sexta-feira, 31 de março de 2017

O olhar e a percepção

               O modo de ver as coisas afeta diretamente a percepção de cada um de nós, o que altera o conceito particular de tudo o que nos rodeia. Por isso antes de alterarmos algo em nossas vidas, organizações, cidades, país, é preciso entender a percepção dos outros a respeito, pois muitas vezes se produz melhores resultados ao agir sobre a percepção, do que construir, reformar, comprar, reestruturar.
           Quando olhamos para o que mais temos na vida, o que existe de positivo em nossa empresa, em nossa cidade, em nosso estado e país, podemos perceber que temos muito. Quando olhamos para o que não temos, o que falta ao nosso redor, ficamos com sensação de que falta muito em tudo. Ao focar no que conseguimos, no que temos de positivo, podemos ficar satisfeitos e gratos pelos resultados, enquanto que para quem foca no que não tem, mesmo o muito não é o bastante.
              Gostar do que se tem, não significa acomodar-se na situação atual, mas estar estruturado para evoluir, desenvolver e poder criar mais coisas boas na vida. Trata-se de gostar e de valorizar o que se tem, ao invés de desejar o que não se tem. Friedrich Nietzsche, consagrado filósofo e escritor alemão lembrava que “Tudo é precioso para aquele que foi, por muito tempo, privado de tudo!”. Quem tem pouco e valoriza este pouco, está mesmo que inconscientemente se preparando para ser e ter muito mais. Quem não se dá conta disso vive, em diferentes escalas, aquela situação de só dar valor ao que tem ou tinha após perder.
                Cada um de nós vive como percebe sua vida. Um homem do campo, que gosta da sua propriedade a percebe como o seu império, e o exemplo oposto é aquele milionário que não fica satisfeito com o que possui, percebendo um verdadeiro império como se fosse uma pequena propriedade onde faltaria muito. Fernando Pessoa lembra que “não possuímos mais que as nossas próprias sensações”. Temos do mundo, da vida, dos outros, do que está ao nosso redor, o que percebemos deles.
            O modo como vemos e percebemos tudo ao nosso redor impacta diretamente no sentimento de felicidade. Thomas Hardy escreveu “A felicidade não depende do que nos falta, mas do bom uso do que temos.” Acrescento que o mesmo conceito pode ser levado para nossa casa, nossa equipe de trabalho, nossos negócios. O sucesso depende mais do bom uso que fazemos dos talentos que temos. Um pequeno negócio, bem planejado, bem gerido, bem cuidado, por uma pequena equipe bem treinada e que ama o que faz, certamente gerará muito mais e melhores resultados do que uma grande estrutura, mal cuidada, com uma equipe numerosa, sem propósito e sem compromisso.
             A beleza, os valores e a natureza de uma pessoa podem ser observados a partir do modo como ela vê o mundo. Podemos cultivar este modo de ver e perceber a vida e o que está ao nosso redor com nossa família, com nossos colegas de trabalho e amigos. Num meio em que mais gente valoriza o que tem, apaixonada pelas coisas ao seu redor, é sempre mais evidente a prosperidade, passando muito mais tranquilos pelas intempéries do ambiente externo.

                Desejando uma melhoria de percepção a todos, um abraço e até a próxima!

quinta-feira, 30 de março de 2017

Pessoas compram pelos seus próprios motivos

Mesmo com o comércio no melhor momento do ano, para aproveitar melhor, é preciso que muitos profissionais de vendas se deem conta de que as pessoas compram pelos seus próprios motivos, não pelos deles ou de suas empresas.
Talvez por falha na qualificação profissional, ou na repetição de hábitos de um profissional para o outro, um grande número de vendedores procura apresentar todos os argumentos pelos quais o cliente deveria comprar o que ele quer vender. Todavia, o primeiro a fazer é descobrir os motivos pelos quais a pessoa compraria o que se quer vender.
As pessoas adoram comprar, mas não gostam que lhes seja vendido. Essa premissa pode ser conferida na diferença como a maioria de nós se refere ao relatar uma insatisfação quanto ao que compraram dizendo “...veja o que me venderam...”, dizendo por outro lado quando estão satisfeitas “...veja o que eu comprei...”.
Os motivos pelos quais eu ou você queremos comprar alguma coisa, são infinitamente mais importantes para efetivar uma negociação, do que as técnicas ou habilidades do profissional de vendas. Saber o “por que” os clientes compram é mais importante do que “como vender” por exemplo. Serão necessários menos esforços e técnicas de vendas, se o profissional sabe bem o que vende em termos de necessidades e desejos para o cliente. Ao invés de focar na necessidade de vender, os melhores profissionais focam na solução do problema, na necessidade e no desejo que identificou no cliente.
Quando o profissional entende os motivos do cliente para comprar, as habilidades irão levá-lo ao coração da venda e aos desejos do cliente agir em busca da satisfação. O vendedor pode identificar o motivo da compra fazendo perguntas sobre as compras anteriores, experiências, sabedorias, propriedades, usos, do cliente. Mantendo o foco nas questões corretas, o profissional de vendas deverá ouvir atentamente as histórias que começarão a ser reveladas a partir das perguntas baseadas no motivo. Sabe-se que sempre que perguntado sobre a experiência a respeito, o cliente conta uma história, que via de regra contém dicas importantes sobre o que eles gostam ou não gostam e sobre como estabelecer um verdadeiro relacionamento. As experiências passadas pelos clientes levarão a histórias boas e ruins. O trabalho do vendedor é ouvir atentamente para entender, nunca interromper e no final da história, fazer mais perguntas. Quanto mais perguntas fizer, mais informações serão reveladas e o profissional de vendas entenderá mais motivos para o cliente comprar.
As necessidades também dizem muito sobre a urgência ou não em comprar, e por isso, é muito importante entender usos, soluções, e outros que o cliente terá a partir do fechamento do negócio, como e quanto o cliente usará e lucrará com o que está sendo oferecido. O desejo é a parte emocional do processo de vendas. Quanto mais o cliente deseja aquilo, mais ele encontrará um meio de possuir. O desejo de possuir gera um efeito similar às necessidades, só que com mais orgulho por parte do cliente. O orgulho de posse é melhor do que o sentimento de atender a uma necessidade. Todos querem ter o melhor daquilo que gostam, só que nem todos estão dispostos a pagar pelo melhor, e é o vendedor que deve criar a diferença.
As paixões são as maiores formadoras de emoção e as compras são feitas emocionalmente, só que justificadas de forma racional e logica pelo cliente. Quanto mais forem reveladas as paixões do cliente, mais ele estará disposto a compartilhá-las, e maior a probabilidade da venda ser realizada. 
A melhor parte sobre descobrir as “razões para comprar” do cliente é que isto irá diferenciar o profissional de vendas dos concorrentes, lhe dando muito mais chance para fechar o negócio.

Ótimas vendas, um abraço e até a próxima!

terça-feira, 28 de março de 2017

Quando mudar de atitude

Embora sabemos que o meio influencia os sentimentos e o comportamento das pessoas e o que cada um mais ouve determina boa parte da forma de pensar, especialmente de quem é mais influenciável, ao mensurar quantitativamente este impacto na vida das pessoas impressiona e muito.
Participo de uma pesquisa para uma instituição que desenvolve trabalhos comunitários, estimula o voluntariado e busca a melhoria da qualidade de vida de comunidades com menores índices de desenvolvimento. Recentemente replicamos uma pesquisa repetindo a metodologia e as mesmas questões feitas nas mesmas comunidades há 2 anos atrás, com o objetivo de fazer uma análise do momento e uma comparação das percepções a cerca de como estão se sentindo no momento. Em pontos como “sentimento de felicidade”, o quanto “considera a vida boa” e o “quanto auxilia” e “é auxiliado” pela comunidade, houve uma queda muito significativa na percepção. Um exemplo é o fato de ter baixado 89 para 34 o percentual de pessoas que responde que a vida está “boa” ou “muito boa”. É certo que a vida ficou mais difícil de 2014 para 2016, mas está muito evidente que as pessoas viam a vida melhor do na realidade era, ou então, passaram a ver agora uma realidade pior do que realmente é.
O autor Earl Nightingale, no livro “O segredo mais estranho” apresenta pesquisas que mostram o segredo de uma atitude mais positiva afirmando que: “nós nos tornamos o que pensamos ser”. No meu entender, indica que a mudança de atitude requer disciplina que exige dedicação e prática diária.
Quer começar a mudar de atitude? Trago recomendações de Jefrey Gitomer, um importante autor da área de vendas, para vivermos os seguintes pensamentos e exercícios:
- Quando algo dá errado, lembre-se de que não é falha de alguém - a falha é sua, de alguma forma;
- Você sempre teve e segue tendo opções;
- Se você acha que está tudo bem, está... Se você acha que não está bem, não está;
- Ignore as notícias inúteis, trabalhe num projeto que valha a pena, faça um plano ou algo para melhorar a sua vida;
- Durante o próximo ano, procure ler apenas matérias, livros e ver vídeos com mensagens positivas;
- Assista vídeos, ouça áudios, palestras, seminários sobre atitudes;
- Quando você enfrenta um obstáculo, ou algo dá errado, procure uma oportunidade;
- Ignore as pessoas que dizem que você não consegue e que não será possível, ou que não é hora;
- Analise a sua linguagem, vendo se não está meio chata, vazia, negativa...;
- Diga os motivos pelos quais você gosta das coisas, das pessoas, do emprego e da família e não o porque não gosta;
- Ajude os outros sem esperar nada em troca e sem fazer comparações;
- Quanto tempo você fica de mau humor? Se passar de alguns minutos, algo está errado!
- Reflita sobre suas bênçãos todos os dias.
                Além desta disciplina de pensamento, que tenho certeza que quem seguir pode ver mudada “miraculosamente” a atitude, outras mudanças bem práticas podem melhorar muito a forma como percebemos nossa vida. Há sempre muita gente que reclama de falta de tempo para fazer coisas melhores para sua vida e para alguns grupos sugiro que façam a seguinte conta: se trocarem 1 hora por dia em que assistem noticiário ou novela, ou ainda, que navegam nas redes sociais, ao final de 1 ano há 15 dias de 24h inteiros ou 30 dias de 12h de trabalho, para fazer algo positivo, construindo o seu futuro melhor. A cada minuto, cada hora, cada tempo na frente da TV ou smartphone, é de livre opção e escolha de cada um de nós. Vejam como a mudança de 1 hábito já nos abre um espaço enorme, até mais do que o necessário, para realizarmos aquilo que parece que nos falta “tempo”. Após ver os efeitos da mudança de 1 hábito, será possível imaginar o impacto da mudança de mais 1 ou 2 hábitos. Não é preciso mudar nem toda, nem a maior parte da sua vida, pois 1 ou 2 hábitos podem fazer muita diferença!

Um abraço e até a próxima!

Fazer ou não fazer?

Todas as pessoas que eu conheço e que tenho notícias, querem uma vida melhor, mais confortável, com mais qualidade, atividades alegres, boas emoções e ótimas companhias. Por que é que poucos têm tudo isso? Ao meu ver, a dificuldade é que grande parte das pessoas tem medo de “agarrar o touro pelos chifres” e encontra facilmente uma desculpa externa, aceitável para disfarçar este medo.
Há uma opção fácil para ter uma vida emocionante e bem legal que é viver a emoção desejada por meio das outras pessoas, como por exemplo, acompanhando pela mídia e falando da vida de atores, artistas, profissionais e empresários de sucesso, assim como vivendo a vida de pais, filhos, parentes, amigos. Assim aproveita-se um pouco do “glamour” por sentir-se de alguma forma parte da vida desta pessoa, com o que é descrito e apresentado aos outros, sem sair do seu conforto para ser o que você queria ser.
A diferença entre quem fica acompanhando, admirando e falando dos outros e aqueles que são admirados e agem, é principalmente o fato de que ao se verem diante de uma decisão, ao longo da vida alguns foram fazendo as escolhas mais seguras e outros as mais ousadas. É fato que quem toma decisões mais ousadas tem menos segurança sobre onde ou como vai chegar. Todavia, nem sempre uma decisão que parece mais segura está livre de perigos, assim como nem sempre uma decisão que parece ousada é realmente carregada de perigo.
Sempre considero melhor arrepender-se de ter feito, do que arrepender-se de não ter feito. Quando se decide não fazer, a verdade é que nem se dá a chance de ter tentado. Algumas pessoas passam pelos 40, 50 anos de vida percebendo que “jogaram a vida fora”. Parte destas ainda se conforma entendendo que já é tarde, mas outros correm atrás do que resta, pois sempre é tempo. Não é raro vermos pessoas que tinham tudo a favor, mas diante do desafio, mesmo que pequeno aos olhos dos outros, faltou coragem para enfrentar e atitude para sair do conforto do momento. Se você que está lendo agora se sente um destes, é preciso entender que ninguém vai cortar seu braço, tomar sua família ou colocá-lo na cadeia se algumas de suas boas decisões não resultarem no que você espera.
Quando se trata de buscar uma condição melhor, tenho dito para estudantes, amigos e colegas que é preciso lembrar que “o ótimo é inimigo do bom”. Em outras palavras é preciso conquistar uma condição boa primeiro, o que dará mais oportunidades de ter uma situação ótima na sequencia. Há quem fique muito tempo tentando a vaga de trabalho dos seus sonhos (ótimo), mas enquanto ela não aparece, deixa de fazer o melhor possível (bom) com o trabalho que está a sua frente. Quem não consegue fazer o melhor com o que já tem, fatalmente tem mais dificuldades para ser lembrado, visto, reconhecido para uma condição ótima.
Se você olha para trás e se arrepende de parte de suas decisões, vendo que haviam opções melhores, isso pode não ser bem assim. Experimente pensar ao contrário e verá que outras decisões poderiam ter levado tanto a situações como a atual, quanto à condições melhores ou piores. A vida é toda feita de escolhas: “hoje a noite vou ler ou ver TV?”, “é melhor ter um carro prático ou um carro veloz?”, “neste sábado a noite vou beber água, refrigerante, vinho ou cerveja?”, “me dedico só a universidade ou concilio com um emprego para ganhar experiência?”.
Tudo o que fazemos ao longo da vida são decisões, baseadas em nossas escolhas e por isso não deveríamos nos arrepender. Temos o dia de hoje para mudar muita coisa daqui para frente. Somos hoje exatamente aquilo que em pequenos detalhes fomos escolhendo ser. Então, do que se arrepender? E cá entre nós, culpar alguém seria insano!
Eu e você somos as pessoas que escolhemos ser e está muito claro que podemos mudar muita coisa para amanhã ou depois. Por isso que a cada noite podemos agradecer a Deus que nos permite toda esta liberdade de escolhas e opções para mudar a cada dia. A cada novo dia temos motivos para sorrir ao acordar, pensando em tudo o que podemos fazer por nós mesmos e pelos outros.

Um abraço e até a próxima!

quarta-feira, 22 de março de 2017

Para vender mais precisa inovar mais

As lojas tradicionais/físicas precisam ser cada vez mais criativas, inovando mais a cada ano, para fazer frente ao avanço do e-commerce. Estima-se que nos últimos 12 meses o varejo digital cresceu 20% em relação ao período anterior. Isso significa que a crise do varejo atingiu praticamente apenas as lojas tradicionais.
Pelos e-mails que recebo sei que muitos de meus leitores são executivos, gestores e profissionais do varejo. Convido principalmente a estes para refletirem sobre o que estão fazendo efetivamente, para que menos clientes comprem da internet, ficando no varejo tradicional e das suas cidades.  Eleonor Roosevelt escreveu que “Criatividade significa fazer o que não nos é familiar.” Então, vamos procurar fazer diferente, pois o e-commerce vai seguir crescendo e as lojas tradicionais vão perder vendas sem perceber, mantendo as mesmas práticas.
Os consumidores são cada vez menos fiéis a um único canal de vendas e esperam cada vez mais integração entre lojas on-line, mídias sociais, soluções móveis e lojas físicas. Em pesquisas verifica-se que a maioria dos clientes espera que a convergência dos canais se torne uma regra o mais rápido possível, com experiências de compras em canais unificados. No entanto, isso será um desafio, pois a maioria dos varejistas não se posiciona de forma consistente nos diversos canais.
O Brasil está na lista dos países que detém a evolução mais significativa em consumo por meio de canais digitais, junto com China, Índia, México, Turquia e Rússia, confirmando que os países em desenvolvimento têm avançado mais rápido nesses processos do que as economias tradicionais. Os consumidores estão mais inclinados a usar canais digitais ao comprar produtos eletrônicos de alto valor, em comparação com outras categorias (eletrônicos comuns, moda, alimentação, materiais de construção, saúde e cuidados pessoais).
Uma reflexão importante para a loja tradicional é sobre como está o seu website, pois para compras em lojas físicas ou virtuais, o site é via de regra a primeira consulta do cliente. As mídias sociais, aplicativos de celulares e quiosques dentro das lojas estão se tornando cada vez mais populares como canais de varejo alternativos e é preciso qualificar constantemente estas ferramentas para vender mais e melhor. As pesquisas tem mostrado por exemplo, que a maioria dos entrevistados afirma que gasta mais numa loja física, se tiver antes, pesquisado previamente sobre os produtos disponíveis nos sites destas empresas. A explicação é quase óbvia, pois com mais tempo para pesquisar, ver mais produtos sem compromisso, ver mais detalhes, sem a pressão da presença de um vendedor, o cliente chega na loja com mais informação e terá objetividade no que ver e comprar.
É muito provável que muitas lojas físicas de hoje, daqui a 5 anos se tornem apenas showrooms de produtos que poderão ser selecionados e encomendados em lojas virtuais. Em qualquer que seja o cenário, vejo maior longevidade para as lojas físicas que tenham showrooms muito bons, atendimento de excelência, com ótimo relacionamento com os clientes e um conjunto de serviços agregados.
As pesquisas também mostram que a grande maioria dos clientes acredita que os preços das lojas virtuais são mais baixos que os preços das lojas físicas. Muitas vezes pode ser fato, e outras, percepção, pois é notório que o fato de colocar preço nos produtos passa a ideia de preço menor e neste sentido, verifica-se que nas lojas virtuais o preço está sempre ao lado dos produtos, enquanto nas lojas físicas muitas vezes o cliente só sabe o preço se perguntar ao vendedor.
        Finalizando, para vender mais e melhor, é preciso inovar nas atividades de varejo, diversificando e integrando cada vez mais os diferentes canais de vendas e de comunicação com seus clientes.
Um abraço e o desejo de ótimos negócios a todos!


segunda-feira, 20 de março de 2017

A sua causa pessoal

Tenho analisado há anos como diferentes pessoas, com diferentes formações e profissões agem em relação ao seu trabalho e os consequentes resultados obtidos. Neste caso, precisamos compreender que resultados do trabalho não são apenas relativos a salários, prêmios, reconhecimentos públicos, mas também como cada um se sente em relação às atividades profissionais.
Recentemente o UOL fez uma enquete sobre o sentimento em relação ao trabalho, na qual mais de 20.000 diferentes profissionais de várias partes do Brasil participaram, tendo 5% respondido que estavam muito felizes, 27% satisfeitos, 51% insatisfeitos e 17% muito infelizes. Mesmo não sendo uma pesquisa científica, uma amostra de 20.000 pessoas é altamente representativa e este tipo de resultado deve nos motivar para entender como é que tantas pessoas, no caso desta pesquisa 68%, se dizem insatisfeitas e infelizes no trabalho.
Ao me deparar com profissionais que simplesmente cumprem o horário, evitam os compromissos que podem, não querem se envolver, nem saber dos resultados da sua unidade de negócios, nem da empresa, muitas vezes se dizendo insatisfeitas e infelizes no trabalho, fico me perguntando quais são as causas, os motivos para viver e trabalhar, destas pessoas. Quem está infeliz no trabalho certamente não rende todo o potencial. A questão é como é que há tanta gente insatisfeita no trabalho e o que as faz infelizes com a atividade? Quantas causas da insatisfação são externas e quantas são internas, da própria pessoa?
Tenho a impressão de que as pessoas mais felizes com o trabalho foram as que fizeram da atividade profissional uma causa para contribuir com o mundo à sua maneira. Já escrevi aqui que gosto de ler e conhecer histórias de pessoas que se destacam em diferentes setores e atividades e esta diferença entre ter um trabalho ou ter uma causa é muito evidente nas pessoas que tem grandes feitos ao longo da história, nos negócios, nas profissões, na política, no voluntariado, nos esportes, na religião...
Muitas pessoas que conheço gostariam de estar em níveis mais altos da hierarquia, ou em atividades mais relacionadas à sua formação, e ao que mais gostam de fazer. Algumas dizem que quando estiverem no lugar que almejam, vão se comprometer e produzir bem mais do que atualmente. Todavia, pense comigo: como é que alguém vai ser lembrado para uma promoção no trabalho atual, ser convidado ou indicado para um trabalho novo, melhor, mais valorizado, se na atividade atual, é pouco produtivo e não se destaca? O mundo via de regra acaba entendendo que se a pessoa não dá conta, não é produtiva com o que tem hoje, possivelmente não dará conta de algo maior, ou mais complexo.
Como você deseja ser reconhecido/a no meio profissional? Como você está se mostrando para o mundo do trabalho? Qual é a imagem mental que os seus colegas de trabalho tem de você e passam para quem eles conversam eventualmente ao seu respeito? As respostas a estas perguntas vão definir as suas condições de você avançar ou não na carreira para uma atividade profissional mais desejada.
Qual é a sua causa pessoal e profissional? Se você ainda não tem uma ou mais causas profissionais para buscar com dedicação e muito envolvimento, sugiro que você tente olhar o que você deseja do trabalho como uma causa para contribuir com o mundo. Faça do seu trabalho e do que você quer com os resultados dele, a sua causa profissional. Perceba que o seu engajamento no trabalho atual, na empresa, na relação com os colegas, com amigos e família vai mudar e muito.
Quem consegue entender o seu trabalho como uma causa, apaixona-se pelo que faz, gera inspiração, encontra a sua motivação e aumenta em muito a satisfação pessoal e profissional.
Pense nas pessoas que você admira pessoal e profissionalmente. Veja se não é evidente que elas têm uma causa, lutam muito por ela tendo como consequência reconhecimento e os resultados que você também gostaria de ter?

Um abraço e até a próxima!

quarta-feira, 15 de março de 2017

Colhe-se o que se planta

O que se vive é resultado direto ou indireto de nossas ações ao longo da vida, portanto, colhe-se o que se planta. Ações conduzem a resultados, sendo que os sentimentos conduzem as ações, considerando ainda que os pensamentos são originados nos sentimentos.
A vida que temos, é em boa parte o que direta e indiretamente escolhemos, mesmo que sem a consciência sobre o que cada uma das ações geraria ou gerará de resultados em nossa vida. Quando olhamos para trás, há coisas de que nos arrependemos, de decisões equivocadas considerando os resultados ou efeitos que queríamos. Todavia, o conjunto de variáveis é tão grande, que são vários os caminhos que podem nos levar onde queremos, pois o mais importante é saber ter objetivos bem claros.   
Nosso dia a dia é cheio de negociações, concessões, decisões, que pequenas ou grandes, vão moldando a vida. Estudar, trabalhar, curtir melhor as alegrias da vida, assim como a forma como vamos nos relacionando com aqueles com quem nos encontramos durante a caminhada representam um conjunto comparável a uma plantação feita ao longo da vida, que vai permitindo, e em alguns casos obrigando, colheitas dos seus resultados que moldam a vida como um todo.
Responsabilizar entidades, concorrentes, colegas, adversários, governos, pelos resultados indesejáveis da vida pessoal, ou profissional, da instituição ou da empresa que dirigem alivia a responsabilidade de muita gente, reduzindo sensivelmente a culpa, o arrependimento, mas não gera aprendizado para si, nem para os sucessores.
Colhem melhores frutos aqueles que não perdem tempo reclamando do azar, que não ficam com pena de si mesmos e que não culpam os outros pelos efeitos indesejáveis de sua vida. Quem corre atrás das metas e objetivos bem definidos e preferencialmente coletivos, acordando todos os dias sabendo o quer e o que precisa fazer, vai colher frutos como aquele que planta corretamente e cuida bem de todas as etapas do cultivo.
Quem conquista e ganha antes de gastar, quem procura fazer uma diferença positiva onde estiver e para as pessoas ao seu redor, assim como quem sabe amar a quem lhe dá amor, vai colher melhores frutos como aquele que sabe plantar e cultivar uma boa cultura. Aquele que sabe cultivar boas relações, que procura descobrir novas formas de resolver antigos problemas, que consegue compartilhar o que tem de bom a sua volta, cuida bem do corpo e da mente, investe no seu desenvolvimento pessoal e profissional, consegue viver mais feliz e proporcionar melhores condições de gerar felicidade ao seu redor.
Cada situação vivida requer um nível de superação, onde superar o ímpeto da transferência da responsabilidade do que não se deseja, para outros é uma das necessidades mais importantes para uma vida melhor e com melhores efeitos no que fazemos ou deixamos de fazer.
Cabe avaliarmos algumas vezes por dia o que estamos plantando e o que estamos cultivando ao nosso redor e na vida como um todo. Aproveito para lembrar a bela lição de Lutero quando disso que se soubesse que teria apenas um dia de vida, ainda hoje plantaria uma macieira.
A forma como as passagens de cada um de nós pelos diferentes lugares são lembradas é em boa parte resultado de como são as relações durante e depois, além da repercussão dos resultados e do legado deixados.

Um abraço, com o desejo de felicidades e até a próxima! 

terça-feira, 7 de março de 2017

As crises e as lideranças

Vivemos num país em que as crises vão e vem, mudando apenas os motivos, como efeitos climáticos, ou política. As crises têm maior ou menor impacto nas organizações empresariais ou não, públicas, privadas ou comunitárias de acordo como as lideranças conduzem o processo entre as crises e durante as crises.
A forma como as lideranças estruturam a organização durante seus melhores momentos para enfrentar a próxima crise, como um bom fundo de reserva, investimentos em projetos perenes de aumento e garantia de receitas, planejamento, organização e controles, é determinante para o bom andamento da organização diante de qualquer situação externa. Uma boa leitura de como e quando este momento vai chegar também auxilia muito para decidir como agir nas etapas que se seguirão.
Pode-se culpar os governos municipal, estadual e federal ou a economia do planeta sobre as decisões mal conduzidas, políticas equivocadas, prioridades mal definidas. Estas situações têm gerado sem dúvidas, dificuldades para que as organizações brasileiras independente da sua natureza, se desenvolvam em nível mundial, a ponto de muita gente dizer que um governo que não atrapalha, já ajuda muito no desenvolvimento. Todavia, os governantes não podem ser culpados por uma série de situações que só podem ser resolvidas por quem está à frente das organizações, responsável pelas decisões.
Construir um fundo de reserva para ser utilizado em momentos de dificuldades para bancar os custos fixos como a folha de pagamento e manutenção, evitando a necessidade de financiamentos de capital de giro, que tem sabidamente custos mais altos é algo da maior importância. O crédito deve ser aquela opção estratégica utilizada para investimentos que claramente vão gerar resultados e que por sua vez vão contribuir com o desenvolvimento e a solidez da organização a médio e longo prazos.
Quando os prenúncios são de crise política, deve-se ter clareza de que os programas governamentais não podem ser pilares da sustentação da organização. É preciso evitar que a vantagem competitiva de uma organização seja ancorada em políticas de um governo, que no Brasil, sabe-se que não são perenes e não possuem garantia de continuidade. Estas políticas devem ser aproveitadas considerando uma situação passageira para que com os resultados sejam construídos outros pilares de outras forças da economia, como parcerias empresariais e sólidos acordos de cooperação institucional.
A análise da ociosidade das operações deve ser feita constantemente, para que sejam tomadas decisões de base evitando que a ociosidade seja gerada. Efetuar pequenos cortes em pontos específicos de maneira mais frequente gera bem menos traumas, transtornos, insatisfações e dificuldades do que fazer grandes cortes quando as crises afetam a saúde da organização. Além disso, grandes cortes envolvem altos custos imediatos e para quem já tem dificuldade de caixa, os efeitos podem ser tão traumáticos quanto a repercussão e o abalo na imagem institucional e de seus líderes. Utilizar o período de menos movimento no setor para direcionar parte dos esforços na revisão do planejamento dos próximos 5 anos, fazer pesquisas de mercado e perspectivas de negócios para os próximos 3 a 5 anos, elaborar projetos e implementar ações de maior envergadura que precisam de maior tempo para gerar resultados é a agenda positiva que as lideranças precisam fomentar nas suas organizações, em paralelo as preocupações com os controles.
A arrogância dos tempos de bonança, onde muitas vezes colhem-se os frutos do que foi plantado por outros e há mais tempo é uma das origens das decisões equivocadas pela falta de capacidade de ver o contexto. Colocar a culpa nos resultados desagradáveis em fatores externos, ou nos outros é a saída de quem nitidamente falhou na capacidade de liderar e gerir. A humildade, as boas relações e a cooperação interna e externa estão presentes no dia a dia de lideranças que levam suas organizações sem sobressaltos para o desenvolvimento contínuo e a prosperidade de quem está ao seu redor.
   Um abraço e até a próxima!

segunda-feira, 6 de março de 2017

As pessoas decidem pelos seus próprios motivos

O início da fase de maior sucesso entre profissionais e gestores de vendas normalmente se dá quando a pessoa passa a entender e consegue aplicar com convicção o conceito de que as pessoas decidem pelos seus próprios motivos, não pelos motivos do vendedor, do gestor, do líder ou da empresa. Um exemplo disso é o fato de que as pessoas adoram comprar, mas não gostam que vendam para elas. É fácil perceber isso nas expressões das pessoas próximas quando estão satisfeitas com suas decisões e dizem “vejam o que eu comprei” ou “vejam o que eu fiz”, enquanto um insatisfeito diz “me venderam tal coisa”, ou “fizeram tal coisa comigo”.

É preciso que tanto os líderes de equipes, assim como os profissionais de vendas entendam os motivos pelos quais as pessoas compram uma ideia, uma proposta, um produto. Porque compram, o que compram, de quem compram e quando compram é a informação primordial para um planejamento de equipe e também de vendas, quando é o caso. Saber porquê as pessoas decidem e como decidem é mais valioso do que saber como falar, como convencer, como vender! Os motivos para decidir, levam ao coração da decisão e aos desejos das pessoas para agirem. Entender os motivos de cada pessoa também auxilia na identificação daquilo que faz com que as orientações, a argumentação, as informações funcionem com alguns e não funcione com outros.
Saber as necessidades da outra pessoa permite entender qual é a importância da situação para a pessoa, as prioridades, a urgência, as decisões anteriores, como obter mais participação e adesão, dentre outros. Entender como a pessoa vai usar, praticar, desenvolver a ideia, a proposta, ou o produto que passamos ou vendemos deve dirigir as açoes de quem busca o sucesso nas relações com as outras pessoas. Relações de trabalho melhores, vendas melhores, liderança e participação em equipes com melhor desempenho passam por entender que as pessoas decidem pelos seus próprios motivos, e não os motivos de quem está querendo vender a ideia, ou o produto.
Uma gerente de contas de uma instituição em que sou cliente me aborda seguidamente oferecendo serviços nos quais não vejo qualquer benefício para mim. Para piorar, a tréplica da proposta fecha com “...para ajudar a cumprir minhas metas, professor...” O amigo leitor já passou por isso? O desejo é a parte emocional de qualquer processo de adesão de ideias, ou de vendas. Quando a oferta só beneficia quem está oferecendo, tem poucas chances de funcionar. Todavia, quanto mais a pessoa deseja algo, maior é a probabilidade dele encontrar um meio de ter, ou fazer aquilo.
O desejo de ter/fazer é similar às necessidades, porém, com mais orgulho, que é a posse, e a satisfação. Todos querem o melhor, mas considerando que nem todos estão dispostos ou não podem, pagar pelo melhor, quem entender bem como as pessoas decidem, aderem, compram, tem sucesso e prospera, vai ter melhor desempenho nos negócios. O desejo de resolver problemas é o fator primário na decisão de urgência, então, quanto mais alguém acreditar que aquela é a solução de um problema que ela tem, ou evita um problema que ela teria, ou ainda, que trará alguma vantagem pessoal, mais rapidamente ocorrerá a adesão.
Grande parte de nossas decisões são emocionais, mas buscamos justificar o que fazemos, de maneira racional. Quando precisamos vender uma ideia, vender um produto, criar adesão, propagar uma situação, precisamos entender como aquilo pode beneficiar direta ou indiretamente quem deve aderir e a partir daí agir de acordo com os motivos do interlocutor. Ambos sairão ganhando e o processo tende a ser mais exitoso para todos.

Um abraço e até a próxima!

quinta-feira, 2 de março de 2017

Para vender mais TAMBÉM precisa fazer o básico

O que mais vemos é profissionais e empresários querendo vender mais. Também vemos que apenas uma parte destes além de querer, FAZ algo diferente. Alguns dos que fazem, tentam até situações mirabolantes para aumentar as vendas e por isto escrevo hoje que é preciso também fazer o básico, em muitos negócios, o que já melhoraria bastante.
A primeira e mais importante questão que não podemos deixar de fazer em nossas empresas é deixar de priorizar a atenção às pessoas. Ouvir colegas e principalmente o mercado e os clientes é fundamental. “Escutar bem é quase responder!”, diz o estudioso Pierre Marivour, inspirando nossas negociações.
A comunicação visual, é um ponto básico nos negócios, o que quer dizer: como os outros estão vendo os teus negócios. Veronis, Shler e Associados, além de muitos outros pesquisadores têm mostrado que entre 83 e 85% da nossa comunicação vem de impressões visua
is. Apresentar produtos, propostas, projetos deve ser encarado como uma arte visual e auditiva. Procure lembrar sempre que “uma imagem vale mais do que mil palavras”.
Interesse, respeito e atenção é para gerar a chamada empatia com quem se deseja negociar, ou apresentar algo. É preciso demonstrar interesse, respeito, afeição e especialmente atenção as prioridades do seu público. É preciso lembrar que independente da personalidade, e do estilo, todos precisamos de amor e respeito. Quem ofende, ou não valoriza o suficiente o sentimento das pessoas, a importância do problema delas e a dignidade que o interlocutor possui, a oportunidade de uma boa relação pode ser perdida.
Entusiasmo e energia são fundamentais para apresentar propostas e responder as dúvidas e objeções. Entusiasmo e energia tem um efeito altamente benéfico sobre o processo mental, especialmente quando se está decidindo coisas. É preciso também que seu corpo igualmente demonstre estar disposto e animado e é assim que sua mente funcionará em ritmo mais acelerado. Desta maneira será possível demonstrar mais espontaneamente nas falas e nas expressões, o entusiasmo e a cordialidade que garantirão o êxito na argumentação com os interlocutores.    
            Para liderar uma equipe comercial é preciso ser muito claro sobre o que se espera tanto da equipe, quanto de cada profissional. O líder precisa definir e apresentar para a equipe os valores e atitudes fundamentais da sua equipe de vendas; assim como sua visão para o ano (a grande meta); as prioridades em termos operacionais (o que a equipe deve fazer); o posicionamento competitivo e os seus diferenciais, além dos posicionamentos de apoio; sua proposta de valor; o perfil do seu cliente ideal; suas forças e áreas de excelência; as oportunidades de crescimento no mercado; a lista de situações que você e a empresa não vão tolerar.
            É importante destacar que ter listado o que não será tolerado também é bem importante, e em alguns casos fundamental, deixando definido todos pontos que a empresa, os produtos, a marca e a política da organização exigem. Na gestão da equipe comercial, assim como em qualquer outro setor, os problemas não se solucionam sozinhos e nem desaparecem com o tempo. Quando algo não saiu conforme o desejado, é preciso deixar muito claro e cobrar o mais rápido possível.
            Fazendo o básico é possível vender mais e melhor. Depois podemos avançar com uma boa base, para ações mais complexas.
           Desejando mais sucesso e melhores negócios a todos, um abraço a todos e até a semana que vem!
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