quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Criatividade e competência

                Criatividade esta cada vez mais presente e cada vez mais valorizada na descrição das qualidades desejadas para as mais diferentes funções nos processos de recrutamento e seleção de pessoal, independente das funções e do nível hierárquico. É hoje talvez a competência mais desejada na busca por novos empregados e nas seleções de quem será promovido. Você tem criatividade suficiente? Como pode ser mais criativo/a?
                Sugiro algumas leituras para entender melhor a sua criatividade e obter dicas para desenvolvê-la como “O espírito criativo” de Goleman, Kaufman e Ray, assim como “Criatividade e modelos mentais” de Pereira Filho, Medina da Rocha e Silveira, e ainda os escritos do conhecido sociólogo Domenico De Masi, com o conceito do ócio criativo.
                Para ser criativo é preciso primeiro reduzir as suas próprias resistências à mudança. Depois é possível desenvolver ações para envolver toda a equipe da sua empresa, ou todas as pessoas da família na missão de serem mais criativos e incentivar o espírito criativo dos demais. Para isso é preciso entender que para ser criativo precisa haver mais liberdade e nem toda a organização, nem toda a família está preparada para as pessoas terem maior liberdade. Pessoas criativas precisam poder misturar um pouco de fantasia e concretude no que estão desenvolvendo e isso exige liberdade de ações e pensamentos. A fantasia gera ideias, mas as ideias passam a ter valor real quando são aplicadas e passam a gerar resultados. Um fantasioso que concretiza muitas das suas ideias é um gênio, mas estes são poucos. Cada um de nós pode ser um pouco mais fantasioso, concretizando uma parte destas ideias, que já seremos mais criativos.
                As leituras indicam que as pessoas que possuem mais traços de criatividade interessam-se por um conjunto de diferentes interesses, embora sejam orientadas ao futuro, seu e dos outros, além de demonstrarem maior grau de felicidade. De Masi atribui ao fato de Brasil e Itália terem empresas mais criativas, terem um maior número de pessoas mais criativas, o fato de culturalmente termos atitude mais alegre em relação à vida, do que outros países.
                É sabido que não é fácil montar equipes que possam ter muitas ideias e concretizar boa parte, mas é possível. A ideia do ócio criativo, defendida por De Masi e outros pensadores mistura trabalho e lazer, o que temos visto em imagens, relatos e casos de empresas grandes e ricas como Google, Apple, Facebook e outras inclusive em nosso meio. Essas empresas estão quebrando as barreiras da jornada tradicional de trabalho tanto em relação ao horário de início e fim da jornada, quando a função permitir, é claro, como organizar livremente o seu espaço de trabalho, permitindo inclusive em alguns casos, que as pessoas levem seus animais de estimação para ficarem junto da estação de trabalho.
                Para aumentar a criatividade no trabalho, é preciso estimular a cultura intelectual da equipe. Os estudiosos do assunto têm apontado para um futuro breve em que apenas um terço das vagas serão voltadas para tarefas operárias e o restante será trabalho criativo e intelectual. Portanto, caminhamos rapidamente para uma alteração no volume de vagas de emprego das tarefas operárias, para mais vagas em atividades criativas e intelectuais, com muita gente não percebendo e correndo o risco de ficar fora do mercado, por falta destas capacidades que crescem rápido em procura e importância.
                Se somos criativos 24 horas por dia, podemos ter muito boas ideias em qualquer lugar ou situação e este é o principal motivo de se defender o trabalho associado ao lazer, para gerar mais produtividade criatividade. Para as pessoas liberarem sua criatividade também é preciso alimentar sentimentos de confiança e respeito, para que as pessoas se sintam seguras para expressar ideias, pensamentos, sem medos de ridicularização, repreensão, ou qualquer censura direta ou indireta. Precisa-se rever duas forças que impedem e que encorajam a criatividade nas nossas organizações e até em nas famílias: a atitude interior das pessoas para com a inovação e a atmosfera da empresa. Quando estão em harmonia, consegue-se criar e inovar, mas como isso é difícil, o ímpeto criativo fica travado.

                Desejando mais criatividade e capacidade de colocar as boas ideias em prática, deixo um abraço e até a próxima!

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