipos de tomada de decisões em grupo devem ser escolhidos em acordo com a cultura organizacional. É importante lembrar que nas reuniões, a prioridade deve ser discutir, refletir e entrosar o grupo. Os avisos, as informações, leituras de documentos, e afins podem ser priorizados por email, murais, grupos de whats e outros.
É muito importante lembrar que textos do email, mesmo que curtos, mensagens de whats e até mesmo recados escritos, não tem emoção e por isso ao serem lidos, muitas vezes podem ser interpretados pelos receptores diferentemente do que o desejado pelo emissor da mensagem. Ao saber disso, é preciso dar mais atenção às mensagens escritas para haver uma melhora na comunicação e no clima organizacional.
Um abraço e até a próxima!

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