quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Os que fazem e os que não fazem

Em muitas empresas os líderes encontram-se entre uma disputa entre os que fazem e os que não fazem. Os que fazem, cobram que mais gente faça, para produzir mais, prosperar, desenvolver. Os que não fazem, querem que se vá mais devagar, contestam as mudanças, as novidades, pois a cada episódio destes, quem não faz tem a sua posição de estagnação colocada em cheque.
                O especialista internacional Ram Charan, em seu livro Know How - As 8 competências que separam os que fazem dos que não fazem, da Editora Elsevier, mostra as competências e habilidades necessárias para que quem lidera, possa ser mais estratégico na condução destas disputas internas e, ao mesmo tempo, desenvolver a organização, fazendo as coisas acontecerem. Compartilho aos leitores as competências mais destacadas no livro:
Posicionamento na mente: Seus negócios, suas vendas, devem estar absolutamente focados nas necessidades dos clientes e em ganhar dinheiro (lucratividade), pois afinal, é por estes dois motivos que existe um negócio. Quanto mais claro na mente das pessoas for este posicionamento, mais fácil será para o grupo gestor tomar as decisões. Não haverá dúvidas sobre quem é o cliente ideal, sobre qual o mix de produtos deve ser mantido, o que retirar, o que incluir. Haverá mais clareza de que não vale a pena gastar recursos com um produto ou serviço que já não agrada os clientes e que não contribui com o desenvolvimento do negócio. Um posicionamento claro também ajuda sua equipe de vendas a diferenciar sua empresa e seus produtos da empresa e dos produtos dos concorrentes. Se for o caso e a necessidade, também é preciso coragem e competência para reposicionar a marca na mente da equipe e dos clientes.
Habilidade na análise de cenários: Conforme praticamente todos são capazes de perceber, tudo muda e cada vez mais rápido. Um líder de sucesso precisa ser capaz de perceber as tendências do mercado antes de todos outros. Há pesquisas indicando que apenas ganha dinheiro com modismos os primeiros a entrar e os primeiros a sair do negócio. A habilidade em analisar cenários e decidir a partir deles passa muito por isso. É preciso ficar atento e sensível ao que ocorre ao seu redor e no setor de atividades mais de que nunca. Atento as pistas e comparando os resultados internos com o que acontece com os concorrentes, com o setor, assim como mudanças da lei, mostram a habilidade de analisar cenários e tomar decisões.
Ser capaz de definir metas realistas: O líder precisa saber para onde quer levar seu negócio, desenvolver metas e revisar o conjunto de metas periodicamente. É preciso que as metas combinem a visão de futuro da organização, com o que pode ser alcançado nas condições atuais e futuras da organização. Em outras palavras, é preciso que quem estabelece as metas tenha claro os limites. Um exemplo é o fato de que os vendedores só podem atender um número máximo de clientes num dia. Outro exemplo é que os clientes só podem consumir um determinado número dos nossos produtos ou serviços a cada período. Ao tomar decisões sobre as metas é fundamental ter em mente a missão e a visão da organização. Ao comunicar as metas ao grupo que vai executar, vincular as metas a missão e visão é uma forma de aumentar o engajamento e principalmente a compreensão do grupo sobre as metas.
                Chegando o fim do ano, muitas metas vão tendo o período reduzido para ainda serem batidas. As vendas de Natal e Ano Novo são uma grande oportunidade para estabelecer metas de curto prazo, assim como representam oportunidades para bater metas anuais. Em qualquer dos casos, lembre que as metas sempre devem ser desafiadoras, para serem estimulantes e mobilizadoras, porém, nunca devem ser tão desafiadoras a ponto de serem consideradas impossíveis e desmotivar a equipe de ir bem busca.

                Desejando a superação das metas pessoais e profissionais, deixo um abraço e até a próxima semana! 

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Respeito a quem investe e a quem trabalha

Entramos na época do ano em que muita coisa acontece ao mesmo tempo. São pinturas e reformas de casas para receber familiares no fim de ano e verão, preparação das festas e também das férias, compras de Natal, aumento na produção para as vendas de Natal e fim de ano, revisão de veículos para as viagens, as próprias viagens de férias, os vestibulares, as matrículas escolares, férias escolares, compras de material escolar para o ano seguinte, jantares de encerramento do ano de empresas, associações, clubes, amigos, confrarias, condomínios e outros, enfim, muitas são as atividades que fazem a economia movimentar e por consequência o volume trabalho. É um período em que parece que tudo fica urgente, muita coisa ao mesmo tempo e o stress com frequência atrapalha as boas relações.
                Para aproveitar bem esta época, precisamos estar bem organizados, motivados e cheios de energia. É um momento em que mais pessoas tem oportunidade de trabalho e uma possibilidade de ser efetivado de forma permanente. Também é o momento dos atuais empregados aumentarem seus ganhos em horas extras, comissionamentos, participação nos resultados e de muitos empreendedores finalmente terem algum ganho sobre seus investimentos e riscos assumidos ao longo do ano. Estamos no período em que a possibilidade de maiores ganhos está diante de todos. Todavia, é preciso ter a consciência de que os maiores ganhos são obtidos de forma coletiva.
                Dentre as muitas atividades deste período do ano, estão dissídios de algumas categorias. Mais do que questões formais ou legais é preciso que os representantes das empresas e dos empregados tenham bom senso e pensem naquilo que realmente importa para quem efetivamente trabalha e para quem investe e emprega. Infelizmente ainda vemos relações entre representantes de empregados e empresários onde o bom senso, a honestidade, a sinceridade e especialmente os interesses individuais de quem está na ponta dos processos tanto de gestão, quanto de operação, não são priorizadas. Escrevo a partir das opiniões que venho recebendo de representantes de diferentes classes, a quem agradeço o prestígio aos meus textos.
                Ninguém obtém grandes resultados trabalhando sozinho, o que pode ser comprovado  acompanhando a vida dos empresários que são referências mundiais. Quanto mais bem cuidados, mais bem atendidos em suas necessidades e anseios, sejam eles financeiros, estima, conforto, educação, mais prósperos serão os seus negócios. Para fazer mais dinheiro, é preciso estimular aqueles que mais produzem, pagando o que é justo e principalmente, motivador para produzir mais prosperidade para seus negócios. Portanto, é preciso cuidar bem daqueles que o negócio depende para uma maior produtividade e competitividade. O que faz parte deste cuidar bem vai depender de cada negócio e principalmente das necessidades de cada grupo, que difere em cada segmento, dependendo do ramo de atividade, cidade, faixa etária, condições familiares, e principalmente capacidade produtiva. É preciso remunerar bem quem produz prosperidade e quem evita perdas, para termos negócios melhores.
                A pessoa que arrisca o patrimônio de uma vida para colocar um negócio, trabalha praticamente de segunda a domingo e precisa pensar em como saldar os compromissos 24h por dia, precisa ter a recompensa pelos desafios que apenas uma pequena parte da população mundial está disposta a se submeter. Sendo no Brasil, onde qualquer negócio, na prática, tem o governo tirando a maior fatia de tudo o que se fatura, e pior, por vezes parecendo tratar as empresas como inimigas, o desafio é ainda maior. O risco de perder tudo numa mudança do mercado, os muitos desafios, as noites sem sono, não ter férias regulares, não ter 13º, FGTS, e outros muitos benefícios legais ou opcionais precisa ser recompensado com bons ganhos, do contrário o negócio não vale a pena e deve ser fechado.
                As relações mais honestas, mais duradoras, mais saudáveis e principalmente mais prósperas se dão justamente naquelas empresas e naqueles setores em que cada parte entende bem e reconhece a necessidade da outra parte, trabalhando para atendê-las da melhor forma. Há retrógrados em todas as atividades e em todos os lados. Relações modernas de emprego, trabalho e renda só podem haver com o entendimento e o atendimento das necessidades de cada parte.

                 Na esperança de que o texto auxilie nas suas relações e negociações do lado que estiver, deixo um abraço e até a próxima! 

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

“Chefe você obedece, líder você procura”

O título é uma frase célebre de um dos escritores contemporâneos e brasileiros que gosto de ler e assistir, que é o professor universitário e palestrante Mário Sérgio Cortella, que de dentre outros assuntos, tem deixado um legado importante para refletirmos sobre o exercício da liderança nas organizações.
                Precisamos trocar a figura dos chefes, a quem se obedece, pela figura dos líderes, a quem se procura e se segue. Liderar, para ele, é animar, motivar e inspirar ideias, pessoas e projetos, algo que requer sensibilidade.
                Como você já ouviu muitos outros, Cortella também defende que devamos sair do óbvio, pois “O óbvio nos deixa no mesmo lugar, temos de ir além, procurar a excelência, fazer mais do que a obrigação, pois ela é o ponto de partida.”
O autor defende que cinco competências são essenciais para o líder: abrir a mente, elevar a equipe, inovar a obra, recrear o espírito e empreender o futuro e cada uma delas, com coragem, paciência e humildade.  Coragem para enfrentar o medo, conseguir fazer de outro modo, fazer aquilo que não está habituado e paciência e humildade para saber que não se sabe tudo. A seguir, faço um detalhamento das cinco competências mencionadas:
- Abrir a mente Com a velocidade das mudanças ao nosso redor e no mundo todo, não dá pra liderar com a cabeça no passado. É preciso perceber as mudanças e ser flexível para poder melhorar sempre. Ver as oportunidades do ambiente ao redor, para agir antes dos demais, é uma das habilidades mais importantes do líder.
- Recrear o espíritoRecrear” que não é o mesmo que brincar, é saber também que seriedade não é sinônimo de tristeza. É preciso festejar as conquistas com a equipe, criando as circunstâncias em que o reconhecimento, a alegria e o bem-estar estejam presentes no ambiente de trabalho. Para muitos de sua equipe, estas ações serão quase tão importantes quanto a remuneração.
- Elevar a equipe As pessoas não devem ser usadas para o líder e/ou a organização crescer e depois serem descartadas, assim como o líder não pode deixar de repartir a glória com quem o auxiliou nas conquistas do grupo, da organização. O bom líder é aquele que faz com que todos os que estejam ligados a ele também cresçam. Tenho convidado as pessoas a refletirem que é muito mais honroso liderar um grupo de gênios, de estrelas, do que liderar um grupo limitado, onde apenas o líder tem boas competências. Portanto, é mais inteligente e atrativo para o líder, cercar-se de pessoas com as melhores competências.
- Inovar a obra Um líder precisa ser capaz de criar o que dá vitalidade, indo além do óbvio. Um grupo precisa de um líder justamente para ter alguém que motive e desafie a ir além do que já foi conquistado. O líder também precisa que o grupo inove, mas para isso é preciso estimular, dar o exemplo ao pensar e agir além do óbvio. É preciso que todos entendam que não se alcançam resultados diferentes, fazendo sempre a mesma coisa.
- Empreender o futuro Aquele líder que tem e mostra esperança indo atrás, não desistindo, cuidando do que é importante, vai contagiar a equipe e criar o futuro que o grupo pretende. Coordenar os esforços para a criação do futuro esperado pela equipe é uma das partes mais importantes da missão de um líder.
                Sempre que falo e escrevo sobre liderança, lembro que estamos num momento da história em que há uma carência importante de líderes tanto em quantidade, quanto em qualidade. É preciso formar líderes em casa, nas escolas e em nossas organizações. Já dizia Peter Druker, que a maior missão de um líder deveria ser formar outros líderes, e que somente assim a organização iria prosperar e se desenvolver cada vez mais rapidamente. Por mais habilidoso que seja, um bom líder é apenas uma pessoa, portanto, um ser limitado. Para fazer mais e fazer melhor precisamos de outras pessoas, com capacidade de liderar, empreender e qualificar os processos.

                Na esperança de que o texto auxilie na sua reflexão, deixo um abraço e até a próxima! 

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Comunicação é compreensão

Acredito que muitos leitores também têm ouvido e falado que gostariam de melhorar a comunicação na sua organização, ou até mesmo a sua própria comunicação. As dificuldades de comunicação, em maior ou menor grau atingem a grande maioria das organizações e das pessoas, criando problemas como a falta de produtividade, desperdício de tempo, dinheiro, recursos, e até irritando muitos colegas, independente de serem líderes ou seguidores.
                Para uma boa comunicação, é preciso escutar mais do que falar e isso muita gente não compreendeu ainda. Temos informação, em grande volume e crescendo, considerando ainda, que a informação está cada vez mais fragmentada em diferentes meios e fontes. Meios de comunicação como telefones, murais, reuniões, cartazes, bilhetes, ofícios, tiveram nos últimos anos o apoio de e-mail, intranet, sms, chats, painéis eletrônicos, sistemas internos de som e vídeo, dentre outros. Assim, temos um volume cada vez maior de meios tecnológicos para nos comunicarmos, mas a comunicação continua deficiente, pois muita gente esquece que comunicação é uma necessidade humana e afetiva.
                As mídias contribuem com a informação, que é a essência da comunicação, contudo, para uma comunicação efetiva é preciso compreensão e para isso, é preciso escutar mais e muitas vezes a melhor forma é quando conseguimos ter o “olho no olho”. Os líderes de todos os escalões devem criar espaços, ainda que breves, para passar suas mensagens e principalmente para ouvir as equipes. Ouvir mais significa participação e respeito às pessoas, o que na prática se transforma em motivação e engajamento e assim, temos pessoas que colaboram mais e geram mais resultados. O feedback dos colaboradores é essencial e, para isso cada líder deve se reunir com sua equipe e deixá-la falar, com frequência. Destaco que não basta fazer reuniões para passar informações, pois isso já se faz todos os dias dando ordens e cobrando resultados. É preciso colocar problemas em debate e conduzir o processo de discussão para ouvir ideias, opiniões e se possível, propostas.  
                Aquelas propostas conhecidas como café com o diretor, ou programas de boas ideias e sugestões são opções válidas, mas complementares, pois se o líder imediato não se comunica adequadamente com a sua equipe ou se o líder não as escuta no dia a dia, as medidas não vão resolver o problema de comunicação na empresa. Ouvir os colaboradores é fundamental, mas é apenas um dos passos, pois é preciso dar soluções ou respostas adequadas a cada questão específica da comunicação interna. É preciso destacar que em alguns momentos das empresas nem tudo terá solução e principalmente que quando surgir esta situação, isso não é o fim!
                Quem deseja melhorar a comunicação numa empresa precisa entender e fazer os seus interlocutores também entenderem que comunicação é sobretudo compreensão e por este motivo é preciso garantir que todos entenderam o que se quis transmitir. Somente nesta condição é que podemos dizer que houve comunicação efetiva. Em muitas situações, não basta enviar uma informação por e-mail ou fixar um ofício no mural para considerar que determinada situação foi comunicada. Muitas vezes além do aviso escrito, precisa-se de reforços como uma reunião, uma fala de um colega ou superior, ou ainda um telefonema explicando.
                Um processo de comunicação efetiva garantindo a compreensão das partes envolvidas exige compromisso e esforço de todos. Como orienta a frase inicial do texto, para nos comunicarmos melhor precisamos apresentar a mesma ideia mais de uma vez de formas diferentes para sermos bem compreendidos. É um desafio difícil, por vezes estressante, todavia, um esforço que vai resultar em muito mais satisfação, maior organização, menor desperdício e maior produtividade, pois é conseguem as equipes que se comunicam melhor.
        

                Um abraço a todos e até a próxima!
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