sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Desenvolvimento do setor industrial na região


Temos passado por muitos municípios da região falando sobre o desenvolvimento da economia local, o impacto de cada setor na agregação de valor, na renda e nos empregos. Nestes momentos sempre fica sempre muito evidente o quando a indústria contribui com os indicadores locais. A pergunta que surge seguidamente é como fazer o setor industrial se desenvolver mais. Este desafio não é somente dos municípios, ou da região, pois o Brasil como um todo tem um desenvolvimento médio com baixo profissionalismo, baixa competitividade, baixa produtividade e baixa agregação de valor, que no meu entendimento são consequências de baixos investimentos em inovação e qualificação profissional.
Algumas poucas empresas do setor industrial se dispõe a realizar investimentos adequados em pesquisa, desenvolvimento e qualificação de pessoal e nestas os resultados são muito distintos e visíveis. Boas parcerias entre as fábricas e as instituições de ensino técnico e superior fazem muita diferença. As políticas públicas adotadas na última década no âmbito federal incentivaram a formação privada em EaD, cuja grande maioria possui níveis de qualidade abaixo da crítica e a criação de instituições públicas federais que canabalizaram a iniciativa comunitária desestruturaram o que se construiu ao longo de muitos anos. Com a falta de recursos para dar conta dos elefantes brancos criados, lamentavelmente vê-se a deterioração de importantes patrimônios públicos, ou seja, desestruturaram parte da iniciativa comunitária existente e para piorar não foram capazes de gerar uma alternativa, deixando a sociedade pior assistida do que estava antes. A desmobilização do ensino profissionalizante de nível técnico no Brasil é um desastre a olhos vistos, gerando grandes perdas ao setor produtivo pela falta de mão de obra qualificada principalmente para as indústrias.
As pessoas que vivem nesta grande região são conhecidas por serem pessoas do bem, com valores pessoais importantes e cultura onde o trabalho e a vida íntegra está no centro da formação pessoal e profissional. As principais instituições formadoras ainda são as comunitárias, portanto comprometidas com capacidade de formação tecnológica de alta qualidade, aliada a formação humanística e cidadã. O que faz uma indústria aumentar o valor agregado é a tecnologia, o que só é possível com profissionais bem formados. Não se conhece nenhum país ou região do mundo que tenha se desenvolvido sem tecnologia e esta só é possível com investimento dos poderes públicos, das empresas e das próprias pessoas de cada local em formação de qualidade.
Não percebo ações efetivas dos poderes públicos para a criação, expansão ou atração de indústria e tampouco propostas dos candidatos que se apresentaram nestas eleições. Existem algumas poucas iniciativas isoladas de municípios, mas pelas suas condições e capacidades, em baixa escala. Estas poucas iniciativas em grande parte são focadas em infraestrutura como terrenos e eventualmente prédios, todavia, o que faz uma indústria, como qualquer outra empresa desenvolver-se é uma boa gestão e notadamente, faltam iniciativas para qualificar a gestão do setor industrial. Os governos que tiverem responsabilidade para desenvolver o setor industrial devem analisar melhor ações como no interior do Estado de São Paulo e principalmente em regiões fora do país, onde as políticas de incentivo a indústria estão ligadas a formação de profissionais e apoio tecnológico. Aos mais céticos recomendo comparar os indicadores de desenvolvimento econômico do Estado de São Paulo com os indicadores médios do Brasil nos últimos 15 anos. Quem quiser investir um pouco mais de tempo, sugiro analisar o desenvolvimento industrial do Estado de São Paulo comparado com o desenvolvimento industrial brasileiro no mesmo período e ainda, os incentivos às instituições formadoras, comunitárias, privadas e estaduais na criação e melhoria de cursos técnicos e superiores focados em tecnologia.
As comunidades locais e regionais devem encontrar formas cooperadas de desenvolver a infraestrutura regional, bem como o empreendedorismo entre os mais jovens e a inovação nas organizações de um modo geral, mas especialmente nas indústrias que tem maior potencial de agregação de valor adicionado gerando mais renda e qualidade de vida.
Um abraço e até a próxima!

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Planejando o fim do ano


      Neste fim de semana prolongado lembrei que depois da Páscoa comentávamos que 2018 iria passar muito rápido, pois havia uma preparação para a Copa do Mundo de Futebol, e que após a final, já estaríamos em plena campanha eleitoral e ao concluir esta, já estaríamos próximos do Natal e fim do ano!
         A cultura nacional de envolver-se tanto com estes eventos tem impacto econômico bem importante e identificado pelos economistas que estudam o PIB, mostrando que é notório nos anos de Copa do Mundo e eleições o menor rendimento da produção do país. Considerando que a cada 2 anos temos eleições e que elas coincidem com a Copa do Mundo da FIFA ou com as Olimpíadas, a produtividade ao longo de uma década tem 5 quebras de ritmo. Além das atenções que ficam divididas há os que entendem que não dá para investir, inovar, sem saber os resultados das eleições.
        Já dizia Sêneca, que o vento nunca estará bom para quem não sabe para onde ir. Todavia, planejar é a ação mais importante a fazer, para aqueles que sabem onde querem chegar e tem objetivos claros. É justamente em função das eleições trazerem incertezas sobre o próximo período que precisamos planejar nossa vida e nossos negócios. O que você e sua equipe estão planejando para este fim de ano? E para o ano quem?
Sabe-se que por diversos motivos, o fim do ano representa um período de maior movimento na economia, especialmente no varejo de bens e serviços. Também é importante lembrar que a concorrência está mais acirrada, com muitos competidores precisando vender e movimentar seus negócios, além das vendas pela internet e ainda, da entrada dos novos competidores substitutos com novas formas mais rápidas, mais baratas e mais eficientes de fazer muitas atividades. Se você, sua equipe, sua empresa ainda não fez, ou não concluiu os planos para aproveitar melhor este fim de 2018, sugiro que comecem logo.
Como você vai preparar os pontos de vendas, os pontos de contato com o cliente... como está a identificação das proximidades da sede da empresa, a fachada, as vitrines, a limpeza, o jardim e a pintura do prédio? E o site, a fanpage, a lista de contatos? As imagens e os textos estão atualizados? Como será feita a orientação da equipe de vendas, de atendimento e do telefone sobre as novidades que estão sendo preparadas? As compras e as encomendas para deixar o estoque bem abastecido já foram realizadas, então é mais fácil planejar como fazer o melhor uso do que terá em estoque para conquistar o cliente e vencer a concorrência.
Planejar não é tudo, mas é essencial. No planejamento surgirão as ideias para inovar em diversos pontos e inovando é possível motivar tanto a equipe quanto os fornecedores que podem contribuir, quanto os clientes que são sempre sedentos por novidades. Colocar o plano no papel também auxilia na percepção dos detalhes que faltam e que podem ser aprimorados. Com o plano escrito e revisado fica mais fácil compartilhar o conjunto das atividades com as pessoas que precisam exercer seus papéis para que tudo funcione conforme o projetado.
Para concluir, lembre-se que um planejamento só faz sentido se puder ser colocado em prática e para isso, sempre é necessária uma boa distribuição de tarefas, envolvendo várias pessoas e distribuindo atividades conforme as capacidades de cada um. Quanto mais pessoas envolvidas, maior a força da mobilização. Algumas coisas podem não ficar como você faria, mas os ganhos de motivação e satisfação por auxiliar na mobilização do esforço para ter um fim do ano melhor será maior.
Se planejando já é difícil, imaginem sem. Então mãos a obra, que o fim do ano vem aí e precisamos tirar o melhor de cada um de nós, para fazer deste o melhor fim do ano dentre os vários últimos!
Um abraço e até a próxima!

sábado, 13 de outubro de 2018

O que não precisamos


        
       A lista do que o Brasil precisa é tão extensa que talvez seja mais fácil definir o que não precisamos, que é mais divisão do que já temos. Jogar segmentos da população contra outros é nefasto, mas é fórmula clássica e descrita em livros conhecidos, como é velho o ditado “dividir para governar” e definitivamente, não é disso que precisamos!
Experimentamos a primeira eleição em nível estadual e federal com tempo mais curto de companhas e propaganda eleitoral bem mais restrita. Desde os primeiros movimentos da eleição para Presidente, também percebeu-se as diferentes articulações na tentativa de polarização entre duas forças. É uma estratégia tradicional e quase infalível, quando bem desenvolvida, e graças a ela, quem está no 2º turno chegou lá.
Várias surpresas importantes surgiram ao longo dos últimos 2 a 3 meses e esta eleição com ponto culminante no dia 7 de outubro quebrou paradigmas importantes. Há anos se falava na necessidade de renovação do poder legislativo, o que se esperava em 2014, mas só ocorreu agora, em 2018, tirando cargos eletivos de muitos nomes tradicionais, velhos caciques e clãs, alguns mais herdeiros dos poderes da família do que da população. Foi uma renovação parcial, é verdade, mas uma boa amostra de que parte da população não aceita mais ser representada por protagonistas de falcatruas diversas. Creio que a concretização nas urnas, da esperança de renovação e da decisão de retirar os cargos eletivos de quem faz uso indevido é o ponto mais positivo deste primeiro turno da eleição.
O ponto negativo desta eleição ao meu ver, é a continuidade e o acirramento do discurso de divisão do país. Ao apresentar documentos, fotos, filmes, depoimentos, gravações telefônicas a justiça e a imprensa escancarou a crise moral existente no meio partidário, o que levou a crise política, que por sua vez levou a todo o país para a crise econômica. As reformas, a reconstrução do país, as ações para o desenvolvimento econômico e social, o conjunto que pode recuperar empregos, aumentar a geração de renda e consequentemente tributos e assim oferecer melhores condições a população, só pode ser alcançado com mobilização. Dias atrás respondi a uma daquelas enquetes “o que eu faria pelo país se fosse Presidente” que articularia um mutirão, distribuindo para as mais diversas lideranças políticas, sindicais, associativas, empresariais responsabilidades e tarefas de acordo com suas principais habilidades e competências para juntos e finalmente organizarmos e aproveitarmos as melhores potencialidades para desenvolver o Brasil e proporcionar uma vida melhor para nossa gente. É uma utopia, claro, mas que tenho certeza, a maioria dos leitores se identifica. Imagino que mesmo de formas diferentes, quem racionaliza pensando no bem do país também desejaria.
Por que não surge alguém, um grupo, com capacidade de gerar uma mobilização nacional, construir mutirões de trabalho em busca do desenvolvimento? No meu ponto de vista estamos longe disso ocorrer, porque para alcançar o poder é mais fácil dividir, aliado ao fato de que a maior parte da população e seus representantes partidários ainda mantem o modelo mental em que é preciso “matar” o outro, quem se posiciona diferente, ao invés de discutir, argumentar, ajustar e buscar com agilidade o melhor entendimento e as melhores soluções.
        Divisão do país é tudo o que não precisamos, mas infelizmente, seguimos vendo nos diversos meios e com mais veemência e acirramento “nós contra eles”, “eles contra nós”, “contra as reformas”,  “a favor das reformas”; “anti” estes ou “anti” aqueles, além das discussões sobre religiões e credos, gênero, ideologia, o que é ou não delinquência, dentre outros. Todavia, o país com problemas muitíssimo complexos e seu povo esperançoso de ações efetivas é relegado a condição de torcidas adversárias. A quem interessa tanta divisão? A quem interessa vizinhos, amigos, colegas, divididos brigando pelas opiniões, ao invés de discutindo e comprometendo-se com propostas e soluções?
    Respeito é o que precisamos antes de tudo! Se união, mobilização, racionalidade está difícil neste momento, vamos iniciar pelo Respeito!
 Um abraço e até a próxima!

sexta-feira, 5 de outubro de 2018

A que ponto chegamos!


   
       O popular “me caiu os butiás do bolso” está com os dias contados! Dificilmente alguém ainda terá “butiás nos bolsos” depois do inimaginável protagonismo da insensatez que tomou conta de nosso país, nestas eleições.
    Depois dos desgovernos que nos levaram a pior crise econômica da história do País, em plena apuração do maior caso de corrupção do planeta, com mais de 6 anos em crise política, o foco das campanhas eleitorais insiste em se mantém alheio a tudo isso! A maioria das lideranças partidárias parece ter perdido completamente a vergonha, se é que já tiveram! Com alguma sensatez, alguns grupos ficariam de fora da disputa, e fico realmente impressionado como determinadas figuras conseguem enfrentar o público fazendo de conta que os outros é que são os culpados, ou pior ainda, de que não sabem e ignoram o que eles próprios ou quem defendem, fizeram.
     No momento em que o país mais precisa de propostas viáveis, de soluções efetivas, vemos estarrecidos candidatos se manifestando com veemência um contra o outro. E assim, ao invés de envolver a população numa mobilização pela recuperação das estruturas sociais e das bases econômicas, constroem um cenário que mais parece um clássico de futebol, com duas torcidas adversárias, que não importa o contexto, são por natureza, uma contra a outra. Quando parece que já se viu de tudo o que há de pior, agora vemos as chamadas “lideranças” absurda e irresponsavelmente manipular a população para agir como torcidas organizadas que brigam uma contra a outra, ao invés de focarem em propostas para mudar o país de uma vez por todas. Creio que chegamos no que há de pior numa eleição, agravado pelo fato de que esta é que poderia para trazer esperança, se transformou no alçapão do fundo do poço.
       A tese do voto útil contra este ou contra aquele, faz parte da manipulação dos grupos que só querem o poder para seus próprios interesses e tentando esconder que na verdade não têm propostas para o Brasil. Este voto é útil para quem? É baseado nas pesquisas, certo? Resultados de pesquisas repetidos nos diversos meios de comunicação quase todos os dias e assinados por institutos de cujos proprietários estão citados em várias delações por terem recebido grande parte do que foi arrecadado com propina nas últimas 4 a 5 eleições! Lamentavelmente, os 2 lados que supostamente lideram as intenções de voto conclamam o voto útil tratando-nos como 2 torcidas inflamadas pelo resultado do jogo, fazendo a massa ignorar o “campeonato”. Com isso, boa parte esquece que este “campeonato” que tentam antecipar a final, trata da vida de cada um de nós e de nossos filhos.
      A iniciativa privada com empresas, cooperativas e instituições comunitárias gera tributos que sustentam os governos e gera empregos que proporcionam dignidade, segurança e sustentam a população. O país precisa arrecadar mais para pagar as dívidas, investir em infraestrutura e realizar o desenvolvimento social. É preciso gerar estabilidade econômica, política e principalmente jurídica para destravar a economia e superar as taxas de desemprego que atingiram o pico em 2016/17, com 14 milhões de desempregados, mas que ainda está em patamares inaceitáveis. É com a economia em movimento, que vamos ter recursos para tirar de verdade, não pela propaganda, 52 milhões de brasileiros da miséria, que há décadas agonizam por ações efetivas, não de discurso vazio que não mata a fome, nem proporciona vida digna.
Os grupos que viram oportunidade em polarizar a eleição não apresentam propostas efetivas para o Brasil e os brasileiros se desenvolverem. Quais são as propostas que você lembra neste sentido? Lembra de algumas, mas feitas pelos candidatos que não tem chance, certo? É preciso lembrar também que foram os institutos de pesquisas, aqueles dos donos denunciados na Lava Jato, que disseram quem tem e quem não tem chance nesta eleição. Aliás, a Justiça estima em R$ 8 trilhões o total embolsado por políticos e partidos, mas até o momento foram firmados acordos de devolução de “apenas” R$ 13,4 bilhões. Ou seja, 7,986 trilhões ainda estão de posse dos envolvidos, presos ou não, disputando a eleição da semana que vem. Ao acompanhar o desenrolar desta campanha rápida, não parece haver dúvidas de que os recursos estão sendo muito úteis para alguns.
Desejo os melhores votos de cada um dos leitores no próximo domingo!

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