segunda-feira, 17 de junho de 2019

De onde sai a nova riqueza


Na semana que passou tive a satisfação de participar e contribuir na organização e coordenação de um dos maiores eventos de inovação e empreendedorismo que do sul do Brasil. No Seminário de Inovação e Empreendedorismo, na 5ª edição, e a Semana Internacional de Engenharias e Economia, na 9ª edição, promovidos pela FAHOR, com apoio da Federasul, Ventiur Aceleradora, ACIs e Administrações municipais de 8 municípios do Noroeste do Rio Grande do Sul, além de diversos patrocinadores, estiveram 37 palestrantes, com 27 palestras, 3 painéis com debates, 80 artigos científicos sendo apresentados, 3 visitas técnicas a fábricas inovadoras, 5 startups expondo seus produtos inovadores, finalizando com um hackathon para soluções inovadoras para propriedades de menos de 100ha, em 4 dias de programação. Ao ouvir, ver, conviver, e conversar muito com painelistas, palestrantes, pesquisadores e participantes que estão na ponta deste processo de fomento a inovação e novos negócios, reforço um entendimento de que a nova riqueza está saindo das incubadoras, dos ambientes de inovação e empreendedorismo, das faculdades e universidades, dos espaços de estudos e garagens das casas de estudantes universitários.
É notório que muitas das inovações que tem surgido são de startups, normalmente de jovens que trabalham nos laboratórios das suas faculdades, no espaço de estudos ou nas garagens de suas casas, e não de grandes corporações. Claro que estas também têm investindo forte e inovando seus produtos e negócios para se manter no mercado, mas há muitos anos contribuindo com a organização de incubadoras, estimulando novos negócios inovadores, ainda me impressiono com o volume de novos e bons negócios surgindo nos diversos segmentos da economia, partindo dos ambientes de inovação, geralmente ligados as faculdades e universidades. Nos locais em que o ensino técnico e superior está focado em práticas inovadoras, os estudantes tem estímulo para empreender, estrutura de apoio, vínculo com investidores, com aceleradoras, e quando estes estão articulados com empresas maiores e melhor estruturadas, os resultados são visíveis e empolgam ainda mais.
 A grande revolução na comunicação entre pessoas, em escala mundial, não foi feita pelas grandes indústrias de entretenimento e comunicação, mas, sim, por jovens que criaram e lançaram ao mercado soluções como o Google, Facebook, Instagram, WhatsApp, UBER, AirBnB, dentre outras. As grandes mudanças nos hábitos de compra de bens e serviços não foram conduzidas pelas grandes fabricantes e sim, pelos revolucionários sites e aplicativos de compras e fidelização. Os talentos estão em todas as partes do planeta, basta gerar estímulo e apoio. Por este motivo é que os países que souberam acolher, estimular, organizar e financiar incubadoras de startups, levam mais vantagem, deixando novamente para traz aqueles que dificultaram o empreendedorismo, tem grandes barreiras em leis trabalhistas e tributam o consumo ao invés da renda.
O esforço que alguns lugares tem feito pela inovação e pelo empreendedorismo é admirável e chama a atenção até fora do país. Este esforço poderia gerar ainda mais resultados para a sociedade, se as lideranças públicas conseguissem pensar mais no futuro do que nos seus egos, nos resquícios da última, ou nas possibilidades da próxima eleição. Flexibilizar regras trabalhistas e simplificar a tributação é fundamental para termos mais condições para estes negócios crescerem no Brasil.
Os estímulos a inovação e ao empreendedorismo precisam iniciar em casa, com famílias estimulando seus entes a pensar em trabalho criativo e inovador, ao invés de um emprego tradicional e seguro. A educação básica pode melhorar a qualidade e ser mais estimulante as crianças e aos jovens, se realizar vínculos e estímulos a partir da economia criativa. Com isso, certamente teremos mais jovens chegando as faculdades com mentes mais abertas para a inovação e mais interesse pelo empreendedorismo, pelo trabalho criativo e inovador. Em ambientes de aprendizagem que propiciam o contato e a relação próxima com empresas, com incubadoras e aceleradoras de negócios inovadores teremos sem dúvidas, novas gerações mais inovadoras e mais empreendedoras.
Inovadores e empreendedores não precisam se preocupar com emprego, pois terão trabalho na economia criativa, que tem foco em fazer um mundo melhor e muito mais responsável com a qualidade de vida para as pessoas. O que você pode fazer na sua casa, na sua empresa, na sua escola com estas premissas?
Um abraço e até a próxima!

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