terça-feira, 7 de março de 2017

As crises e as lideranças

Vivemos num país em que as crises vão e vem, mudando apenas os motivos, como efeitos climáticos, ou política. As crises têm maior ou menor impacto nas organizações empresariais ou não, públicas, privadas ou comunitárias de acordo como as lideranças conduzem o processo entre as crises e durante as crises.
A forma como as lideranças estruturam a organização durante seus melhores momentos para enfrentar a próxima crise, como um bom fundo de reserva, investimentos em projetos perenes de aumento e garantia de receitas, planejamento, organização e controles, é determinante para o bom andamento da organização diante de qualquer situação externa. Uma boa leitura de como e quando este momento vai chegar também auxilia muito para decidir como agir nas etapas que se seguirão.
Pode-se culpar os governos municipal, estadual e federal ou a economia do planeta sobre as decisões mal conduzidas, políticas equivocadas, prioridades mal definidas. Estas situações têm gerado sem dúvidas, dificuldades para que as organizações brasileiras independente da sua natureza, se desenvolvam em nível mundial, a ponto de muita gente dizer que um governo que não atrapalha, já ajuda muito no desenvolvimento. Todavia, os governantes não podem ser culpados por uma série de situações que só podem ser resolvidas por quem está à frente das organizações, responsável pelas decisões.
Construir um fundo de reserva para ser utilizado em momentos de dificuldades para bancar os custos fixos como a folha de pagamento e manutenção, evitando a necessidade de financiamentos de capital de giro, que tem sabidamente custos mais altos é algo da maior importância. O crédito deve ser aquela opção estratégica utilizada para investimentos que claramente vão gerar resultados e que por sua vez vão contribuir com o desenvolvimento e a solidez da organização a médio e longo prazos.
Quando os prenúncios são de crise política, deve-se ter clareza de que os programas governamentais não podem ser pilares da sustentação da organização. É preciso evitar que a vantagem competitiva de uma organização seja ancorada em políticas de um governo, que no Brasil, sabe-se que não são perenes e não possuem garantia de continuidade. Estas políticas devem ser aproveitadas considerando uma situação passageira para que com os resultados sejam construídos outros pilares de outras forças da economia, como parcerias empresariais e sólidos acordos de cooperação institucional.
A análise da ociosidade das operações deve ser feita constantemente, para que sejam tomadas decisões de base evitando que a ociosidade seja gerada. Efetuar pequenos cortes em pontos específicos de maneira mais frequente gera bem menos traumas, transtornos, insatisfações e dificuldades do que fazer grandes cortes quando as crises afetam a saúde da organização. Além disso, grandes cortes envolvem altos custos imediatos e para quem já tem dificuldade de caixa, os efeitos podem ser tão traumáticos quanto a repercussão e o abalo na imagem institucional e de seus líderes. Utilizar o período de menos movimento no setor para direcionar parte dos esforços na revisão do planejamento dos próximos 5 anos, fazer pesquisas de mercado e perspectivas de negócios para os próximos 3 a 5 anos, elaborar projetos e implementar ações de maior envergadura que precisam de maior tempo para gerar resultados é a agenda positiva que as lideranças precisam fomentar nas suas organizações, em paralelo as preocupações com os controles.
A arrogância dos tempos de bonança, onde muitas vezes colhem-se os frutos do que foi plantado por outros e há mais tempo é uma das origens das decisões equivocadas pela falta de capacidade de ver o contexto. Colocar a culpa nos resultados desagradáveis em fatores externos, ou nos outros é a saída de quem nitidamente falhou na capacidade de liderar e gerir. A humildade, as boas relações e a cooperação interna e externa estão presentes no dia a dia de lideranças que levam suas organizações sem sobressaltos para o desenvolvimento contínuo e a prosperidade de quem está ao seu redor.
   Um abraço e até a próxima!

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