segunda-feira, 26 de junho de 2023

Quem paga pelo seu trabalho?

 


A pergunta é para ser provocativa e até incomodar um pouco, enquanto cada leitor encontra a resposta mais adequada para o seu caso. Esta pergunta deveria servir para uma boa reflexão nas nossas empresas e instituições.

Sabe-se que muitos se esmeram em atender da melhor maneira os pedidos de seu superior e nem sempre tem o mesmo cuidado com os clientes. Todavia, quem paga a todos numa organização estatal é o cidadão, através dos impostos e em todas as demais organizações, é o cliente. Por estes motivos pode-se clarear o fato de que a maioria das vezes é aquele quem está sendo atendido que paga pelo nosso trabalho e tudo o que há nele.

A reflexão também é importante para destacar que todos atendem o cliente ou quem atende o cliente. Quem garante a alimentação da nossa família, estudos dos nossos filhos, nossos passeios, nosso lazer, nossos tratamentos de saúde, nossas compras são aqueles a quem atendemos. O mesmo vale para as funções públicas, onde a renda vem dos tributos e taxas pagos muitas vezes diretamente por aqueles que o servidor público atende.

O entendimento de que é o cliente que garante a sobrevivência e as conquistas parece muito óbvio quando se ouve ou lê algo assim. Todavia, ao analisar como agem alguns, poucos ainda bem, fica evidente que ignoram completamente o motivo que os faz ou que os impede de gerar mais e melhores negócios. No caso de uma instituição pública que não atende bem, o cidadão passa a ser um refém daquela situação. No entanto, nos demais casos, o cliente tem o poder de reduzir a renda e até o emprego de quem não o trata bem, simplesmente deixando de comprar, ou frequentar o estabelecimento.

Dias atrás recebi uma mensagem com uma frase do ex-presidente dos EUA, Barack Obama, onde diz “Livre-se dos bajuladores. Mantenha perto de você pessoas que te avisem quando você erra.” É uma dica bastante direta e prática para todos, independente da posição de gestor ou colaborador. Ter colegas, lideres ou liderados que aplaudem e elogiam é confortável e muito agradável. Contudo, quando há alguém por perto que não gera alerta ou feedback ao líder ou colegas que tem opiniões e posições equivocadas a liderança deve avaliar se a pessoa serve para aquele lugar ou posição.

Algumas empresas têm feito esforços frequentes para lembrar as equipes que são os clientes e usuários que lhes mantém no emprego, que geram a receita para a organização e a renda para as pessoas que trabalham neste lugar. A consciência de que melhores resultados aparecem quando são entregues as melhores soluções para quem está sendo atendido, precisa ser disseminada entre as pessoas das equipes.

Independente da posição na equipe e a atividade da organização, lembrar a todos que os resultados vêm dos clientes, pode auxiliar em muito no entendimento do que é uma boa organização e efetivamente, obter melhores resultados.

Aproveito o espaço para desejar sucesso e ótimos negócios aos amigos leitores! Um abraço e até a semana que vem!

sexta-feira, 23 de junho de 2023

Inspirando-se em outras fontes


As fontes de inspirações para melhoria de processos, inovação, boa gestão, devem ser as mais diversas. Não são somente outros negócios, outras organizações, outras lideranças do mesmo setor que podem nos inspirar para melhores ações e decisões.
O ex-jogador espanhol e atual treinador do Manchester City (do futebol inglês), Josep “Pep” Guardiola é um gestor de equipes que vem inspirando vários líderes empresariais com seu estilo. Ele é o terceiro treinador da história do futebol mundial com mais títulos, com o detalhe de que ele é o mais jovem e com menos tempo na carreira, ou seja, tem potencial para ganhar muito mais títulos que os demais. Em suas palestras sobre gestão de equipes Guardiola costuma dar 5 conselhos, sendo eles abra a cabeça, duvide de tudo, valorize a paixão, seja obcecado, mas pare, e nem tudo é perfeito. 
        O treinador se diz discípulo do técnico holandês de futebol Johan Cruyff, mas que sua curiosidade para se inspirar o levou a fazer amizade com o russo Gary Kasparov, campeão mundial de xadrez, citando como exemplo de atitude para abrir a mente para inspirações de outras áreas. Ele conta que Kasparov o ajudou a entender a importância da força mental para vencer adversários. Por este e outros motivos, seu auxiliar técnico pelos times que passa é Manuel Estiarte, uma lenda como ex-jogador de pólo aquático da Espanha, e peça chave para Pep conseguir entender o espírito do vestiário e estimular a mentalidade vencedora nos times, para além dos estrelismos individuais. E lembrem que o Manchester City, assim como os times anteriores Bayern de Munique e Barcelona sempre tiveram grandes estrelas do futebol mundial nos elencos. 
        O livro "Guardiola Confidencial” do jornalista Martin Pernarau, mostra um treinador que busca a perfeição com uma rotina de questionamento constante. O autor afirma que Pep se questiona o tempo todo se as escolhas são as melhores, se é o melhor caminho, se não há outra forma de chegar ao sucesso, analisando inúmeras vezes jogadas, táticas e números. Conta também que Guardiola pensa e repensa a escalação e a estratégia antes de grandes jogos, e é conhecido por ligar de madrugada para seus atletas para compartilhar ideias de última hora.
        A importância de valorizar a paixão fica retratada no fato de que o treinador aceitou um convite do Bayern de Munique, depois de 5 anos como treinador do Barcelona, motivado por uma paixão juvenil para estar na liderança de um time histórico. Levar a paixão a sério é muito importante para a gestão do time. E é por este motivo, que quando se percebe alguém que se acomoda, ou perde a paixão por vencer, é preciso buscar um substituto. Da mesma forma, quando boa parte da equipe perde o “brilho nos olhos”, como ele diz que aconteceu com o Barcelona, é sinal de que quem deve sair é o comandante e a história mostra que foi o que ele fez.
           O treinador é conhecido como um obcecado pelo jogo. Seus amigos dizem que há uma "lei dos 32 minutos" quando estão com Guardiola, pois seria este o máximo de tempo que ele consegue falar sobre qualquer tema que não seja futebol, pois o treinador dedica muita atenção ao trabalho. Por este motivo, de tempos em tempos a energia esgota e precisa parar. Este é o motivo alegado para encerrar os ciclos no Barcelona e no Bayern, e dedicar um tempo para arejar a mente. Num mundo que dá cada vez mais valor ao equilíbrio entre vida pessoal e profissional, conhecer seus limites é cada dia mais importante.
        Mesmo sendo considerado o melhor treinador do mundo, tem afirmado que jogos decisivos reunindo 2 grandes times, são imprevisíveis. Esta é uma forma de tirar a pressão de seus jogadores afirmando que derrotas fazem parte da vida e do esporte. Pior que uma derrota por um gol nos 45min do 2º tempo é ficar assistindo no sofá, sem ter como fazer nada, afirma Pep. Assim, podemos entender que por mais vencedores que sejamos, é preciso aceitar algumas derrotas, pois nem tudo sairá perfeitamente.
Finalizo sugerindo que esta história e tantas outras situações que mostram direção, gestão, decisões... possam ser vistas e revistas para inspirar você e sua equipe a buscar a melhoria continuamente.
Um abraço e até a próxima!

segunda-feira, 12 de junho de 2023

Tchau para energia negativa!


  Para não haver confusão entre empatia e simpatia, é importante destacar que simpatia envolve cordialidade, compaixão, sorriso, sensibilidade nas mais diferentes situações, enquanto empatia é a capacidade de colocar-se no lugar do outro e pode significar a absorção de parte da dor e sofrimento de seu ambiente. 

Quem tem empatia e convive frequentemente com gente negativa, mesmo sem querer pode ser influenciado com esta energia ruim. Aprender a não absorver as energias negativas de outras pessoas é uma importante habilidade a desenvolver, assim como habilidades para não tentar agradar a todos, tendo o cuidado ao escolher de quem se aproximar, parar de prestar tanta atenção nos fatos negativos, inspirar-se na natureza e responsabilizar-se pelas suas ideias e ações.

Nem todos vão gostar de nós e aqueles que reclamam da gente, assim como aqueles que eventualmente desrespeitam, ou cometem assédio moral, podem sugar nossa energia positiva se tentarmos convencê-los a gostar da gente, além de deixar-nos dependentes da opinião deles. É preciso mais amor próprio e saber que muito dificilmente alguém pode mudar outra pessoa, a não ser a si próprio.

Para preservar a energia positiva também é preciso selecionar melhor quem faz e quem fará parte da nossa vida. É ótimo ser generoso, mas há uma linha tênue a trabalhar para que não sejamos explorados, optando por ajudar mais a quem realmente precisa. Precisamos lembrar que aprender a dizer “não” é uma outra habilidade muito importante.

Toda a vez que prestamos atenção a alguém, ou algum fato, damos-lhes parte da nossa energia. Quando nos concentramos em pessoas e fatos negativos, temos uma redução drástica de energia. Algumas pessoas podem despejar sua energia negativa em cada pessoa que se aproxima. Claro que é bom ouvir o outro e melhor ainda é ter um ouvido amigo. Todavia, ouvir muitas frustrações, reclamações, projeções pessimistas pode drenar a nossa energia positiva e fazer com que passamos a limitar nossa vida de uma maneira não produtiva. Não dá para economizar, quando o assunto é rejeitar “energia tóxica”.

Os especialistas recomendam irmos para a natureza meditar, relaxar e respirar, pois ajuda a evitar a absorção da energia negativa que nos rodeia. É preciso mais confiança, mantendo a cabeça erguida e não permitindo que ninguém faça sentir-nos inferiores. Teremos uma vida melhor e sob o nosso total controle, se nos responsabilizarmos por nossos pensamentos e sentimentos. A forma como cada um se percebe deve ser mais forte do que a percepção que os outros têm de nós. Muitos esquecem que ninguém tem poder sobre o outro, quem quer que seja. Convivemos porém, com gente que imagina equivocadamente, que há pessoas com tal poder sobre eles, que passam a culpar os outros pelas suas frustrações e dificuldades. 

Ao nos conscientizarmos de que somos responsáveis por tudo o que ocorre com nossa vida, acessamos um nível mais profundo de nós mesmos, gerindo melhor o desenrolar da nossa vida, não sendo abatido, nem projetado para fora do nosso foco tão facilmente. Precisamos nos colocar em situações que aumentam nossas próprias energias. Podemos analisar cada pessoa com quem convivemos, percebendo os sentimentos gerados, se nos faz sentir bem e se fazemos esta pessoa se sentir bem. Cada um de nós é merecedor de ótimas experiências e não precisamos, seja consciente ou inconscientemente, nos aproximarmos e tão pouco repetir experiências negativas. Para nos protegermos da negatividade, precisamos ter muito amor-próprio e lembrar constantemente do quanto é importante estar feliz e em paz, pronto para dizer não para as energias negativas. Lembrando que não se conhecem pessimistas bem sucedidos!

Desejando mais energia positiva para todos, deixo um abraço e até a próxima!


segunda-feira, 5 de junho de 2023

Cuidando da saúde mental do empreendedor

 


                É comum falar-se dos desafios dos empreendedores que se dedicam de corpo e alma para fazer o negócio “dar certo”. Tirar um negócio do campo das ideias e colocar para funcionar, com contratações, captação e retenção de clientes, impactos e retornos financeiros, representa um conjunto de desafios. Poucas horas de sono, estresse excessivo e a pressão por resultados podem trazer desafios pouco comentados, que são os prejuízos á saúde mental. Hoje vamos colocar luz neste assunto, com algumas reflexões.

                De acordo com uma pesquisa feita pela Harvard Business Review com 326 empreendedores norte-americanos, 25% deles sofrem com um início da síndrome de burnout ou esgotamento motivado pelo trabalho. No Brasil, uma pesquisa da UFMG mostrou que especialmente na pandemia 76% dos empreendedores relatou que teve a vida muito afetada, 20% afirmou que passou por problemas psicológicos severos e 15% que iniciou tratamento com antidepressivos e ansiolíticos. Quem não quer fazer parte dessas estatísticas precisa tomar alguns cuidados preventivos.

               Aquela ideia de trabalhar enquanto eles dormem precisa ser esquecida. Os maiores e mais famosos empreendedores do mundo já falaram sobre a importância de uma boa noite de sono e momentos de descanso ao longo do dia. Elon Musk, multi bilionário fundador da Tesla e outras empresas conhecidas já afirmou em entrevistas e palestras que já tentou dormir menos, mas a produtividade diminui, então, mantém pelo menos 6 horas de sono. Musk afirma que trabalha até tarde da noite ao longo da semana, mas apenas poucos sábados e domingos. Warren Buffett diz “você será um desastre se não cuidar da sua saúde mental”. Estudos mostram que a partir de 17 horas seguidas sem dormir o cérebro começa a dar sinais importantes de comprometimento de atenção e cognição.

                   Respirar bem e respirar profundamente, ajuda a relaxar, assim como manter a calma ajuda a decidir melhor. Os vínculos sociais, não de negócios, ajudam a ter conversas diferentes do trabalho e contribuem com o bem estar. Conectar-se com pessoas queridas aumenta a felicidade. Manter um relacionamento romântico, dedicar algumas horas para amigos e familiares queridos são ações que contribuem mais para o bom andamento dos negócios do que pode se imaginar. A tendência é que este convívio gere bons estímulos para o alcance de objetivos.

                Fazer exercícios não é uma dica nova, não é mesmo? Eu também preciso, é óbvio! Um estilo de vida com alimentação mais saudável e atividade física regular, melhora a capacidade cognitiva, dá mais energia e aumenta a autoestima e confiança. As pesquisas mostram que alimentação saudável e exercícios melhoram a memória e a concentração, elevam o humor, fortalecem o sistema imunológico, aliviam dores e tensões musculares e melhoram a qualidade do sono.

               Aumentar o autoconhecimento, entender os efeitos dos momentos vividos nos negócios em seu corpo, mente, emoções e reações, com ajuda profissional, quando preciso, é uma dica importante. Desenvolver a capacidade de administrar crises e solucionar problemas com mais facilidade merece investimento de tempo e recursos, pois sentir-se bem, forte, confiante permite um maior controle das emoções e pode ser a base forte para fazer bons negócios e investimentos em projetos inovadores.

               Quando aqueles que estão próximos e o/a próprio/a empreendedor/a percebem que não está dando conta sozinho/a de controlar o estresse e a pressão, é hora de buscar um/a profissional da psicologia pode ajudar a refletir sobre as alternativas e trazer a lógica, para que possa buscar dentro de si as respostas para as angústias.

                       Um abraço e até a próxima!

quinta-feira, 1 de junho de 2023

Revolução híbrida

 


A pandemia atrasou e atrapalhou muita coisa e acelerou e melhorou outras. As dinâmicas do trabalho e a virtualização de algumas funções, com a possibilidade de trabalhar em casa, assim como de qualquer lugar do mundo, interagindo e co-produzindo, reduzindo custos, “desapegando” alguns hábitos essencialmente presenciais, acelerou muito e no pós-pandemia se tornou uma realidade num número enorme de empresas.

Vivemos uma espécie de "revolução híbrida" no trabalho. De acordo com o levantamento realizado pelo Google Workspace, em parceria com a consultoria IDC Brasil, 56% das empresas brasileiras adotaram o trabalho híbrido em 2022. O mesmo levantamento havia identificado que em 2021, ainda em plena pandemia a taxa era de 44%. Durante a pandemia, o modelo foi adotado para cumprir determinações dos protocolos de saúde pública, mas aquilo que foi visto como um grande problema inicialmente, depois das adaptações, parece ter virado vantagem em muitos casos. As vantagens que têm sido faladas sobre este modelo são flexibilidade, redução de custos, pessoas atuando de lugares diferentes, mais produtividade, mais diversidade, mais inovação, mais interatividade, funcionários mais felizes...

As empresas que tem filiais parecem ter adotado o modelo para quem mora nos municípios sede das matrizes, com 3 dias em casa e 2 presenciais, por exemplo, com equipes das matrizes se encontrando para trocar ideias “olho no olho”, almoçando juntos, criando vínculos, soluções imediatas das dúvidas, estimulando relacionamentos de maior confiança, etc. E para a turma que mora longe, a possibilidade de participação online, gravação de reuniões para quem tem outro compromisso, etc., viabilizando para quem está a trabalho em locais com outro fuso horário, inclusive, diferentes formas de participar.

O híbrido ainda é uma modalidade de trabalho desconhecida para muitas empresas, instituições, organizações diversas e é preciso mais experiências, mais tempo de práticas para estabelecer mais avaliações, controles, organização, planejamento, orientações, normas. Gestores de RH relatam que foi nas confraternizações que algumas falhas foram percebidas, como a falta de alguns colegas presencial ou remotamente, e assim decididas ações para resgatar a presença. Uma confraternização no final pode ser o motivador para a presença física. Mas para aqueles que realmente não podem por estar muito distantes, quem sabe é possível enviar uma encomenda para o local físico em que estão os participantes do remoto. Acompanhar aqueles momentos de confraternização que envolvam os “comes e bebes”, música, risos, homenagens no palco e nas redes, assistindo e se sentindo parte, reduz o sentimento de exclusão. Conexões caindo, áudios ruins, câmeras desfocadas, apresentações falhando, quebras no tempo, sem respostas no chat, sem o bom da festa, já é suficientemente excludente.

Muitas empresas e suas equipes vêm usando uma diversidade de ferramentas tecnológicas, nem todas digitais, para aumentar a integração entre quem está presente fisicamente e quem está no remoto. Reunir pessoas de cidades diferentes no mesmo local, criar mini eventos, buscar mais interatividade remota, imprimir ou projetar fotos de quem estava longe para dar a sensação de presença, distribuir cestas interativas, fazer chamadas nas horas das fotos e brindes, são algumas das ações relatadas como exitosas. É importante lembrar também que os que gostam de só olhar para a festa, seguiram fazendo isso com mais tranquilidade, enquanto os que não gostam de festa, não foram e não mudou nada.

Estamos vendo muitos caminhos para colaboração e interação, e aprendendo a co-existir em espaços diferentes. A pandemia afastou, aproximou, reformou e agora exige novas habilidades para reconexão, seja ela física ou virtual. O híbrido tem se mostrado bastante inclusivo na participação de quem está longe em reuniões de trabalho, sem falar na economia de tempo e dinheiro. Em outras funções, mais criatividade, diversidade, alternativas serão necessárias para manter a participação efetiva, seja no trabalho, estudos, discussões. São adversidades técnicas e gerenciais diferentes, que merecem nossa atenção para seguirmos aproveitando o melhor do presencial e do virtual.

Um abraço e até a próxima!

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