sexta-feira, 25 de agosto de 2017

O Brasil de 2018

     Constatando que já estamos quase todos envolvidos no planejamento operacional de 2018 as análises sobre como as coisas vão se desenrolar em termos macro econômicos estão sempre no pano de fundo do cenário de nossos negócios. Você e sua equipe estão pesquisando como será o Brasil de 2018?
     Tenho lido bastante a respeito das perspectivas e cenários projetados para o ano que vem e estou particularmente animado com vários aspectos e queria compartilhar alguns com os amigos leitores, para tentar contribuir com a tarefa talvez ainda inacabada de alguns, ao planejarem operacionalmente o próximo ano.
     2018 será um grande ano para a economia do Brasil, abrindo um novo ciclo de crescimento econômico. Antes de ser mal interpretado, preciso lembrar que quando afirmo isso não estou pensando nos políticos, nem depositando meu otimismo na próxima eleição para Presidente, Governadores, Senadores e Deputados. Uma boa eleição pode aumentar a credibilidade do país no exterior e atrair mais investimentos e contratos, que precisam de maior segurança jurídica e confiabilidade, assim como a eleição de uma figura que não inspira segurança pode limitar a credibilidade aos patamares atuais. Se a composição for ruim, a eleição e o novo Presidente não devem piorar muito o quadro atual, mas se tivermos composições e desenrolar positivo, deve contribuir, mesmo que de forma limitada, mas sem dúvidas, decisiva para a retomada do movimento econômico que tantos setores precisam.
     Líderes empresariais que já deram muitas provas de seriedade, confiança, profissionalismo e principalmente inciativa, como Jorge Paulo Leman, Paulo Hermann, Flavio Augusto da Silva, Abílio Diniz, Eduardo Tevah, Maria Luiza Trajano e outros tem mostrado em palestras, debates, entrevistas seu otimismo no Brasil a partir 2018, independente do cenário político. Com as peculiaridades que só os brasileiros conseguem entender e conviver, estamos fazendo a economia estabilizar e criar melhores condições dos negócios voltarem a crescer, tentando ignorar o cenário político. A estabilidade do câmbio e das ações das empresas sólidas e sérias do país, a queda dos juros, o controle da inflação, a aprovação das reformas, os avanços tecnológicos e a competitividade do agronegócio são algumas condições alcançadas principalmente em 2017 que combinam com um cenário externo de maior aquisição de commodities agrícolas do Brasil. 
     “O sucesso é a soma de pequenos esforços repetidos dia após dia.”, conforme o escritor Robert Collier. As organizações que seguiram crescendo, se desenvolvendo, ao longo do 3ª ano de recessão econômica são aqueles que disciplinadamente geriram os anos de “bonança” e se prepararam bem para as restrições do mercado. Devem ser as mesmas que aproveitarão melhor e desde o início, as ondas de crescimento que estão pela frente.
     A gigante população chinesa com milhares de pessoas saindo das linhas de pobreza e podendo se alimentar mais e melhor deve impactar ainda mais positivamente toda a cadeia envolvida na produção e no suporte a produção de alimentos no Brasil, que tem as melhores condições para agricultura e pecuária do planeta. Outra população gigante que onde milhares de pessoas começam a sair da pobreza extrema e consumir mais alimentos é indiana, que mostra grande potencial para gerar prosperidade ao agronegócio do mundo, mas especialmente ao brasileiro. A produção de alimentos no Brasil impacta em tantas cadeias desde a semente, passando pelas máquinas e equipamentos, transporte, ao software, gerando renda que se distribuirá por todos aqueles que fornecem roupas, móveis, serviços, ensino, saúde, aos que trabalham direta ou indiretamente nos setores envolvidos.
     A intenção do texto de hoje é estimular o planejamento, ou a revisão do planejamento operacional de 2018 considerando um aumento da movimentação econômica no país todo, que deverá atingir de forma direta e indireta a maioria das atividades.
     Um abraço e até a próxima semana!

sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Investimentos no ensino

Ao identificar a necessidade de maiores investimentos no ensino como solução para muitos dos problemas do Brasil é preciso cuidar para não cair em lugar comum, mas enquanto não se torna realidade, é preciso insistir mais e possivelmente, entender melhor para fazer pela qualidade do ensino brasileiro. 
Antes de prosseguir preciso lembrar que me refiro ao investimento em ensino, que se faz mais em escolas e faculdades, considerando que educação se faz mais em casa, nas famílias, na convivência e nos exemplos. Não confundir gasto com investimento é algo que todos os gestores públicos brasileiros deveriam entender melhor. Gastar dinheiro para cumprir o orçamento é bem diferente do que investir em ações efetivas para melhorar a emancipação e a profissionalização das pessoas. 
Trago uma reflexão rápida sobre como a Coréia do Sul, uma das economias que mais cresce no mundo, com as indústrias mais modernas dos diversos setores mudou a concepção sobre educação para poder se desenvolver. No livro “Histórias de uma repórter na Ásia”, de Sônia Bridi, há um relato do que ela conheceu sobre o ensino na Coreia do Sul. Visitando e entrevistando famílias a repórter relata o convívio de rotinas de estudantes de ensino médio que iniciam aulas às 7 da manhã, encerrando às 20h30min. Além de conteúdos que temos como normais no Brasil, na maioria das escolas estudam-se sete idiomas, música, computação, robótica e cálculo avançado. 
Segundo pesquisas e indicadores da ONU/UNESCO, os sul-coreanos são os melhores estudantes do mundo. Além de serem disciplinados nos estudos, também observa-se que a expectativa da família e da sociedade é grande e os estudantes sentem uma forte pressão pelo desempenho escolar. Convivendo com as famílias, a repórter relata que em várias casas as crianças apresentam para as visitas, peças musicais com diferentes instrumentos. Na educação infantil, ao invés de esperar ver “robozinhos” estudando o tempo todo, Bridi relata que via crianças alegres e caras saudáveis, aprendendo se divertindo. As professoras entrevistadas se dizem bem pagas e que dispõem de farto material didático, incluindo karaokê de músicas repletas de conteúdo educacional. Os relatos são de que as crianças estudam nas escolas que ficam mais perto de casa, pois todas são muito boas escolas. A educação é um grande orgulho para os sul-coreanos, mais do que o orgulho do brasileiro sobre as conquistas do futebol. “A educação empolga a sociedade em um campeonato mundial de conhecimento, todos os dias”, escreve Sonia Bridi. 
No livro “A educação na Coréia”, do Ministério da Educação e dos Recursos Humanos da Coréia do Sul fica claro o tipo e o nível de investimento e de estrutura organizada em todo o país, como principal estratégia para terem conquistado o status de país desenvolvido, industrializado e de alta tecnologia. O país investe 20% de tudo o que arrecada em iniciativas que transformam os cidadãos em profissionais de sucesso nas suas atividades. Nos anos 70 quando começou a grande virada do ensino do país, não havia livro para todos, mas eles desenvolveram iniciativas de cooperação para dividir o material escolar entre os colegas e ninguém ia ou ficava na escola com fome. Desde então a Coreia adotou uma política decisiva e altamente diferenciada para investir no ensino, concentrando todo o dinheiro público na educação básica e zerando o analfabetismo, incluindo o analfabetismo funcional. O ensino médio é subsidiado, mas todas as famílias pagam um pouco. Construiu-se um compromisso nacional sobre a importância estratégica e de longo prazo para o país e para as famílias, onde as pessoas também investem 20% de suas rendas no ensino dos filhos como contrapartida ao que toda a nação faz pelos jovens. 
Quando vemos tantas marcas sul coreanas em veículos, equipamentos e tecnologia ao nosso redor, que possamos refletir mais sobre o que estamos fazendo em nossa família e no país.
        Um abraço e até a próxima semana!

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Comportamento do cliente

     Já passou mais de 15 anos quando numa determinada cidade estávamos promovendo um curso de estudos de comportamento do consumidor, quando nos relataram que os empregados de uma determinada empresa gostaram da ideia pois os clientes realmente não estavam se comportando bem e precisavam mesmo de um curso. Com frequência lembramos da situação que consideramos bem engraçada e inusitada. Obviamente, estudamos o comportamento do consumidor para entender e fazer melhor uso das informações para influenciar a tomada de decisões dos clientes em favor da empresa e dos produtos.
     São muitos os fatores que interferem na maneira como os clientes se comportam, e por isto mesmo é preciso procurar entender com o maior número de detalhes possível, quais são as influências diretas e indiretas em cada negócio e o quê determina quem vem até a empresa, porque o faz, quem não vem, porque não vem, porque buscam outras opções, qual o motivo de aderirem à determinada opção e não a outras, por exemplo. 
     Entender o comportamento do cliente vai muito além de manter um bom atendimento ou qualificar o relacionamento da empresa com os clientes, pois é preciso observar como é a composição do público alvo como as diferentes gerações, gêneros, níveis de renda e de formação, fatores regionais e locais. As empresas que investem tempo, energia e atenção em entender o cliente o fazem baseadas nas características dos segmentos e procurando entender as atividades mentais e emocionais envolvidas na seleção, adesão e uso de serviços ou dos bens para a satisfação das necessidades e desejos do seu público alvo. 
     Com informações detalhadas, analisadas estatística e mercadologicamente, para sustentar a tomada de decisões, planejamento e investimentos, é possível buscar uma vantagem competitiva maior do que os concorrentes cada vez mais fortes, mais numerosos e vindos de diferentes partes do mundo. Sabemos que para que um consumidor tome a atitude de aderir a uma opção é preciso que na sua mente já tenha se instalado um desejo, traduzido por um sentimento mais confortável como a consciência de uma necessidade que o leve a adesão. 
     Temos no Brasil, como em outras economias que evoluem, um aumento cada vez mais significativo do consumo de serviços e isso está diretamente ligado ao comportamento do consumidor que busca sempre uma maior conveniência para satisfazer seus desejos e  necessidades. Desta forma, quanto mais os profissionais e as empresas puderem agregar ao que é oferecido aos clientes, com serviços que proporcionem facilidade, agilidade, praticidade, menor esforço do cliente, maior será a probabilidade da adesão do cliente.
     Ao aprofundar os estudos e o entendimento sobre o comportamento do cliente fica mais evidente o tamanho do erro daqueles que pensam que há um comportamento padrão da clientela, traduzido em expressões como “os clientes só querem...”, “os clientes precisam de ...”, “ninguém gosta de...”. Quem pensa que todos os seus clientes se comportam da mesma maneira comete um erro básico. É preciso conhecer a sensibilidade e as motivações do consumidor às variações de ofertas, sendo que cada indivíduo se comportará de maneira diferente, dependendo das crenças ou predisposições ativadas pela necessidade e o desejo que ele possui no momento. As diferenças individuais influenciam e proporcionam combinações, habilidades, interesses, reações e motivações que determinarão a adesão ou não do cliente a proposta que ele encontrou, ou que foi apresentada a ele.
     Manter informações completas e atualizadas sobre o cadastro dos clientes, bem como acompanhar pesquisas publicadas nos mais diversos meios sobre o comportamento dos consumidores do que se oferece e ainda, contratar pesquisas sobre como o público alvo se comporta em relação ao setor que a empresa atua, são as formas mais objetivas de conhecer, estudar e gerir o seu negócio a partir do entendimento do comportamento do cliente.
     Desejando ótimos negócios, um abraço e até a próxima semana!

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Ponto de Encontro

     Um dos pontos mais marcantes da transformação vivida pelo varejo é o aumento da conveniência na disputa pela preferência do cliente, especialmente na facilidade em encontrar, chegar, estacionar, agendar, entregar, instalar, contratar, consumir, transportar, e tantos outros. Uma boa conveniência também exige um aprimoramento dos ambientes de encontro entre clientes e produtos, sejam eles bens ou serviços. 
     A intenção deste texto é que os leitores reflitam sobre os diferentes ambientes em que seus negócios encontram-se com seus clientes e parceiros. Sabendo que cada dia mais se descobre que a venda ocorre pela conveniência, a pergunta que deve estar presente todos os dias nos setores comerciais de nossas organizações é: Como facilitar, estimular e proporcionar uma experiência mais prazerosa do encontro dos bens e serviços oferecidos, com os públicos alvo?
     Localização e estruturação dos pontos de vendas, escolha de nomes, identificações próximas, na frente e no interior do espaço, conforto físico e visual dos ambientes, estacionamento, horários de atendimento, qualidade das relações entre quem atende e quem demanda, merchandising físico e digital, presença em market places, integração com aplicativos, articulação com modais logísticos, formas de pagamento, são decisivos na disputa pela preferência pelo cliente. Identificação na rua, na calçada, a fachada, as vitrines, a arquitetura interna, a exposição dos produtos, a iluminação direta nos produtos e indireta no espaço todo ao longo do dia e a noite, a sonorização, a aromatização, as cores, a organização e a limpeza desde as proximidades, fazem muito mais pelo volume de vendas, atração dos melhores clientes e segmentação dos públicos do que quem não pesquisa e estuda o assunto imagina.

     Nas cidades em que tenho circulado, passo na frente de ambientes de vendas que me deixam com muita vontade de entrar e ver de mais perto, mesmo não estando no momento com necessidade de comprar algo que tenham a oferecer. Por vezes registro a imagem para estudar e guardar como bons exemplos, pois o ponto de venda precisa ser o grande atrativo para as pessoas passarem nas proximidades e serem estimuladas a entrar. Uma boa impressão visual é fundamental para isso. Quando o aplicativo de CRM da empresa tiver uma comunicação criativa e efetiva ponto a ponto com o smartphone do cliente, a atração vai sendo potencializada.
     Outros que me fazem pensar bastante são aquelas lojas, sedes de empresas, espaços de produção ou negócios cuja identificação é deficiente ou até inexistente, pintura, ou lonas desbotadas, descascadas no todo ou em partes, gerando percepção de abandono ou desleixo, assim como a sujeira, entulhos, iluminação deficiente. Sempre penso no que estes empresários e suas equipes consideram ao apresentar aquela situação como o seu espaço de negócios e produção para clientes, fornecedores e parceiros. 
     Cada ponto de encontro da marca com seus públicos, podendo ser além dos ambientes físico e virtual de vendas, outdoors, participação em feiras, espaços de representação, refletem também como os proprietários, seus executivos e suas equipes cuidam das suas fontes de renda, de onde vem a comida das mesas de suas casas, os recursos para a saúde e educação de suas famílias, seu conforto, laser e preparação do seu futuro. Por este motivo, refletir sobre: Quem são os clientes que serão atraídos para aquele espaço como ele se apresenta? Quais são os fornecedores que querem ter seus produtos naquele lugar, pois o ponto de venda influencia na imagem dos produtos que vendem? Qual o tempo de troca de panos, cores e estruturas de fundos de vitrines? Como está a limpeza de vidros das portas, vitrines e luminárias? Qual o tempo de trocas dos produtos expostos? Qual a capacidade da vitrine e fachada atraírem os públicos que a empresa precisa e deseja?
     Desejando que tenham pontos de encontros cada vez melhores com seus clientes, um abraço e até a próxima semana!
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