sábado, 13 de outubro de 2018

O que não precisamos


        
       A lista do que o Brasil precisa é tão extensa que talvez seja mais fácil definir o que não precisamos, que é mais divisão do que já temos. Jogar segmentos da população contra outros é nefasto, mas é fórmula clássica e descrita em livros conhecidos, como é velho o ditado “dividir para governar” e definitivamente, não é disso que precisamos!
Experimentamos a primeira eleição em nível estadual e federal com tempo mais curto de companhas e propaganda eleitoral bem mais restrita. Desde os primeiros movimentos da eleição para Presidente, também percebeu-se as diferentes articulações na tentativa de polarização entre duas forças. É uma estratégia tradicional e quase infalível, quando bem desenvolvida, e graças a ela, quem está no 2º turno chegou lá.
Várias surpresas importantes surgiram ao longo dos últimos 2 a 3 meses e esta eleição com ponto culminante no dia 7 de outubro quebrou paradigmas importantes. Há anos se falava na necessidade de renovação do poder legislativo, o que se esperava em 2014, mas só ocorreu agora, em 2018, tirando cargos eletivos de muitos nomes tradicionais, velhos caciques e clãs, alguns mais herdeiros dos poderes da família do que da população. Foi uma renovação parcial, é verdade, mas uma boa amostra de que parte da população não aceita mais ser representada por protagonistas de falcatruas diversas. Creio que a concretização nas urnas, da esperança de renovação e da decisão de retirar os cargos eletivos de quem faz uso indevido é o ponto mais positivo deste primeiro turno da eleição.
O ponto negativo desta eleição ao meu ver, é a continuidade e o acirramento do discurso de divisão do país. Ao apresentar documentos, fotos, filmes, depoimentos, gravações telefônicas a justiça e a imprensa escancarou a crise moral existente no meio partidário, o que levou a crise política, que por sua vez levou a todo o país para a crise econômica. As reformas, a reconstrução do país, as ações para o desenvolvimento econômico e social, o conjunto que pode recuperar empregos, aumentar a geração de renda e consequentemente tributos e assim oferecer melhores condições a população, só pode ser alcançado com mobilização. Dias atrás respondi a uma daquelas enquetes “o que eu faria pelo país se fosse Presidente” que articularia um mutirão, distribuindo para as mais diversas lideranças políticas, sindicais, associativas, empresariais responsabilidades e tarefas de acordo com suas principais habilidades e competências para juntos e finalmente organizarmos e aproveitarmos as melhores potencialidades para desenvolver o Brasil e proporcionar uma vida melhor para nossa gente. É uma utopia, claro, mas que tenho certeza, a maioria dos leitores se identifica. Imagino que mesmo de formas diferentes, quem racionaliza pensando no bem do país também desejaria.
Por que não surge alguém, um grupo, com capacidade de gerar uma mobilização nacional, construir mutirões de trabalho em busca do desenvolvimento? No meu ponto de vista estamos longe disso ocorrer, porque para alcançar o poder é mais fácil dividir, aliado ao fato de que a maior parte da população e seus representantes partidários ainda mantem o modelo mental em que é preciso “matar” o outro, quem se posiciona diferente, ao invés de discutir, argumentar, ajustar e buscar com agilidade o melhor entendimento e as melhores soluções.
        Divisão do país é tudo o que não precisamos, mas infelizmente, seguimos vendo nos diversos meios e com mais veemência e acirramento “nós contra eles”, “eles contra nós”, “contra as reformas”,  “a favor das reformas”; “anti” estes ou “anti” aqueles, além das discussões sobre religiões e credos, gênero, ideologia, o que é ou não delinquência, dentre outros. Todavia, o país com problemas muitíssimo complexos e seu povo esperançoso de ações efetivas é relegado a condição de torcidas adversárias. A quem interessa tanta divisão? A quem interessa vizinhos, amigos, colegas, divididos brigando pelas opiniões, ao invés de discutindo e comprometendo-se com propostas e soluções?
    Respeito é o que precisamos antes de tudo! Se união, mobilização, racionalidade está difícil neste momento, vamos iniciar pelo Respeito!
 Um abraço e até a próxima!

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