terça-feira, 24 de março de 2020

Plano de contingência


     A concentração global em torno da COVID19, chama a atenção em muitos aspectos e preocupa em muitos outros. Já se escreveu e se falou muito e muito ainda será escrito e falado a respeito desta pandemia. Vou deixar uma pequena contribuição por aqui também.
      Primeiramente, chama muito a atenção e creio que deve ficar como uma das lições aprendidas desta mobilização gigantesca, o fato de que quando a imprensa do país, e de todo o planeta quer trabalhar em favor de prevenção de uma doença, o mundo para, assiste e se mobiliza. Da mesma forma, chama a atenção como autoridades, lideranças, entidades, são rápidas em anunciar medidas de prevenção, combate a propagação, direcionar orçamento, etc. 
     Fiquei com a impressão de que acabar com a fome, com a AIDS, Ebola, poluição e outros males do planeta, assim como dengue, chicungunha, sífilis e outros males no Brasil podem ser opções da imprensa, dos governos, instituições e autoridades da saúde, pois com a mobilização em torno do coronavírus, aplicada aos males já citados, poderíamos amenizá-los em grande parte, senão, eliminá-los do país e do planeta. 
     Além da saúde coletiva, a economia mundial preocupa e muito. Ações e bolsas de valores despencando em todos os países com exceção da China, que de forma muito rápida parou o contágio e curou os enfermos e agora parte para comprar grande volume de commodities a preços baixos, comprar empresas, e tomar mercados de concorrentes de outros países, combalidas pelas paralizações no restante do planeta. Algumas das grandes corporações irão resistir, pois tem seus planos de contingencia e reservas financeiras. As grandes que não tem estes planos talvez serão compradas por empresas e fundos com a participação de chineses. Agora, como ficam os pequenos empreendimentos, que não tem qualquer interesse dos especulares capitalizados?
     Me engajo na campanha pelo prestígio aos pequenos negócios, e na torcida para que seus empreendedores também saibam se superar, com a criatividade e a persistência que os fez nascer, para que neste momento difícil se diferenciem, inovem, flexibilizem, e encontrem oportunidades para seguir em frente e se desenvolver.
     O SEBRAE nacional está com uma campanha com lembretes aos pequenos negócios, como:
   1. Usem a tecnologia, as redes sociais, o site, tele entregas e outras ferramentas para aumentar a sua presença digital;
     2. Crie e amplie serviços de entrega, oferecendo comodidade, segurança e conforto para os clientes;
      3. Não diminua a qualidade dos serviços oferecidos;
    4. Se não houver jeito de fazer o negócio desenvolver, uma oportunidade pode ser dar férias para parte da equipe;
    5. Avalie os custos do ponto de vista do cliente, mantendo aqueles que agregam valor para o cliente e cortando aqueles que geram custo e o cliente não valoriza;
    6. Mobilize a equipe para aproveitar o período com menos clientes para economizar em itens como energia, água, e outros, tendo os colaboradores engajados nas reduções;
     7. Fracione as compras, reduzindo o investimento em estoque e o risco de perdas;
      8. Negocie tudo o que for possível com os fornecedores;
      9. Cuide da sua saúde e da saúde da sua equipe.
    Com foco, criatividade, segurança e cuidados, poderemos minimizar os efeitos negativos da pandemia para a economia, e principalmente aprender novas formas de resolver nossos problemas e alcançar nossos objetivos. A crise é sempre uma oportunidade, para fazer diferente e eventualmente descobrir um jeito melhor.
        Um abraço e até a próxima! 

sexta-feira, 13 de março de 2020

Desenvolvendo as soft skills

       Nos últimos anos vem crescendo no mundo do trabalho, o uso da expressão soft skills. Embora não seja um conceito novo, muita gente ainda precisa entender melhor o significado e a importância na melhor preparação pessoal e profissional para qualquer setor. O psicólogo, autor de best sellers como “Inteligência emocional”, Daniel Goleman é uma das referências no assunto, publica em vários meios e recentemente esteve no Brasil em palestras e aulas falando a respeito.
      1º - Aprenda a se autorregular - administrar suas emoções para se recuperar rapidamente do estresse; 
      2º - Aprenda a gerenciar seu tempo - quando for interrompido, pergunte se isso pode esperar. Muitas vezes você verá que sim. Comunique sua decisão com boa vontade e de maneira educada: líderes – e pessoas com boas soft skills – sabem se comunicar gentilmente.
      3º - Crie uma cultura de feedback - peça para amigos, colegas, professores, gestores e familiares – pessoas que o conhecem profissional e pessoalmente avaliarem suas habilidades de soft skills e use as respostas para melhorar.
      Os estudiosos passaram a dividir as habilidades técnicas em 2 tipos diferentes, sendo elas as hard skills e as soft skills. As hard skills são habilidades técnicas que podemos aprender e são facilmente mensuráveis, como fluência em um idioma, uma técnica, ou domínio de uma ferramenta física ou digital, enquanto que as soft skills são habilidades para lidar com a relação e interação com outros.
      Goleman tem afirmado que “Habilidades como resiliência, empatia, colaboração e comunicação são todas competências baseadas na inteligência emocional e que distinguem profissionais incríveis da média”. Ele diz que as soft skills importam cada vez mais porque “Há uma lacuna entre o que líderes esperam de recém-formados e o que estes recém-contratados oferecem”.
      As pesquisas sobre o nível de preparo para os recém formados que entram no mercado de trabalho mostram que eles tem hard skills, mas lhes faltam muitas vezes as soft skills. “Na maioria dos casos, os contratados são inteligentes, ambiciosos e sabem usar tecnologia. Provaram que conseguem fazer o trabalho. São comprometidos e apaixonados pela ideia de ascender na carreira.” Afirma o Psicólogo, completando que faltam a esses profissionais os traços e comportamentos para lidar com as outras pessoas que vão trabalhar com eles.
       Vários estudos têm mostrado que uma parte significativa dos estudantes não dá a devida importância ao valor da inteligência emocional no ambiente de trabalho, enquanto as habilidades que ela envolve são cruciais para ter foco, motivação e colaborar de maneira produtiva. São estas as habilidades que realmente capacitam alguém para ocupar cargos de liderança, que envolvem lidar com outras pessoas e com si mesmo – apenas inteligência e experiência não bastam.
       Em entrevista recente ao site gmac.com Claudio Fernández Aráoz, conselheiro da Egon Zehnder, uma grande empresa de consultoria de recrutamento e seleção de talentos profissionais, é categórico ao afirmar que “QI garante seu emprego, inteligência emocional garante sua promoção e a falta de inteligência emocional fará com que você seja demitido.”
       Claudio apresenta alguns exemplos de soft skills que estão mais presentes nas seleções solicitadas para o mercado de trabalho:
       - Comunicação eficaz – habilidade de ouvir atentamente e se comunicar de maneira clara;
       - Colaboração – habilidade de trabalhar bem em grupo;
       - Trabalhar sob pressão – habilidade de gerenciar estresse sem perder o foco;
       - Flexibilidade – habilidade de se adaptar às mudanças (cada vez mais frequentes);
       - Orientação para resultados – habilidade para atingir o resultado final da maneira mais eficaz possível;
       - Liderança de equipe - saber como motivar e engajar grupos.
       Conforme a definição, são habilidades mais difíceis de medir, nas pessoas do que as hard skills (mais técnicas). Por isso, Daniel Goleman indica algumas maneiras de desenvolver ou fortalecer as soft skills necessárias atualmente:
       Espero que as dicas melhorem suas soft skills!
       Um abraço e até a próxima! 

quinta-feira, 12 de março de 2020

Levante-se e ande


             “Levante-se, pegue a sua cama e ande.” é uma frase atribuída a Jesus Cristo, pelo evangelho de João, capítulo 5, no versículo 8. Neste trecho, João narra a passagem de Jesus por um local em que muitos doentes se aglomeravam próximo a um tanque, no aguardo de um anjo que em determinado tempo descia, agitava as águas e o primeiro doente que entrava no tanque era curado das enfermidades. Dentre os enfermos estava um homem deitado que contou a Jesus que estava ali há muito tempo, sem que ninguém o ajudasse, estando doente há 38 anos. Segundo ele, sem ajuda para chegar ao tanque, outro enfermo sempre entrava antes dele. O texto de João narra que neste momento Jesus disse ao homem para levantar-se, pegar o leito e andar, e logo o homem ficou curado.
              Escolhi trazer esta passagem, pois independente do credo, me parece que muitos amigos leitores já disseram, pelo menos em pensamento “Levante-se e ande”, para pessoas próximas que parecem atribuir a fatores externos e aos outros, as dificuldades que os impedem de seguir a vida, de trabalhar, estudar, prosperar, ser feliz. Nestes casos, curado significaria a disposição para trabalhar, estudar, assumir responsabilidades e melhorar de vida.
                O excesso de atenção às especulações das diversas mídias, assim como dar mais atenção e colocar mais energia em reclamações contra os governos, os tributos, as regras, do que para promover os produtos do seu trabalho, é como o enfermo preso à cama há anos, que precisou de uma ordem para levantar e andar. Aqueles que passam reclamando do trabalho, da empresa, do chefe, dos colegas, também precisam levantar, tomar uma atitude para mudar de trabalho, ou os seus resultados, da mesma forma como aqueles que se lamentam há tempos de seus relacionamentos.
                Aqueles que têm um empreendimento com potencial, mas considerando que o mercado está estagnado, e/ou que não recebe os incentivos que gostaria do município, tratam o negócio com desleixo, não atendem como deveriam, deixam faltar estoque, não fazem manutenção na fachada, nem renovam as vitrines, precisariam que alguém lhes ordenasse: levantem-se, peguem tuas camas e andem! Assim também, aqueles que não estudam, não buscam qualificação, mas reclamam de falta de oportunidade de trabalho mais qualificado, mesmo com farto volume de vagas em aberto para profissionais qualificados, precisam ouvir a ordem “Levante-se, pegue sua cama e ande.”
                Em todas estas e muitas outras situações em que temos vontade de orientar ou até ordenar a levantar, pegar sua cama e andar, a “cama” pode ser aquela desculpa, a bengala, o apoio que algumas pessoas entendem ser os seus limites, restringindo suas ações e opções, privando-se de muitas possibilidades. Levantar, pegar sua cama e andar é dizer para lagar o que o prende, a ideia fixa da sua limitação, a culpa nos outros, as reclamações, e tomar a sua vida para si, fazendo o seu próprio destino.
                Levantar, pegar sua cama e andar é a ordem necessária para os muitos que estão parados a espera de soluções para suas vidas, para que tenham atitudes que possam deixá-los mais próximos de onde desejam. “Tropeçar faz parte do andar, se levantar e continuar faz parte do se superar”, diz Henrique Santana, enquanto que Stefan Schweitzer diz “A escolha dos caminhos é sempre sua. As quedas também.”
            Não é tempo de parar, mas de levantar e andar. Assim, ao incentivar as pessoas próximas que se levantem, peguem (recolham) suas desculpas, reclamações, medos, preguiça, e orientar para que andem, estamos ajudando-os ao ver suas vidas e o mundo de forma diferente, com menos restrições, com desafios diferentes, e muitas possibilidades que as fará ver uma vida nova.
                Um abraço e até a próxima! 

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